Sinopse: Na época da grande Depressão assolando Londres, Mary Poppins retorna dos céus com seu fiel amigo Jack para ajudar Michael e Jane Banks, agora adultos trabalhadores que sofreram uma grande perda. As crianças Annabel, Georgie e John vivem com os pais na mesma casa de 24 anos atrás e precisam da babá e o acendedor de lampiões otimista para trazer alegria e magia de volta no seu dia a dia.
Os estúdios Disney pegaram gosto de revisitar os seus clássicos, já que muitos andam fazendo um grande sucesso. Contudo, se por um lado há um bom filme como, por exemplo, Malévola, cuja a sua releitura do conto A Bela Adormecida foi mais do que satisfatória, do outro, há títulos como A Bela e a Fera, que mais se preocupa em manter à fidelidade com relação a obra original do que ter personalidade própria. O Retorno de Mary Poppins segue essa tendência do estúdio, mas sendo uma obra que agradará muito mais aquela velha geração que cantarolou as clássicas músicas da obra de 1964.
Dirigido por Rob Marshall (Chicago), a trama se passa mais de duas décadas depois dos eventos vistos no filme anterior. Os irmãos Michael e Jane Banks agora são adultos, trabalham, mas enfrentam os problemas do dia a dia e em tempos de crise. Os filhos de Michael, que são Annabel, Georgie e John, recebem a visita de Mary Poppins (Emily Blunt) e, assim como ocorreu no passado, se tornando babá das crianças.
Para começo de conversa, o estúdio acertou na escolha de Rob Marchall na direção, já que foi ele que criou musicais como o já citado Chicago, Nine e dentre outros títulos em tempos que se dizia que o cinema musical estava morto no cinema americano. Porém, O Retorno de Mary Poppins sofre um pouco por ser mais uma releitura do clássico do que uma continuação propriamente dita e sempre quando começa um número musical parece que nos dá aquela sensação de déjà vu. Se por um lado é ótimo assistir à passagem da trama onde os atores contracenam com personagens em desenho animado, do outro, o número musical dos limpadores de chaminé visto aqui é praticamente igual se comparado ao clássico.
Mas se tem algo que se diferencia e muito se compararmos essa continuação com o clássico é atuação de Emily Blunt. Ao invés de simplesmente imitar o desempenho de Julie Andrews, Blunt, por sua vez, cria para si a sua própria Mary Poppins, onde um ar de mistério e um pouco de melancolia moldam a sua atuação em cena. Sendo uma personagem predestinada em ajudar famílias a reencontrar a felicidade, Blunt cria para si uma Poppins equilibrada, mas não escondendo em seu olhar um ar de tristeza ao testemunhar que o seu trabalho terá novamente o seu dever comprido.
Mas se por um lado o desempenho dela é mais do que satisfatório, o mesmo não pode se dizer dos demais do elenco, cuja as atuações são até satisfatórias, mas nada muito além disso. Porém, é divertido a participação de Colin Firth e principalmente de Meryl Streep. A diva, aliás, nos brinda novamente com uma boa atuação para canção e provando que sua indicação ao Oscar pelo filme Caminhos da Floresta (também de Marchall) não foi algo em vão.
Apesar de irregular em alguns momentos, O Retorno de O Retorno de Mary Poppins é divertido em sua proposta, mesmo quando ela não obtém a sua identidade própria.
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