Neste final de semana, e no próximo, eu estarei participando do curso Arte de Contar de Contar Histórias, criado pelo Cine Um e ministrado por Alexandre Derlam e Bebeto Alves. Interessados em participar da atividade se inscrevem aqui. Abaixo, vejam os títulos que irão fazer parte da atividade.
Festa de Família
(1998)
Sinopse:Patriarca (Henning Moritzen) de
família dinamarquesa comemora seus 60 anos em grande estilo, reunindo a família
em um hotel de luxo. Mas uma revelação feita por seu filho pode estragar a
festa.
Família constitui uma
forma de relação muito interessante. Diferente de tudo aquilo que vamos
construindo durante a vida, escolhendo caminhos, excluindo possibilidades como
as de Lola, escolhendo outras, a família nos obriga certas relações que, se a
situação fosse outra, procuraríamos não tê-las.
Somos, portanto, obrigados a suportar aqueles seres indesejados. E no entanto, como ensina Don Corleone, nada é mais forte do que a família! Mas esses grandes organismos, que geram relações muito estranhas e surpreendentes, tendem ao, no modo popular de dizer, barraco. Ou seja, mais dia menos dia o cunhado lembra que o primo está devendo, que o irmão sempre viveu as custas dele, a tia diz que a avó do outro lado não faz nada, que sobra tudo para ela. Os ânimos se exaltam, uns tentam por panos quentes, outros defendeu seu lado e a quebra é inevitável. Toda família tem seus podres. Ainda estou para conhecer uma sem eles.
Bom, há um lugar primordial para a organização de tais barracos familiares, que são essas festas de família. Sabe? Pode ser enterro, casamento ou uma grande festa do patriarca, como é o caso aqui. O filho, incentivado por antigos funcionários e pelo álcool quer lavar a roupa suja (bem suja, aliás) neste grande almoço de confraternização, que lembra muito as situações de Buñuel, da burguesia sentada à mesa. Em qualquer festa que eu vá, casamentos, festa de natal, enterros e coisas do gênero, ali está a Festa de Família, que não me foge a memória.
Vale ressaltar a importância do movimento cinematográfico que faz parte este filme, o Dogma95, idealizado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier (talvez mais alguns que eu não saiba). Espécie de reedição da Nouvelle Vague, o movimento justificava a baixa qualidade técnica de suas produções, como Os Idiotas e Italiano para Principiantes, com o pretexto de ir contra um modelo de cinema mega produzido, farsante. Não filmavam em estúdio, não utilizavam luzes a criar uma atmosfera que não fosse real, não usavam trilha sonora colocada em pós-produção, e de preferência filmavam sem atores. Assim como foi o neorrealismo italiano e o cinema novo brasileiro, cada qual com suas características. Com exceção do Italiano para Principiantes, que é um filme leve e cômico, os filmes do Dogma95 tendiam a uma atmosfera pesada, de duras críticas e forte realidade. Creio aí que há algo nesse povo nórdico que requer essa atmosfera. Os filmes de Haneke, austríaco, também caminham por esse lado.
A proposta era encantadora, mas os resultados nem sempre seguem a risca. Dos que vi, apenas este é uma obra prima. Mas só por ele já valeu o movimento ter existido e vingado.
Somos, portanto, obrigados a suportar aqueles seres indesejados. E no entanto, como ensina Don Corleone, nada é mais forte do que a família! Mas esses grandes organismos, que geram relações muito estranhas e surpreendentes, tendem ao, no modo popular de dizer, barraco. Ou seja, mais dia menos dia o cunhado lembra que o primo está devendo, que o irmão sempre viveu as custas dele, a tia diz que a avó do outro lado não faz nada, que sobra tudo para ela. Os ânimos se exaltam, uns tentam por panos quentes, outros defendeu seu lado e a quebra é inevitável. Toda família tem seus podres. Ainda estou para conhecer uma sem eles.
Bom, há um lugar primordial para a organização de tais barracos familiares, que são essas festas de família. Sabe? Pode ser enterro, casamento ou uma grande festa do patriarca, como é o caso aqui. O filho, incentivado por antigos funcionários e pelo álcool quer lavar a roupa suja (bem suja, aliás) neste grande almoço de confraternização, que lembra muito as situações de Buñuel, da burguesia sentada à mesa. Em qualquer festa que eu vá, casamentos, festa de natal, enterros e coisas do gênero, ali está a Festa de Família, que não me foge a memória.
Vale ressaltar a importância do movimento cinematográfico que faz parte este filme, o Dogma95, idealizado por Thomas Vinterberg e Lars Von Trier (talvez mais alguns que eu não saiba). Espécie de reedição da Nouvelle Vague, o movimento justificava a baixa qualidade técnica de suas produções, como Os Idiotas e Italiano para Principiantes, com o pretexto de ir contra um modelo de cinema mega produzido, farsante. Não filmavam em estúdio, não utilizavam luzes a criar uma atmosfera que não fosse real, não usavam trilha sonora colocada em pós-produção, e de preferência filmavam sem atores. Assim como foi o neorrealismo italiano e o cinema novo brasileiro, cada qual com suas características. Com exceção do Italiano para Principiantes, que é um filme leve e cômico, os filmes do Dogma95 tendiam a uma atmosfera pesada, de duras críticas e forte realidade. Creio aí que há algo nesse povo nórdico que requer essa atmosfera. Os filmes de Haneke, austríaco, também caminham por esse lado.
A proposta era encantadora, mas os resultados nem sempre seguem a risca. Dos que vi, apenas este é uma obra prima. Mas só por ele já valeu o movimento ter existido e vingado.
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