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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Cine Dica (Sessão Plataforma): Talvez Deserto Talvez Universo e O Auge do Humano



O AUGE DO HUMANO

Sinopse: Exe acaba de perder o emprego e não tem planos de procurar outro. Pela internet, ele conhece Alf, um rapaz moçambicano também desmotivado por seu trabalho, que pretende partir à procura de Archie, um jovem que fugiu para a selva. Através de uma densa vegetação, Archie trilha pelo caminho deixado pelas formigas. Um deles se perde e, enquanto vagueia sem destino, se depara com Canh, um filipino que se prepara para voltar à sua cidade natal, onde um emprego massacrante e miserável o aguarda.

Filme duplamente premiado no Film Festival Locarno (Official Page) 2016, como Prêmio de Melhor Filme na seção Cineastas do Presente e Menção Especial no Prêmio Melhor Primeiro Filme. Não é pra menos, pois a obra do Eduardo Williams parece uma espécie de mistura de Birdman com a série Black Mirror, já que o cineasta usa inúmeras cenas de planos seqüências, para contar uma trama que envolve inúmeras pessoas ligadas à tecnologia de hoje e o que faz delas interligadas uma com a outra. O que se vê na tela não é algo muito diferente de hoje, mas ao mesmo tempo passa a sensação de que há algo maior inserido na história e essa sensação aumenta ainda mais graças a um ato final que levanta mais dúvidas do que respostas.
Atenção para as cenas das formigas, do qual elas surgem numa trama e que dá continuidade para outra. Sem sombra de dúvida um filme curioso e que merecia exibição no circuito convencional. 
Clique aqui para assistir ao trailer.


TALVEZ DESERTO TALVEZ UNIVERSO

Sinopse: A Unidade de Internamento de Psiquiatria Forense é uma estrutura de regime fechado, de segurança média, com vertente reabilitadora. Presta acompanhamento psiquiátrico, psicológico, médico, terapêutico e social. Os homens que a habitam foram considerados inimputáveis pelo tribunal. Sentem o tempo passar, lento. É neste tempo individual que o filme se instala.
Dirigido por Karen Akerman e Miguel Seabra, o filme explora o dia a dia de inúmeros internos desse local. Sem disfarces, ou algo que romanceie a produção, o filme mostra o lado cru dessas pessoas que, aos poucos, começam a se interagir com a câmera e colocando então para fora um desabafo com relação as suas vidas e dos motivos que o levaram a estarem ali. Com uma fotografia em preto e branco, o filme explora minuciosamente, tanto o ambiente do local  como também as marcas do tempo de cada um dos internos.
Uma produção que vai além de apenas observar, como também analisar o lado mais profundo de uma mente humana cheia de conflitos. 
Clique aqui para assistir ao trailer. 






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Cine Dica: Sala P. F. Gastal recebe A Vingança dos Filmes B

 A VINGANÇA DOS FILMES B- PARTE VI 
                                                                                            Janaina Overdrive

Entre 25 de novembro e 04 de dezembro,  A Vingança dos Filmes B segue sua luta na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), exibindo 55 produções entre curtas e longas, clássicos e novidades, com curadoria do crítico e pesquisador Cristian Verarid. Todas as sessões da mostra têm entrada franca.
 
A VINGANÇA DOS FILMES B – PARTE VI
 
Neste ano conturbado em que a sociedade e a cultura brasileira sofrem um revés surreal, efeito colateral de um golpe político recheado de subtramas tão absurdas que nem a ficção parece dar conta, A Vingança dos Filmes B chega a sua sexta edição. Se o número seis comporta em si uma vasta gama de leituras e simbologias, para nós esta sexta edição, num período tão controverso, é um evento comemorativo de resistência em prol da cultura e de um cinema de gênero possível, apesar de todas as adversidades.
 
