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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 4

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!

Scanners - Sua Mente Pode Destruir
Sinopse: Nascidos de uma experiência em laboratório, os Scanners são pessoas com grandes poderes tele cinéticos, capazes inclusive de matar com a força de suas mentes.
Foi o filme que abriu as portas para Cronenberg no inicio dos anos 80, apesar de que ele já vinha colecionando elogios em seus primeiros filmes nos anos 70, mas foi com esse que acabou fazendo dele mundialmente conhecido. Inspirado num conto intitulado "Naked Lunch", de William S. Burroughs, a trama se passa em um possível futuro, onde um determinado grupo de pessoas possui o dom de ler e controlar as mentes das pessoas. É bem da verdade que isso agente já viu em filmes recentes como X-men, mas foi com Scanners que o assunto de domínio de mentes foi mais explorado, mas de uma forma ousada, para quem somente esperava o herói ou vilão somente lendo a mente de outros. Aqui a coisa vai mais além. Pois além dos protagonistas controlarem as mentes, eles podem muito bem estourar as cabeças de suas pressas, em cenas que beiram ao realismo e espanto, pois na primeira vez que isso foi visto, ninguém estava preparado para aquilo acontecer.
Vale lembrar, que antes de seguir a carreira de cineasta, Cronenberg chegou a estudar bastante a anatomia do corpo humano. Portanto, se nos vemos uma cabeça estourando, ou as veias de um braço soltando para fora em cena, saiba que tudo está de acordo conforme os estudos que o cineasta  fez no passado. Essas determinadas cenas acontecem, mas não somente de uma forma explicita, mas de uma maneira em que o diretor sabe o que e como mostrar, fazendo delas verossímil e digna de aplausos. Cronenberg também foi feliz na escolha do elenco, principalmente no caso de Michael Ironside, que faz o grande vilão da trama. Com uma presença imponente e olhar de psicopata, o ator se tornou figura fácil ao encarnar inúmeros vilões do cinema, em filmes como o Vingador do Futuro, Highlander II e dentre outros.
Scanners renderia mais quatro continuações para o cinema, mas sem o dedo criativo de Cronenberg, e com isso, são obras esquecíveis.

Curiosidade: A cena da cabeça explodindo foi feita com um modelo de latex recheado como comida de cachorro e fígado de coelho.



Videodrome – A Síndrome do Vídeo
Sinopse: O dono de uma estação de TV a cabo de Toronto, cuja programação é baseada em violência e pornografia, sintoniza as ondas de um estranho programa que acaba transformando sua vida em um pesadelo.
Ouve um tempo (e talvez ainda hoje) em que se dizia que a TV era um mal tão grande, para a saúde das pessoas, que acabou rendendo inúmeras teorias de conspiração, como lavagem cerebral e outras coisas do gênero. É bem da verdade, que ouve um tempo que os meios de comunicação da tv tentavam vender certas idéias para o publico aceitar elas, onde até mesmo as pessoas se sentavam para assistir horário político (crus credos). Hoje em dia é bem difícil comprar “gato por lebre”, graças a outros meio de comunicação como a internet, mas antes disso tudo, tinha essa paranóia e com isso, surgiu esse filme para colocar mais lenha na fogueira. Além de fazer uma parábola sobre essa teoria, o filme é uma critica sombria contra os donos de emissoras que fazem de tudo para dar audiência. O personagem de James Woods (Cassino) é um retrato dessas pessoas gananciosas, ao ponto, que ele não se importa em tentar colocar ao ar, cenas que beiram ao realismo, que contem estupro, tortura e morte (os lendários snuff), sendo que tais imagens, ele pegou de um sinal pirata.
Apartir da descoberta e das exibições de tais cenas, o filme entra num mundo onde o protagonista não sabe quando é real ou ilusão, sendo que (aparentemente) as cenas que ele adquiriu do sinal pirata provocaram isso nele, ao ponto, que ele mesmo enfia suas mãos dentro de seu corpo, ou então mata por acidente uma determinada pessoa achando que era outra. Essa e outras bizarrices acontecem durante a trama, e David Cronenberg usa e abusa dessas cenas como ninguém, fazendo delas bastante absurdas, mas criativas e dando uma verdadeira aula de como se faz um filme de terror psicológico.
Vale lembrar, que eu vi esse filme recentemente, e ele me fez me lembrar de uma saudosa sessão do cine Trash da Band, onde foi exibido um filme tosco e divertido chamado O Cérebro com o mesmo tipo de tema. Pelo visto, Videodrome gerou escola!



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Cine Curiosidade: John Williams, 80 anos de vida!

