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segunda-feira, 21 de julho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Superman'

Sinopse: Superman embarca em uma jornada para reconciliar sua herança kryptoniana com sua criação humana. 

Com o fracasso do universo compartilhado DC/Warner, além do enfraquecimento do gênero de super-heróis no cinema, parecia que nós não viriamos tão cedo um novo Superman nas telonas. Contudo, foi então que James Gunn surgiu em cena, pois além de ser diretor ele se tornou produtor executivo, roteirista e consultor criativo desse novo universo do estúdio e que recomeçou do zero a partir de "O Esquadrão Suicida" (2021) e das séries "Comando das Criaturas" (2024) e "Pacificador" (2022). Eis que então chega "Superman" (2025), um filme dinâmico, crítico nos momentos certos e extremamente pop nos seus melhores momentos.

Na trama, acompanhamos a jornada de Superman em tentar conciliar suas duas personas: sua herança extraterrestre como kryptoniano e sua vida humana, criado como Clark Kent (David Corenswet). Com já três anos de atividade, o super ser é conhecido como imbativel, justo e disposto a salvar o maior número de vidas possível. Porém, Lex Luthor (Nicholas Hoult) vê o herói como uma séria ameaça contra a humanidade e fará de tudo para destruí-lo.

Inicialmente é preciso deixar muito claro que não foi desta vez que o estúdio criou um longa que superasse a obra prima que é a versão lançada em 1978 por Richard Donner. Porém, o filme tem a proeza de não perder tempo em recontar novamente a origem sobre o protagonista, nos dando uma rápida explicação sobre quem ele é e nos colocando de imediato na ação. É como se estivéssemos comprando um gibi do mês sobre o personagem, mas cuja história já está acontecendo a todo o vapor.

Isso é proposital, já que está mais do que evidente que James Gunn tem total contato com essa forma de contar histórias e usando todos os artifícios cinematográficos para que essa linguagem fosse vista no cinema. O filme por si só é colorido, como se estivéssemos lendo uma HQ de tempos mais dourados e que tudo ressoava com mais esperança em meio aos tempos nebulosos. Aqui não há uma visão pessimista sobre o personagem que havia sido criado por Zack Snyder no passado, mas sim sempre nos transmitindo algo positivo, mesmo em meio aos vários obstáculos.

Curiosamente, é surpreendente como Gunn consegue até mesmo dirigir cenas com efeitos especiais que nos transmita certo peso, sendo que no momento em que o protagonista enfrenta um grande Kaiju nós temos a sensação de uma grande ameaça e não um mero efeito visual sem alma alguma. Claro que há aqueles momentos em que ação, por vezes, vertiginosa, atrapalhe um pouco o desenvolvimento da trama, mas nada que atrapalhe o resultado. A meu ver, o estúdio sentiu as críticas no decorrer dos anos e James Gunn soube como contornar isso.

Acima de tudo, é um filme que fala sobre o mundo atual, se nós realmente merecemos um Superman altruísta e sobre até que ponto ele mantém essa virtude intacta. Por conta disso, é um verdadeiro contraste quando comparamos ele com os anti-heróis que surgem em cena, como no caso do Lanterna Verde Gy Gardner (Nathan Fillion), Mulher Gavião (Isabela Merced) e Senhor Incrível (Edi Gathegi). O trio, por sua vez, é uma síntese sobre o que uma sociedade gostaria de ver na figura de um super ser, mas que não são necessariamente corretos em suas ações.

Nesta realidade de incerteza com relação aos superpoderosos é então que Lex Luthor obtém voz e atenção, principalmente em um mundo conectado através das redes sociais, onde todos acham que tem o direito de dar opiniões e fazendo disso um grande artifício para o vilão. Nicholas Hoult se sai muito bem ao construir um Luthor que usa o seu poder para manipular a opinião pública, sendo uma atuação mais do que criativa sobre os políticos atuais da extrema direita de hoje em dia. Curiosamente, o filme não esconde até mesmo o fato do papel dos EUA ser um tanto questionável com relação aos conflitos mundiais e dos quais servem somente para enriquecer o país ao invés de ajudar.

Diante desse cenário, vemos um Superman não tomando partido, mas sim com o intuito de somente salvar vidas ao máximo possível. Ao interpretar um Superman à sua maneira, David Corenswet consegue nos transmitir até mesmo humanidade com relação ao personagem, não escondendo as suas falhas, mas jamais abraçando a possibilidade de abandonar no que acredita ao ser um salvador para as pessoas. Vale salientar que o intérprete tem ainda uma ótima química em cena com Rachel Brosnahan, a mais nova Lois Lane do momento e da qual se sai muito bem nos momentos românticos com o herói.

Embora seja uma trama que nos soa familiar, é interessante observar também que o filme se distancia bastante das últimas encarnações do personagem. Embora seja nostálgica, ao fazer ligeiras referências ao clássico de 1978, o filme possui personalidade própria, mesmo fazendo parte de um grande projeto que é recomeçar o universo DC no cinema do zero. Resta saber se James Guun irá manter a qualidade do seu trabalho nos próximos anos, mas até aqui o saldo é mais do que positivo.

"Superman" é um recomeço cheio de luz para o herói no cinema em meio aos tempos atuais cheio de incertezas. 


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