Sinopse: Ambientada 10 mil anos antes do nascimento de Paul Atreides, a trama acompanha duas irmãs da Casa Harkonnen na luta contra forças que ameaçam a humanidade e na fundação da mística seita Bene Gesserit.
Uma coisa que eu reparo com relação a tudo o que já foi criado do universo "Duna", tanto a partir do livro escrito por Frank Herbert, como das adaptações recentes e comandadas por Denis Villeneuve, é que elas obtêm um grande sucesso, mas através de um público que aprecia mais a ficção científica como um todo. Por mais que a história possua o seu teor subliminar com relação aos dilemas do mundo real, a saga não atrai um público em geral e fazendo eu me perguntar até onde irá se sustentar. A série "Duna: A Profecia" (2024) é um teste de fogo deste universo criado por Frank Herbert.
A trama se passa mais de dez mil anos antes dos eventos vistos na trama dos dois últimos longas, onde conhecemos as origens da seita Bene Gesserit. No decorrer da trama, conhecemos não somente os principais protagonistas desta seita, como também os principais líderes das casas que formam esse império galáctico. Ao mesmo tempo, jogos políticos levam ao conflito e fazem todos adentrarem em uma guerra inevitável.
A série procura ser fiel a sua fonte original, mas ao mesmo tempo buscando atrair um público leigo e que jamais leu uma página sequer do livro clássico. A diretora Diane Ademu-John, portanto, teve a missão ingrata de atrair esses dois mundos, ao ponto de elaborar um roteiro convidativo, mas que não abandonasse todo o lado complexo que conquistou uma parcela do público. O resultado é eficaz, porém, até certo ponto.
O problema talvez seja fazer com que a gente se identifique com personagens que para um público mais amplo soe como novidade e por conta disso demora para nós simpatizamos com eles. A irmandade das mulheres, por exemplo, é o ponto principal da trama como um todo, mas nenhuma ali consegue atrair a nossa atenção de forma imediata, sendo que isso somente o programa obtém na medida que a história vai avançando. Até lá, a série é moldada por conspirações, traições, sexo e revelações.
Do elenco, se destaca realmente Travis Fimmel, ao interpretar o personagem Desmont Hart e se tornando braço direito do Imperador. Porém, ele é incrivelmente complexo, colocando em dúvida sobre quais são as suas reais intenções e culminando em decisões que nos fazem questioná-lo. A sua origem, por sua vez, é algo guardado até o último minuto da série e sendo o ponto alto diga-se de passagem.
Tendo sido anunciada a segunda temporada recentemente, os realizadores precisarão se empenhar cada vez mais caso desejem, não somente manter o público fiel a "Duna", como também ter a chance de atrair uma maior massa. Não basta somente se inspirar em sucessos do passado como "Game of Thrones", como também saber obter alma própria. "Duna: A Profecia" é uma série que atrai os fãs mais ferrenhos e fazendo do seu futuro algo indefinido.
Onde Assistir: HBOMax
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