Adaptar-se é uma regra básica contra a extinção, e nesta sexta parte seguimos nos ajustando e ampliando nosso conceito de servir de vitrine tanto para produções independentes e de baixo orçamento, como para clássicos do cinema de gênero. Porém, cedendo ainda mais terreno para experimentos que flertem, de alguma forma, com este tipo de produção, e nesse ano ampliando a discussão sobre o papel da mulher neste tipo de cinema. Nesta edição, além de clássicos do cinema B como, Criaturas, de Stephen Herek, e dois exemplares da série Phantasm, de Don Coscarelli, clássicos modernos do horror, como Audição, de Takashi Miike e filmes de culto como Hausu de Nobuhiko Ôbayashi, e Viver e Morrer em Los Angeles, de Willian Friedkin, teremos também a pré-estreia de Mar Inquieto, de Fernando Mantelli, e Alvorada Z, um filme de zumbis produzido de forma independente por jovens estudantes de Alvorada. Algumas sessões de longas serão acompanhadas de debates com cineastas como Davi Pretto, Milton do Prado, Giordano Gio, e especialistas em cinema de gênero como o escritor Cesar Almeida. 
 
Os curtas-metragens continuam sendo a alma da mostra com sessões diversas como a de abertura, intitulada Short Cuts, que trará um diversificado panorama de curtas-metragens brasileiros, com nomes consagrados do horror nacional, como Paulo Biscaia, com sua trama de humor negro Till Death, e novos talentos como Gabriel Carneiro, e sua emocionante homenagem ao cinema da Boca do Lixo com Aquela Rua Tão Triumpho, Daniel Augusto e seu tétrico O Sinaleiro, Mozart Freire com a provocativa sci-fi Janaina Overdrive, os animadores Francisco Gusso e Pedro Giongo com os instigantes Tango, e Parque Pesadelo, além da animação Panda, de Matús Vizar, vinda da Eslováquia. E ainda sessões como Riot Girls, dedicada exclusivamente a produções de realizadoras, como Taísa Ennes Marques, Daniela Távora, Lívia Pasqual, Karen Eggers, Raysa Fisch, Luciana Thomas e Cris Reque; Shoot or Die que abrange toda uma nova geração de diretores dedicados ao horror brasileiro, como Fernando Rick, e seu perturbador Embaraço, Marcos DeBrito, com seu prato mal passado, Mesa Para Dois, a dupla Rodrigo Gasparini & Dante Vescio voltando seu olhar para uma conhecida lenda urbana em Blondie, Matheus Frazão extraindo morbidez das flores em Jazigo, e o enfant terrible Lucas Sá, com suas provocações estéticas e formais ao gênero com Balada para os Mortos. Na sequência Ulisses da Costa Mota nos trás uma visão distópica de uma realidade não muito distante em Venatio, assim como o horror, a loucura, e a morte, fazem parte do repertório de O Diabo no Armário, de Fernando Menegatti, Rancor, de Lucas Reis e A Incrível História do Gorila, de Diego Camelo, e O Presente de Camila, de Ivo Costa. E para o encerramento da mostra no dia 04 de dezembro, reservamos o slasher oitentista O Massacre (The Slumber Party Massacre), de Amy Holden Jones, numa sessão comentada pela Academia das Musas, grupo que pesquisa obras realizadas por mulheres ao longo da história do cinema
 
A Vingança dos Filmes B segue sua luta na Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro, e exibirá de 25 de novembro a 04 de dezembro em torno de 55 produções entre curtas e longas, todas as sessões tem entrada franca.
  
(Cristian Verardi)
 
APOIO: MPLC, Dirty Old Man, The Raven, Bardos, Mondo Cane    
 
GRADE DE HORÁRIOS
PRIMEIRO FIM DE SEMANA
 
25 de Novembro a 27 de Dezembro de 2016
 
25 de Novembro (sexta)
19h- Abertura de A Vingança dos Filmes B- Parte VI. Confraternização no saguão da Sala P.F.Gastal

20h – SESSÃO SHORT CUTS: Aquela Rua Tão Triumpho (15’) + O Sinaleiro (15’) + Till Death (16’) + Panda (11’) + Janaina Overdrive (20’) + Tango (14’). Total: 91 minutos. Após a sessão debate com o realizador Francisco Gusso.

