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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Cine Especial: Revisitando 'Um Bonde chamado Desejo'

Sinopse: Blanche vai visitar a irmã grávida em Nova Orleans em busca de um lugar para morar, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal. Sua chegada afeta fortemente a vida da irmã, a do cunhado e a sua também. 

Quando eu penso no cinema norte americano dos anos quarenta e cinquenta eu o chamo de realidade plástica, pois os estúdios não retratavam o mundo real dos EUA como realmente era. Um desses motivos se deve ao famigerado Código Hays, que foi um conjunto de normas morais aplicadas aos filmes lançados nos Estados Unidos entre 1930 e 1968 pelos grandes estúdios cinematográficos. Por conta disso assistíamos coisas absurdas, como no caso de nunca vermos um vazo aberto no banheiro ou de um casal nunca dormir na mesma cama.

Em meio a isso, muitos cineastas tentavam driblar o código, ao ponto de alguns filmes levarem mais de um ano para serem lançados. Os anos sessenta vieram e essa censura acabou ficando cada vez mais enfraquecida, principalmente em tempos em que a realidade nua e cura bateu na porta do norte americano, desde a questão do assassinato do Kennedy, guerra do Vietnã e crise financeira. Os anos setenta vieram, com jovens cineastas dando novo sangue e formando assim o melhor período que ficou denominado como a "Nova Hollywood".

Porém, antes disso, houve alguns títulos que, mesmo diante da sombra do Código Hays, surpreenderam ao serem lançados graças a sua temática mais ousada, adulta e realista.  Elia Kazan foi um desses casos que brigava contra os censores para poder lançar o seu filme da sua maneira, mesmo que houvesse a possiblidade de chocar uma sociedade inteira. Se anteriormente ele havia surpreendido em 1947 com "A Luz é para Todos" era uma questão de tempo para que ele rompesse a realidade plástica que o cinema americano sempre vendia e lançar algo que se aproximasse de sua própria realidade. "Um Bonde Chamado Desejo" (1951) é um filme a frente de sua época, corajoso na sua maneira e tendo melhorando cada vez mais na medida em que o tempo passa.

Na trama conhecemos Blanche DuBois (Vivien Leigh), uma mulher frágil e neurótica, que vai visitar sua irmã grávida (Kim Hunter), em Nova Orleans, em busca de um lugar que possa chamar de seu, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal no Mississipi. Sua chegada afetará fortemente a vida da sua irmã, do seu cunhado e a sua própria vida.

Baseado em uma famosa peça da Broadway, o filme possui uma linguagem quase teatral, já que a trama se limita somente no apartamento em que Blanche vai viver com a sua irmã e cunhado. Porém, essas limitações ficam somente na superfície, já que o filme como um todo não esconde o lado nada glamoroso de Nova Orleans, com o direito de vermos sempre pessoas sujas, desarrumadas, desanimadas com o pouco que tem e muito mais próximas de nossa realidade do que a gente poderia imaginar. Em contra partida, vemos Blanche tentando fugir de um passado opressor cheio de culpa, mas descobrindo que o seu novo refúgio somente lhe dará mais dor, sofrimento e nenhuma glória.

Conhecida mundialmente pela sua atuação em "E O Vento Levou" (1939), Vivien Leigh nos brinda, não somente com a melhor atuação de sua carreira, como também uma das melhores atuações femininas da história. Ao interpretar uma personagem tão complexa, Leigh simplesmente desaparece em cena, dando lugar a uma mulher que se consome através da culpa, mas cujo os motivos com relação a isso somente ficam nas entrelinhas. Quem conhece a peça teatral, sabe que neste ponto a verdade não foi explicada com exatidão na adaptação cinematográfica, mas tudo é com relacionado ao desejo reprimido e da pessoa em si em nunca abraçar realmente quem ela é como um todo.

Já Marlon Brando, mesmo em início de carreira, nos prova porque viria a se tornar um dos maiores interpretes da nossa história. Ao interpretar o cunhado da protagonista chamado Stanley, Brando cria para si a imagem do Macho Alpha, do qual não medirá esforços para ser o rei da casa e sempre obrigando a sua esposa Stella (Kim Hunter) a fazer o que ele mandar. Entre uma explosão e outra, a cena em que Brando grita por Stella na frente do apartamento é um marco do cinema. Vale lembrar que Brando foi um dos primeiros atores a se despir da cintura pra cima em cena e provocando o maior escândalo.

