Sinopse: A dupla de detetives Judy Hopps e Nick Wilde investiga um réptil misterioso chamado Gary, que chega à cidade causando confusão e pode estar ligado a um mistério sobre a história dos répteis em Zootopia.
"Zootopia" (2016) foi um sucesso absurdo da Disney, ao arrecadar um bilhão nas bilheterias e surpreendendo pelo fato de ser uma história original. Em tempos atuais em que o estúdio procura não se arriscar em criar algo novo seria questão de tempo para que um dia retornarmos para aquele mundo formado por seres antropomórficos. Depois de quase dez anos de espera finalmente chega "Zootopia 2" (2025), longa que não só dá continuidade as aventuras da dupla principal, como também expande a ideia primordial do primeiro filme.
Dirigido por Byron Howard e Jared Bush, os policiais Judy Hopps e Nick Wilde estão de volta para mais uma aventura pela grande metrópole animal de Zootopia. Após desvendarem o caso do longa anterior, Judy e Nick são surpreendidos por uma ordem do Chefe Bogo: os dois detetives precisarão frequentar o programa de aconselhamento Parceiros em Crise. Contudo, não demora muito para os dois se envolverem em um mistério ligado a um recém-chegado à cidade: o misterioso réptil Gary De’Snake.
Começando exatamente onde o filme anterior havia se encerrado o longa começa já cheio de ação, onde os técnicos de animação capricharam novamente nos detalhes da Zootopia que se torna novamente um grande colírio para o público de todas as idades. Como não poderia deixar de ser, Judy e Nick são o coração e alma da história, onde as suas diferenças ajudam a se completarem um ao outro e sendo difícil até mesmo imaginá-los separados. Portanto, sempre quando ocorre uma DR em cena ficamos até mesmo aflitos pelo futuro dos dois, já que os roteiristas capricharam na dramatização e cujo teor irá agradar bastante os adultos que forem levar os seus filhos ao cinema.
Talvez esse seja o grande acerto do longa como um todo, sendo algo que já havia dado certo nos estúdios Pixar e aqui funciona de forma certeira. Além disso, o roteiro explora ainda mais sobre as raízes que moldaram aquela cidade e revelando o lado sombrio dos poderosos que controlam até mesmo a polícia e que fazem de tudo para obter o poder de recursos que poderiam unir as espécies em uma única cidade. Em algumas passagens, por exemplo, o longa me lembrou bastante a ideia primordial vista no clássico "Chinatown" (1974) e qualquer semelhança não é mera coincidência.
Curiosamente, o longa ainda nos brinda com novos personagens que não se tornam meros enfeites para a trama, mas sim que possuem grande relevância. Bom exemplo disso é a cobra Gary De’Snake que, não somente revela um outro lado da história de Zootopia, como também nos entrega um ser trágico em busca da verdade que foi silenciada no passado e prejudicando inúmeros seres como ele por crimes que não haviam cometido. Vale salientar que o personagem protagoniza alguns dos momentos mais emocionantes da história e isso já se torna um grande feito.
Ao final, o filme possui uma lição de moral mais do que positiva, onde nos ensina que todos nós temos um lugar ao sol, independente de que maneira você nasceu. Portanto, ao vermos a dupla central abraçando o fato que um não pode mais viver sem o outro talvez seja um dos momentos mais singelos do cinema recente do estúdio. Se quiser que se repita a fórmula então que se faça com gosto e respeito por aqueles que amaram original.
Com curtas, porém, divertidas homenagens aos clássicos "Ratatouille" (2006) e "O Iluminado" (1980), "Zootopia 2" é uma prova que continuações feitas de coração acabam obtendo sua personalidade própria e sofrendo da grande sombra do longa original.
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