Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Cine Dicas: Estréias do final de semana (07/04/17)



A CABANA
Sinopse:Durante uma viagem, a filha mais nova de Mack Allen Phillips (Sam Worthington) desaparece e são encontradas evidências de que a menina foi brutalmente assassinada numa cabana abandonada. Depois de quatro anos vivendo numa profunda tristeza, Mack recebe um bilhete misterioso, aparentemente escrito por Deus, convidando-o a retornar à cabana onde aconteceu a tragédia. 


A Morte de Luís XIV
Sinopse:Cinebiografia conta a história dos últimos dias de vida do rei da França Luís XIV. Nos anos 1700, sua saúde fica debilitada quando começa a sentir dores na perna. A partir daí tudo vai piorando, sofrendo com febre e obrigado a ficar numa cama.
 
Cães Selvagens
Sinopse:Três prisioneiros finalmente ganham a liberdade. Agora é importante o trio se manter na linha para ficar longe do presídio. Os três até tentam levar uma vida comum, dentro da lei. No entanto, o mundo do crime fala mais alto, que os atrai para mais um golpe.
 
A Despedida em Grande Estilo
Sinopse: Os amigos Willie (Morgan Freeman), Joe (Michael Caine) e Albert (Alan Arkin) não imaginavam que a vida de aposentado seria tão tediosa. O grande divertimento deles é ver televisão. O trio então busca alguma forma para dar uma agitada na rotina e também na suas contas, já que suas pensões foram congeladas. Entçao, a solução encontrada pelo idosos é roubar um banco.
 
Dolores: Uma Mulher, Dois Amores
Sinopse:Uma mulher escocesa está em luto com a morte de sua irmã. Ela então se vê forçada a voltar à Argentina. Lá ela tem de cuidar do sobrinho pequeno. Mas o grande desafio é lidar com o amor escondido que sente pelo cunhado.
 
 Gaga - O Amor pela Dança
Sinopse: Documentário conta a história do coreógrafo Ohad Naharin, que também é diretor artístico da Companhia de Dança Batsheva, de Tel Aviv. Sua rotina foi acompanhada ao longo de oito anos, revelando seu talento durantes os ensaios e em grandes apresentações.
 
 Os Cowboys
Sinopse: lain é um pai de família que vive com a mulher e seus dois filhos no leste da França. De classe média, eles são apaixonados pela cultura country – o número musical do início da fita, inclusive, é agradabilíssimo. Tudo corre bem até o dia em que sua filha Kelly desaparece misteriosamente sem deixar rastros, o que leva Alain a partir em uma busca desenfreada por informações da adolescente. Anos mais tarde, Kid, o filho mais novo, continua ao lado do pai tentando reencontrar sua irmã, ainda que tudo o leve a acreditar que isso será impossível.
 
Os Smurfs: A Vila Perdida
 Sinopse: Na Vila dos Smurfs, o Papai Smurf está sempre de olho para ver se nenhum ser azul anda aprontando. Mas Smurfette e os amigos Gênio, Desastrado e Robusto estão atrás de aventura e partem numa busca por uma tal Vila Perdida. Mas para isso, terão de passar pela Floresta Proibida, que abriga seus perigos. E se depender do maquiavélico Gargamel, o quarteto não voltará para casa.
 
Pitanga
Sinopse:Documentário homenageia a vida e a carreira do ator Antonio Pitanga, grande nome do Cinema Novo. Pitanga relembra histórias com grandes amigos como Caetano Veloso, Othon Bastos e também com a filha, a atriz Camila Pitanga.
 
Por Trás do céu
Sinopse: Aparecida (Nathalia Dill) vive no sertão em meio à pobreza. Ela não entende e não suporta o fato de viver naquele lugar. Seu marido se isola cada vez mais por causa de uma tragédia. Por isso, Aparecida anseia em um dia deixar tudo para trás e ir para a cidade grande.

Todas as manhãs do mundo
 Sinopse: As diferenças de animais e plantas em cinco continentes diferentes.




Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Dica: Programação das salas de cinema da Casa de Cultura Mario Quintana até o dia 12 de Abril

PROGRAMAÇÃO DE 6 A 12 DE ABRIL DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
                                SALA 1 / PAULO AMORIM
 
15h30 – FATIMA
(Fatima - França, 2017, 80min). Direção de Philippe Faucon, com Soria Zeroual, Zita Hanrot, Kenza Noah Aïche. Imovision, 12 anos. Drama
Sinopse: Fatima mora na França e cria sozinha suas duas filhas: Souad, de 15 anos, e Nesrine, de 18. Nascida na Argélia, Fatima fala muito mal o francês, condição que só lhe permite trabalhar como faxineira. Isso também dificulta a sua relação com as filhas, que fazem o possível para se integrar à sociedade onde vivem.  O longa traz um olhar sensível sobre a condição feminina e a questão dos imigrantes na Europa.

17h10 – PARAÍSO
(Ray – Rússia/Alemanha, 2016, 130min). Direção de Andreï Konchalovsky, com  Yuliya Vysotskaya e Philippe Duquesne. Mares Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: O longa tem como pano de fundo a perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. É neste ambiente trágico que se cruzam os destinos dos três protagonistas, todos apresentados como se estivessem em um depoimento: Olga, uma condessa russa exilada na França; Jules, um policial francês que colabora com os alemães; e Helmut, um oficial nazista.  Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Veneza, o longa foi um dos nove finalistas ao Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a Rússia.
19h30 – SOUVENIR
((Souvenir - França, 2017, 90min). Direção de Bavo Defurne, com Isabelle Huppert, Kévin Azaïs, Johan Leysen. Pandora Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Liliane tem um emprego rotineiro em uma fábrica de alimentos. Mas Jean, um novo funcionário, descobre o seu segredo: ela já foi uma cantora famosa chamada Laura, revelada em um concurso popular nos anos 1970. Laura era a mulher dos sonhos de muita gente e o jovem fã vai fazer de tudo para que ela volte aos palcos.
 
PROGRAMAÇÃO DE 6 A 12 DE ABRIL DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 2/ EDUARDO HIRTZ
 
15h e 19h – GAGA: O AMOR PELA DANÇA (ESTREIA)
(Mr. Gaga – Israel/Alemanha/Holanda, 2017, 100min). Documentário de Tomer Heymann. Vitrine Filmes, Livre.
Sinopse: Ohad Naharin, mais conhecido como Mr. Gaga, é diretor artístico da Batsheva Dance Company, em Israel. O filme mergulha no processo criativo do artista de 60 anos, considerado um dos coreógrafos mais importantes do mundo e responsável pela redefinição da linguagem da dança contemporânea. O projeto durou oito anos e mistura ensaios e sequências de dança impressionantes.
 

17h – EU NÃO SOU SEU NEGRO
(I Am Not Your Negro - EUA/França/Bélgica, 2016, 95min). Documentário de Raoul Peck, com Samuel Jackson. Imovision, 12 anos.
Sinopse: Indicado ao Oscar de melhor documentário, o filme parte de escritos deixados por James Baldwin para refletir sobre momentos cruciais do racismo e intolerância nos Estados Unidos, incluindo os assassinatos de Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr., os três principais líderes negros da década de 1960. O longa combina imagens jornalística da época e atuais, entrevistas de Baldwin e a narração de Samuel L. Jackson.

PROGRAMAÇÃO DE 6 A 12 DE ABRIL DE 2017
SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES
SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h15 – HIROSHIMA MEU AMOR

(Hiroshima Mon Amour – França/Japão, 1959, 95min). Direção de Alain Resnais, com Emmanuelle Riva e Eiji Okada. Zeta Filmes, 18 anos. Drama.

Sinopse: O primeiro longa-metragem do diretor francês Alain Resnais se tornou um clássico do cinema e um marco da Nouvelle Vague. A história acompanha o breve romance entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês enquanto ela roda um filme em Hiroshima. Fazendo uso inovador do flashback, o longa destaca as memórias sofridas da mulher, que anos antes viveu um amor proibido com um soldado alemão. O filme volta às telas em cópia restaurada pelo selo Clássica, da Zeta Filmes.


