Sinopse: Frankie descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer em poucos meses. Ela se refugia em Sintra, Portugal, onde pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.
O "roadie movie" é o subgênero favorito para diversos cinéfilos, pois os protagonistas sempre passam por uma experiência de auto descoberta e fazendo movimentar toda a trama. Contudo, os filmes em que os protagonistas somente caminham e filosofando sobre a vida também rende bons frutos, como no caso da trilogia "Antes do amanhecer" de Richard Linklater. "Frankie" segue por uma premissa parecida, onde vemos os personagens principais enfrentando diversos dilemas através de ótimos diálogos e dos quais irão mudar os percursos de suas vidas como um todo.
Dirigido por Ira Sachs, o filme conta a história de Frankie (Isabelle Huppert), uma famosa atriz francesa. Quando descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer dentro de poucos meses, ela se refugia em Sintra, Portugal. Lá, ela pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.
Com elenco de peso, Ira Sachs procura não de imediato nos dizer que esses respectivos personagens têm interligação um com o outro, mas sim apresenta-los de forma gradual e para que assim possamos conhece-los melhor. Na medida que a trama avança percebemos que, quase todos, tem forte ligação com a protagonista Frankie e de como a sua situação está afetando a vida de cada um deles. Embora Isabelle Huppert, novamente, nos dê um show de interpretação, é preciso reconhecer também o ótimo desempenho dos demais do elenco, como no caso de Brendan Gleeson, que aqui interpreta o segundo marido de Frankie e de Marisa Tomei que interpreta a melhor amiga da personagem.
Tecnicamente o filme é um colírio para os olhos, principalmente pelo fato de o cineasta fazer questão de destacar os pontos turísticos de Sintra e fazer com que a jornada pessoal de cada um dos protagonistas se torne ainda mais infinita em meio a um cenário cheio de significado e conteúdo. Ao mesmo tempo, o cineasta procura sempre destacar o desempenho do elenco através de plano-sequência, onde a câmera quase sempre está há frente dos personagens e destacando suas principais expressões perante revelações e situações que vão transbordando ao longo da trama. Atenção para a sequência em que Frankie e seu filho, interpretado por Jérémie Renier, estão caminhando em uma trilha e culminando em uma situação imprevisível, porém, humana.
Acima de tudo, o filme fala sobre causas e consequências em meio a uma vida não infinita, mas da qual merece e precisa ser aproveitada. As pessoas partem e mundo fica, mas cabe cada um saber construir a melhor forma de como aqueles que ficam se lembraram dela. Os minutos finais sintetizam muito bem isso e fazendo com que a gente reflita sobre o que nós testemunhamos.
"Frankie" fala sobre a vida e a morte, moldada por laços humanos e que precisam da união para continuar existindo.
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