Sinopse: Um grupo
eclético de sacerdotes convive com Mónica, uma freira, em uma casa na costa
chilena. Quando não estão orando e expiando seus pecados, eles treinam seu
cachorro para a próxima corrida. O que será que os levou até ali, praticamente
no meio do nada, onde o vento sopra forte frequentemente? Quando um novo
sacerdote muda-se para lá, um homem começa a lhe fazer fortes acusações. Sua
voz aumenta mais e mais até que um tiro soa. O padre evita as acusações dizendo
ser suicídio. A igreja envia um investigador, mas será que ele realmente tem a
intenção de descobrir a verdade ou apenas garantir que a aparência santa seja
mantida?
A Trama se passa num
local onde seria uma espécie de refugio dos padres pedófilos. Esse é o mote
principal do filme chileno O Clube, de Pablo Larrain, mostrando o que a Igreja
Católica faz com os seus sacerdotes pedófilos, aplicando um exílio para assim
evitar mais escândalos. Embora seja uma ficção, o filme beira ao realismo cru,
quase um documentário e, segundo as próprias palavras do cineasta, se inspirou
em refúgios dos padres localizados na Suíça.
Em síntese, um mundo
sórdido que o filme vai revelando, pouco a pouco, na linguagem de um homem
revoltado, Sandokan, que ao reconhecer o padre que o molestou quando criança,
se coloca diante da casa santuário de pedófilos e conta, de maneira brutal e
crua, como esse padre lhe fazia chupar seu pau e depois lhe enfiava no anus e
como envolia o semen depositado na sua boca, como se fosse dádiva divina. Esse
repertório cru das ações sacerdotais, depois da missa, coloca em polvorosa
todos os padres pedófilos acantonados nesse refugio, pois se por um momento a
imprensa for informada seria uma catástrofe para a Igreja. Dirigidos pela
governanta fanática religiosa, todos decidem que o padre deve matar o
protestante que, na opinião deles, deveria
se confessar no confessionário, mas ao invés disso grita em alto bom som para todos
do local ouvirem. As consequências desse ato acabam se tornando imprevisíveis e
criando um caminho sem volta para os que vivem no local.
O Vaticano, que
prefere resolver esses assuntos polêmicos na maior discrição, envia ao local
uma espécie de delegado da igreja, do qual irá interrogar cada um que vive no
local. Mesmo a gente vivendo em um dos países mais católicos do mundo, o filme
foi exibido, mesmo que em pouco tempo em nossos cinemas e conquistando inúmeras
boas críticas pela sua corajosa crítica que a obra faz. O final é de uma
extrema hipocrisia, pois querendo ou não, o horror é colocado por baixo de
panos quentes para que se evite o pior, mas com um alto preço e gerando em nós
um verdadeiro soco no estômago.
Em uma entrevista, o
cineasta Pablo Larrain diz ter tido educação e ter conhecido padres corretos na
sua infância, mas que existem outros dos quais a Igreja quer tirar do mapa e
esconde-los em lugares de difícil acesso para a imprensa. Como um todo, o filme
é uma crítica contra a igreja que, embora poderosa, tenta resolver situações como
essa em surdina, mesmo em pleno século 21. Não é um filme que veio para
questionar a sua fé, mas sim para você pensar sobre situações como essa com a
mente mais aberta.
Me sigam no Facebook, twitter e Google+
Nenhum comentário:
Postar um comentário