Sinopse: O detetive Carl foi transferido para outro departamento para organizar casos encerrados.
Scott Frank surpreendeu ao fazer de uma série que explora o universo do jogo de xadrez em algo dinâmico em "O Gambito da Rainha" (2020). Antes disso, porém, chamou atenção ao fazer um faroeste feminista e corajoso em "Godless" (2017). Contudo, "Dept.Q" (2025) é a sua melhor obra, principalmente ao saber trabalhar com uma trama complexa e ao mesmo tempo construir personagens dos quais a gente se identifica.
Na trama, um detetive brilhante, porém, bastante rabugento e sarcástico, fica responsável por comandar uma unidade de solução de casos arquivados. Por conta de sua arrogância e teimosia lhe traz a antipatia de seus superiores e colegas na Polícia de Edimburgo. Porém, será preciso ele se conter e trabalhar em um caso de desaparecimento arquivado e que é preciso novamente reabri-lo.
Sendo uma série escocesa, mas baseada em um livro norueguês, a produção por si só já é caprichada visualmente ao explorar o visual e os costumes do Reino Unido, mas não se distanciando muito de nossa própria realidade do lado de cá do globo. O que faz da série se tornar universal é os seus ricos personagens, principalmente com relação ao protagonista, interpretado com intensidade pelo ator Matthew Goode e que se torna o coração do programa de cabo a rabo. Sem papas na língua, o personagem é alguém que a gente facilmente se identifica, principalmente pelo fato dele ser uma pessoa sincera com relação ao mundo em que vive e não se limitando perante as regras de boa conduta impostas por um sistema falido que é o criminal.
A série, por vezes, é bastante complexa, exigindo maior atenção para aqueles que assistem, pois há uma teia de eventos envolvendo a investigação em que o protagonista e seus parceiros estão investigando. O resultado é o fato de todos serem suspeitos, não poupando nem aqueles do alto patente, pois no final das contas ambição é o que tornam essas pessoas mais bandidas do que aqueles que simplesmente roubam uma bolsa de uma simples senhora. Por conta disso o protagonista não se intimida perante a nenhuma autoridade, pois a própria somente se esconde através de uma cortina burocrática, porém, já muito debilitada por ser há muito tempo bastante falha.
Com apenas nove episódios, a série é aquele tipo de programa que você começa a maratonar direto, pois cada episódio termina de uma forma que faz a gente querer ver o outro logo em seguida. O ruim disso é quando tudo acaba e fazendo a gente desejar que haja uma segunda temporada logo em seguida. Devido ao sucesso de público e de crítica não me surpreenderia se voltássemos a vermos novamente esse detetive de boca suja, mas que todos acabam caindo na tentação de gostar dele.
"Dept.Q" é uma grata surpresa para aqueles que procuravam uma boa série investigativa, mas que nos prende de tal forma que os nove episódios acabam sendo algo muito pouco e fazendo a gente desejar o quanto antes por novos episódios.
Onde Assistir: Netflix.
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