Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Assistir a um filme em casa não depende apenas da qualidade
da imagem da televisão. Um bom sistema de som faz toda a diferença para a
experiência do filme como um todo, e a aquisição de um Home Theaterpode ser uma
ótima opção para aprimorar as sessões de cinema em casa.
Fonte: zoom.com
Antes de adquirir o Home Theater é preciso verificar se o
ambiente escolhido tem tamanho suficiente para suportar todas as caixas da
maneira correta. Quanto maior o cômodo, mais caixas o conjunto escolhido deve
ter.
Existem diversas opções desse aparelho quando se trata do
número de peças, mas as mais famosas são as 5.1 e 7.1. O número da esquerda traduz
aquantidade de caixas sonoras, enquanto o número da direita representa o Subwoofer,
que reproduz os sons graves.
Atualmente o áudio dos filmes é gravado em vários canais e
isso só pode ser aproveitado em casa com um Home Theater. Por exemplo: em um
filme de guerra, se um tiro é disparado da frente, o som da bala sairá da caixa
frontal. Se uma bomba estourar ao fundo, o som sairá da caixa de trás.
Fonte: fluance
A imagem acima representa um sistema 7.1 (7 caixas + Subwoofer).
O sistema possui uma caixa central (C), duas caixas frontais (FR e FL), duas
laterais (SR e SL) e duas posteriores (SBR e SBL). A diferença para o sistema
5.1 é que este não possui a SBR e a SBL. Elas devem ser posicionadas da maneira
correta no ambiente,de maneira que formem um polígono reto, para que os sons emitidos se
completem e não causem ruídos.Para que o som saia na altura do ouvido de quem está
assistindo, é indicado que se utilize pedestais.
É possível escolher entre modelos com ou sem fio, além das conexões Wi-fi, Bluetooth, entradas
HDMI e USB. Tendo essas dicas em mente, já é possível sentir toda a emoção da
sétima arte no seu cinema particular.
Esse post foi uma contribuição doBondfaro para o blog Cinema Cem Anos de Luz.
Sinopse: Cinebiografia conta a história do empresário Steve Jobs (Michael Fassbender), gênio da informática que fabricou os primeiros computadores pessoais na garagem de sua casa e que mais tarde fundou a Apple com seu amigo Steve Wozniak (Seth Rogen), em 1976.
No filme A Rede Social, de
David Fincher, o criador de uma das redes sociais mais populares do mundo, se
apresentava como um ser que não media esforços para conseguir os seus
objetivos, nem que para isso perdesse amigos e aliados ao longo do caminho. Ali
se percebe um gênio fora do normal, mas que, por vezes, se esquece do que nos
faz humanos. Igualmente também visto como um Deus da informativa, Steve Jobs
sempre foi endeusado dessa maneira pela imprensa, mas aqui vemos um Jobs
humano, ou seja, nada de anjo ou demônio, mas sim um ser com pensamentos e idéias
a frente do tempo, mas que lhe faltava alguma peça no seu peito. Dirigido por Danny Boyle
(Quem quer ser um milionário?) o filme não se concentra no começo, meio e fim
da vida e obra de Steve Jobs, mas sim em três apresentações, em épocas
diferentes, em que ele lança os seus principais inventos da Apple e que
revolucionariam a informática. O filme se divide em três atos: 1984, 1988 e
1998, onde cada ano é apresentado uma parte da trama principal, da qual vemos o
protagonista mudando gradualmente e questionando os seus próprios atos, mas
nunca deixando baixar á guarda por completo. Se formos simplificar o filme, a
trama gira em torno na difícil relação pai e filha, do qual essa última tenta
conseguir atenção afetiva de um homem que vive somente do trabalho. Logicamente
que isso é um artifício que já foi usado a exaustão no cinema americano, mas
aqui funciona, pois para cairmos nesse universo do quais números, dinheiro, negócios
e o universo da informática dominam, era necessário um toque humano para
adentrarmos facilmente nessa realidade. Uma vez o cinéfilo conquistado, graças
a essa velha formula, consegue então aceitar numa boa a verdadeira montanha russa
que Jobs enfrenta no decorrer das décadas, em que amigos, aliados e inimigos
tentam a todo momento derrubá-lo, em meio a negócios, processos e traições que
rolam a torto e a direito. Como muitos sabem, Danny
Boyle gosta de criar um verdadeiro vídeo clipe na suas montagens de cena e aqui
não é diferente. A trama que, poderia soar complicada, acaba se tornando
elegante graças ao ritmo que o cineasta injeta nas cenas e fazem delas um
verdadeiro balé, seja nos cortes rápidos, seja nos planos sequências que são
muito bem vindo aos nossos olhos. Porém, o cineasta falha um pouco ao injetar
uma trilha sonora, cuja ela está ali para se casar com as cenas, sendo algo
que, até mesmo nos remete o filme A Rede Social, mas aqui isso acaba soando meio
que repetitivo. Mas isso é meio que passado a
despercebido, uma vez que o elenco principal rouba a cena principalmente através
da interpretação fantasmagórica de Michael Fassbender (Shame) como Steven Jobs.