Vale lembrar que o filme na época de seu lançado teve três minutos cortados devido ao Código Hays. Talvez o corte mais sentido foi a cena que deu a entender que Blanche foi estuprada por Stanley e cuja a mesma somente foi liberada anos mais tarde. Revisto hoje, o filme é um verdadeiro tapa na cara contra uma sociedade verdadeiramente hipócrita, que esconde embaixo do tapete todos os seus desejos, fracassos e que tentam a todo momento nos vender a família perfeita que já não existe mais.

Mesmo com todas as polêmicas o filme viria a ganhar quatro prêmios no Oscar: Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl Malden) e Melhor Direção de Arte. Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Roteiro.Aclamado como um dos grandes filmes norte-americanos de todos os tempos, "Um Bonde Chamado Desejo" é um filme a frente da sua época e que quebrou todas as fantasias banais que Hollywood até então vendia. 

NOTA: O filme será exibido amanhã as 16h30 na Cinemateca Capitólio.



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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Marighella’

Sinopse: Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público. 

Nos últimos vinte anos de nossa história o cinema brasileiro lançou filmes cuja as suas mensagens nos diziam que viveríamos tempos turbulentos e dos quais os mesmos se concretizaram. Mesmo com mensagens subliminares podemos pegar como exemplo o filme "A Frente Fria que a Chuva Trás"(2015), da qual retratava um grupo de jovens de diferentes classes se reunindo para uma festa em uma laje no morro carioca. A obra mostra um estado de alienação vindo dessa nova geração, sendo que a protagonista Amsterdã (Bruna Linzmeyer) explode perante o fato de estar desperta perante o lado farsante daquele cenário.

Já "Tropa de Elite" (2007) de José Padilha, ao ser revisto nos dias de hoje, podemos concluir que o fascismo brasileiro já estava encravado a muito tempo em nossa história e a figura do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, seria a representação do discurso de que bandido bom é bandido morto. Veio então "Tropa de Elite 2" (2010) para nos mostrar que a raízes do problema se encontra mais embaixo da terra do que a gente imagina e fazendo da figura do Capitão Nascimento uma das figuras mais complexas e trágicas do nosso cinema. Não é à toa que Wagner Moura demoraria para desvencilhar da imagem desse personagem, mesmo atuando em diversos filmes e séries que comprovaram posteriormente ainda mais a sua versatilidade.

Porém, o ator quis ir mais além, ao sentar na cadeira como diretor e fazer "Marighella" (2021), filme corajoso, que fala de tempos passados, mas cujo os mesmos ecoam nos dias de hoje e fazendo da obra um filme obrigatório para ser visto e analisado nestes tempos turbulentos em que estamos convivendo. Neste filme biográfico, acompanhamos a história de Carlos Marighella (Seu Jorge), em 1969, um homem que não teve tempo pra ter medo. De um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário escolheu a ação. Marighella era político, escritor e guerrilheiro contra à ditadura militar brasileira.

Com os minutos iniciais transitando entre a ficção ao documentário, Wagner Moura surpreende na direção no primeiro ato, onde com certeza observou de perto como José Padilha fazia cenas de ação em plano-sequências. A cena inicial, por exemplo, é surpreendente, onde vemos Marighella e seus companheiros assaltando um trem que carregava armamento para o exército e remetendo aos velhos clássicos do faroeste de assalto. Muitos desses planos-sequências se encontram espalhados ao longo do filme, fazendo com que tenhamos a sensação de estarmos de corpo presente na ação e fazendo com que estes momentos fiquem cheios de pura tensão.

