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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: FORÇA MAIOR



Sinopse: Ebba e Tomas decidem passar cinco dias de férias esquiando nos Alpes franceses com seus dois filhos. Tomas deve passar mais tempo com a família pois Ebba acha que ele trabalha demais. Quando os quatro almoçam num restaurante nas montanhas uma avalanche se aproxima rapidamente e ameaça soterrar o local. Nenhum deles fica ferido mas a atitude de Tomas durante o incidente pode causar danos irreparáveis.
 
Força Maior já um dos filmes mais cultuados do momento e motivos para isso é o que não faltam. O filme é dirigido por Ruben Östlund que, para os mais entusiasmados, é considerado o novo Ingmar Bergman (Sétimo selo). Exageros a parte, o jovem cineasta na realidade pertence a um grupo de diretores jovens que está em sintonia com o mundo contemporâneo, sendo que a ideia para a criação do filme surgiu quando ele assistia a um vídeo pelo youtube. 
Tomas (Johannes Bah Kuhnke) e sua esposa Ebba (Lisa Loven Kongsli) vão para os Alpes franceses com seus filhos, Vera e Harry (Clara e Vincent Wettergren). Tudo parece um sonho, mas o que poderia dar de errado?  A família parece ser feliz e bem sucedida, mas desde os primeiros segundos de projeção, parece que há algo no ar que os deixa incômodos um com o outro. As crianças estão inquietas e o casal troca olhares estranhos, como se estivessem analisando um ao outro a todo o momento. 
Durante os seis dias em que a família planejou esquiar, acompanhamos o desmanche gradual do quadro aparentemente "feliz para sempre" que, antes viviam acomodados com isso, mas que na realidade já sofriam problemas de relacionamentos e qualquer deslize, de maior ou menor grau, seria o suficiente para tudo desmoronar. O desmanche das aparências acontece justamente no momento em que eles presenciam uma avalanche nos Alpes. Tomas começa a filmar e diz que é algo controlado, mas a velocidade da queda da neve é tão grande que, enquanto Ebba protege seus filhos, o homem sai correndo desesperadamente.
A seguir, Ebba passa a descontar toda sua raiva (acumulada?) em seu marido com tentativas de desmoralizá-lo perante amigos do casal (Kristofer Hivju e Fanni Metelius), sendo esses últimos que rendem momentos até mesmo engraçados do filme, pois eles se espelham no casal e ficam se perguntando a todo o momento como eles agiriam se passassem por algo parecido. O grande atrativo desse filme é ele saber colocar na mesa um drama familiar de uma forma realista, do qual todos conseguem se identificar, mas aliada com uma trilha perfeita e toque de humor negro (protagonizado pelo segundo casal já citado) que faz com que o filme se diferencie de outros filmes nórdicos atuais.
Cada cena é um enquadramento maravilhoso, sendo que são notáveis as características de cada uma delas ao longo das duas horas de projeção e fazendo com que criemos um jogo de cena em nossas mentes. Claro que as paisagens brancas do cenário da trama aumentam ainda mais a expectativa do cinéfilo. “Há algo de podre na Dinamarca’ mas ficamos nos perguntando até o final quais eram realmente os problemas do casal central antes da neve cair e desencadear novos rumos para a história.
O filme levanta inúmeras questões: relacionamentos de hoje; até que ponto conseguimos manter as aparências; até aonde temos que ser julgados pelos nossos erros e quando devemos finalmente abraçar a nossa redenção com nós mesmos e perante ao nosso próximo. É mais correto sermos sinceros com a gente e aceitarmos os nossos defeitos, ou manter as aparências para não magoar aqueles que nós amamos? Escolhas difíceis, das quais querendo ou não, haverá consequências!
Lembrando até mesmo clássicos como Quem Tem Medo de Virginia Olf?, Força Maior é um filme sobre o comportamento humano, de ontem e hoje e que nos faz a gente se perguntar qual será o nosso quadro futuramente, com relação da maneira que iremos agir com nós mesmos e com aqueles que esperam o melhor de nós.   


