Jogos
Vorazes está ai em cartaz, fazendo um merecido sucesso de bilheteria, mas existem
dois erros quando se fala neste filme. Primeiro é quando ficam fazendo comparações
a outras franquias como Harry Potter e a famigerada saga Crepúsculo, já que
essa aventura futurística, de nada tem haver com essas duas tramas citadas,
apenas são todos de origem literária. E a segunda é o enredo, que embora ótimo, não é assim tão original como muita gente acha, pois já vimos certos elementos característicos desse filme em outras produções. Quem
é cinéfilo antenado, vai logo se lembrar de inúmeros filmes, e no meu caso,
cito esses abaixo, que são claros exemplos, e que com certeza, serviram de
inspiração, tanto para a obra literária, como para sua versão cinematográfica.
Confiram:
Fahrenheit 451
Sinopse:
Guy Montag (Oskar Werner) é um bombeiro que vive numa solitária e isolada
sociedade, em que os livros são proibidos pelo Governo. É seu dever queimar
todo livro que tenha sido visto pelas autoridades ou denunciados pelos
informantes. Montag acaba se envolvendo com Clarisse (Julie Christie), uma
apaixonada pela literatura, o que o leva a ler livros de forma clandestina. É
através deste relacionamento que Montag passa a questionar os motivos que
justificam a determinação do governo de queimar toda e qualquer obra literária.
Embora lançado em 1966, o filme continua mais atual do que nunca. Baseado
na obra de mesmo nome do escritor norte-americano Ray Bradbury. O filme é
considerado por muito cinéfilos o melhor do gênero da ficção científica de
todos os tempos. O filme toca em um assunto espinhoso que é a censura contra a
cultura, mais precisamente contra os livros, onde em um futuro, todos eles são
pegos e queimados.
A trama é uma critica
forte contra os meios de comunicação como a televisão, que emburrece cada vez mais e mais a civilização. Na trama,
acompanhamos personagens que vivem meio que zumbis, numa sociedade controlada a
cada 24 horas, mas que pouco se importam com isso. François Truffaut disse numa
determinada época, que não ficou muito satisfeito no resultado final desse
filme, sendo que esse foi o primeiro e ultimo filme dele em língua inglesa.
Segundo as suas próprias palavras, ele gostava bem mais na versão dublada em francês,
o que não deixa de ter uma certa lógica, já que o diretor fez praticamente
todos os seus filmes na frança, e a linguagem exercida na trama, soaria bem
melhor mesmo em seu país de origem.
Criticas a parte, não
importa qual língua o filme esteja, sendo que à mensagem que passa funciona até
hoje, principalmente com seu final cheio de esperança, que prova que não importa
qual poder existe ou existira que queira nos dominar, ele jamais irá nos tirar
o nosso conhecimento, enquanto nos estivermos firmes com os nossos desejos pelo saber!
1984
Sinopse: O
filme trata de um país fictício chamado Oceania que está em constante guerra e
para manter a máquina de guerra funcionando, o povo é oprimido e controlado de
forma absoluta. Com televisores em todos os lugares (inclusive nos quartos dos
cidadãos) para controlar cada passo, evitando assim que uma revolta ecloda, ao
mesmo tempo que permite o controle absoluto através do Big Brother, um ser
“superior” que cada cidadão de Oceania dedica sua vida.
Escrito
em 1948, e adaptado para o cinema em 84, o filme sendo visto hoje em 2012,
acaba sendo meio injusto com ele, pois de lá para cá, milhares de filmes, sobre
um futuro onde a sociedade é oprimida e privada de emoção e que vive sob um
regime autoritário e alienista, já está mais do que batida, sendo que recentemente
isso foi visto em V De Vingança. Contudo, os produtores foram espertos em lançar
o filme justamente em abril de 1984, criando então, um verdadeiro contraste dos
fatos fictícios contados na tela, se comparado com a realidade daquele ano. Outro
fator interessante é a concepção de Big Brother, que no filme é algo temerário.
Hoje em dia é um programa de TV onde as pessoas se divertem assistindo aos
outros, nada de chocante. Em termos reais, muitas cidades do mundo estão
repletas de câmeras com o intuito de segurança. Será que estamos entrando no
esquema que o filme e o livro tanto nos intimidam?
De
qualquer forma, só por estar com a idéia envelhecida, não significa que o filme
é desatualizado. O conceito de estar sempre em guerra, para que com isso,
justificar as constantes necessidades que a população sofre. Sem contar o
controle através da raiva comum e do medo constante de ser dedurado por algum
vizinho ou colega de trabalho. As atuações são boas, com destaque para a
atuação de Richard Burton, em seu último filme. John Hurt também está bem como
o amargurado e o questionador Wiston. O interessante no filme, é que acima de
tudo seja realista, no que diz respeito ao ser humano. Não há aqueles heróis
imbatíveis, já que Wiston questiona o sistema, mas tem medo de ser descoberto e
torturado por suas “idéias revolucionárias”.
O SOBREVIVENTE (1987)
Sinopse: No futuro,
prisioneiro é obrigado a participar de jogo de TV violento em que enfrenta
gladiadores high-tech em terreno cercado.
Disparado um dos
piores filmes da carreira de Arnold Schwarzenegger,
mas que antecipava alguns temas que viria há surgir anos depois, como o famigerado reality
show. A produção ganhou certo reconhecimento por ser baseado numa obra de Steven
King, mas o filme envelheceu muito mal ao longo dos anos. Se muitas pessoas criticam
a estética dos anos 80, é porque ainda não viram esse, que é com certeza o pior
exemplo daquele tempo. O visual futurístico acabou se tornando muito datado, e
por incrível que pareça, o culpado é justamente Blade Runner, pois a obra prima
de Ridley Scott se tornou exemplo de como poderia ser um futuro apocalíptico,
só que, nem todos os filmes esse visual funcionaria, e com o Sobrevivente
funcionou tudo errado, com direito a um
pijama laranja que o protagonista usa.
O
filme só não prejudicou a carreira do ator, porque ele foi lançado em meio a
outros sucessos do astro na época, como O Predador e Vingador do Futuro!
2 comentários:
Rapaz, já tinha ouvido falar alguma coisa destes "Jogos Vorazes", mas não dei muita atenção ao oba-oba... Agora, que me citas referências entre clássicos absolutos e deliciosos 'trashes' anos 80, fiquei "voraz" para ver o tal filme da onda! Muito boa postagem! Abração e apareça!
Ótimo post meu amigo!
Com tantos clássicos citados pessoas como nosso querido amigo Dilberto terá q se render e conferir essa trilogia...
Se é bom ou nao logo saberei, mas uma coisa eh certa, é o modismo do momento...
abraçoo
Postar um comentário