Sinopse: Quando legiões de
criaturas monstruosas conhecidas como Kaiju começaram a emergir do mar
iniciou-se uma guerra que acabaria com milhões de vidas e consumiria recursos
da humanidade por anos a fio. Para combater os gigantes Kaiju um tipo especial
de arma foi criado: robôs gigantes chamados de Jaegers controlados
simultaneamente por dois pilotos que têm suas mentes trancadas em uma ponte neural.
Mas mesmo os Jaegers se mostram quase que indefesos em relação aos implacáveis
Kaiju. À beira da derrota as forças que defendem a humanidade não têm escolha
senão recorrer a dois improváveis heróis um esquecido ex-piloto (Charlie
Hunnam) e uma inexperiente aprendiz (Rinko Kikuchi) que se juntam para comandar
um lendário mas aparentemente obsoleto Jaeger do passado. Juntos eles
representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse.
A minha infância dos anos 80
(e inicio dos anos 90) foi bem feliz, pois me sentava na frente da TV, para ver
heróis japoneses coloridos exagerados, com suas frases de efeito e enfrentando
monstros pra lá de bizarros. Heróis como Spectreman, Ultraman, Jaspion, flashman
e dentre outros, fizeram a alegria da mulecada e fazendo os pais perderem os
cabelos quando eles pediam a todo o momento um brinquedo com relação ao seu seriado
preferido. Eis que então, uma dessas crianças cresceu se tornou um cineasta de
prestigio e criou uma baita homenagem para toda essa geração que é o Circulo de
Fogo.
Vindo dos últimos filmes que
produziu (como Mama), Guilherme Del Toro ganhou sinal verde para fazer a
produção que quisesse dentro do estúdio Warner e não poupou dinheiro para fazer
um filme, que faz com que qualquer marmanjo de mais de 30 anos logo se lembre
do que curtia na TV antigamente. Por isso, a geração nova dificilmente irá ver
algo parecido visto em filmes como Transformes, sendo que naquelas produções
mal dava para se ver o que estava acontecendo na tela, mas aqui tudo é feito de
forma lenta, para que assim possamos desfrutar os visuais dos seres gigantescos.
Falando neles, Del Toro provou de uma vez por todas que é um dos maiores gênios
em se criar seres fantásticos, cheios de detalhes e que surpreendentemente possui
uma verossimilhança incomum.
Para meu espanto, embora o
filme tenha sido convertido em ultima hora em 3D, Del Toro foi cuidadoso nesta
ferramenta, que tão mal atualmente está sendo aproveitada no cinema atual. Aqui,
nos sentimentos a profundidade, aproximação das coisas e (pasmen), sentimos a dimensão
da altura das criaturas e robôs vistos na tela, gerando até mesmo em alguns
momentos uma leve vertigem. Isso tudo pode ser já visto nos primeiros minutos
de projeção e que sintetiza o que estará por vir nas quase duas horas de
aventura.
Mas com tudo isso, como fica
o lado humano da coisa? Eis que a dupla central Raleigh Becket (Charlie Hunnam)
e Mako Mori (Rinko Kikuchi, do sensacional Babel) nos convence como os mocinhos
da aventura, sendo que a ultima é protagonista dos melhores e mais emocionante
momentos da trama. Não há como não se emocionar, por exemplo, numa seqüência em
flashback, onde mostra a origem dela, num momento inspirado, mas que ao mesmo
tempo me lembrou um episódio clássico de Spectreman, em que o herói salva uma
menina de um ataque de monstro, mas não conseguiu salvar a vida de sua mãe.
Seria uma homenagem ou coincidência?
Vale destacar também, que os
coadjuvantes não ficam muito atrás e o melhor deles é Stacker Pentecos (Idris
Elba), grande chefão do grupo de heróis e o lado paternal de Mako. Seus
momentos em que surge em cena, ele simplesmente coloca o filme no seu bolso e nos
brindando com momentos emocionantes, principalmente no ato final da trama. De
brinde da ala dos coadjuvantes, Ron Perlman (Hellboy) velho colaborador do
cineasta, tem uma participação pequena, mas muito divertida, sendo que a cena
extra nos créditos é com ele e é pra lá de inesperada.
Com começo, meio e fim bem
amarradinhos (mas com continuação sempre em vista), Circulo de Fogo é uma agradável
surpresa desse ano, que embora com ares de super produção, é no final das
contas uma aventura despretensiosa, sem ambição nenhuma de querer mudar a vida
de ninguém e que somente existe para nos lembrar que a nossa geração de
antigamente era bem mais feliz do que essa atual, que vive com a vista cansada
com esses filmes ação vertiginosos e vazios. Aprenda com esse filme Michael Bay.
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