Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse: Gabrielle
(Marion Cotillard) sempre foi solteira e teme ficar sozinha. Por isso, ela
acaba se casando com um homem que não ama. Os dois se afastam e Gabrielle vai
se recuperar numa clínica de águas termais. Lá, Gabrielle se apaixona por um
militar (Louis Garrel) e experimenta o verdadeiro amor.
Meu Malvado Favorito
3
Sinopse:Gru se
apaixonou por Lucy Wilde e agora, os dois trabalham juntos como agentes
secretos. Pela frente, os dois têm de enfrentar uma grande ameaça, Balthazar
Bratt, um cara que usa ombreiras e quer dominar o mundo. Para isso, Gru conta
também com a ajuda das filhas, de seus fiéis escudeiros Minions... e de seu
irmão, Dru.
Mar Inquieto
Sinopse: Anita (Rita
Guedes) era viciada em drogas e se achava um caso perdido em função disso. Sua
salvação foi se casar com Vitorino. No entanto, o relacionamento dá errado. Ela
acaba o matando e depois desova o corpo. Anita acha que está livre de
preocupações, mas esse é apenas o começo de seus problemas.
Sinopse: Samuel (Omar
Sy) é um bon vivant que descobre ter uma filha, chamada Gloria. Como se já não
bastasse essa surpresa, a mãe da menina decide deixá-la com Samuel e
desaparece. Ele precisa se virar para cuidar da filha e enfrenta um grande
dilema quando a mãe da garota reaparece oito anos depois, querendo Gloria de
volta.
EMPATIA
Sinopse: O próprio
diretor conduz o filme, mostrando suas dúvidas e opiniões sobre as relações do
homem com o mundo animal e a filosofia vegana. O cineasta, que sempre adorou
comer presunto, reúne depoimentos reveladores sobre meio ambiente, nutrição e
respeito aos animais – e faz com que ele próprio assuma posturas mais
responsáveis sobre o assunto. O documentário é acompanhado do curta gaúcho
“Vida como Rizoma” (13min), sobre o músico Klaus Volkman.
Sinopse: A adolescente Nalu
(Maria Galant) precisa cuidar do pai cego, após a morte da avó que os criou
como irmãos. Quando Ruben (Marat Descartes) percebe o amadurecimento da filha,
surge uma desconcertante intimidade entre eles. Mas, com a chegada de Rosário,
o ciúme ganhará espaço na vida de ambos.
Não é de hoje que o cinema gaúcho
vem provando que um cinema brasileiro autoral não se encontra somente em Pernambuco.
Se em Castanha se comprova o fortalecimento de um cinema autoral, do qual se tem
uma harmonia entre a transição dos gêneros ficção e documental, Beira Mar é um
exemplo do qual se explora as passagens de mudanças conflituosas da adolescência
no cenário contemporâneo de hoje. É aí que chegamos ao filme Mulher do Pai, do
qual transita entre um cinema autoral, mas que também sabe compartilhar muito
bem um retrato da juventude de hoje e que convive com os ventos da mudança ininterrupta. Dirigido pela estreante Cristiane
Oliveira, a trama se passa no interior dos pampas, onde acompanhamos a história
de uma família pequena, formada pelo pai cego Ruben (Marat Descartes), filha
Nalu (Maria Galant) e avó. Quando essa última vem a falecer, surge então uma nova
relação entre pai e filha, principalmente quando Ruben percebe o
amadurecimento de Nalu. Porém, com a chegada de uma professora chamada Rosário
(Veronica Perrotta) na vida de Ruben, se tem então o nascimento de um clima de ciúmes
e do qual fará com que Nalu repense sobre o seu futuro. Mesmo sendo novata atrás das
câmeras, Cristiane Oliveira surpreende na forma como capta aquele universo do
interior separado da civilização, pois mesmo com a falta de tecnologia, os
ventos da mudança trazem pequenas informações e das quais atraem esses jovens pouco
familiarizados com a cidade de grande. É desse pensamento que se encontra Nalu
que, sabendo que não terá muitas opções de crescer na vida onde se encontra,
vive então na curiosidade sobre o que há além das cercas que separam as
estradas que dão em direção a Porto Alegre por exemplo. Contudo, uma vez
morrendo a sua avó, desperta então o seu lado mulher, da qual pode vir a ser a
dona da casa, despertando um tipo de contato com pai há muito tempo esquecido,
mas indo a direções delicadas e das quais os sentimentos entram então em conflito. Contudo, não espere por situações
explicitas, pois a intenção da cineasta é criar mais do que uma mera atração conflituosa
entre pai e filha, mas sim criando situações das quais possam ambos os
personagens encarar as mudanças das quais eles precisam enfrentar. Ruben, por
exemplo, enfrenta o fato de sua filha se interessar por outros rapazes,
enquanto ela encara o fato de que precisa fazer alguma coisa com a sua vida,
mesmo quando a relação com o pai se torna um porto seguro, mas sem muitas
expectativas para o futuro. Em meio essa montanha russa de conflitos, é
interessante quando surgem momentos harmoniosos entre os dois, como quando ela
começa descrever um filme para ele que está passando na TV e fazendo com que a
gente se identifique com eles facilmente naquele momento.
