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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 8 de julho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Esquema Fenício'

Sinopse: O magnata Zsa-zsa Korda sofre mais um acidente aéreo, mas logo se recupera. Ao voltar para casa, ele decide nomear sua filha, uma freira, como única herdeira de sua fortuna.  

Wes Anderson tem sido duramente criticado até mesmo pela crítica especializada ao ser acusado de exagerar em sua visão autoral na realização dos seus últimos filmes. Tanto "A Crônica Francesa" (2021) como "Asteroid City" (2023), no meu entendimento, são uma espécie de experimento que o cineasta faz ao usar a linguagem do cinema e alinhá-la com o universo do teatro. Se muitos ainda estão irritados com o seu modo de filmar é bom passar longe então de "O Esquema Fenício" (2025) onde ele até volta a fazer um cinema de um jeito mais tradicional, mas não largando de mão a sua visão autoral.

Na trama, conhecemos o magnata Zsa-zsa Korda (Benicio del Toro), que já sobreviveu a seis acidentes de avião e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl (Mia Threapleton). Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida saia do papel, o "Korda Land and Sea Phoenician Infrasctructure Scheme". Agora, eles precisarão viajar pelo mundo acompanhados pelo ingênuo tutor Bjorn (Michael Cera) para negociar com empresários, empreiteiros e criminosos.

Como não poderia deixar de ser, o filme é recheado de astros do cinema atual norte americano, que estão sempre dispostos a fugir do convencional e embarcar no universo autoral do diretor. Portanto, será comum no decorrer dos anos vermos em seus filmes novamente nomes como Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch, Michael Sera, Tom Hanks e tantos outros, sendo que alguns fogem das produções milionárias como as da Marvel, já que ela atualmente se encontra cada vez mais presa em sua fórmula de sucesso já muito desgastada nestes últimos anos. Já no universo de Wes Anderson me dá a impressão de que eles estão mais à vontade em fazer personagens genuinamente estranhos, mas que desafiam os seus talentos como um todo.

Para o fã radical, porém, poderão se decepcionar um pouco com esse filme se caso esperam uma expansão ainda maior com relação ao modo de filmar que o realizador estava colocando em prática nos últimos anos, ao fazer uma transição entre o cinema e o teatro e usando as velhas técnicas de como se fazia longas metragens como antigamente. Porém, a meu ver, o realizador optou em retroceder um pouco e revisitar à sua maneira de filmar dos tempos de "O Grande Hotel Budapeste" (2013), ou seja, é o mesmo e bom velho Wes Anderson de sempre, mas não se arriscando em dessa vez em dar um outro passo à frente. Dá minha parte está tudo bem para mim, desde que os velhos e bons ingredientes que sempre usou ainda estejam todos por lá.

E lá estão eles, desde um enquadramento que mais se parece um quadro, como uma fotografia de cores quentes que mais parecem extraídas de uma HQ retro. Além disso, é interessante observar que o realizador tem até um modo curioso de fazer as cenas de ação e até mesmo de luta, sendo tudo muito cartunesco, quase como se fosse um desenho animado, mas que a meu ver é uma forma de satirizar até mesmo a situação em que os personagens se encontram envolvidos. Sendo assim, o realizador não poupa humor ácido nem com relação à igreja ou ao próprio céu, com direito a julgamentos divinos, porém, burocráticos para se dizer o mínimo.

Quem se diverte nesta situação toda é o próprio Guilherme Del Toro, que dentre todos os atores em cena é o que mais se sente a vontade em toda essa brincadeira, principalmente ao já ter pegado o embalo da autoria do cineasta. Curiosamente, muitos personagens que surgem em cena são interpretados por intérpretes queridinhos do realizador, mesmo quando alguns fazem simples pontas, mas que irão dar o que falar. Bill Murray, por exemplo, faz questão de surgir como o próprio Deus em pessoa e mantendo a sua parceria com o diretor desde que se iniciou bem lá atrás no filme "Três É Demais" (1998).

Tendo ganhado recentemente um Oscar de melhor curta por "A Incrível História de Henry Sugar" (2023), Wes Anderson não está preocupado se os seus longas geram lucro ou não e tão pouco se importando o que os críticos irão dizer em seus textos. Acima de tudo, é um dos poucos realizadores norte-americanos de hoje que se atrevem em ir de contramão de uma Hollywood cada vez mais presa em suas franquias, fórmulas desgastadas e pela falta de algo mais original que tanto faz falta. No meu entendimento, Wes Anderson tem mais é que fazer o que bem entender e eu só tenho que agradecer.

"O Esquema Fenício" é o menos corajoso da filmografia recente de Wes Anderson, o que não significa que seja o menor de Wes Anderson. 

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