Ontem o grande compositor do cinema, John Williams, completou oitenta anos de vida. Hoje em dia é bem dificil imaginar filmes classicos como Tubarão, ET, Star Wars e tantos outros sem suas trilhas, pois Williams sempre teve o dom, de não só colocar a musica em determinadas cenas, como faze-las de uma forma como se elas fossem parte delas desde o principio.
Tendo sido indicado a 47 vezes ao Oscar, e tendo ganhado seis, Williams é sinonimo de qualidade e que faz o serviço com coração, algo que cada vez vai mais se perdendo nesta nova geração de compositores do cinema. Confiram abaixo os seus principais sucessos:

TUBARÃO

STAR WARS

SUPERMAN

CONTATOS IMEDIATOS DE 3º GRAU 

OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA

ET

A Lista de Schindler

Jurassic park



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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 3

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!


Crash - Estranhos Prazeres
Sinopse: Após se envolver em um acidente de carro com uma médica, publicitário começa a se relacionar com um grupo estranho de pessoas, que têm como fetiche a reprodução de acidentes de carro e a relação dos mesmos com o sexo. Aos poucos, ele e a mulher começam a ser introduzidos gradativamente em um mundo de estranhos prazeres carnais, sempre ligados ao sexo e aos carros.
A violência e o sexo são temas até bastante explorados na filmografia de David Cronenberg, mas unidos numa mesma forma, somente mesmo neste filme de 1996 que causou a maior polemica, mas colecionou elogios e prêmios no mundo a fora. Acredito que para Cronenberg, o ato sexual se assemelha a um ato de violência, e ao mesmo tempo, a violência e o ato sexual é um ato de prazer que unidos juntos, tornam o prazer em dobro e irresistível. Só mesmo dessa forma para explicar a razão de um grupo de pessoas (de um possível futuro próximo) terem prazer em se acidentar de carro, para depois começar o sexo, mesmo entre as ferragens do veiculo, após o acidente. Porque eles fazem isso? Os personagens simplesmente são jogados na tela, não tendo nenhuma explicação plausível do porque agirem assim, mas isso seria tão absurdo? Talvez a mensagem que o filme passe, é que unicamente eles estejam vivendo ao maximo e pondo para fora os seus desejos selvagens primitivos, já que a outras formas de comunicação já não são mais possíveis, pela possibilidade delas terem se tornado banais e dispensáveis neste futuro, aparentemente, caótico.
Baseado no livro escrito por J.G. Ballard, o filme possui um elenco que estava fazendo um relativo sucesso nos anos 90, como no caso de James Spader (Sexos, Mentiras e vídeo tape) totalmente a vontade como o cara novo nesse grupo estranho de pessoas, mas dando uma de veterano e entendedor no assunto, e Holly Hunt (O Piano) mais do que a vontade ao tirar a roupa em cenas de pura tensão.

Curiosidade: Recebeu o Prêmio Especial do Júri em Cannes.
A versão em vídeo de Crash- Estranhos Prazeres disponível nas locadoras americanas da Blockbuster não possui quase que nenhuma das cenas de sexo do filme. Esta versão tem aproximadamente 10 minutos a menos do que a exibida nos cinemas.


SPIDER: DESAFIE A SUA MENTE
Sinopse: Spider (Ralph Fiennes) é um sujeito estranho e solitário. Após um longo período de internação em um hospital psiquiátrico, ele regressa às ruas do East End de Londres, lugar onde cresceu. As imagens, os sons e os odores dessas ruas começam a despertar lembranças de sua infância que há muito haviam sido esquecidas. No coração das memórias de Spider encontra-se o grande trauma da perda de sua mãe. Ele acredita que seu pai, o encanador Bill Cleg (Gabriel Byrne), matou a esposa para que uma prostituta tomasse seu lugar e fosse morar em sua casa.
Até aonde nossa mente pode nos enganar? Essa pergunta é levantada após o ato final desse filme, onde explora ao maximo até que ponto a nossa mente pode nos levar. É bem da verdade, que o filme explora do quão é necessário a preservação da inocência de uma criança, pois às vezes basta um simples gesto, para essa criança ficar confusa perante o mundo que ela enxerga, sendo que as vezes, nem tudo o que ela vê, ela saiba administrar. Quando o filme começa, somos apresentados a Spider (Ralph Fiennes, extraordinário) cuja imagem é apenas uma imagem pálida do que ele poderia ter sido um dia, mas do porque ele ter chegado ao ponto que chegou, isso é mostrado quando o protagonista transita em seu passado, onde ele se vê a si próprio quando criança (papel de Bradley Hall), e quando vivia com os seus pais, (Gabriel Byrne e Miranda Richardson), que dava a entender, que viviam em crise, e com isso, o seu pai ia de encontro com uma prostituta (também Miranda Richardson). Com efeito, especial zero e tão pouco com o velho método do flashback, Cronenberg simplesmente coloca o protagonista á transitar em seu passado com a maior facilidade, fazendo de suas lembranças, um verdadeiro quebra cabeça, onde tenta de todas as formas achar algumas respostas ainda não esclarecidas para si próprio, mas a verdade pode ser muito mais assustadora do que aparenta ser, pois sua mente está em frangalhos, que por vezes lembra um espelho quebrado, ou então uma teia de aranha, que quando pequeno, tanto gostava de fazer com linhas de tricô (por isso o apelido Spider).
Ralph Fiennes constrói um personagem cheio de camadas protetoras de si próprio, nas quais não conseguimos de imediato compreende-lo, mas conforme o filme avança, percebemos que ele acabou sendo preso a sua própria teia que teceu. Atenção para o ótimo desempenho de Miranda Richardson, onde faz um trabalho duplo (ou triplo) e nos faz simplesmente esquecer que essas personagens são interpretadas pela mesma atriz.