17h15 – IRMÃ
(Little Sister - Estados Unidos, 95min, 2016). Direção de Zach Clark, com Addison Timlin, Ally Sheedy, Keith Poulson. Supo Mungam Filmes, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Colleen já foi uma jovem gótica, mas decidiu abandonar a família e seus antigos hábitos para se tornar freira. Entretanto, ela precisa reconsiderar suas certezas quando recebe um e-mail da mãe, contando que seu irmão voltou da guerra do Iraque e tem sequelas no corpo. Além de rever o irmão, este reencontro de Colleen com o passado será determinante em vários outros aspectos. 

19h – TRAVESSIA
(Brasil, 90min, 2017). Direção de João Gabriel, com Chico Diaz, Caio Castro, Camilla Camargo. O2 Play Filmes, 16 anos. Drama.
Sinopse: Roberto é pai de Julio e ambos vivem dias difíceis por causa da morte da mãe. O relacionamento entre os dois, que já era complicado, se torna cada vez mais distante.  Enquanto Roberto busca alento na bebida, Julio se envolve com o tráfico de drogas. Mas um atropelamento inesperado vai mudar a vida de pai e filho. O filme foi o vencedor do 10º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro.
Nossas  redes sociais:

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell



Sinopse:Em um mundo pós-2029, é bastante comum o aperfeiçoamento do corpo humano a partir de inserções tecnológicas. O ápice desta evolução é a Major Mira Killian (Scarlett Johansson), que teve seu cérebro transplantado para um corpo inteiramente construído pela Hanka Corporation. Considerada o futuro da empresa, Major logo é inserida no Section 9, um departamento da polícia local. Lá ela passa a combater o crime, sob o comando de Aramaki (Takeshi Kitano) e tendo Batou (Pilou Asbaek) como parceiro.
O longa de animação japonês Ghost in the Shell (traduzido por aqui como Fantasma do Futuro) de 1995, dirigido Mamoru Oshii e escrito por Kazunori Itô e Masamune Shirow foi um filme a frente do seu tempo, pois a obra era um retrato de um mundo cada vez mais conectado as redes da informática, sendo que naquele tempo a internet, por exemplo, ainda estava só engatinhando. Além disso, o filme tratava da questão sobre os significados da alma, lembranças, individualidade e qual o nosso papel no mundo do qual vivemos. Não é a toa que o filme serviu de inspiração para o nascimento de inúmeros filmes posteriormente como foi no caso de Matrix de 1999. 
Passaram-se os anos e sempre havia inúmeros boatos sobre uma versão americana em carne e osso da obra. Depois de muita espera, finalmente chegou essa versão, intitulada agora de A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell e estrelado pela atriz Scarlett Johansson (ótima, aliás), sendo que foi uma escolha criticada por parte dos fãs, já que eles queriam uma atriz japonesa. Polêmicas a parte, o filme em si possui um dos mais belos visuais do ano, mantendo a premissa principal da obra original, mas não se aprofundando em sua essência como um todo.
Claro que a maioria dos personagens dos quais nós conhecemos através do clássico estão lá, mas inseridos de uma forma um tanto que diferente. Batou (Pilou Asbaek), por exemplo, é mais humano, obtendo toques de humor e a origem dos seus olhos biônicos. Já a Mira Killian (Johansson) é que mais passou por uma readaptação, não com relação ao seu visual, mas sim as suas motivações. Se na obra original a personagem vivia em conflito com relação ao seu “eu”, aqui ela passa a tentar descobrir sobre a sua verdadeira origem, já que ela não se lembra de quase nada antes de ter o seu corpo praticamente todo substituído por uma tecnologia avançada.
Está mais do que claro que os roteiristas e o diretor Rupert Sanders (Branca de Neve e o Caçador) optaram por seguir uma linha narrativa da qual as pessoas do ocidente pudessem captar melhor a trama e conseguissem se identificar com os personagens. Se por um lado eles amenizam os temas complexos da obra original das quais eu citei acima, por outro lado, eles conseguiram manter fieis ao visual e criando um universo em que os prédios estão impregnados com propagandas holográficas, as ruas invadidas pelo comércio dos mais variados tipos e com pessoas convivendo com outras das quais possuem as suas partes cibernéticas.
Aliás, é interessante observar como são bem inseridas as mais diversas culturas dentro da trama, tanto ás orientais como ocidentais e fazendo a gente não se perguntar onde se passa a trama, já que ela poderia se passar em qualquer outra parte do globo. Isso rende até mesmo um espaço para fazer uma dura crítica contra a propaganda da “não a imigração” do qual o Presidente Donald Trump prega atualmente, já que numa determinada parte da trama, isso é muito bem explorado e reacendendo ainda mais o assunto dentro da ficção. Embora com essas readaptações, os roteiristas conseguiram inserir passagens clássicas da obra original, como quando ocorre o clássico duelo na água, ou quando a protagonista enfrenta um robô tanque gigante e tendo consequências imprevisíveis.
Porém, não esperem por um filme de muita ação e efeitos visuais do começo ao fim, pois embora eles estejam inseridos na trama, eles somente ocorrem quando roteiro necessite que isso realmente aconteça. Ao mesmo tempo, o filme falha por não ter um vilão carismático, sendo que o Chefe dos Fantoches da obra original, mesmo a gente não enxergando ele como um todo (só assistindo ao clássico para entender o que eu estou dizendo) era muito mais interessante. Ao invés disso, é inventando um personagem que possui forte ligação com o passado da protagonista e um empresário ambicioso que, se não fosse pelas suas ações, a gente até esqueceria que ele existe na trama.
Finalizando, o filme cumpre o que promete, mas ao mesmo tempo, me dá a impressão de que eles não entregaram a obra como um todo. A meu ver, está mais do que lógico que o estúdio tenha um desejo de criar uma franquia da obra e deixando o melhor para mais tarde. Porém, isso empalidece um pouco o resultado final se for comparado com a obra original, já que aquela versão não precisou de continuações ou algo do gênero para se tornar um verdadeiro clássico japonês. 
Com participação mais do que especial da atriz francesa Juliette Binoche (Copia Fiel), A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell pode até ter as suas qualidades, mas a meu ver, servirá mais como janela para o público em geral conhecer a obra prima oriental de 1995.