 26 de Novembro (sábado)
15h – CONEXÃO BRASÍLIA- CURTAS DE RAFAEL LOBO: Confinado (21’) + Palhaços Tristes (23’) + Bartleby (25’). Total: 69 minutos

17h – SESSÃO MALDITA MATINÉE 1- Criaturas (Critters / EUA / 1986 / 82’), de Stephen Herek.
Sessão comemorativa de 30 anos, comentada pelo cineasta Giordano Gio.

20h – SESSÃO SHOOT OR DIE 1: Blondie (3’) + Escotofobia (7'21”) + Jazigo (18’) + Parque Pesadelo (16’) + Mesa Pra Dois (4’) + Embaraço (20’) + Balada Para os Mortos (23’). Total: 91 minutos. Após a sessão debate com os realizadores.

27 de Novembro (domingo)
15h – SESSÃO DURO NA QUEDA- Quatro Milagres de Um Santo Ladrão (RS / 2016 / 100’), de Allan Mendonça e Felipe Iesbick.

17h – SESSÃO MALDITA MATINÉE 2- Noite Macabra (Phantasm / 1979 / EUA / 88’), de Don Coscarelli.

19h – SESSÃO ADDIO TONINO! Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno / ITA / 1973 / 116’), de Tonino Valerii. Sessão comentada com escritor César Almeida.


PROGRAMAÇÃO DE CURTAS
 

SESSÃO SHORT CUTS  
Aquela Rua Tão Triumpho (2016/ SP/ 15’), de Gabriel Carneiro.
Os fantasmas da Rua do Triumpho. Ido Oliveira, antigo cineasta da Boca do Lixo, ainda vive por lá.
 
O Sinaleiro (2015 / SP / 15’), de Daniel Augusto.
Um velho sinaleiro ferroviário é assombrado por uma série de acontecimentos estranhos. Baseado na obra de Charles Dickens.
 
Till Death (2016 / PR/ 16’), de Paulo Biscaia
Enganar a morte tem o seu preço.
 
Panda (Pandi/2013/ SKV/11’), de Matús Vizar
Nesta animação vinda da Eslováquia, do jogo da evolução sobre descendentes passiveis de sobrevivência, surgem espécies cujo destino, herdado de seus antepassados, é questionável.
 
Janaina Overdrive (2016/ CE/ 20’), de Mozart Freire
​Uma transciborgue busca sua sobrevivência longe do controle biotecnopolítico da corporação
 
Tango (2016/ PR /14’), de Francisco Gusso e Pedro Giongo
Após anos de seca, uma batata mística brota nas distantes nascentes do Rio Aiatak. Em breve, tudo estará preparado para o grande ritual de Tango. Para o povo, este é o início de uma nova era. Animação inspirada no conto “Um Artista da Fome”, de Franz Kafka.

SESSÃO CONEXÃO BRASÍLIA- CURTAS DE RAFAEL LOBO
Confinado (DF /2010/ 21’)
Sabe toda aquela baboseira de ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro? Pedro só se interessa pela droga do livro.

Palhaços Tristes (DF/ 2013/ 23’)  
Fora-se o dia e o ar sombrio se apodera da noite de sexta-feira. As almas perdidas no escuro pântano da cidade navegam rumo ao desconhecido. Será que Felizardo terá coragem de concluir a sua jornada?
Adaptação de uma HQ de Gabriel Mesquita.

Bartleby (DF / 25’).
Livre adaptação da obra “Bartleby, o escrevente” de Herman Melville Chefe de uma repartição publica em Brasília recebe novo funcionário chamado Bartleby que parece ser a solução de seus problemas.

SESSÃO SHOOT OR DIE 1
Blondie (SP/ 2016/ 3’), de Rodrigo Gasparini & Dante Vescio
Dois garotos em detenção na escola discutem o jeito certo de invocar A Loira do Banheiro, uma antiga lenda urbana.

Escotofobia (RS /2016/ 7'21”), de Rafael Saparelli
Uma Mulher, ao retornar do seu trabalho, entra por uma passagem subterrânea para chegar à sua casa, mas o medo pode impedi-la de fazer este trajeto.

Jazigo (RS / 2016/ 18’), de Matheus Frazão
O desamparo e a angústia tomam controle da vida de um homem solitário, cuja única motivação é zelar por um jardim de rosas.