Embora nova na profissão, Maria
Galant surpreende em cena, principalmente por possuir um olhar que compartilha
dos conflitos da personagem. Porém, Marat Descartes é o melhor em cena, pois
ele não só nos convence como um homem cego, como também saber nos passar a
possibilidade de seu personagem estar com os desejos em ebulição e dos quais
ele próprio enfrenta. Ambos em cena se criam uma tensão do qual nos contagia, cujos
resultados vão contra as nossas expectativas, mas sendo exatamente esse o
resultado do qual a cineasta quis obter.
Falando nela, não poderia
deixar de notar na sua forma de filmar em algumas ocasiões, como se a sua câmera
quisesse fugir do quadro e fazendo com que a gente se pergunte por alguns
momentos o que está acontecendo em cena. Se a câmera foca somente os dois
protagonistas da cintura para baixo, por exemplo, talvez seja a intenção de
compartilhar a sensação de não saber o que acontece ao redor e fazendo com que
a gente até mesmo entenda a sensação de insegurança que o personagem Ruben tem
devido a sua deficiência. Um recurso ligeiramente familiar, do qual me fez me
lembrar de Ensaio sobre a cegueira de Fernando Meirelles, mas soando aqui de
uma forma original e se casando com a proposta principal de sua autora.
Embora com um final sem
muitas surpresas com relação aos destinos dos personagens, Mulher do Pai é um
belo exemplo de cinema autoral gaúcho, mas que sabe dialogar com um público que
vai ao cinema em busca de se identificar com a proposta principal da trama.
Nos dias 08 e 09 de
Julho eu irei participar do curso Cinema Independente Brasileiro Hoje, criado
pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema do jornal Zero Hora Daniel
Feix. Enquanto o final de semana da atividade não chega por aqui eu irei
relembrar de alguns filmes do cinema brasileiro independente que eu assisti nesses
últimos dez anos.
Jogo de Cena (2007)
Sinopse: Atendendo a
um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio.
23 delas foram selecionadas, em junho de 2006, e filmadas no Teatro Glauce
Rocha. Em setembro do mesmo ano várias atrizes interpretaram, a seu modo, as
histórias contadas por estas mulheres.
De Eduardo Coutinho (Edifício
Masters) o documentário é uma analise sobre inúmeros relatos, tanto de mulheres
comuns, como também de atrizes conhecidas que contam suas histórias fictícias
ou realmente verídicas. O ápice do documentário é ouvirmos determinada história
que começa com uma, mas que continua através de outra pessoa. Isso faz com que
tenhamos uma visão diferente da mesma história, da qual já sabemos como irá
terminar, mas nos passando um sentimento diferente e criando então uma analise múltipla
com relação ao ser humano perante determinadas situações.
Tudo rodado no Teatro Glauce
Rocha, onde mulheres comuns e atrizes se descascam na frente da câmera. Em
alguns momentos, por exemplo, as histórias relatadas através de certas mulheres
que, nunca pensaram na vida em serem atrizes, acabam surpreendentemente sendo
as mais convincentes e despertam uma emoção genuína para todos nós.
Mais informações sobre
atividade vocês cliquemaqui.
Humor negro, obra francesa anos 20, arte
inspirada em "Grande Hotel Budapeste", com atriz internacional Cris Lopes e
Euler Santi no elenco
Já pensou em planejar sua própria morte de maneira
excêntrica e divertida? O Filme AGS é baseado em uma obra de mesmo nome "Agence
Générale du Suicide" do poeta francês Jacques Rigaut escrita nos anos 20 e
tem roteiro adaptado pelo ator e roteirista Euler Santi.