Visualmente o filme é surpreendente na sua reconstituição dos anos pós-golpe, cuja a sua fotografia em tons pasteis sintetizam tempos pouco coloridos e dos quais os mesmos eram disfarçados por uma propaganda de um falso país democrático. Curiosamente, Wagner Moura procura nos passar diálogos a dedo, cujo os mesmos a gente ouve todo o santo dia nestes últimos dez anos e fazendo a gente concluir que o golpe daqueles tempos ainda não acabou, pois os discursos de ambos os lados ainda se enfrentam até hoje. O filme, portanto, vem em uma hora mais do que apropriada, principalmente pelo fato de hoje estarmos sendo governados por um Presidente que defende os golpes de estado de ontem e hoje e não é de se admirar que o filme tenha sido censurado e adiado inúmeras vezes.

Conhecido pelo trágico personagem Mané Galinha em "Cidade de Deus" (2002), Seu Jorge nos passa uma força através do personagem histórico, do qual o mesmo não esconde em seu olhar as dores que carrega de um país cansado e amordaçado. Wagner Moura foi feliz na escolha do seu elenco, em não somente ter acertado na escolha de seu protagonista, como também do seu antagonista. Bruno Gagliasso como Lúcio, líder do DOPS, surpreende ao construir o seu personagem, que nada mais é do que um lacaio a serviço do imperialismo americano, mas que acredita ser patriota e fazendo o que acha certo mesmo lhe custando o seu lado mais humano.

Não é preciso ser gênio que o filme se encaminha para um ato final que é a Via Crúcis do protagonista, mas do qual o mesmo não se rendeu mesmo em seu último minuto. Marighella morreu, mas sua ideia ficou, de um país livre da tirania e mesmo com poucos recursos o próprio acreditava que valia a pena lutar pela causa. Resta saber se boa parte do povo brasileiro de hoje irá capitar a proposta final da obra, ou ficar esperando que as mudanças aconteçam conforme o tempo passa.

"Marighella" não é somente sobre um personagem histórico brasileiro, como também uma representação de força do nosso cinema, do qual sempre retratou as diversas fases de nossa história e da qual jamais deve ser censurada. 


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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (04/11/21)

 Marighella

Sinopse: Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público. 


Eternos

Sinopse: Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.


Alerta Vermelho

Sinopse: Um agente do FBI (Dwayne Johnson) persegue o ladrão de arte mais procurado do mundo. Ele só não esperava ter seu alvo (Ryan Reynolds) como parceiro para prender uma bandida muito esperta (Gal Gadot). Classificação indicativa 12 anos, contém violência, drogas lícitas e linguagem imprópria.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE


 ESTAMOS EXIGINDO O COMPROVANTE DE VACINAÇÃO.

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – A DONA DO BARATO Assista o trailer aqui.

(La Daronne - França-Bélgica, 2020, 105min). Direção de Jean-Paul Salomé, com Isabelle Huppert, Hippolyte Girardot, Farida Ouchani. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Patience Portefeux trabalha como tradutora de francês-árabe para o departamento de narcóticos de Paris. Ela tem vários problemas financeiros em sua vida pessoal, mas a situação se complica ainda mais quando descobre que o filho da dedicada cuidadora de sua mãe será preso por conta de tráfico de maconha. Decidida a proteger o rapaz, a própria Patience despista a polícia e assume a droga - se tornando a dona do barato do título. O filme é uma adaptação do romance da escritora Hannelore Cayre.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 07 (DOMINGO).


17h – O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE Assista o trailer aqui.

(The Man who Sold his Skin - Alemanha-Bélgica-França-Tunisia, 2020, 104min).Direção de Kaouther Ben Hania, com Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane, Koen de Bouw. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sam Ali é um jovem sírio que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Mas seu projeto de vida é viajar para a Bélgica e reencontrar Abeer, a namorada que também fugiu do Líbano. A oportunidade surge quando Sam conhece Jeffrey Godefroy, um cultuado artista contemporâneo que propõe transformar o próprio corpo do jovem em uma obra de arte – o que significa passaporte livre para qualquer lugar do mundo. O filme foi indicado pela Tunísia para concorrer ao Oscar de melhor longa internacional.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.


16h30 – DE VOLTA À ITÁLIA Assista o trailer aqui.