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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: A História da Eternidade


Sinopse: Alfonsina (Débora Ingrid) tem 15 anos e sonha conhecer o mar. Querência (Marcélia Cartaxo) está na faixa dos 40. Das Dores (Zezita Matos) já no fim da vida, recebe o neto após um passado turbulento. No sertão compartilham sobrenome e muitos sentimentos. Amam e desejam ardentemente.

Mais uma vez o cinema Pernambucano provando porque é considerado o melhor do nosso cinema nacional atualmente. A História da Eternidade ganhou os prêmios de melhor filme pelo público da 38º Mostra Internacional de São Paulo e melhor filme, direção, ator (Irandhir Santos) e atriz (dividido com as atrizes Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid) no Festival Paulínia. Estreando como diretor, Camilo Cavalcante foca a trama num pequeno vilarejo no meio do sertão que, aparentemente sem muita importância, mas logo se percebe que ali se guarda muita história para se contar.
Basicamente a trama foca o dia a dia de três mulheres, sendo que cada uma possui uma batalha interna particular, onde se contem desejos, repressões e sonhos que dificilmente podem ser realizados, mas que também não custa sonhar um pouco. Curiosamente a trama é dividida em capítulos: Pé de Galinha, Pé de Bode e Pé de Urubu, sendo que, se nos aprofundarmos em cada uma das partes, iremos entender que os títulos têm muito haver o que acontece nas tramas.
Embora sendo estreante, Cavalcante surpreende na criação de cenas das quais cada uma é um verdadeiro mosaico de detalhes, sendo que cada um deles possui um significado profundo. O filme se abre com um plano sequência (lembrando que haverá mais desses planos sem cortes no decorrer do filme) onde a câmera se encontra imóvel e focando um homem embaixo de uma arvore tocando a sua sanfona. Imediatamente surge um cortejo fúnebre de uma criança que veio a falecer e assim partimos para história de uma das três protagonistas.
Nada é explicitamente explicado, sendo que a câmera somente apresenta a história, o que exige maior atenção do cinéfilo que assiste. Aparentemente dá entender que a criança morta pertencia a Querência (Marcélia Cartaxo), mulher que aparenta os anos em que viveu naquele lugar, se entregando ao luto, mas que começa a receber inúmeras declarações de amor do sanfoneiro cego (Leonardo França). Já a simpática Das Dores (Zezita Matos) recebe a inesperada (e suspeita) visita do neto que, para nossa surpresa, sua vinda acaba despertando desejos sexuais reprimidos dela. 
 Por ultimo, mas não menos importante,  temos a adolescente Alfonsina (Débora Ingrid) que possui um desejo compulsivo de conhecer o mar, mas vive presa nos afazeres domésticos da família formada por homens, que por sua vez é comandado por um pai conservador (Claudio Jaborandy). Porém, a garota encontra o seu refúgio particular no universo de arte do seu tio Joãozinho (Irandhir Santos, ótimo) que, por sua vez, faz com que ela tenha fé em visitar o mar um dia. Uma clara referencia ao filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, onde os protagonistas vivem com o desejo de se encontrar com uma parede de mar em meio ao deserto infinito.
Além das tramas que nos encanta, o filme é tecnicamente impecável, onde cada parte técnica cumpre o seu papel, fazendo da obra uma sessão inesquecível. A fotografia granulada e singela de Beto Martins que, para alguns, é inspirada nas cenas dos quadros do pintor Caravaggio, mas a trilha sonora que, majestosamente é composta pelos compositores Dominguinhos e Zbigniew Preisner, dá um tom dramático nas cenas e que dificilmente a gente consegue esquecer após os momentos em que é tocado na trama.
Embora a trama gire a todo o momento nas três protagonistas, é realmente o personagem Joãozinho que rouba a cena. Mas isso não é muita surpresa, já que o personagem é interpretado por Irandhir Santos (Tatuagem) considerado por muitos críticos como um dos melhores interpretes do nosso cinema atual. Atenção para a cena em que ele dubla em meio ao vilarejo a canção "FALA" do grupo Secos e Molhados, onde a câmera dá um giro de 360º graus nele e fazendo da cena um dos melhores momentos do filme.
Nitidamente fazendo referências a outros clássicos do cinema brasileiro (como Vidas Secas e Pixote), A História da Eternidade é um filme sobre fé, sonhos e desejos que, se não são alcançados, não significa que não podem ser sentidos.   

