Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse:Carl Bernstein (Dustin Hoffman) e Bob Woodward (Robert
Redford), jornalistas do Washington Post, investigam a invasão da sede do
Partido Democrata, ocorrida durante a campanha presidencial dos EUA, em 1972. O
trabalho acabou sendo um dos principais motivos da renúncia do presidente
Richard Nixon, do Partido Republicano, em 1974. Foi o famoso escândalo de
Watergate.
Belo e ágil drama político, que muitos consideram como um dos
melhores filmes sobre o tão falado escândalo de Watergate, que curiosamente,
foi feito pouco tempo depois, após á polemica, que abalou os EUA. A forma como
o filme é construído, em que recria a investigação dos repórteres passo a
passo, com certeza ao longo do tempo serviu de base, para a criação de outros
filmes sobre investigação, como no caso de Zodíaco de David Fincher. Infelizmente,
o diretor Alan J. Pakula só voltaria a fazer um filme tão
significativo como esse em A escolha de Sofia, mas depois disso, os outros títulos,
pode se considerar dispensáveis.
Outra coisa que ajudou e muito no filme, é a química
quase contagiante, da parceria de Dustin
Hoffman e Robert Redford em cena, onde ambos os personagens que eles interpretam
se completam, ao investigar a fundo o importante caso da trama. Muito embora,
Jason Robards (Era uma vez no Oeste), roube a cena a cada momento que surge e
não é a toa que recebeu um merecido Oscar
de ator coadjuvante.
Nos
dias 16 e 17 de Junho, estarei participando do cursoHISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO,
criado peloCENA UM
e ministrado pelo jornalistaFranthiesco
Ballerini.E enquanto os dois
dias não vêm, por aqui, falarei um pouco desse universo verde amarelo do nosso
cinema.
O CINEMA DE WALTER HUGO KHOURI:
Noite Vazia
Sinopse: Um
rico empresário, Luizinho, e seu amigo Nelson, fazem incursões pela noite
paulistana em busca de sexo e diversão que preencham o vazio de suas vidas.
Numa dessas noitadas, a dupla encontra, numa casa noturna, duas prostitutas de
luxo, Mara e Regina. Luizinho convida o grupo para ir ao seu apartamento. Lá,
os quatro entregam-se aos prazeres do sexo e suas infinitas variações. Mara e
Nelson formam um casal silencioso e triste que se vê obrigado a se confrontar
com o agitado Luizinho. Mara, na realidade, é uma jovem amadurecida, mas
egoísta e amarga, que só pensa em dinheiro. Finalmente,
após uma noite repleta de luxúria e prazer, os dois casais terminam envoltos em
tédio e angústia.
Um dos filmes mais expressivos e impressionantes
da historia do cinema brasileiro, sendo lançado justamente no ano de 1964(quando
estourou o golpe militar). Com uma ótima fotografia de Rudolf Icsey, o filme,
por vezes, lembra os melhores momentos da filmografia de Ingmar Bergman, tanto,
que Water várias vezes foi comparado ao mestre sueco, principalmente por causa
desse filme. Na época, causou polemica por sua sinceridade e sem preconceito,
em que aborta a sexualidade, através principalmente pela dupla de amigos, que
por vezes, se mostra ambígua, através das expressões e gestos de ambos, no qual
o diretor filmou muito bem.
Abriu o caminho para a temática sempre perseguida
pelo diretor, que é da busca de perspectivas unida a solidão, ás crises
existenciais e morais. Atenção para Norma bengell, no auge da sua beleza e para
Odete Lara, que passa um magnetismo de domínio de cena.
Curiosidade: Concorreu
à Palma de Ouro de Festival de Cannes em 1965.
As Amorosas
Sinopse: Jovem
estudante universitário vive em permanente estado de perplexidade e indecisão
emocional, o que se reflete em todas as suas atitudes e tomadas de posição
frente a vida. De fomação burguesa, vive quase na pobreza, morando em casa de
amigos e arranjando dinheiro com pequenos serviços e com empréstimos
conseguidos de sua irmã.