(Made in Italy - Reino Unido/Itália, 2020, 95min). Direção de James D'Arcy, com Liam Neeson, Micheál Richardson, Valeria Bilello, Lindsay Duncan. California Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Robert e Jack são pai e filho, mas nunca conseguiram lidar com a perda da esposa e mãe, morta num acidente de carro. Agora, ambos viajam para a região da Toscana, na Itália, com a intenção de vender uma antiga casa da família. Em meio às reformas que o lugar exige e ao cenário de extrema beleza, pai e filho precisam aprender a expressar os seus sentimentos e buscar uma maneira de recomeçar.


18h30 – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.

SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA


Sessão do seminário “Jean-Claude Entre”

DIA 04 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


#EAGORAOQUE

(Brasil, 2020, 70min). Direção de Rubens Rewald e Jean-Claude Bernardet, com Vladimir Safatle, Palomaris Mathias, Jean-Claude Bernardet.

Sinopse: Um intelectual de esquerda é confrontado diante das limitações de suas ideias. Este é o mote para vários questionamentos políticos que surgem tanto do pai idoso do intelectual quanto da filha, militante de movimentos estudantis.


Sessão da oficina

“Alfabetização Audiovisual com Z Leão”

DIA 06 DE NOVEMBRO ÀS 19h (ENTRADA FRANCA)


CURTAS DA OFICINA DE Z LEÃO

Sinopse: Exibição dos curtas-metragens realizados em oficinas ministradas pelo cineasta em Porto Alegre, Gramado, Bagé, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Arambaré.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 07 DE NOVEMBRO ÀS 15h (INGRESSOS R$ 6,00)


CINZAS E DIAMANTES

(Polônia, 1958, 105min). Direção de Andrzej Wadja.

Sinopse: Considerado um dos melhores filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, mostra a divisão interna da Polônia depois do conflito e que colocou em oposição amigos que lutaram juntos contra a Alemanha. Neste cenário, Maciek, um jovem nacionalista, é incumbido de matar Szczuka, um líder comunista.


Sessão do seminário “Jean-Claude Entre”

DIA 07 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)

FOME

(Brasil, 2015, 90min). Direção de Cristiano Burlan, com Jean-Claude Bernardet.

Sinopse: Pelas ruas da capital paulista, um velho homem abandona o passado e resolve viver como um andarilho, levando apenas um carrinho e alguns trapos.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 09 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


A DAMA DE SHANGAI

(EUA, 1947, 90min). Direção de Orson Welles.

Sinopse: Um romance proibido, um assassinato e uma fortuna em dinheiro são os ingredientes deste drama policial noir dirigido e protagonizado por Orson Welles. Destaque para a atuação de Rita Hayworth como a sedutora e misteriosa Elsa.


Sessão do 2º Festival Cinema Negro em Ação

DIA 10 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


“ESQUENTA” CINEMA NEGRO EM AÇÃO

Programa com curtas-metragens, videoclipes e videoartes vencedores da primeira edição do Festival, realizada em novembro do ano passado.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Regresso a Itália'

Sinopse: Um artista viaja de Londres até Itália para vender a casa que era da sua falecida mulher. A companhia dele? O outro dono da casa, o filho dele.   

Desde que Liam Neeson estrelou o filme de ação policial "Busca Implacável" (2008) me pareceu que ele ficou no piloto automático, já que posteriormente ele viria a estrelar outros filmes com a mesma temática e originalidade zero. É uma pena um ator com grande talento chegar a esse ponto, já que estamos falando de alguém que interpretou personagens memoráveis do cinema como no caso, por exemplo, de Oscar Schindler do clássico "A Lista de Schindler" (1993). "Regresso a Itália" (2021) me parece que é uma forma do ator nos convencer que não perdeu a sua versatilidade, porém, não foi dessa vez que obteve a volta por cima.

Dirigido por James D'Arcy, "De Volta à Itália" conta a história de Robert (Liam Neeson), um artista boêmio, viaja de Londres para a Itália com seu filho Jack (Micheál Richardson) para tentar reformar e vender a casa que herdou de sua falecida esposa. Durante a reforma, acontecimentos fazem com que ambos façam suas próprias retrospectivas do passado.

