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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 26 de junho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: DIVINAS DIVAS




Sinopse:O documentário acompanha o reencontro das artistas para a a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.
Numa das passagens mais significativas desse documentário comandando por Leandra Leal (O Lobo Atrás da Porta), é dito que, em décadas passadas, os artistas travestis brasileiros tinham trabalho garantido, por exemplo, em shows de grandes teatros. Em tempos de hoje, infelizmente, muitos não conseguem um emprego como esse, mas sim em outras áreas como da prostituição. Não deixa de ser irônico esse pensamento, já que a era de ouro de inúmeros travestis de grande talento surgiram justamente nos tempos de chumbo, onde havia censura, repreensão, medo, mas não impediu que essas figuras cheias de brilho ganhassem luz própria.
Crescendo em uma família da qual investiu pesado na área artística, como no Teatro Rival do RJ inaugurado em 1934, Leandra Leal decidiu então criar um documentário do qual, por exemplo, explorasse um olhar pessoal de seus anos assistindo a esses shows e dos quais surgiram então os primeiros grandes artistas travestis do Brasil. Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Eloina dos Leopardos, Fujika de Halliday, Marquesa e Brigitte de Búzios são as estrelas que enchem a tela. Em pouco mais de uma hora e meia, testemunhamos suas histórias através de seus depoimentos, onde o presente e o passado se entrelaçam e formando então um mosaico de histórias cheias de significado.
Embora seja o seu primeiro longa metragem atrás das câmeras, Leandra Leal demonstra total controle na direção, ao focar exclusivamente essas figuras cheias de talento e fazendo com que elas fiquem a vontade  para colocarem para fora as suas reais personalidades. Embora não aparecendo nas entrevistas, Leandra surge em alguns momentos em narração off, onde as suas palavras possuem um peso de história, da qual precisava ser contada e sintetizando esses momentos em cenas chaves do documentário: a cena em plano sequência onde a câmera da cineasta foca as personagens indo em direção ao teatro é o melhor exemplo desse feito. 
Assim como outros filmes como Dzi Croquettes, onde se explora os shows daquele período, o documentário é recheado de cenas da época, tanto das apresentações vistas no teatro, como também de alguns que ousaram se arriscar na TV e obtendo um grande sucesso. É claro que não faltam momentos nos depoimentos onde se escancara situações das quais esses talentos sofreram preconceito, tanto vindo da sociedade, como também vindo de suas próprias famílias. Porém, isso não impediu que eles seguissem em frente, pois o sonho do estrelado e ter o direito e ir e vir da maneira que quisessem falou mais alto.
Em dias atuais, onde o preconceito surge na imagem de políticos que se dizem cidadãos de bem, Divas Divinas é um registro histórico de um período, onde a intolerância desenfreada não impedia que o talento aflorasse nesse grupo de artistas e para que assim conseguissem a sua luz própria.   




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