Novamente, o cineasta Walter Hugo Khouri,
em "As Amorosas", busca uma forma de mostrar os conflitos interiores,
que acabam gerando as angústias e os
dilemas vividos pela juventude dos anos 60, em um período em que a ditadura militar assolava o nosso país e ninguém
mais sabia (muito menos o jovem), qual era o seu destino, num lugar onde a
perspectiva pelo futuro estava indefinida. Além do belo trabalho de Khouri, o filme conta
com a magnífica interpretação de Paulo José, no papel do conturbado Marcelo,
sendo que o interprete, consegue passar todo o peso e a confusão que o
personagem passa em seu interior .
Merece ainda destaque a presença do Grupo 'Os Mutantes' de Rita Lee, na época
com apenas 20 anos de idade.
O filme não é para qualquer um, pois a proposta
que o filme passa, é exatamente passar o
estado de espírito que os jovens daquele tempo tinham, que era não possuir
perspectiva sobre o que vinha mais pra frente em seu futuro. Embora seja uma mensagem para os jovens
daquele período, é algo que de uma forma ou de outra, não envelheceu com o
passar do tempo e principalmente graças a força dos seus minutos finais.
Amor estranho amor
Sinopse: Hugo, um homem de meia
idade, guarda na memória a infância realmente singular. Ainda um garoto, sai do
Sul do país com a avó e desembarca em São Paulo, onde é deixado na frente de um
palacete, na verdade um bordel de luxo. Ali mora e trabalha Ana, sua mãe, uma
prostituta e amante do governador de São Paulo. O garoto irá conviver daí em
diante nesse ambiente com outras garotas de programa como Tamara - uma ninfeta
atrevida. Depois de ter leiloada a sua falsa virgindade entre os freqüentadores
mais ricos, ela seduz Hugo - então garoto com doze anos - e o molesta.
Uma
das maiores injustiças que ainda permanece na historia do nosso cinema, é de
ainda não podermos ver em qualidades legais, uma das obras primas do diretor Walter
Hugo Khouri, unicamente porque Xuxa Meneghel não quer que sua imagem seja rotulada
por este filme. Isso tudo se deve, porque existem cenas onde sua personagem tem relações
sexuais com um jovem de 12 anos na historia. Felizmente, o filme foi lançado em
DVD em 2005 nos EUA, e com isso, já foi o suficiente para o publico assistir o
filme, tanto comprando o disco lá fora, como conseguindo pela rede, que
infelizmente não está em suas melhores qualidades. Todavia, é a única forma do
filme ser redescoberto e apagar um pouco a má fama que o filme adquiriu ao
longo dos anos. Digo isso, porque o
filme por muito tempo, vem sendo rotulado de uma forma equivocada por boa parte
do publico, acreditando que seja uma obra pornográfica, o que é muito longe
disso. Mesmo possuindo algumas cenas de sexo, a trama é mais sobre a jornada do
auto-descobrimento, tanto existenciais quanto morais e sobre a perda da inocência, que aqui no caso,
é pela perspectiva do garoto da trama (Marcos Ribeiro).
Polemicas
á parte, o filme tem como protagonistas, Vera Fischer (no auge da beleza) e Tarsísio
Meira, ambos numa época em que bombavam no cinema nacional e arrancavam elogios tanto do publico como da critica. Fischer ganharia inclusive o prêmio de melhor
atriz no festival de cinema de Brasília e no prêmio Air France de Cinema em
1982.
Nos dias 16 e 17 de Junho, estarei participando do curso HISTORIA DO
CINEMA BRASILEIRO, criado pelo CENA UM e
ministrado pelo jornalista Franthiesco Ballerini. E enquanto os dois dias não
vêm, por aqui, falarei um pouco desse universo verde amarelo do nosso cinema.
Matou a família e foi
ao cinema
Sinopse: Rapaz da
classe média mata a navalhadas o pai e a mãe e vai assistir ao filme
"Perdidas de Amor", no qual um homem mata uma mulher por amor. Ao
mesmo tempo, duas jovens se amam e uma delas mata a mãe que as critica; o
marido mata a mulher que reclama das dificuldades financeiras.
Matou a família e foi ao cinema (1969), de Júlio Bressane, definitivamente
é uma das obras mais importantes da historia
do nosso cinema brasileiro. Com um talento incomum, o diretor consegue fazer
o filme oscilar, o tempo todo e de uma forma bem perigosa, entre o drama, o clichê e o sublime, a vida cotidiana
e um olhar pessoal na intimidade dos personagens que, no entanto, jamais são desvendados por
completo.