Parque Pesadelo (PR/ 2016/ 16’), de Aly Muritiba, Francisco Gusso e Pedro Giongo
O Menino carrega nas costas as flores e o fardo de uma maldição.

Mesa Pra Dois (SP/ 2016/ 4’), de Marcos DeBrito
Uma deliciosa refeição à 240 quadros por segundo.

Embaraço (SP/ 2016/ 20’), de Fernando Rick
Ao descobrir-se em uma gravidez indesejada, Angélica vive um pesadelo de sete meses. Ao invés de matar o feto, ela mesma começa a definhar ao tentar métodos abortivos diversos.

Balada Para os Mortos (RS/ 2016/ 23’), de Lucas Sá
A cidade onde eu vivo é a cidade onde eu morro


PROGRAMAÇÃO DE LONGAS

SESSÃO DURO NA QUEDA
Quatro Milagres de Um Santo Ladrão (RS /2016/ 100’), de Allan Mendonça e Felipe Iesbick.
O lutador de wrestling Frederico Capone (João França), desafia o temível Barrabás para uma luta de verdade, colocando em risco sua vida e a de sua noiva Betânia. Mas algo acontece e Capone é preso. Na cadeia, ele realiza seu primeiro milagre conquistando fama e a simpatia entre os detentos, mas o desafeto de Cachorro Louco, o líder da prisão. 

SESSÃO MALDITA MATINÉE
Criaturas (Critters / EUA / 1986 / 82’), de Stephen Herek.
Uma raça de pequenas, felpudas e mortais criaturas alienígenas pousa sua nave numa cidadezinha americana. A fome insaciável destes seres de outro mundo, que devoram tudo o que encontram, vai espalhar o caos pela cidade. A situação fica ainda mais complicada com a chegada de uma dupla de caçadores intergaláctico. Sessão comemorativa de 30 anos deste clássico filme B de sci-fi da década de 80, comentada pelo cineasta Giordano Gio.

Noite Macabra (Phantasm / 1979 / EUA / 88’), de Don Coscarelli.
Um adolescente descobre que o dono da funerária local esconde um terrível segredo, e tem planos sombrios para os cadáveres que deveria enterrar. Filme que originou a série Phantasm, e lançou o vilão The Tall Man, que se tornou uma figura icônica do cinema de horror, junto com suas mortíferas esferas voadoras. Neste ano a saga foi concluída com o lançamento de Phantasm: Ravager.

SESSÃO ADDIO TONINO!
Meu Nome é Ninguém (Il mio nome è Nessuno / ITA / 1973 / 116’), de Tonino Valerii.
Um andarilho misterioso conhecido como "Ninguém" (Terence Hill), é admirador de Jack Beauregard (Henry Fonda), um velho pistoleiro que planeja abandonar o seu modo de vida.
Com: Terence Hill, Henry Fonda, Benito Stefanelli, Geoffrey Lewis
Sessão comentada com o escritor César Almeida, autor do livro “Cemitério Perdido dos Filmes B”.
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Animais Fantásticos e Onde Habitam



Sinopse:Baseado no livro Animais Fantásticos & Onde Habitam, lançado em 2001, o filme vai acompanhar as aventuras do escritor fictício Newt Scamander, que setenta anos antes da saga de Harry Potter, enfrentou e conheceu inúmeras criaturas do universo do bruxinho. A trama é uma extensão do mundo da magia.