O filme é uma comédia com bastante humor negro, piadas
atuais e se passa em uma agência que funciona desde 1920 como se fosse
uma repartição pública sofisticada, onde os clientes escolhem
e personalizam a forma como gostariam de
morrer.
A direção de fotografia foi realizada pelo
Diretor do filme Rodney Borges e a direção de arte da atriz Cris
Lopes, inspirados no filme Grande Hotel Budapeste. AGS foi selecionado em mais de 10 festivais no Brasil em
2016, com exibição na Espanha e divulgações nos Estados Unidos,
Europa e Argentina, premiado com Melhor Fotografia, Melhor Edição,
Melhor Roteiro, Melhor Filme.
Abordando de forma leve e divertida o tema do suícidio,
AGS tem como protagonistas: a atriz internacional Cris Lopes que estrela 3
longas metrangens em 2017: filme canadense FREER de L. Giordana, lançamento
Canadá & USA; protogonista em longa argentino de N.
Rosendo, rodando na Argentina; longa brasileiro Meio Irmão de
Eliane Coster, breve nos cinemas), Cris já atuou em mais de 10 filmes
e o ator e roteirista de AGS Euler Santi
(longa metragem EMIL - Palestra sobre Nada), ambos já atuaram em
emissoras de tv como Record e Rede Globo.
Datas de
Exibições : 01/julho - sábado - 15h e dia 04/julho -
terça - 17h
CineSesc Augusta :
Rua Augusta, 2075 - São Paulo
Mostra Sesc de Cinema Paulista - de 29/junho a 05/julho:
Sinopse:O documentário
acompanha o reencontro das artistas para a a montagem de um espetáculo,
trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o
comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.
Numa das passagens mais significativas desse
documentário comandando por Leandra Leal (O Lobo Atrás da Porta), é dito que, em
décadas passadas, os artistas travestis brasileiros tinham trabalho garantido,
por exemplo, em shows de grandes teatros. Em tempos de hoje, infelizmente, muitos
não conseguem um emprego como esse, mas sim em outras áreas como da prostituição.
Não deixa de ser irônico esse pensamento, já que a era de ouro de inúmeros travestis
de grande talento surgiram justamente nos tempos de chumbo, onde havia censura,
repreensão, medo, mas não impediu que essas figuras cheias de brilho ganhassem
luz própria.
Crescendo em uma família da
qual investiu pesado na área artística, como no Teatro Rival do RJ inaugurado
em 1934, Leandra Leal decidiu então criar um documentário do qual, por exemplo,
explorasse um olhar pessoal de seus anos assistindo a esses shows e dos quais
surgiram então os primeiros grandes artistas travestis do Brasil. Rogéria, Jane
Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Eloina dos Leopardos, Fujika de Halliday,
Marquesa e Brigitte de Búzios são as estrelas que enchem a tela. Em pouco mais
de uma hora e meia, testemunhamos suas histórias através de seus depoimentos,
onde o presente e o passado se entrelaçam e formando então um mosaico de
histórias cheias de significado.
Embora seja o seu primeiro
longa metragem atrás das câmeras, Leandra Leal demonstra total controle na
direção, ao focar exclusivamente essas figuras cheias de talento e fazendo com
que elas fiquem a vontade para colocarem
para fora as suas reais personalidades. Embora não aparecendo nas entrevistas,
Leandra surge em alguns momentos em narração off, onde as suas palavras possuem um peso de
história, da qual precisava ser contada e sintetizando esses momentos em cenas
chaves do documentário: a cena em plano sequência onde a câmera da cineasta
foca as personagens indo em direção ao teatro é o melhor exemplo desse feito.
Assim como outros filmes como Dzi
Croquettes, onde se explora os shows daquele período, o documentário é recheado
de cenas da época, tanto das apresentações vistas no teatro, como também de
alguns que ousaram se arriscar na TV e obtendo um grande sucesso. É claro que
não faltam momentos nos depoimentos onde se escancara situações das quais esses
talentos sofreram preconceito, tanto vindo da sociedade, como também vindo de
suas próprias famílias. Porém, isso não impediu que eles seguissem em frente,
pois o sonho do estrelado e ter o direito e ir e vir da maneira que quisessem
falou mais alto.
Em dias atuais, onde o preconceito
surge na imagem de políticos que se dizem cidadãos de bem, Divas Divinas é um registro
histórico de um período, onde a intolerância desenfreada não impedia que o
talento aflorasse nesse grupo de artistas e para que assim conseguissem a sua
luz própria.