Os planos, melancólicos, aliado a uma impressionante fotografia
em preto-e-branco, lembram muito mais o cinema mudo, do que o tão
conhecido nouvelles vagues francês daquele período. A montagem mistura
as tramas ao longo do filme, fazendo o
espectador assistir por um momento uma trama, para então ser jogado em outra
sem mais nem menos, exigindo maior atenção para aquele que assiste.
Um filme corajoso em pleno regime da ditadura militar do
Brasil, pois retrata um pouco a desorganização da moral cotidiana, de
destruição da família e a falta de afeto, mantêm seu impacto e sua emoção. Não
tanto pelo registro histórico ou pela clarividência sociológica, mas pelo
visionarismo cinematográfico do diretor, que foi capaz de transformar um
argumento de base naturalista e melodramática numa das mais belas tragédias
brasileiras.
Dona flor e seus dois
maridos
Sinopse: Durante o
carnaval de 1943 na Bahia, Vadinho (José Wilker), um mulherengo e jogador
inveterado, morre repentinamente e sua mulher, Dona Flor (Sônia Braga), fica
inconsolável, pois apesar dele ter vários defeitos era um excelente amante. Mas
após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira (Mauro Mendonça), um
farmacêutico que é exatamente o oposto do primeiro marido. Ela passa a ter uma
vida estável e tranqüila, mas tediosa e, de tanto "chamar" pelo
primeiro marido, ele um dia aparece nu na sua cama. Então ela pede ajuda a uma
amiga, dizendo que quase foi seduzida pelo finado esposo. Um pai de santo se
prontifica a afastar o espírito de Vadinho, mas existe um problema: no fundo
Flor quer que ele fique, pois há um forte desejo que precisa ser saciado.
Um dos mais
importantes filmes da historia do cinema brasileiro. Um espetáculo ágil e sensual, á altura do
romance de Jorge Amado, no qual o filme foi baseado. O maior sucesso do
cineasta Bruno Barreto e o primeiro grande êxito da carreira de Sonia Braga,
que apartir desse, viria a receber inúmeras propostas de trabalho (inclusive de
fora). O filme, por vários anos, permaneceu como o filme brasileiro com o maior
numero de espectadores, feito que somente foi batido recentemente por Tropa de
Elite 2. Ganhou dois Kikitos em gramado, de melhor diretor e melhor trilha sonora,
além de ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
A Dama do Lotação
Sinopse: Carlos (Nuno Leal Maia) e Solange (Sônia Braga) se amam desde jovens e, após
um casto namoro, se casaram. Na noite de núpcias, Solange se recusa a fazer
amor com ele. Primeiro ele implora, então em um acesso de raiva a estupra.
Solange afirma que o adora, mas nos meses que se seguiram ao casamento ela não
pode ser tocada por Carlos. Para provar a si mesma que não é frígida, começa
uma rotina diária de seduzir homens em coletivos, homens que ela nunca viu nem
verá novamente e nem mesmo sabe seus nomes. Além disto, ela tem relações com o
melhor amigo de Carlos e até mesmo com seu sogro (Jorge Dória). Carlos entende
que ela é infiel e, armado, confronta Solange. Enquanto isso, ela busca ajuda
psiquiátrica, pois não sente nenhum remorso.
Baseado no livro do famoso dramaturgo Nelson Rodrigues,
"A Dama do Lotação" é um bom filme e um dos maiores sucessos da carreira
de Sônia Braga, onde aqui, mostrava todo o seu talento e sensualidade ao
extremo. Realizado por Neville de Almeida, que também assina o roteiro, por
contar uma história de uma mulher que, estuprada pelo marido na noite de
núpcias, desenvolve uma patologia que a leva a procurar sexo fora do casamento,
com pessoas desconhecidas, o filme entra num universo, onde a protagonista não
possui limites, até então procurar uma solução para saciar as suas duvidas.
O roteiro de
Almeida é regular, mas em contrapartida, a música de Caetano Veloso é
fantástica. Entretanto, quem toma conta do filme é com certeza Sônia Braga, no auge de sua beleza e
sensualidade, em seus 28 anos de idade. Contudo, Sonia ficou marcada
para sempre em papeis que sempre exigiam seu lado sensual, embora sempre tenha
demonstrado enorme talento.
