Com o
Homem de Aço nos cinemas, irei recapitular aqui um pouco sobre as melhores
adaptações que Superman teve no cinema ao longo de sua historia.
Superman
- O Retorno
Sinopse: Após alguns anos de
um misterioso desaparecimento, Superman (Brandon Routh) retorna ao planeta
Terra. Porém a situação em Metrópolis está bastante mudada desde que o Homem de
Aço deixou o planeta, pois a cidade se acostumou a viver sem ele. Além disto
Lois Lane (Kate Bosworth), sua grande paixão, seguiu sua vida após o sumiço do
herói. Ao mesmo tempo em que precisa se adaptar à nova realidade, Superman
precisa enfrentar um antigo inimigo, que planeja um meio de acabar com ele de
uma vez por todas.
Quando eu penso em Superman –
O Retorno, eu enxergo esse filme como uma espécie de conclusão de uma trilogia iniciada
por Richard Donner em 1978, porque convenhamos, Superman III e Superman IV são ruins
de doer. Após anos de tentativas frustradas de levar o herói para o cinema
(como Superman: Lives), a Warner investiu pesado, ao ponto de conseguir
convencer Brian Singer, que na época estava se dedicando aos filmes dos X-men,
a abandonar os mutantes e fazer magia como ele havia feito para os estúdios Fox.
Para Singer, era preciso não criar um filme que reiniciasse as aventuras herói
no cinema, mas sim um que continuasse a visão “pé no chão” que Donner havia criado
anos antes.
Talvez esse seja o maior
acerto, mas ao mesmo tempo grande erro criado para o filme: O Retorno se situa
alguns anos após os eventos de Superman II (ignorando os capítulos III e IV) e
mostra o herói (Brandon Routh) retornando a terra, após a tentativa frustrada
de achar algum sinal de vida em Krypton. Confesso que perdi o fôlego quando
assisti os primeiros minutos do filme, pois tudo estava lá: a trilha clássica de
John Willians, o lado majestoso de Krypton, mas acima de tudo, a voz do eterno
Marlon Brandon soando na sala de cinema e que me fez lamentar ainda mais o fato
de eu nunca ter tido a chance de vê-lo atuando na tela grande.
Mas se por um lado o filme é
uma bela homenagem aos primeiros filmes, por outro isso o prejudicou, pois se
acabou não se criando uma identidade própria e tão pouco superando os capítulos
anteriores. Para piorar, Singer sabendo que todo mundo só pensava no Superman
como Christopher Reeve, decidiu contratar um ator semelhante ao ator e sobrou
para o semi desconhecido Brandon Routh, que embora tenha até certa semelhança
ao inesquecível interprete, sua atuação é tão mecânica, que por vezes parecia
um boneco eletrônico atuando. Por outro lado, embora os produtores tenham
repetido o vilão Lex Luthor, pelo menos acharam um ator de calibre e Kevin Spacey
para mim é o melhor interprete do personagem, ao introduzir um ar de maldade e certa
loucura controlada, algo que não se via na interpretação de Gene Hackman.
MAS
CADE A AÇÃO?
Uma das maiores reclamações que
ouço até hoje sobre esse filme é a falta de ação, sendo que alguns dizem que
ela é inexistente. Mas a ação esta lá, principalmente no inicio do filme, onde o
protagonista salvou inúmeras pessoas de um avião, mas no fim os roteiristas se
concentraram mais no conflito do personagem, em se dar conta que é o único sobrevivente
de seu planeta e no fato das pessoas que ele amava terem mudado e seguido com
suas vidas. Com isso, se inicia uma espécie de novela mexicana entre o herói e
Lois Lane (Kate Bosworth) e as cenas que eles se reencontram nada mais é do que
uma releitura do clássico encontro dos dois no filme de 78.
Deixando de lado esse vai e
vem romântico, do final do segundo, até o final do terceiro ato, o filme se
envereda para ação, onde o herói encara os planos maquiavélicos de Luthor. Mas
se por um lado esses momentos têm ação como todos queriam, por outro não há um
super ser que combata de igual para igual contra o herói como todos queriam e
para piorar (e ai eu concordo 100% com os fãs), o plano do vilão nada mais é do
que (de novo), uma releitura do seu plano mirabolante visto no filme de 78. Se
até aqui tudo parece ser uma releitura, homenagem ou quaisquer que fosse com
relação ao filme de Donner, eis que então Singer teve uma idéia bem original e
que na verdade buscou inspiração em Superman II: como naquele filme o casal
central havia dormido juntos, isso serviria para inventar uma possível possibilidade
de lois ter engravidado e o resultado disso é o fato dela ter gerado um filho do
herói e ele ter descoberto a verdade no final trama.
Embora tenha dividido a opinião
dos fãs com relação a essa virada da historia, eu particularmente gostei
bastante e serviu como um belo gancho para uma eventual seqüência, o que acabou
não acontecendo. Superman: O Retorno teve apenas um relativo sucesso e o que
acabou não cumprido as expectativas do estúdio infelizmente. Com isso, a Warner
se viu novamente com o seu sonho de criar um eventual filme da Liga da Justiça
ser engavetado e tendo que obrigatoriamente concentrar os seus esforços na
trilogia de Batman comandada por Nolan.
Apesar dos pesares, como eu
disse acima, eu vejo Superman: O Retorno como uma espécie de encerramento digno
de uma trilogia que se iniciou em 78, mas que infelizmente não se sustenta como
um filme sozinho e tão pouco tendo uma identidade própria. Felizmente veio
então esse ano o Homem de Aço, que embora não tenha superado o clássico de
Donner, pelo menos não é uma releitura e felizmente se sustenta como belo reinício
para o personagem no cinema.
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