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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Cine Dicas: Em Blu-Ray - DVD – VOD: Entre os erros e acertos da Netflix


Não se pode duvidar que a Netflix é hoje uma das maiores marcas de entretenimento ao lançar inúmeros atrativos em seu cardápio. Porém, quantidade não significa qualidade e os realizadores da plataforma tem feito alguns filmes e séries dispensáveis para os nossos olhos.  A questão é porque acontece isso?
Difícil tirarmos uma rápida conclusão, já que qualquer uma levantada pode se tornar um tanto que precipitada. Mas há algo a ser observado e do qual se torna no mínimo curioso. Nos últimos tempos, por exemplo, a Netflix tem investido em títulos de filmes e séries com um enorme alarde, mas tendo um resultado aquém do esperado. Em contrapartida, títulos que quase não tiveram uma propaganda em grande escala acabaram caindo no gosto do público.
Pegamos, por exemplo, a série Altered Carbon, da qual foi alardeada como uma espécie de novo Blade Runner e que, no princípio, chamou atenção da crítica e do público. Porém, o tempo passou e não ouço ninguém falar sobre a série, sendo que eu, por exemplo, assisti ao primeiro episódio, mas que não me atraiu em querer assistir aos outros seguintes. Em contrapartida, La Casa de Papel, série que até mesmo foi desprezada pelos próprios realizadores na Espanha, acabou sendo comprada pela Netlix sem muito alarde, mas acabou se tornando a série mais cultuada de 2018.
Claro que a própria história vista dentro do cinema nos mostrou que propagandas de larga escala podem acabar atraindo os olhares para determinados projetos com potencial de sucesso. Porém, hoje se tem um público com um olhar, por vezes, apurado e que acabam não caindo facilmente no conto do vigário. Mas se determinado filme, ou série, teve um determinado tratamento Vip, infelizmente outros títulos, ótimos aliás, acabam ficando no meio do caminho. Abaixo, segue dois exemplos que representam os dois lados da moeda com relação a esse assunto.  

Mary Shelley 

Sinopse: A história do romance entre o carismático poeta Percy Shelley e Mary Wollstonecraft, uma jovem de 17 anos que viria a se tornar a aclamada escritora Mary Shelley. 

Lançado em circuito restrito nos cinemas, além de ter sido lançado na grade da Netflix sem nenhuma divulgação decente, A diretora Haifaa Al Mansour e a roteirista Emma Jensen assinam essa adaptação sobre a história real da escritora Mary Shelley para, além de contar a jornada de um dos mais importantes nomes da literatura, comprovar a importância da representatividade atrás das câmeras.  Portanto, a via crucis que a jovem escritora teve que enfrentar para lançar a sua obra máxima é algo que precisa ser visto e revisto em tempos contemporâneos. Se hoje é comum testemunharmos escritoras fazendo sucesso avassalador com as suas obras literárias, porém, houve tempos em que, infelizmente, elas não obtinham o seu lugar ao sol.
Entre a vida dura e sonhos possíveis, a talentosa atriz  Elle Fanning (Malévola) sintetiza toda a doçura e raiva que a escritora guardava dentro de si em meio a uma realidade em que somente os homens obtinham o sucesso literário. Douglas Booth e Tom Sturridge dão aos seus respectivos personagens Shelley e Lord Byron uma dose de pretensão e arrogância fazendo com que fique até mesmo difícil de acreditar que houve um tempo em que mulheres talentosas como Mary tiveram que aguentar uma realidade tão machista e pretenciosa.
É dessa realidade nua e crua que Mary Shelley criou o seu mostro, através das dores nascidas de perdas e decepções. Embora romanceado em alguns momentos, os realizadores foram prudentes ao focar na verdade sobre os fatos e que realmente ocorreram. Gradualmente, se percebe os elementos que vão surgindo na tela e que serviram de inspiração para que a escritora criasse a sua maior obra prima.
Em tempos em que a representatividade feminina é cada vez mais necessária, tanto nas séries como também no cinema, Mary Shelley é um belo tributo a uma das maiores mentes do universo literário e que por pouco foi perdido.  


Bird Box 

Sinopse: Numa realidade apocalíptica  Malorie (Sandra Bullock) e seus dois filhos precisam chegar em um refúgio para escapar de um  perigo que não se pode ser visto, pois as pessoas acabam  se tornando violentas e suicidas.  

Num primeiro momento Bird Box pode ser mal interpretado, já que a sua premissa lembra por demais do recente longa de terror Um Lugar Silencioso. Porém, o filme é baseado na obra de Josh Malerman e que havia sido lançado em 2014, ou seja, muito antes do filme de John Krasinski. Mas se por um lado o filme pode escapar dessa comparação, porém, há elementos que o fazem se tornar problemático.
Dividido em duas linhas temporais, o filme possui os típicos elementos de sucesso de outros clássicos de horror como, por exemplo, A Noite dos Mortos Vivos e de filmes recentes como O Nevoeiro. Nada contra ao usar velhas fórmulas de sucesso, mas o problema se encontra na maneira de conseguir manter a atenção daqueles que se prezam em assisti-lo. Quando você começa a questionar sobre o que realmente está acontecendo na trama, os realizadores não nos dão um tempo necessário para refletirmos, pois já somos jogados na teia de eventos.
Se por um lado isso atrapalha, do outro, Sandra Bullock consegue se tornar uma espécie de representação da nossa confusão mental sobre as situações que vão ocorrendo. A sua personagem Malorie é a típica pessoa comum, cheia de dúvidas com relação a determinadas escolhas, mas que terá que amadurece-las para sobreviver em meio a loucura. Se por um lado a sua personagem compensa as falhas do longa, do outro, os demais coadjuvantes são tão fracos em cena que até mesmo a gente já sabe os que irão viver ou morrer na trama.  
Há algumas ressalvas, mesmo quando essas possuem poucos momentos em cena. Ao viver a irmã de Malorie, Sarah Paulson (American Crime Story) nos faz desejar que a sua personagem dure muito mais na trama. Em contrapartida, John Malkovich se sobressai em meio aos personagens descartados dentro de um cenário claustrofóbico, mesmo quando o seu personagem se apresente como uma pessoa pouco sociável.
Dividindo a trama em duas linhas temporais, sendo elas localizadas no presente e passado, os realizadores foram infelizes ao não conseguir um bom ritmo na edição, ao ponto da gente sempre desejar para que o filme volte com Marlorie e seus filhos em cena e desprezando os eventos do passado vistos dentro da casa. Isso acontece pelo fato de já temos uma nítida ideia do que irá acontecer naquele lugar e fazendo com que o efeito surpresa se perca pelo caminho. Ao menos, os minutos finais do arco final se tornam emocionantes na medida do possívelmesmo quando o seu minuto final se torne um tanto que previsível.
Bird Box é a típica grande produção elaborada pela Netlfix com grande alarde, mas cujo brilho vai se perdendo no seu devido tempo.  

  
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