Chegamos a um final de semana gelado no RS. Convenhamos nada melhor do
que ficar em casa e assistir um filme na TV com uma panela cheia de pipoca para
comer, porém, não custa se agasalhar bastante para ir ao cinema e curtir as
principais novidades. Prometheus chega aos cinemas, em sessões de pré-estreia,
prometendo fazer barulho e dividir opiniões tanto do publico como da critica,
Roman Polanski une um elenco estelar paraDeus da Carnificina e para
garotada (e grandinhos também) Madagascar 3: Procurados, vem para provar,
porque as animações são as melhores em termos de 3D. Confiram as estreias.
Pre-estréia: Prometheus
Sinopse: O filme une uma equipe de cientistas e exploradores em uma
jornada que testará os limites físicos e mentais coloncando-los em um mundo
distante onde eles descobrirão as respostas para nossos dilemas mais profundos
e para o grande mistério da vida.
Deus da Carnificina
Sinopse: Em Nova
York, o casal Nancy e Alan Cowan (Kate Winslet e Christoph Waltz) vai até a
casa de Penelope (Jodie Foster) e Michael (John C. Reilly). O motivo do
encontro: o filho do primeiro casal agrediu o filho do segundo. Eles tentam
resolver o assunto dentro das normas da educação e civilidade, mas, aos poucos,
cada um perde o controle diante da situação.
O quarteto é composto de
personalidades muito diferentes: Kate Winslet interpreta Nancy Cowan, mulher
acostumada à elegância e à cordialidade, tendo sempre que se desculpar pelo
comportamento inadequado de seu cínico marido, Alan Cowan, interpretado por
Christopher Waltz. O outro casal é composto por Michael Longstreet (John C.
Reilly), um homem acostumado à imagem de bondoso, mas que esconde um temperamento
mais forte do que se esperava, e Penélope Longstreet (Jodie Foster), uma mulher
guiada por rígidos princípios morais. Então a luta psicológica começa...
Madagascar
3 - Os Procurados
Sinopse: Em MADAGASCAR 3
Alex Marty Melman Gloria Rei Julien Maurice os pingins e os chimpanzés
encontram-se na Europa como integrantes de um circo itinerante numa tentativa
de retornar a Nova York.
Para Sempre
Sinopse: O filme acompanha Kim e Krickitt Carpenter um casal que sofreu
um grave acidente de carro logo após o casamento e Kim ficou em coma por algum
tempo. Quanto desperta ela não se lembrar de nada ocorrido em sua vida nos
últimos meses. Os dois terão de reconstruir todo o amor após o acidente.
Sinopse: O caçador Eric foi contratado pela
Rainha Má para encontrar a Branca de Neve que escapou de seu castelo. Contudo
quando ele descobre que o objetivo de sua patroa não é só recapturar mas também
assassinar a jovem ele passa a ajudá-la em sua fuga dando início a uma perigosa
aventura.
Existem filmes, que antes
mesmo de estrear, ganham uma opinião errada vinda do publico, que por vezes,
acabam por condenar as obras antes mesmo de assistir. Infelizmente Branca de Neve e
o Caçador não escapara de um julgamento redondamente errado, pois todos estão
acreditando, que essa nova adaptação do conto dos irmãos Grimm, seja uma versão
“Crepúsculo Branca de Neve”, unicamente por ser estrelada pela atriz daquela
saga, Kristen Stewart. Diferente do que o publico acredita, o filme lembra muito
mais a proposta apresentada por Guilherme Del Toroem o Labirinto do Fauno,
do que os vampiros que brilham no sol, sendo que nada lembra aquela saga, nem
mesmo o possível triangulo amoroso que surge lá pela metade da trama e que
acaba se tornando dispensável.
Produzido pelos mesmos
produtores de Alice No País das Maravilhas, o filme carrega um visual e
narrativa de tamanha ousadia, que é de se espantar que seja dirigido por um
diretor estreante, que é Rupert Sanders, mais conhecido como criador de vídeo games
como Halo 3. As passagens conhecidas pelo publico estão todas lá, mas tudo moldado
de uma forma, que difere e muito das outras adaptações que o conto teve ao
longo das décadas (como a versão clássica da Disney), lembrando muito mais o
universo do Senhor dos Anéis, onde seres fantásticos criam vida, mas de uma
forma suja e realista, como se realmente aquele universo mágico (porém sombrio)
pudesse existir. Os personagens, tão conhecidos pelo publico, estão todos presentes,
mas de uma forma tão diferente, como se agente não os reconhecesse em um
primeiro momento. Contudo, carregam os aspectos que todos nos conhecemos, porém,
apresentados por uma abordagem muito mais adulta e realista.