Em Cartaz: Casa de Cultura Mario Quintana: 15h e 19h
   
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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Cine Especial: Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70: Parte 4




Nos dias 23 e 24 de abril, estarei participando do mais novo curso do Cine Um, intitulado Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70, que será ministrado pelo escritor e critico de cinema César Almeida que, por sua vez, já ministrou outros cursos como Mestres & Dragões: A Era de Ouro das Artes Marciais no Cinema e Sam Peckinpah – Rebelde Implacável.
Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os melhores filmes desse subgênero que, posteriormente, influenciou futuros cineastas como Spike Lee e Quentin Tarantino.

Sweet Sweetback's Baadasssss Song (1971

Sinopse: Depois de impedir o linchamento de um jovem negro pertencente aos Panteras Negras, as mãos de dois policias racistas brancos. Sweetback’s um prostituto negro, passa a integrar a lista dos mais procurados, e apenas pode contar com ajuda da comunidade do ghetto para escapar.
Um filme independente, experimental e que ia de contra mão do que era feito no cinema norte americano daquele tempo. Muito embora o filme pertença não somente ao principio do nascimento do subgênero Blaxploitation que, estava acontecendo no início dos anos 70, como também é pertencente ao “novo cinema americano” que começou a dominar o circuito a partir de 1967. O lado rebelde e sem papas na língua é o que realmente salvou o cinema americano do previsível, que não poderia somente viver de sua arte de uma forma corriqueira e plasticamente artificial. 
O filme foi dirigido por Mario Van Peebles que, segundo registros, foi um dos primeiros realizadores negros a trabalhar no cinema americano e neste filme ele próprio é uma produção como um todo, já que escreveu, protagonizou e compôs sua própria trilha sonora. O filme é de tudo um pouco: consciência social, thriller psicodélico, parte soft pornô (ousado digas se de passagem).
Assistindo a obra, ou você o descarta por passar uma forma de apresentar uma trama de um jeito completamente diferente do convencional, ou então aceita e irá se deleitar com algo original e que não possui regrar na forma que nos apresenta a sua trama. Um filme que foi um verdadeiro Vanguardista em muitos aspectos quer ao nível da narrativa, da cinematografia, e especialmente da crítica social em abundância. Como eu disse acima, foi um dos primeiros do subgênero Blaxploitation, mas com certeza um dos mais corajosos e que configura facilmente entre os filmes mais importantes da história do cinema (sendo destaque no livro 1001 Filmes para ver Antes de Morrer).
O filme custou meros 120 mil dólares para ser concluído, mas arrecadou em torno de 15 milhões, se tornando então um dos mais bem sucedidos da história.  




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Cine Curiosidade: STAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA :: Lançamento do trailer

 Brasileiros poderão acompanhar pelas redes sociais tudo o que
ocorre num dos maiores eventos dedicados ao universo Star Wars


São Paulo, abril de 2015 - Entre os dias 16 e 19 de abril, em Anaheim, Califórnia, ocorre o Star Wars Celebration. O evento reúne celebridades, autores, artistas e diretores ligados ao universo de Star Wars.

 Os fãs e todos os brasileiros interessados na saga e no  filme poderão acompanhar em tempo real pelo Twitter e Facebook toda a programação e bastidores do Star Wars Celebration. Numa iniciativa especial a Disney Brasil terá um war room em São Paulo com quinze profissionais de comunicação e especialistas na franquia, que farão a cobertura – a partir do dia 15 - com todos os detalhes da convenção. Um correspondente in loco também irá colaborar nas redes sociais com textos, fotos e vídeos exclusivos sobre diversos aspectos do evento, como a presença de atores, assuntos relacionados à moda, comportamento e cosplay.