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray (08/02/12)

Nota: Seguinte pessoal, devido ao fato de eu estar ocupado, escrevendo, revisitando e assistindo pela primeira vez alguns títulos de David Cronenberg, para os especiais que eu estou fazendo por aqui, vou deixar um pouco de lado as matérias de outros assuntos como os lançamentos de novos filmes nas locadoras. Mas isso será por pouco tempo, somente mais por causa dessa semana que estou super ocupado, mas deixo a dica abaixo de dois bons títulos que chegam às locadoras, confiram: 
MAMUTE
GIGANTES DE AÇO


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 2

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema!

MARCAS DA VIOLENCIA
Sinopse: Tom Stall mora com sua esposa Edie e seus dois filhos na pequena cidade de Millbrook, no estado de Indiana. Certo dia, Tom percebe um assalto em andamento em seu restaurante e mata os assaltantes para defender seus clientes. Depois disso, passa a ser visto por muitos como um herói e a mídia passa a incomodá-lo. Porém, o que Tom não esperava é que um homem chamado Carl Fogarty lhe procurasse para acusá-lo de ter lhe feito um grande mal no passado.
Um dos melhores filmes da primeira década do século 21, Assim como em seus filmes anteriores, David Cronenberg cria um palco onde ele apresenta determinados personagens de uma forma gradual, que a principio não temos idéia das suas ações ou motivações. Bom exemplo disso é a curiosa cena de abertura, onde se é apresentado dois indivíduos, que aos poucos, se apresentam como verdadeiras entidades do caos, sendo que, graças à forma como o diretor apresenta um determinado cenário, onde com certeza ocorreu um verdadeiro massacre, mas tudo de uma forma lenta e muito bem dirigida. Esse inicio é um pequeno exemplo do que ira ocorrer durante a trama, onde nos somos apresentados os personagens principais, mas ao longo do filme, certos eventos fazem com que os protagonistas se transformem numa pálida imagem do que eles foram um dia.
A trama pode ser vista como uma critica ou exemplo do sonho americano, em que existe a segunda chance para todos, embora certas situações sejam difíceis de serem perdoadas, mas também não impossível. Viggo Mortensen apresenta um dos seus melhores desempenhos (pós Senhor dos Anéis) em que seu personagem vai se descascando, ao ponto de revelar seu verdadeiro eu, mas também não abandonando o homem que se tornou em sua segunda vida. Do elenco secundário, Ed Harris está assustador como uma figura do passado do protagonista, Marisa Bello (Janela Secreta) consegue um ótimo desempenho em cenas intensas (a cena de sexo dela com Mortensen é marcante), mas é William Hurt que tem um desempenho extraordinário (indicado ao Oscar), mesmo aparecendo em poucos minutos e no ato final da trama.

Curiosidade: Os gângsters originalmente seriam italianos, mas após as contratações de Ed Harris e William Hurt o diretor David Cronenberg decidem mudar sua nacionalidade para irlandeses. Cronenberg acreditava que Harris e Hurt não convenceriam como italianos.