A rainha má, por exemplo,
tem todos os motivos por ser o que é (e explicados rapidamente num flashback) e
todas as suas motivações se tornam criveis, graças à interpretação assombrosa
de Charlize Theron. A vencedora do Oscar de melhor atriz por Moster: Desejo
Assassino, interpreta uma rainha má diferente de tudo que agente já viu,
apresentando uns trejeitos de uma verdadeira psicopata, que não mede esforços
para manter sua beleza (através da vida das pessoas) e para conseguir seus
objetivos, que aqui, não é somente matar Branca de Neve por ser a mais bela,
mas também, para adquirir o seu coração e ganhar juventude eterna. De longe,
Charlize Theron é a melhor interprete de todo longa e desejo que a academia se
lembre desse seu desempenho no ano que vem. Contudo (por incrível que pareça), Kristen
Stewart até que esta bem como Branca de Neve, fazendo até mesmo agente se esquecer
que ela esta na famigerada saga dos vampiros que brilham no sol, mas logicamente,
sua interpretação se empalidece perante Theron, mas acho que nem mesmo ela
imaginava que a oscarizada se empenharia tanto para ser a vilã.
Talvez, o que mais
diferencia dessa adaptação das outras, é de dar maior destaque ao caçador, que
segundo o conto, foi encarregado de matar Branca de Neve. Aqui, Chris Hemsworth
esta bem à vontade em um papel de caçador e guerreiro, que acaba por ajudar
Branca de Neve em sua jornada, mas do jeito que a carruagem anda, pode esperar
por mais personagens semelhantes que o ator australiano se encarregara de interpretar,
pois além desse, ele é mundialmente conhecido como Thor. O mesmo não pode ser
dito do insosso príncipe, que aqui é interpretado de uma forma insossa por Ian
McShane. Mas se há um príncipe dispensável, pelo menos há oito anões (e não
sete) talentosos, onde cada um tem suas características e personalidades muito
bem construídas. Isso graças ao fato, de todos serem excelentes atores ingleses,
que embora estejam pequenos e carregados de maquiagem, suas interpretações se
sobressaem facilmente. O bando é formado por Ian McShane(Piratas
do Caribe – Navegando em Águas Misteriosas), Johnny Harris (O Retrato de Dorian
Gray), Bob Hoskins (Brazil: O Filme), Toby Jones (O Nevoeiro), Eddie Marsan (Sherlock
Homes 2), Brian Gleeson (Despertar dos Mortos), Ray Winstone (Os Infiltrados) e
o divertido Nick Frost (Todo Mundo Quase
Morto). Com um bando de anões desse porte, podemos facilmente perdoar, há
presença de um príncipe sem sal.
Com todos esses bons ingredientes em um único caldeirão,
até que podemos perdoar o fato, de os criadores pecarem no ato final, ao agilizar demais
a trama e solucionar tudo de uma forma tão rápida, que nos faz sentir aquela
famigerada sensação de que alguma coisa faltou, o que é uma pena. Pois com uma
historia bem construída, fotografia, edição de arte, figurinos impecáveis e um
elenco de primeira, o tão conhecido, “viverão felizes pra sempre” poderia ter sido muito melhor planejado.
Nos dias 16 e 17 de Junho, estarei participando do curso HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO, criado pelo CENA UM e ministrado pelo jornalista Franthiesco Ballerini. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, falarei um pouco desse universo verde amarelo do nosso cinema.
O PAGADOR DE PROMESSAS
Sinopse: Zé do Burro
(Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena
propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé
atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma
promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho,
Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar
uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de
madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua
mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a
resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em
sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de
macumba.
Critica aos políticos
(pré-ditadura militar), a igreja católica, a policia e á imprensa. A peça de
Dias Gomes recebe um tratamento dramático que mantém viva a força dos
personagens e a discussão sobre á influencia da religião na sociedade. Interpretações
inesquecíveis e sinceras do casal central. Tanto Leonardo Villar como Gloria
Menezes estão ótimos em seus respectivos papeis, assim como Dionísio Azevedo,
que passa a todo o momento, uma representação hostil e atrasada da igreja católica.
