Na minha 30ª
participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César
Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural,
irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que
conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da
atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua
influencia é sentida até hoje.
Operação Dragão
Sinopse: Lee (Bruce Lee) foi
recrutado para investigar um torneio organizado por Han (Kieh Shih), que serve
de fachada para a venda de ópio. Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly)
lutaram na Guerra do Vietnã e resolveram competir no torneio devido a problemas
distintos. Enquanto Roper está fugindo da máfia, devido a dívidas de jogo,
Williams está cansado de ser atormentado por policiais racistas e resolveu usar
o carro para fugir deles. Lee também entra no torneio e, além de desmascarar
Han, tem como objetivo retirar Roper e Williams do local com vida.
Operação Dragão foi o
último filme protagonizado Lee antes de morrer, o que é algo que faz deste um
dos filmes mais importantes de sua filmografia. Além de ser o filme mais ambicioso
de sua época, tratando-se do gênero ao qual faz parte (foi o primeiro filme
realizado com a contribuição de um grande estúdio norte-americano, neste caso,
Warner Bros), é uma pequena máquina de atores; acredite se quiser, mas um dos
dublês do filme é ninguém menos que Jackie Chan (ainda lutando em busca da fama
que possui hoje) e a presença de Bolo Yeung que viria mais tarde há se tornar vilão
em inúmeros filmes de ação, incluindo alguns protagonizados por Jean Claude Van
Damme.
Mas, para falar a
verdade, não gosto muito dos ares norte-americanos que este filme tem, até
mesmo porque tira um pouco da identidade chinesa que muitos gostariam que ele
tivesse. O filme pega atores de todos os lugares do mundo (China, Jamaica, EUA,
etc…). Mas isso é o de menos, pois o que realmente não me agradou neste foi o
fato do próprio procurar vestir Bruce Lee como uma espécie de agente 007.
O título ‘’Operação
Dragão’’ é bastante significativo, pois é com ele que as coisas realmente
giram. A trilha sonora, por exemplo, remete ao espectador mais atento a
recordar dos grandes clássicos pertencentes à série de filmes 007, sobretudo o
primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), protagonizado por Sean
Connery. No caso de Operação Dragão, 007 seria Bruce Lee, Dr. No seria Shih Kien
(o vilão, Han) e a ilha (o principal palco para toda a trama) seria… a ilha, que
havia uma nos primeiros filmes do agente britanico.
É interessante que
até mesmo ocorre a proposta feita pelo vilão ao mocinho, para trabalhar com ele
nos seus planos malignos, só que, claro, o mocinho recusa da melhor forma
possível. Mas há partes geniais, como quando Lee enfrenta dúzias de seguranças
e da um verdadeiro show de artes marciais, ou no grande clímax, onde o nosso herói
enfrenta o seu adversário dentro de uma sala de espelhos. Essa cena, aliás, é
aquele tipo de seqüência que entra para historia, pois o que vemos ali não é
somente um jogo de espelhos, como também um incrível jogo de câmera, montagem e
fazendo com que até mesmo ficamos confusos junto com o protagonista, para saber
onde está escondido o vilão na sala.
Por fim, se você quer se aprofundar
mais sobre Bruce Lee, não perca este por nada. Há pequenas falhas, mas a ação e
o desenvolvimento narrativo bem-sucedido fazem valer a pena, e claro, só por
ser um clássico vale a pena.
NOTA: Mal foi divulgado, mas
recentemente morreu Jim Kelly aos 67 e que havia se consagrado como um dos
lutadores principais de Operação Dragão. Com cabelão black power e 1m88cm de
altura, Kelly chamou logo atenção e foi escalado para atuar no filme Operação
Dragão (1973), protagonizado por Bruce Lee. Na mesma década, Kelly participou
de uma série de filmes de ação do gênero blaxploitation. A seguir, iniciaria
carreira profissional no tênis.
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