Senhores do Crime

Sinopse: O misterioso e carismático russo Nikolai Luzhin é o motorista de uma das mais conhecidas famílias do Leste Europeu que atua no crime organizado de Londres. A família faz parte da irmandade do crime Vory V Zakone, dirigida por Semyon, proprietário do charmoso restaurante trans-siberiano, que encobre o núcleo frio e brutal da fortuna da família coordenada pelo inconstante e violento filho de Semyon, Kirill, que é mais ligado a Nikolai do que a seu próprio pai.
Alguns consideram esse filme como irmão do filme anterior de Cronenberg, mas que embora foque novamente o mundo da máfia, as tramas são completamente diferentes. Repetindo a parceria com o diretor, Mortensen novamente da um show de interpretação, onde ele se apresenta como um personagem ambíguo, embora sabemos que ele é um lacaio da máfia Russa, mas como todo filme de Cronenberg que se preze, nem tudo é o que se parece. Com a sua criação, Cronenberg cria um retrato critico do trafico de prostitutas nas mãos de pessoas ambiciosas e sem escrúpulos, no submundo de uma Londres até então desconhecida para muitos.
O filme ainda conta com coadjuvantes ilustres como Naomi Watts (Cidade dos Sonhos) e Vincent Cassel (Cisne Negro), que como sempre, cria um personagem com atitudes explosivas e imprevisíveis. Atenção para a fantástica cena da sauna, onde o personagem de Mortensen é atacado “nu”, por dois capangas. Nesta cena, Cronenberg usa e abusa de ângulos de câmera inusitados, para uma luta inusitada, onde o sangue jorra e choca, devido a um cenário branco, e que torna a cena muito mais caótica. Não deixa de ser curioso que essa seqüência, seja de uma forma subliminar que o diretor tenha criado, ao tentar unir violência e erotismo, fazendo da luta, um verdadeiro ato sexual sangrento, mas apenas sugerido.


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Cine Curiosidade: Há 81 anos, nascia o mito JAMES DEAN


Se estivesse vivo, James Dean completaria 81 anos de vida amanhã. Mesmo com uma curta carreira no cinema, o ator ficou imortalizado com uma imagem de um jovem rebelde e que serviu de inspiração para toda uma geração dos anos 50. É meio que difícil imaginar como seria se caso James ainda estivesse vivo, mas com certeza seria que nem Marlon Brando, colecionando desempenhos incríveis e (por que não), disputando os papeis que cairiam bem para cada um deles. James se foi muito cedo, mas nada que tenha impedido que sua imagem permanecesse viva na mente dos cinéfilos até hoje. Abaixo, um pouco dos seus principais filmes:


Vidas Amargas
Sinopse: No Vale das Salinas, região da Califórina, por volta da 1a. Guerra Mundial, Carl é o filho rebelde e mal compreendido de Adam. Desde a infância, ele luta obsessivamente pelo amor do pai. No entanto, Adam não esconde sua preferência para o outro filho, Aron, considerado o "menino de ouro" da família e que está noivo de Abra. Solitário no mundo, Carl descobre que sua mãe, até então dada como morta, reside na vila ao lado.
Não por uma mera coincidência, os nomes são semelhantes aos personagens bíblicos de Adão e seus filhos Caim e Abel, história presente no livro de Gênesis, de onde justamente o filme tira o título. Na Bíblia, Caim, enraivecido de ciúmes por seu pai preferir as oferendas de Abel às suas, mata o próprio irmão. As referências bíblicas e principalmente a lenda de Caim e Abel (presente em Gênesis – IV) vão muito além dos nomes dos personagens, e permeiam todo o livro e o filme de forma surpreendente. E o “climão” de tragédia shakesperiana eminente inunda toda a fita.
Elia Kazan, assim como nos trabalhos anteriores como Sindicato de Ladrões e Uma Rua Chamada Pecado, exerce total domínio dos atores e de sua forma de atuação e James Dean transborda o seu talento na tela.

Juventude Transviada
Sinopse: Jim Stark (James Dean) é um bom rapaz, mas que acabou tomando rumo errado na vida sem motivo aparente - o que justifica o termo "rebelde sem causa" do título original. Seus pais sempre mudam-se de cidade para encobrir as besteiras que seu filho faz, porém Jim os confronta quando percebe que fez algo realmente sério desta vez. Em contraponto, acaba se apaixonando pela linda Judy (Natalie Wood), namorada do principal envolvido no caso errado de Jim.
Um dos grandes méritos é mostrar que a delinqüência juvenil não é privilegio exclusivo de favelados. Outro é ter reunido um ótimo elenco jovem, o que tornou uma das obras mais significativas a utilizar como tema o chamado conflito de gerações. Grande clássico dos anos 50 que se tornou símbolo de uma geração rebelde que nasceu naquela década e James Dean virou a imagem definitiva desse movimento a ser seguido. Seu desempenho era um perfeito retrato do jovem daquele tempo, que vivia em conflitos internos e sem um objetivo certo na vida, mas ao mesmo tempo a imagem de um ser que busca ser livre, longe das amarras e das regras da sociedade.


