Sinopse: Os habitantes se sentem isolados da cidade de Quebec, vivendo uma rotina em que todos se conhecem. Por isso, no dia em que o jovem Simon morre num acidente de carro, o evento adquire um teor catastrófico para a cidade inteira.
Embora pouco conhecido pelo mundo, o cineasta canadense Denis Côté tem chamado atenção da crítica especializada pelos seus filmes experimentais e que dão o que pensar. Alguns anos atrás, por exemplo, o seu documentário "Bestiário" (2012) chamou atenção dos cinéfilos de Porto Alegre quando havia sido exibido na extinta sessão Aurora da sala PF. Gastal. Eis que então testemunhamos o seu mais novo filme, "Antologia da Cidade Fantasma", que nada mais é do que uma metáfora sobre questões de hoje que estão sendo muito debatidas.
A trama acontece quando Simon Dubé morre em um acidente de carro em Irénée-les-Neiges, cidade pequena e isolada com uma população de 215 habitantes. Os moradores atordoados mostram-se relutantes em discutir as circunstâncias da tragédia. Daquele momento em diante, tanto para a família Dubé quanto para várias outras pessoas, tais como a prefeita Smallwood, o tempo parece perder todo o sentido e os dias se arrastam sem fim. Algo desce lentamente sobre a região. Nesse período de luto e nessa neblina, estranhos começam a aparecer. Quem são eles? O que está acontecendo?
Filmado em 16mm, Simon Dubé mantem a sua câmera sempre inquieta, como se ela quisesse sintetizar o lado inquieto daqueles habitantes que se veem isolados devido aos seus próprios costumes e temores. Na medida que vamos conhecendo alguns dos personagens, constatamos que são pessoas perdidas na vida, mesmo elas estando juntas umas com outras. Porém, a partir do momento em que situações estranhas começam acontecer, é então em que elas voltam a despertar. O filme nos apresenta uma parábola sobre o nosso mundo atual, onde cada vez mais países optam em se isolarem por temerem uma invasão estrangeira, ou pelas simples novidades que possam mudar o rumo da história. As estranhas aparições de pessoas, que antes estavam oficialmente mortas, seria uma espécie de exemplos vindos passado a serem lembrados para que o presente se torne menos nebuloso. Não deixa de ser curioso, por exemplo, o conservadorismo e a opção pelo isolamento vindo da prefeita da cidade da trama, sendo que ela pode ser muito bem vista como uma espécie de versão feminina de Donald Trump e que não aceita de forma alguma mudanças que possam vir de fora.
O filme pode ser visto e revisto com diversas interpretações, principalmente devido ao seu ato final que nos brinda com mais perguntas do que respostas. Acima de tudo, é um filme para nós dizer para destruirmos os muros imaginários que nos cercam e avançar para um futuro desconhecido, porém, com grandes possibilidades a serem conquistadas. "Antologia da Cidade Fantasma" é sobre os temores das nações atuais que cada vez mais se encontram isoladas uma das outras e se esquecendo da coletividade que nos faz melhores em vida.
A trama acontece quando Simon Dubé morre em um acidente de carro em Irénée-les-Neiges, cidade pequena e isolada com uma população de 215 habitantes. Os moradores atordoados mostram-se relutantes em discutir as circunstâncias da tragédia. Daquele momento em diante, tanto para a família Dubé quanto para várias outras pessoas, tais como a prefeita Smallwood, o tempo parece perder todo o sentido e os dias se arrastam sem fim. Algo desce lentamente sobre a região. Nesse período de luto e nessa neblina, estranhos começam a aparecer. Quem são eles? O que está acontecendo?
Filmado em 16mm, Simon Dubé mantem a sua câmera sempre inquieta, como se ela quisesse sintetizar o lado inquieto daqueles habitantes que se veem isolados devido aos seus próprios costumes e temores. Na medida que vamos conhecendo alguns dos personagens, constatamos que são pessoas perdidas na vida, mesmo elas estando juntas umas com outras. Porém, a partir do momento em que situações estranhas começam acontecer, é então em que elas voltam a despertar. O filme nos apresenta uma parábola sobre o nosso mundo atual, onde cada vez mais países optam em se isolarem por temerem uma invasão estrangeira, ou pelas simples novidades que possam mudar o rumo da história. As estranhas aparições de pessoas, que antes estavam oficialmente mortas, seria uma espécie de exemplos vindos passado a serem lembrados para que o presente se torne menos nebuloso. Não deixa de ser curioso, por exemplo, o conservadorismo e a opção pelo isolamento vindo da prefeita da cidade da trama, sendo que ela pode ser muito bem vista como uma espécie de versão feminina de Donald Trump e que não aceita de forma alguma mudanças que possam vir de fora.
O filme pode ser visto e revisto com diversas interpretações, principalmente devido ao seu ato final que nos brinda com mais perguntas do que respostas. Acima de tudo, é um filme para nós dizer para destruirmos os muros imaginários que nos cercam e avançar para um futuro desconhecido, porém, com grandes possibilidades a serem conquistadas. "Antologia da Cidade Fantasma" é sobre os temores das nações atuais que cada vez mais se encontram isoladas uma das outras e se esquecendo da coletividade que nos faz melhores em vida.
NOTA: Sessão ocorrida no último sábado (01/02/20) para os associados do Clube na Cinemateca Capitólio.
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