Anos mais tarde, a
peça ganharia uma mini-serie para a TV, transmitida pela Rede Globo, mas nada que
se compare ao resultado final desse filme e de como ele mexeu com os
sentimentos das pessoas na época. Palma de Ouro no Festival de Cannes e
finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
Curiosidade: Após o
recebimento do prêmio em Cannes, o diretor e a equipe do filme que viajou até o
Festival foi recebida com um desfile público em carro aberto, ao desembarcar no
Brasil.
Sinopse: Em 1945, Don Corleone (Marlon Brando) é o chefe
de uma mafiosa família italiana de Nova York. Ele costuma apadrinhar várias
pessoas, realizando importantes favores para elas, em troca de favores futuros.
Com a chegada das drogas, as famílias começam uma disputa pelo promissor
mercado. Quando Corleone se recusa a facilitar a entrada dos narcóticos na
cidade, não oferecendo ajuda política e policial, sua família começa a sofrer
atentados para que mudem de posição. É nessa complicada época que Michael (Al Pacino),
um herói de guerra nunca envolvido nos negócios da família, vê a necessidade de
proteger o seu pai e tudo o que ele construiu ao longo dos anos.
Baseado no romance deMario Puzo,
adaptado por ele e pelo diretorCoppola,
é um espetáculo grandioso e belíssimo, que empresta um tom épico e inédito nos
filmes de gângster. Pontuado por diversas cenas clássicas, tem um elenco
impecável, uma fotografia primorosa (cortesia deGordon WillisdeManhattan)
e trilha sonora inesquecível deNino
Rota, conduzida pelo maestroMarmine
Coppola, pai deFrancis.O próprio cineasta dirigiu duas
seqüências que deram continuidade a saga (74 e 90) e uma montagem dos dois
primeiros filmes para ser apresentado para a TV. Vencedor de 3 Oscar.
Curiosidade:Francis Ford Coppola e Mario Puzo, autores do
roteiro do filme, evitaram a todo custo utilizar a palavra "máfia"
nos diálogos dos personagens.
O PODEROSO
CHEFÃO: Parte II
Sinopse:Início
do século XX. Após a máfia local matar sua família, o jovem Vito (Robert De
Niro) foge da sua cidade na Sicília e vai para a América. Já adulto em Little
Italy, Vito luta para ganhar a vida (legal ou ilegalmente) para manter sua
esposa e filhos. Ele mata Black Hand Fanucci (Gastone Moschin), que exigia dos
comerciantes uma parte dos seus ganhos. Com a morte de Fanucci o poderio de
Vito cresce muito, mas sua família (passado e presente) é o que mais importa
para ele. Um legado de família que vai até os enormes negócios que nos anos 50'
são controlados pelo caçula, Michael Corleone (Al Pacino). Agora baseado em
Lago Tahoe, Michael planeja fazer por qualquer meio necessário incursões em Las
Vegas e Havana instalando negócios ligados ao lazer, mas descobre que aliados
como Hyman Roth (Lee Strasberg) estão tentando matá-lo. Crescentemente paranóico,
Michael também descobre que sua ambição acabou com seu casamento com Kay (Diane
Keaton) e até mesmo seu irmão Fredo (John Cazale) o traiu. Escapando de uma
acusação federal, Michael concentra sua atenção para lidar com os seus inimigos.
Flashbacks interrompem
a narrativa, para mostrar o surgimento do impérioCorleone.Ninguem emHollywoodacreditava, masCoppolaconseguiu fazer uma continuação
ainda melhor que o filme original. O diretor eMario Puzocriaram uma emocionante complemento do
primeiro filme, revelando detalhes que explicam o comportamento dos
personagens. Esse amargo e irresistível vaivém no tempo, que cobre três décadas
e três gerações da famíliaCorleone,
forma também um grande e romântico painel sobre o EUA do século XX. Oscar de
melhor filme, direção, roteiro adaptado, ator coadjuvante (Robert De
Niro, perfeito como o jovemVito
Corleone), trilha sonora e direção de arte.
Curiosidade:Para se preparar para o papel, Robert De Niro
viveu durante certo período na Sicília. Ele faz parte do grupo de atores que
ganhou um Oscar falando a maior parte de seus diálogos numa língua diferente da
inglesa (os demais foram Sophia Loren, Roberto Benigni e Marion Cotillard).