Sete livros que deram origem a oito filmes de grande sucesso de público e crítica. Ao término das aventuras de Harry Potter no cinema, muitos ficaram órfãos, pois não puderam mais viajar para aquele mundo mágico, onde a fantasia e realidade ficavam separadas em apenas meros detalhes. Mas como o mundo de J.K Rowling é vasto, não me foi surpresa ao anunciarem Animais Fantásticos e Onde Habitam como uma nova franquia da qual se explorasse mais daquele mundo cheio de conteúdo.
Com roteiro da própria escritora J.K Rowling, a trama se passa no ano de 1926 em Nova York, onde vemos o jovem bruxo Newt Scamander (Eddie Redmayne) desembarcar na cidade para ajudar determinados animais dos quais ele carrega em sua maleta. Durante a sua chegada, ele acaba acidentalmente trocando a sua maleta por um humano chamado Jacob Kowalski (Dan Fogler) e fazendo com que alguns de seus animais acabassem se soltando. Além de ter que recuperá-los, Scamander enfrenta tanto resistência de regras impostas pela comunidade de bruxos da cidade, como também de forças malignas e misteriosas que colocam o local em perigo.
Responsável pelos títulos dos quais se explorou o amadurecimento de Harry Potter nas últimas aventuras para o cinema, David Yates retorna a cadeira de cineasta para comandar esse mundo mágico já tão familiarizado e que novamente consegue com certo êxito. Vale destacar o fato do filme não exigir da pessoa de primeira viagem a ter que ver todos os filmes anteriores, já que a trama se passa no passado e bem desprendido de tudo do que já foi visto. Sendo assim, nos é apresentado uma trama fresca, do qual se explora não somente a magia, como também outros temas, que vai desde a proteção aos animais, como também assuntos espinhosos com relação à igreja e o bullying.
Falando nisso, é preciso salientar que, embora a franquia tenha nascido  para atrair pessoas de todas as idades (principalmente os pequenos), esse primeiro filme possui dois tons distintos, dois quais fica oscilando do começo ao fim do filme. Se os primeiros filmes do jovem bruxo eram leves e coloridos, aqui isso também há, mas dando espaço para momentos sombrios e até mesmo assustadores. Isso causa uma sensação de estranheza, como se por um momento estivéssemos vendo dois filmes diferentes em um, mas nada que prejudique muito o resultado final da experiência.
Em termos de efeitos visuais, novamente eles dão um verdadeiro show. Aqui, por exemplo, não há regras a limites de espaço com relação a salas ou objetos, já que todos possuem um espaço vasto: a sequência onde mostra a real natureza da maleta do protagonista, onde se encontra todos os seus animais, é uma das melhores partes do filme.
Mas é claro que nada disso funcionária se não houvesse personagens cativantes, sendo que aqui há, pelo menos em parte. Diferente de Harry Potter, conhecemos Newt Scamander já como adulto, carregando consigo inúmeras histórias ainda misteriosas e que poderá ser futuramente exploradas. Embora já tenha provado o seu grande talento em filmes como Teoria de Tudo e Garota Dinamarquesa, Eddie Redmayne me passa a ligeira sensação de que não consegue se desvencilhar dos seus personagens anteriores, já que seus cacoetes e trejeitos remetem a eles. Se isso não ajuda, pelo menos não atrapalha na sua interpretação como Newt Scamander, já que ele nos passa um personagem que oscila entre timidez com excentricidade e se livrando de qualquer comparação com o jovem bruxo Potter.
Mas quem acaba realmente se destacando na trama é justamente um trouxa (ou 'não-maj', como se fala na Nova York) Jacob Kowalski, interpretado de uma forma leve e emocional por Dan Fogler. Fazendo o típico personagem que está no lugar errado e na hora errada, Jacob foi criado para o filme como uma espécie de representação de nós meros mortais perante as situações extraordinárias, mas que ao mesmo tempo consegue manter certa lucidez perante a tudo que vê. Alguns dos momentos tanto de humor, como também os emocionais, são justamente protagonizados por ele e os minutos finais da trama selam o seu destino dentro dela de uma forma muito bela e poética.
Claro que nem tudo são flores com relação a personagens. Porpentina Goldstein (Katherine Waterston) meio que se perde em alguns momentos na trama, mas ganhando nivelação graças à presença de sua irmã Queenie Goldstein (Alison Sudol). E se o veterano Jon Voight é jogado na produção para interpretar um personagem dispensável, sua situação acaba não sendo pior se comparada a de Colin Farrell, cuja sua interpretação engessada acaba prejudicando na construção do personagem Percival Graves. Pelo menos, tanto o personagem como interprete, dão lugar a uma revelação bombástica e que terá consequências nas próximas aventuras no cinema.
Entre acertos e erros, Animais Fantásticos e Onde Habitam começa muito bem e abrindo inúmeras possibilidades futuras para o universo de fantasia criado J.K Rowling para o cinema. 




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