A premissa soa interessante, já que vemos ambos os personagens tentarem se entenderem enquanto tentam reformar a casa que no passado foi muito importante para eles. O problema que o desenvolvimento dessa trama nos soa como um verdadeiro 'dejà Vu', já que não seria a primeira vez que estamos vendo um filme em que mostra a reconciliação entre pais e filhos, principalmente pelo fato que a desunião surgiu devido a perda de um ente querido. E quando vemos, por exemplo, Jack se envolver com uma italiana local não é preciso ser gênio que ali surge uma segunda chance para o personagem, já que ele está em estágio de divórcio.

James D'Arcy até que se esforça em tentar conseguir fisgar a nossa atenção, já que o filme possui um bom alinhamento entre o drama e a comédia, mas não sendo o suficiente para nos manter presos na linha. Talvez o mais prejudicado neste caso seja o próprio Liam Neeson que mais parece um peixe fora d'água dentro desse projeto. Depois de anos atuando em filmes de ação me parece que o ator está pouco à vontade em um papel que se exige um apelo mais dramático e não nos convencendo em nenhum momento.

O final é aquele de sempre, reconciliação entre o pai e filho, feridas não cicatrizadas sendo expostas e todos os demais personagens conseguindo obter um novo caminho na vida. Não é um filme que se pode jogar facilmente fora, já que ele tem chances de vir a se tornar uma boa sessão da tarde, desde que não tenha nada de melhor para assistir nos demais canais. "Regresso a Itália" é uma boa água com açúcar, mas que talvez só tenha servido para Liam Neeson pagar suas contas atrasadas. 



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 4 a 12 de novembro de 2021

 Um Bonde Chamado Desejo


JOÃO GILBERTO NOLL E O CINEMA

De 4 a 12 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe o ciclo João Gilberto Noll e o cinema, que apresenta adaptações de suas obras, um painel de debate e clássicos de Elia Kazan que inspiraram sua literatura.

A mostra celebra o legado do escritor porto-alegrense, autor de obras-primas da literatura brasileira como O Cego e a Dançarina, A Fúria do Corpo, Rastros do Verão, Harmada, entre tantos outros, e rememora sua fervorosa cinefilia com exibições de Um Bonde Chamado Desejo, Vidas Amargas e Clamor do Sexo, três obras marcantes de um cineasta decisivo em seus anos de formação.

"Eu talvez não construísse meus protagonistas assim como eles são se não tivesse travado conhecimento com algumas figuras desajustadas de Elia Kazan" – disse Noll em entrevista na ocasião do lançamento do longa-metragem Harmada, dirigido por Maurice Capovilla, um dos destaques do ciclo.    

A programação também apresenta Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo Salles, inspirado no conto Alguma Coisa Urgentemente, presente no livro de estreia do escritor, e Hotel Atlântico, adaptação de Suzana Amaral para o romance homônimo lançado em 1989. 

No sábado, 6 de novembro, às 19h, o ciclo apresenta um painel de debate com a participação do cineasta e pesquisador Fabiano de Souza, da realizadora e produtora audiovisual Marta Biavaschi, da livreira e curadora Nanni Rios e do jornalista e escritor Flávio Ilha, autor da biografia Noll aos Pedaços. Antes do debate, será exibido o raro curta-metragem Rastros de Verão, de Fabiano de Souza e Cristiano Zanella, ganhador do prêmio de melhor filme em Super-8 no Festival de Gramado de 1996.


O valor do ingresso é R$ 10,00.

O painel de debate tem entrada franca.

Informações completas sobre os filmes do ciclo: http://www.capitolio.org.br/novidades/4631/joao-gilberto-noll-e-o-cinema/


DIRETOR FRANCÊS AUREL PARTICIPA DE DEBATE

O diretor francês Aurel vem a Porto Alegre no dia 9 de novembro, às 19h, participar de um debate após a exibição do longa-metragem Josep, história de amizade no contexto da ditadura Franquista na Espanha. O filme integrou a seleção oficial do Festival de Cannes em 2020, foi apresentado no tradicional Festival de Annecy e recebeu o prêmio de melhor animação no César, principal premiação do cinema francês. A sessão faz parte do Festival de Cinema de Animação, uma co-realização com a Aliança Francesa de Porto Alegre, com apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français. O valor do ingresso é R$ 10,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4590/festival-de-cinema-de-animacao