 O painel de abertura do evento, marcado para o dia 16 de abril às 16h (horário de Brasília-DF), com J.J. Abrams e Kathleen Kennedy - respectivamente, diretor e produtora de "Star Wars: O Despertar da Força" - será transmitido em live streaming pela fã-page https://www.facebook.com/StarWars.br.  Os fãs poderão enviar previamente suas perguntas para pelo Twitter utilizando a #ODespertarDaForça ou marcando o perfil oficial @StarWarsBr

 Além de dividir todas as novidades do Star Wars Celebration para quem já é fã, a ação tem também como objetivo trazer outros aspectos da franquia para os novos públicos e gerar grande expectativa sobre o lançamento de “Star Wars: O Despertar da Força” – que será lançado mundialmente nos cinemas em dezembro deste ano.





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Sobre a Lucasfilm Ltd.

Lucasfilm Ltd., uma subsidiária integral da The Walt Disney Company, é líder mundial em cinema, televisão e produção de entretenimento digital. Além da produção para cinema e televisão, as atividades da empresa incluem efeitos visuais e pós-produção de áudio, animação digital de última geração, software de entretenimento interativo e gestão das atividades globais de propaganda para as suas propriedades de entretenimento, incluindo as lendárias franquias de STAR WARS e INDIANA JONES. A Lucasfilm Ltd. está sediada no norte da Califórnia.
Lucasfilm, o logotipo Lucasfilm, STAR WARS e propriedades relacionadas são denominações comerciais e/ou marcas registradas de Lucasfilm Ltd. e/ou seus afiliados. TM & © 2013 Lucasfilm Ltd. Todos os direitos reservados. Todas as outras denominações comerciais e marcas registradas são propriedades de seus respectivos titulares.



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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Cine Especial: Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70: Parte 3



Nos dias 23 e 24 de abril, estarei participando do mais novo curso do Cine Um, intitulado Blaxploitation – O Cinema Negro Americano dos Anos 70, que será ministrado pelo escritor e critico de cinema César Almeida que, por sua vez, já ministrou outros cursos como Mestres & Dragões: A Era de Ouro das Artes Marciais no Cinema e Sam Peckinpah – Rebelde Implacável. 
Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os melhores filmes desse subgênero que, posteriormente, influenciou futuros cineastas como Spike Lee e Quentin Tarantino.

BLÁCULA



Sinopse: Um decorador de interiores compra um caixão do príncipe africano Manuwalde mordido pelo Conde Drácula séculos atrás e o traz para Los Angeles, em 1972. Dois colecionadores de antiguidades abrem o caixão e libertam Blácula na cidade. O vampiro encontra Tina, que é a reencarnação de sua esposa Luva, e passa a fazer de tudo para conquistá-la. Um amigo de Tina, Dr.Gordon, descobre que Blacula é um vampiro e resolve caçá-lo.

Em Blácula o tema do vampirismo ficou perfeito ao se misturar com os ícones da cultura negra e foi uma excelente integração alcançada pela produtora, Warner Brothers. A ideia de um representante negro, entre os vampiros foi criada pelo diretor William Craim e o roteiro escrito por Joan Torres e Raymond Koening e quase todas as partes deste filme foram rodadas em Watts, gueto negro da periferia da cidade de los Angeles, exatamente em locais onde já houveram muitos problemas de origem racial e não faltou precaução nesta produção. 
O ator principal William Marshall, possuía uma poderosa presença devido a sua estatura alta, ombros largos e vasto repertório de atuação em peças de Shakespeare, o que elevou a ter  boa dignidade ao interpretar o vilão e conseguir introduzir um personagem como esse até então inédito no universo do subgênero blaxploitation. O filme segue um bom roteiro de terror, aliás muito bom para a época em que foi produzido e exibido, explorando bem a agitada e badalada vida noturna dos guetos negros das grandes cidades norte-americanas e a trilha sonora (composta por Wally Homes) mistura bem o ritmo soul com a atmosfera noturna do terror, deixando visível a idéia central da película, que era mesmo mostrar a cultura e a consciência negra destes bairros poucos conhecidos no mundo.
Embora com criticas mistas, o filme foi um sucesso de bilheteria e rendendo sequências, mas sem o mesmo impacto. 


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