Mais do que meramente caracterizado, Fassbender encarna um Jobs do qual poderia
realmente ter sido no mundo real, que vai desde o egocêntrico, pretensioso, calculista,
arrogante e inescrupuloso. Porém, o astro faz com que todas essas personalidades
sejam gradualmente contestadas por nós, pois lá no fundo temos fé que ele vai
baixar a sua guarda, mesmo quando ele não sede em reconhecer os esforços dos
seus colegas de trabalho, numa cena da qual facilmente poderíamos tachá-lo como
a vilania em pessoa. Essa nossa fé em surgir um
Jobs mais humano e menos arrogante é personificado em sua assistente pessoal Joanna
Hoffman que, mesmo que indiretamente, acaba se envolvendo emocionalmente na
vida pessoal de Jobs. Kate Winslet dá um show novamente de interpretação, onde
ela simplesmente desaparece e dando lugar a Hoffman. Acredite, pois nos
primeiros minutos de projeção, você não irá saber onde Winslet está. Não é a
toa que nas últimas premiações ela tem sido a grande vencedora e tendo se
tornado uma forte concorrente ao Oscar de atriz coadjuvante. Curto, pretensioso, mas ao
mesmo tempo, nenhum pouco ambicioso,Steven Jobs não é um filme que irá mudar a
vida de ninguém, mas que com certeza somente irá jogar uma luz sobre quem
poderia ter sido protagonista realmente. Um gênio, porém com as suas falhas,
mas diferente das suas maquinas que criava, talvez ali houvesse um ser humano
que buscava silenciosamente a sua própria humanidade, por vezes perdida.
Já está em cartaz Creed -
Nascido para Lutar, filme que, para a nossa surpresa, continua a cine série do
Rocky. A princípio poderíamos pensar que seria mais uma forma de arrecadar
dinheiro e manter viva a franquia milionária, mas o filme, ao que parece, vai
muito além do que meramente isso. Aguardem a minha crítica sobre o novo filme
para semana que vem. Com o novo capítulo em
cartaz, decidi rever cada um dos filmes. Para aqueles que forem assistir pela
primeira vez, ou rever, note que criador e criatura, por vezes, se tornam um só
no decorrer destes 40 anos de existência da cine série. Principalmente para
aqueles que acompanharam a carreira de Sylvester Stallone, cheia de altos e
baixos, às vezes disposto para largar a carreira de ator, mas sempre acaba
dando a volta por cima.
Isso é o personagem Rocky,
se superando e buscando a sua redenção pessoal ao longo dos anos, assim como
seu criador. Confiram abaixo:
Rocky – Um Lutador (1976)
Filme que lançou Stallone ao estrelato,
mas não sem um grande esforço. Com pouco mais de R$ 100 dólares na conta
bancária, e hospedado num hotel de terceira, o iniciante ator começou a escrever
sobre um lutador do boxe que saiu do nada, mas que ganha à oportunidade de lutar
contra o campeão do mundo. Logo se percebe que há uma mistura entre personagem
e interprete e o cinéfilo que assiste percebe que não há mais Stallone, mas sim
Rocky o tempo inteiro.
O filme é uma sintetização do que
o povo americano passava naquele período: derrota no Vietnam, escândalo Watergate,
pobreza e sem muita expectativa. Rocky seria uma representação da alta estima
do americano adormecida, mas que uma vez acordada, jamais iria parar de seguir
em frente para alcançar os seus sonhos. O filme possui interpretações sublimes, não só de Stallone, como
também de Talia
Shire, Burt Young, Burgess Meredith e Carl Weathers, como o rival e futuro
amigo Apollo Creed.
O filme acabou sendo um
sucesso de público, crítica e vencedor de 3 Oscar, incluindo melhor filme.