Cine Curiosidade: Pauta: Cris Lopes em "Vida de Atriz" revela curiosidades dos bastidores da tv e do cinema

"Cris conta detalhes: desde conhecer Silvio Santos quando criança e aparecer pela primeira vez na tv até sua atuação internacional no cinema"
A atriz de cinema Cris Lopes gravou o quadro "Vida de Atriz" revelando curiosidades dos bastidores da tv brasileira e do cinema no exterior:  temporadas européias na França e na Inglaterra onde filmou; estrelou longa canadense em 2016; este ano vai protagonizar longa metragem argentino e em breve estréia em longa nacional como delegada.
Cris Lopes atuou na tv aberta no Brasil no Seriado Vila Maluca veiculado e produzido pela Rede Tv (estilo Chaves brasileiro) vivendo a romântica Xuxu que se destacou na audiência com o público jovem na segunda temporada da série em 2005/2006 (150 episódios) e apresentou programas de entrevistas tanto na tv a cabo, como na Band 21 e também atuou no SBT e na Rede Record (2015).
Cris conta detalhes, desde conhecer o Silvio Santos quando criança e aparecer pela primeira vez na tv até sua atuação internacional no cinema em outros idiomas, nesta entrevista para o canal Agenda do Produtor e dá dicas aos interessados na vida artística em atuar na tv e no cinema. Assista aqui entrevista completa: https://www.youtube.com/watch?v=bwk9GSpDHbw

Seguir atriz Cris LopesFacebook Fan Page @crislopesoficial   Twitter @crislopesOFC    Instagram @crislopes.oficial
Canal Youtube Cris Lopes Oficial - Cinema Tv: https://m.youtube.com/c/CRISLOPES_Atriz_Apresentadora_Artista_Actress/videos


Divulgação: Cris Lopes OFICIAL Face Fan Page @crislopesoficial
Entrevistas: imprensacl@terra.com.br
                    crislopesactress@gmail.com

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: CENTRAL - O FILME



Sinopse: Em meio ao caos do sistema carcerário que se desencadeou no Brasil, em que centenas de presos são submetidos à superlotação, falta de infraestrutura e de higiene e má alimentação dentro dos presídios e as cidades estão vivendo ondas de violência nunca vistas, estréia o documentário Central - O poder das facções no maior presídio do Brasil, que retrata de dentro das celas a realidade nua e crua do pior presídio do Brasil e também da América Latina. 