PROJETO RAROS APRESENTA SAGA NIILISTA DE BUDDY GIOVINAZZO

Na sexta-feira, 12 de novembro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta a sessão de Combat Shock, cultuado filme de Buddy Giovinazzo que narra o traumático retorno a casa de um combatente da Guerra do Vietnã. Com apoio da lendária produtora Troma, a sessão tem apresentação de Carlos Thomaz Albornoz e Flávio Castro Barbosa. Entrada franca.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4685/projeto-raros-combat-shock/  


GRADE DE HORÁRIOS

4 a 12 de novembro de 2021


4 de novembro (quinta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Vidas Amargas

19h – Um Bonde Chamado Desejo


5 de novembro (sexta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Clamor do Sexo

19h – Vidas Amargas


6 de novembro (sábado)

15h – Sanctorum

17h – Nunca Fomos Tão Felizes

19h – Rastros de Verão + Painel: João Gilberto Noll e o cinema (entrada franca)


7 de novembro (domingo)

15h – Sanctorum

17h – Hotel Atlântico

19h – Harmada


9 de novembro (terça-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Um Bonde Chamado Desejo

19h – Josep + debate com Aurel


10 de novembro (quarta-feira)

15h – Sanctorum

17h – Harmada

19h – Clamor do Sexo


11 de novembro (quinta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Vidas Amargas

19h – Hotel Atlântico


12 de novembro (sexta-feira)

15h – Sanctorum

17h – Nunca Fomos Tão Felizes

19h30 – Projeto Raros: Combat Shock

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘A Dona do Barato’

Sinopse: Patience Portefeux é uma tradutora policial francês-árabe, especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. 

Isabelle Huppert é a Greta Garbo dos tempos atuais. Versátil, atriz francesa carrega para si um ar de seriedade e cuja a sua presença se faz presente fortemente. Portanto, ao vê-la em uma comédia policial como "A Dona do Barato" (2021) pode até mesmo soar estranho em alguns momentos, mas o filme se torna divertido quando vemos esse peixe fora d'água interagir neste novo cenário.

Dirigido por Jean-Paul Salomé, "A Dona do Barato" conta a história de Patience Portefeux (Isabelle Huppert), uma tradutora policial francês-árabe que é especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. Ela decide protegê-lo e é trazida para o meio de uma rede de traficantes. Quando ela coloca as mãos em uma enorme carga de hash, com a ajuda de seu novo parceiro, o ex-cão policial DNA, ela aproveita a oportunidade e se torna Mama Weed, uma poderosa traficante de drogas.

Baseado no romance de Hannelore Cayre, o filme claramente busca inspiração em outros longas dentro do gênero, ou até mesmo de séries de tv, como no caso do aclamado "Breaking Bad" (2008). Porém, tudo é moldado com um tom mais leve, já que a gente se diverte com o perigo em que a protagonista se mete, principalmente pelo fato que o seu parceiro policial, interpretado por  Hippolyte Girardot, está caçando-a. Tecnicamente o filme possui uma edição bastante ágil, fazendo com que a história se torne dinâmica e nunca cansativa. É uma pena, portanto, que o roteiro em si não traga nenhuma originalidade dentro desse gênero, sendo que ele somente se sobressai graças a presença da atriz.

Tendo se tornado conhecida mundialmente graças a "Elle" (2016), de Paul Verhoeven, Isabelle Huppert construiu para si a imagem de uma interprete séria e cuja a sua presença faz com que nos chame atenção mesmo quando ela se encontra em meio à multidão. Ao vê-la em uma comédia como essa nos dá uma sensação em um primeiro momento em que ela parece estar em um projeto errado, mas isso passa a partir do momento em que a sua personagem começa a gostar em praticar os crimes que podem leva-la para cadeia e fazendo do filme uma brincadeira de gato e rato. A reta final a gente até imagina como a trama terminará, mas até lá tudo é compensado novamente pelo desempenho da atriz.

"A Dona do Barato" é uma comédia ligeira, descartável, mas que compensa graças ao desempenho sempre eficaz de Isabelle Huppert. 


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