Hoje será o ultimo dia do curso “historia do cinema de Horror”, criado pelo CENA UM e ministrado pelo entendedor do assunto Carlos Primati. Hoje, o assunto principal, será sobre um dos filmes mais polêmicos de todos os tempos. E como eu já assisti, confiram abaixo o que eu achei. Nota: O texto contem trechos que revelam momentos da trama!
Holocausto Canibal
Sinopse: Professor da Universidade de Nova York vai atrás de uns documentaristas perdidos, quando esses saíram para filmar na Amazônia. Lá chegando, ele descobre os horrores que eles passaram nas mãos de canibais.
Sabendo que esse filme seria um dos destaques do curso que iria participar, logo então decidi procurá-lo, mas com certo receio, já que muitos consideram um dos filmes mais repugnantes e violentos da historia do cinema. Após assisti-lo, devo reconhecer que o filme é sim bastante violento e doentio, mais precisamente ao retratar os documentaristas, gananciosos e sem menor noção com o que realmente estão lidando na selva, acreditando que acharam o seu parque de diversões. Ao terem o seu primeiro contato com os nativos, os protagonistas começam a agir de uma maneira tão ensandecida, que nem sentimos muita pena com relação aos seus destinos, pois eles procuraram por isso.
Se nos sentimos realmente repugnados por determinadas cenas, são justamente pelas mortes dos animais que ocorrem na trama, como de um gambá e principalmente de uma tartaruga gigante que é totalmente estripada por alguns minutos, mas o suficiente para serem intermináveis. É nestas seqüências, que eu acredito que o diretor Ruggero Deodato procurou o maior realismo possível e com êxito, embora reprove por completo qualquer mau trato imposto em animais, e atualmente com certeza não creio que aja um cineasta que tenha coragem de fazer o que Deodato fez. Mas para que tanto realismo e violência? Eu acredito que o diretor queria fazer um retrato sombrio do ser humano inconseqüente e da hipocrisia da sociedade sobre certos limites étnicos. Durante os anos 70, o povo norte americano perdeu completamente a sua inocência, devido a diversos fatos da época, e com isso, qualquer tentativa de se esconder embaixo de uma mascara, ocultando o lado feio da coisa, é mero artifício obsoleto. Bom exemplo disso é a cena em que um dos documentaristas está achando graça de um cadáver de uma das nativas, empalada em um tronco, para então depois fingir na frente da câmera que se sente horrorizado.
Por algum tempo Ruggero Deodato chegou até mesmo ser acusado pela criação do filme, pois certas autoridades achavam as cenas realistas demais e exigiram que o diretor provasse que os atores estivessem realmente vivos. Tudo isso se deve a vertiginosa seqüência final, onde o historiador e outras pessoas testemunharam as imagens na tela, dos rolos perdidos dos documentaristas da trama. A seqüência em si é realmente realista e muito violenta, mas o que tiver o olho mais atento percebera que existem muitos truques de câmera e perceberam os momentos de quando são os atores atuando, e quando são já bonecos, representando eles mortos. Deodato sem sombra de duvida estava com a sua mente mais a frente do seu tempo, pois a forma que é criada a produção, em parte como um possível e real documentário, é algo que o publico veria mais tarde em filmes como A Bruxa de Blair e que atualmente é o mais novo artifício de sucesso dos filmes de horror, como REC por exemplo.
Não é um filme que se tornou e muito pouco se tornara favorito para muitos, mas é uma produção, que a pós a exibição, se perguntamos quem eram realmente os vilões dessa trama e quem eram os heróis. Ou melhor, dizendo (como o historiador fala no final) quem eram ali os verdadeiros canibais? Nem tudo da natureza do seu humano pode ser respondida!
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