Rocky II – A Revanche (1979)
Com o sucesso do filme
anterior, era inevitável que houvesse uma sequência. A novidade disso que
Stallone, não somente retorna como protagonista, como também dirige a nova
trama, que é basicamente replay do primeiro filme. Apollo deseja uma revanche,
mas Rocky deseja, no principio, uma vida comum com a sua esposa Adrian.
Quando ele vê que não se
encaixa em lugar nenhum, o protagonista começa a treinar e rendendo, logicamente,
as já clássicas cenas do treinamento, como a sua corrida até escadaria do museu
da Filadélfia. A surpresa fica na forma como Stallone roda a sequência final da
luta, sendo ela muito superior se comparado ao filme original e que fez até
mesmo Martin Scorsese não fazer nada parecido quando foi rodar o seu clássico Touro
Indomável.
Rocky III - O Desafio
Supremo (1982)
Rocky é o campeão mundial do
boxe e parece que nada pode derrubá-lo. Porém surge o brutalmente Clubber Lang
(Mr. T) para tentar derrubá-lo a todo custo. Novamente como diretor, Stallone,
ao que parece decidiu colocar mais ação do que o drama, que era muito mais
acentuado nos filmes anteriores. O filme marca a despedida Burgess Meredith como treinador do Rocky e sua
cena final é extremamente tocante.
Mr T ficou tão marcado pelo
seu personagem Lang, que logo ele foi convidado para participar da série de
televisão Esquadrão Classe A e que viraria um grande clássico dos anos 80.
Rocky IV (1985)
Aqui a coisa já fica surreal.
Na época da era Reagan, existia uma propaganda maciça contra a União Soviética
e o filme é uma representação megalomaníaca disso. Apollo Creed morre no
ringue, após ataques violentos do lutador russo Dragon (Dolph Lundgren). Cabe
então Rocky viajar para Rússia e encarar no mano a mano o gigantesco lutador,
em meio a uma plateia hostil. Tudo aqui é exageradamente proposital,
sendo que, a trama em si, fica por vezes em segundo plano e dando lugar a sequências
que mais parecem clipes inseridos. Embora aja uma rivalidade entre os dois países,
a mensagem final é de que faça esporte e não faça guerra. Por mais brega que possa
soar a mensagem ainda é valida.
Rocky V
Alguns consideram esse o
pior da franquia, mas não é bem assim. O problema é que os filmes anteriores
acostumaram mal ás pessoas, ao verem sempre Rocky invencível, graças a sua
força e alto estima. Aqui acontece o inverso, onde vemos o protagonista retornar
as suas raízes, onde perde toda a sua riqueza e tendo que começar do zero.
Nesse percurso, ele conhece Tommy Gunn (Tommy Morrison), rapaz de rua, que
deseja ser um lutador e deseja que Rocky seja o seu treinador. Claro que nem precisa ser gênio
para adivinhar que algo dá muito errado, o que faz o protagonista questionar
toda a sua jornada como lutador deste mundo esportivo que, por vezes, funciona
sempre através da ganância e do dinheiro. O filme marca o retorno do cineasta
do filme original, John G. Avildsen, injetando novamente o lado cru e duro da
vida do protagonista.
Rocky Balboa (2006)
Velho, mas não obsoleto.
Essa é a melhor frase que pode definir esse filme, poisa idéia de ver Sylvester
Stallone, já na casa dos sessenta anos, e interpretando novamente Rocky, poderia
parecer ridículo. Porém, Stallone na direção, roteirizando e produzindo, se
criou um filme tão bom, que alguns críticos o consideram como a verdadeira
continuação deRocky de 76. Os primeiros momentos
mostram o que aconteceu com o personagem no decorrer dos anos: aposentado, e viúvo, Rocky vive agora
contando as suas glórias do passado e sendo dono de um restaurante chamado
Adrian, em homenagem a sua mulher. Porém, Rocky se sente sozinho, com o
afastamento de seu filho e cada vez mais se enterrando nas lembranças do passado.
A situação muda, quando vê na possibilidade de mostrar numa luta de exibição,
contra o jovem lutador Mason Dixon (Antonio Tarver) que ainda pode ser o melhor
no que sabe fazer e assim por para fora a força descomunal que guarda por dentro.
O filme é uma pequena jornada de redenção que o protagonista busca, não somente com relação ao esporte que ele tanto se dedicou, como também com relação ao mundo atual em que vive. Rocky é um homem fora do seu tempo, mas que no fundo, busca um lugar entre as pessoas das quais ele convive na cidade. Curiosamente, ele busca através de uma personagem vista pela última vez lá atrásno primeiro filme e que se tornou uma grata surpresa neste.