 


Nos últimos tempos eu tenho discutido com amigos, colegas e até mesmo familiares sobre os presídios do Brasil atualmente. Quando eu toco no assunto, infelizmente, eles vem com aquela frase de que “bandido bom é bandido morto”, ou que os presídios servem para eles serem jogados lá dentro e se matarem. Infelizmente eles não querem pensar sobre o assunto, talvez por estarem cansados pelo fato da mídia sempre divulgar sobre a onda da violência, mas nunca mostrando realmente a raiz do verdadeiro mal que isso causa.
O documentário Central mostra as raízes da origem do bandido, mas que isso acontece não necessariamente na rua ou até mesmo em casa, mas num presídio, local onde deveria servir para reeducação da pessoa para retornar a sociedade, mas que na prática, essa idéia é praticamente esquecida. Dirigida pela cineasta Tatiana Sager com codireção de Renato Dornelles, o documentário adentra os corredores do Presídio Central de Porto Alegre, onde a capacidade é pouco mais de mil detentos, mas que em 2015 chegou ao cumulo do aumento de quatro mil. O resultado é a super lotação, cujo esse cenário se tem a criação de facções das quais funcionam, tanto dentro da prisão, como também no lado de fora dela.
Com mais de duzentas horas de filmagem, Tatiana Sager editou as cenas para a criação de um documentário de pouco mais de uma hora e vinte, mas do qual conseguiu passar o verdadeiro inferno na terra do qual acontece nesse cenário desolador. A câmera não recua em momento algum e mostrando a falta de higiene do local, falta de infraestrutura e fazendo com que atraia ratos e doenças para todos os lados. A sensação de cheiro de esgoto é sentida no momento onde é focado, por exemplo, o pátio do presídio, local onde os presidiários nem sequer conseguem jogar um futebol de uma forma decente.
Com depoimentos de presidiários, guardas e ex-diretores do local, acompanhamos minuciosamente a linha de eventos dos quais se criou esse cenário, sendo que eles datam desde 1995, quando ocorreu uma rebelião e causando pânico na cidade. Durante todo o documentário, testemunhamos que o estado pouco fez nesses mais de vinte anos e gerando então esse cenário claustrofóbico e do qual tentam ignorar. Devido à super lotação, as celas começaram ao longo do tempo a terem as suas grades abertas, pois não havia como elas comportarem tantas pessoas e fazendo dos corredores o dormitório deles.
Com isso, se tem o nascimento das facções dentro do local, sendo que, quanto mais o estado colocar presidiários por lá, mais elas se tornam fortes, ao ponto de até mesmo comandarem bandidos do lado de fora do presídio. Com isso, além de um ambiente infestado de doenças, os presidiários convivem com o fato de que, se não vive num grupo de facção lá dentro, será destinado á reclusão ou até mesmo a morte. Existem suicídios, mas muitos, por exemplos, são forjados, para então não indicar quem provocou tal ato contra a pessoa.
A força das facções é tão grande, que até mesmo os guardas trabalham para eles, com o direito de darem acesso a dinheiro e drogas vindo através das visitas. O lado cômico disso tudo é assistir uma determinada pessoa que trabalha no local e não admitir que isso ocorra lá dentro, pois admitindo seria o mesmo que confessar um crime do qual ajudou a cometer. É uma situação hilária vista no documentário para não dizer trágica.
O ápice da obra se encontra em cenas registradas de dentro e do lado de fora do presídio. Em 2015, um dos lideres das facções acabou sendo morto, com o direito de muitos presidiários comemorarem, mas para o meu espanto, a comemoração também ocorre do lado de fora, onde ex-presidiários ainda trabalham para as facções e disparam rojões para o alto em comemoração. Graças a essas cenas, testemunhamos um sinal claro de que o sistema está falido e reanimá-lo parece ser uma missão quase impossível.
O documentário Central é um verdadeiro soco no estômago, não só pelo fato de testemunharmos um cenário de horror, mas  também por nos darmos conta que o estado criou um monstro e do qual até hoje não consegue controlá-lo.