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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário




Sinopse: Na luta para defender Atena e colocá-la em seu lugar de direito, os Cavaleiros de Bronze lutam para superar o Mestre do Santuário e os poderosos Cavaleiros de Ouro, guardiões das 12 casas. Inicialmente chamado de "Saint Seiya - Knights of the Zodiac", o filme é uma adaptação para os cinemas da saga "Cavaleiros do Zodíaco".


E lá se vão 20 anos desde Cavaleiros do Zodíaco desembarcou por aqui, conquistando uma legião de fãs de todas as idades e abrindo as portas para outros animes como por exemplo Dragon Ball. Foi uma época inesquecível, em que muitos meninos e meninas paravam de fazer o que estavam fazendo e ficava na frente da TV no final da tarde para assistir o programa. Como eu fui um de muitos daquela época, sei como foi aquela febre toda.
Exatamente 20 anos depois, chega aos cinemas Cavaleiros do Zodíaco: A lenda do Santuário, que condensa a mais famosa saga dos personagens para o cinema e o resultado, digamos que é apenas razoável. Não que o filme não seja divertido, mas não é essa maravilha e possui inúmeros pontos falhos, além de furos no roteiro inexplicáveis. Talvez o maior problema mesmo tenha sido o fato de colocar uma saga como essa, que foi tão extensa no seriado, condensado num filme de apenas uma hora e meia.
Ainda que os roteiristas tenham sido habilidosos em conseguir nos primeiros minutos explicar sobre aquele universo para essa nova geração, a sensação que se dá é que o resultado poderia ter sido muito melhor se tivessem colocado meia hora a mais para então ter um melhor desenvolvimento na trama. Em vez disso, os principais personagens são literalmente jogados na tela, sem ao menos a gente ter uma exata noção de onde eles vieram e tão pouco um vislumbre dos seus treinamentos que fizeram deles cavaleiros para defender Atena. Para a nova geração que nunca viu o seriado, até que isso passa batido, mas para o publico fã de carteirinha é preciso saber separar o seriado e o filme que são duas coisas completamente diferentes.
Gosto de pensar pelo menos que o filme nasceu para se criar uma sensação de pura nostalgia e é exatamente isso que acontece, quando surgem os principais personagens, que são Seya, Shun, Ikki, Hyoga, Shiryu e Atena na telona. Porém, de todos eles, Seya é que mais esta diferente: de um cavaleiro que sofria e repetia inúmeras vezes que salvaria Atena, acabou virando um personagem cômico, soltando inúmeras piadinhas, por vezes em momentos inadequados. Até que gostei dessas mudanças, pois não acredito que essa geração nova teria paciência em ver o personagem ficar repetindo inúmeras vezes à mesma coisa (tenho que salvar Atena, tenho que salvar Atena).
Visualmente, os personagens estão muito bem caracterizados, sendo que a computação gráfica criou mais realismo em suas armaduras. Porém, é percebível que os produtores quiseram agradar essa geração nova que curte Transformes, pois as armaduras em muitos momentos lembram quando os carros se transformavam em robôs. Outra coisa que eu reparei foi aproximação que eles quiseram dar para essa geração que curte as adaptações de HQ atualmente, pois quando Ikki surge pela primeira vez, parecia um Batman oriental.
Falando HQ, é mais do que perceptível que a nova versão do santuário apresentada por aqui, é uma copia descarada de Asgard dos filmes de Thor, sendo que até a forma como eles chegam por lá é idêntica. Falando em santuário, é ai que o filme possui seus maiores problemas e maior numero de readaptações. Quem acompanhou a saga em que os personagens tinham a missão de atravessar as 12 casas do zodíaco para salvar Atena, se lembra muito bem que isso durou inúmeros episódios, mas aqui a coisa dura menos de uma hora ou nem isso.
Sendo assim, os roteiristas pisaram no acelerador e fez com que os protagonistas atravessassem as 12 casas, para enfrentar os cavaleiros de ouro, mas de uma forma tão rápida que muito deles não foram bem aproveitados (como Afrodite de Peixes). E se faltou tempo para melhor apresentação dos cavaleiros dourados, o que dizer de algumas readaptações duvidosas: se o fato de Milo de Escorpião ter se tornado mulher é passável, a nova versão de Mascara da Morte é triste, com o direito de ser uma versão tabajara de Jack Sparrow de Piratas do Caribe, que fica cantarolando na casa de Câncer que nem os vilões da Disney. Nesta cena, confesso que tive que me encolher de vergonha no cinema, pois Mascara da Morte foi um dos maiores vilões do anime e vê-lo assim é desconcertante.
Se há lamentos durante a travessia das 12 casas, pelo menos é genial ver os golpes conhecidos de nossos personagens explodindo na telona, sendo moldados pelo melhor que os efeitos visuais de hoje em dia pode oferecer. Mas é ai que surge o maior perigo também, pois se exagera na dose, se cria algo grotesco. É exatamente isso que acontece quando no ato final, os efeitos visuais acabam meio que tomando por demais a trama e quando era para a gente curtir o embate clássico entre o vilão Saga de Gêmeos contra Seya, os efeitos visuais acabam meio que prejudicando o resultado final. 
Com pequenas dicas para uma eventual (duvidosa) sequência, Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário foi um filme que nasceu para agradar, tanto a geração que cresceu assistindo o anime, como também essa geração atual que nunca tinha ouvido falar dela antes. Porém, fica a sensação que os produtores não souberam agradar ambos os lados e resultado final é simplesmente entretenimento mediano com uma dose aqui e ali de nostalgia.


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