Curiosidade: A piscina vazia em que os personagens sentam e conversam sobre suas vidas foi especialmente construída para os sets de filmagens de Crepúsculo dos Deuses (1950).


Assim Caminha a Humanidade
Sinopse: Um fabuloso épico que conta a vida de três gerações de famílias Texanas. Seus conflitos amorosos, disputas econômicas, preconceitos raciais, tudo entre a corrida pelo óleo negro é retratado de maneira única no cinema.
Super produção de grande sucesso, adaptada do Best-seller de Edna Ferber. George Stevens (Os Brutos também amam, Um lugar ao Sol) ganhou o Oscar de melhor direção. Um dos melhores desempenhos de Rock Hudson e de Elizabeth Taylor e a ultima atuação de James Dean, num papel digno de nota, que para mim, é um dos melhores da sua curta e marcante carreira. Atenção para sua cena final, onde o personagem de James está mais velho e caindo na desgraça, devido ao poder excessivo e dos vícios como a bebida. Uma cena marcante e que encerra sua carreira com chave de ouro.



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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: Parte 1

Nos dias 14 e 15 de fevereiro, estarei participando do curso “David Cronenberg: Seu Cinema e suas Obsessões”, criado pelo CENA UM e ministrado pela Prof.ª Dr.ª Rosângela Fachel de Medeiros. E enquanto esses dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre cada filme, desse diretor que passa sua visão obscura (mas que fascina) para a tela do cinema! 
     
A MOSCA
Sinopse: Cientista (Jeff Goldblum) testa maquina de teletransporte de matéria e inadvertidamente permite que uma mosca entre na câmara junto com ele. Quando se dá a reintegração, os resultados são terríveis.
Foi o primeiro contato que eu tive com relação ao diretor David Cronenberg, e sem sombra de duvida, um dos grandes filmes de sua carreira. O mais surpreendente é o fato dessa produção ser uma refilmagem de um clássico dos anos 50 (A mosca da Cabeça Branca estrelado por Vincent Price), mas que eu acredito que Cronenberg deve não ter assistido nada daquele filme, pois sua obra vai por um caminho totalmente diferente. Da simples historia do cientista, em sua busca implacável de criar algo revolucionário, Cronenberg aproveitou para explorar as camadas de personalidade do seu protagonista (Jeff Goldblum, no melhor momento de sua carreira). Apresentado como um cientista brilhante e de bom caráter, o personagem de Goldblum vai demonstrando seu outro lado inconseqüente, a partir do momento em que sue corpo começa a mudar após a experiência de tele transporte, se transformando numa pessoa mesquinha, inconseqüente e imprevisível. Após perceber que de sua forma perfeita, começa a mudar para uma forma tenebrosa, o seu personagem então começa a entrar num estagio de loucura e sem volta. A transformação do homem para a mosca seria o motivo de sua mudança de conduta? Ou elas estavam sempre lá e a transformação foi apenas um empurrão?
Essa é a  forma que David Cronenberg cria os seus personagens, pois nunca temos uma exatidão sobre quem são eles realmente. Pois quando achamos que já sabemos tudo sobre eles, sempre surgem novas surpresas no decorrer da trama. A Mosca também é um dos casos raros de quando a técnica para a criação de uma historia se casa muito bem com o desempenho do elenco. A horrenda maquiagem que Goldblum vai usando no decorrer do terceiro para o ato final, é uma forma de representação, não somente da mudança fisica do seu personagem, mas também da sua mente jaz afetada, e mesmo com toneladas de maquiagem (premiada com um Oscar), Goldblum se sobressai de uma forma impressionante. Atenção nas cenas em que o personagem se encara no espelho e começa á ver seu mundo desabar, a partir das mudanças do seu corpo. Por essas cenas e outras, foram tão marcantes, que serviram de inspiração para a transformação (ou não) da personagem de Natalie Portman em Cisne Negro.
Destaque também para Geena Davis, em um dos seus primeiros papeis de destaque, onde ela passa todo o seu conflito interno e a impotência perante ao inexplicável e sem saber o que fazer, quando vê o homem de quem se apaixonou se transformar, isso sem falar na surpresa que lhe aguarda, num ato final cheio de horror e surpresas!


Curiosidade: Várias cenas rodadas não foram usadas na versão final do filme. Entre elas, está um teleporte feito por Seth Brundle (Jeff Goldblum) com um babuíno e um gato juntos, resultando em uma criatura híbrida ao término da operação. A outra seria um final alternativo, onde Veronica (Geena Davis) tem outro sonho com seu bebê, desta vez com belas asas de borboleta.


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