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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 2 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘A Dona do Barato’

Sinopse: Patience Portefeux é uma tradutora policial francês-árabe, especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. 

Isabelle Huppert é a Greta Garbo dos tempos atuais. Versátil, atriz francesa carrega para si um ar de seriedade e cuja a sua presença se faz presente fortemente. Portanto, ao vê-la em uma comédia policial como "A Dona do Barato" (2021) pode até mesmo soar estranho em alguns momentos, mas o filme se torna divertido quando vemos esse peixe fora d'água interagir neste novo cenário.

Dirigido por Jean-Paul Salomé, "A Dona do Barato" conta a história de Patience Portefeux (Isabelle Huppert), uma tradutora policial francês-árabe que é especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. Ela decide protegê-lo e é trazida para o meio de uma rede de traficantes. Quando ela coloca as mãos em uma enorme carga de hash, com a ajuda de seu novo parceiro, o ex-cão policial DNA, ela aproveita a oportunidade e se torna Mama Weed, uma poderosa traficante de drogas.

Baseado no romance de Hannelore Cayre, o filme claramente busca inspiração em outros longas dentro do gênero, ou até mesmo de séries de tv, como no caso do aclamado "Breaking Bad" (2008). Porém, tudo é moldado com um tom mais leve, já que a gente se diverte com o perigo em que a protagonista se mete, principalmente pelo fato que o seu parceiro policial, interpretado por  Hippolyte Girardot, está caçando-a. Tecnicamente o filme possui uma edição bastante ágil, fazendo com que a história se torne dinâmica e nunca cansativa. É uma pena, portanto, que o roteiro em si não traga nenhuma originalidade dentro desse gênero, sendo que ele somente se sobressai graças a presença da atriz.

Tendo se tornado conhecida mundialmente graças a "Elle" (2016), de Paul Verhoeven, Isabelle Huppert construiu para si a imagem de uma interprete séria e cuja a sua presença faz com que nos chame atenção mesmo quando ela se encontra em meio à multidão. Ao vê-la em uma comédia como essa nos dá uma sensação em um primeiro momento em que ela parece estar em um projeto errado, mas isso passa a partir do momento em que a sua personagem começa a gostar em praticar os crimes que podem leva-la para cadeia e fazendo do filme uma brincadeira de gato e rato. A reta final a gente até imagina como a trama terminará, mas até lá tudo é compensado novamente pelo desempenho da atriz.

"A Dona do Barato" é uma comédia ligeira, descartável, mas que compensa graças ao desempenho sempre eficaz de Isabelle Huppert. 


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