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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:Parte12



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

Nervo Craniano Zero (2012)



Sinopse: A escritora de sucesso Bruna Bloch põe em prática um plano inescrupuloso para evitar que tenha uma crise criativa e saia da lista dos mais vendidos: adquirir um chip indutor de descargas de dopamina que, quando implantado no cérebro humano, gera surtos de inspiração. Para isso, ela contrata os serviços do criador desta invenção, Dr. Bartholomeu Bava, que perdeu sua licença médica após um acidente nas pesquisas para criação do chip. Mas Bruna não quer implantá-lo em si mesma, e sim em uma cobaia humana, a simplória garota Cristi.


Na época de seu lançamento, o filme foi exibido na abertura do 8º festival do Fantaspoa. Biscaia Filho, com certeza é fã dos filmes de terror dos anos 80, já que o filme carrega elementos de outros filmes daquela época, como no caso de Re-Animator e Scannner: Desafie a sua Mente. A produção toda em si é tosca, puramente trash, que poderia facilmente ter sido exibido na saudosa sessão do Cine Trash da Band nos anos 90, e só por isso, é um filme que merece ser visto.
Embora tenha elementos macabros (com direitos há aberturas de crânio e retiradas de coração do corpo), o filme vai mais para o lado do terrir, já que em nenhum momento dá para levar a história a sério, muito menos para o elenco que, se por um lado são talentosos, no primeiro ato eles apenas aparentam estar interpretando, sendo tudo de uma forma proposital para não levar nada a sério. Daniel Colombo, por exemplo, mesmo sendo um ótimo ator, consegue passar tamanha ruindade proposital para o seu personagem. Quem se saiu melhor, é a atriz e cantora Uyara Torrente, cujo seu personagem vai se descascando nos três atos da trama de tal modo que, simplesmente rouba a cena do filme, sendo até mesmo no início, quando a intenção era apenas passar uma interpretação ruim.
Com um final bem previsível, mas que funciona com a proposta que o filme quer nos passar, Nervo Craniano Zero é uma divertida e redondinha trama de terror que faz nos relembrar dos tempos de um gênero de terror mais inocente, que pipocava aos montes nos anos 80, e acredito que está mais do que na hora do cinema Brasileiro investir em outros gêneros como esse, mesmo sendo com orçamentos curtos, mas com ideias criativas.
(NOTA: A foto acima não é da produção do filme, mas sim da montagem teatral de Nervo Craniano Zero que tinha outro elenco.)

Inscrições para o curso cliquem aqui 


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Cine Dica: Sessão especial de "Que Horas Ela Volta?"

O CineBancários estreia o aguardado novo longa-metragem da cineasta Anna Muylaert, “Que Horas Ela Volta?”, no dia 27 de agosto (quinta-feira), nas sessões das 15h e das 19h. Antes da estreia, no dia 26 de agosto (quarta-feira), haverá uma sessão especial gratuita, às 19h30m (distribuição de senhas a partir das 19h), com a presença da atriz Karine Telles, que fará um bate-papo com o público após a sessão. Além de aclamado pelo crítica, o filme ganhou destaque nos festivais de cinema, tanto nacionais quanto internacionais, e ganhou prêmios como o de Melhor Atriz pelo júri popular no Festival de Cinema de Sundance para Regina Cazé e Camila Márdila e Melhor Filme do Público no Festival de Cinema de Berlim. Recentemente o filme abriu o Festival de Cinema de Gramado em sessão hors concurs.
 
Esse filme pode ser visto como social, mas não é só isso. Minha
abordagem não é julgar os personagens e suas ações,
mas sim mostrar a verdade de maneira crua.”
Anna Muylaert.

SINOPSE:
Que Horas ela Volta? conta a história de Val (Regina Casé), uma pernambucana que se muda para São Paulo para trabalhar como babá do menino Fabinho ( Michel Joelsas) e deixa aos cuidados da avó sua filha Jéssica (Camila Márdila).
Após 13 anos de serviço Val tornou-se uma segunda mãe para Fabinho e também a administradora absoluta da casa dos simpáticos patrões Barbara (Karine Telles) e Carlos (Lourenço Mutarelli), A ação do filme começa quando Val recebe a notícia que sua filha vem para São Paulo prestar vestibular. Val pede o apoio dos patrões que aceitam hospedar a menina junto com a mãe no quartinho dos fundos.
A família de Fabinho recebe a menina de forma cordial, mas como ela não segue as regras invisíveis de comportamento e protocolos esperados para ela, a situação se complica. Esses conflitos farão com que Val precise encontrar um novo equilíbrio na sua vida.

ELENCO:
Regina Casé estrela o filme como a empregada Val, numa interpretação considerada impressionante por vários críticos internacionais. Sobre ela escreveu Carlos Boyero – maior crítico da Espanha - do jornal El País: “Me informaram que a protagonista Regina Casé é uma das atrizes mais conhecidas do Brasil. Se não tivesse esse dado, poderia acreditar que não era uma atriz profissional, e sim alguém que passou sua vida trabalhando como criada. Sua naturalidade e autenticidade são extraordinárias”, destaca ele.
A jovem Camila Márdila co-estrela o filme, como Jéssica, a filha de Val. As duas ganharam juntas o prêmio de Melhor Atriz no último Festival de Sundance.
Como patrões, a carioca Karine Teles (“Riscado”) e o ator/escritor paulista Lourenço Mutarelli (“Natimorto”) representam o brasileiro abastado, liberal e até onde possível, gentil. Como filho do casal e “segundo filho“ de Val, Michel Joelsas (o menino de “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias“). Além deles, o filme tem participações de Helena Albergaria (“Trabalhar Cansa”), como a faxineira Edna, Luiz Miranda e Theo Werneck como empregados da casa.

EQUIPE:
Na equipe estão nomes prestigiados como a diretora de fotografia uruguaia Bárbara Alvarez (“Whisky” e “Mulher Sem Cabeça”) direção de arte de Marcos Pedroso (“Praia do Futuro”) e do jovem pernambucano Thales Junqueira. Na montagem Karen Harley (“Baixio das Bestas”, “Febre do Rato”) e música original de Fabio Trummer (“Banda Eddie”).

ANNA MUYLAERT:
Diretora e roteirista, Anna Muylaert nasceu em São Paulo, em 1964. Estudou cinema na Eca / USP. Foi crítica de cinema da revista IstoÉ e do jornal O Estado de São Paulo.
Dirigiu os longas “Durval Discos”, 2001 (Melhor filme, de júri, publico e crítica no Festival de Gramado em 2002), “É Proibido Fumar”, 2009 (Melhor filme do júri e da crítica Festival de Brasília 2009) e “Chamada a Cobrar” (2011). Colaborou nos roteiros dos longas metragens “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Xingu”, de Cao Hamburger e “Praia do Futuro”, de Karim Ainouz, entre outros.
Na TV participou das equipes de criação dos programas “Mundo da Lua” e “Castelo Rá-Tim- Bum”, na TV Cultura; “Disney Cruj”, no SBT; “Um Menino Muito Maluquinho”, na TV Brasil. Já na HBO, participou dos roteiros de “Filhos do Carnaval”, “ Alice” e dirigiu 2 episódios de
“Preamar”. Fez a direção geral da série “As Canalhas”, no GNT. Em janeiro de 2014 rodou o longa “Que Horas ela Volta?” (Melhor Atriz Festival de Sundance 2015 e prêmio do público da Mostra Panorama/ Berlinale 2015). Em novembro 2014 filmou o longa “Mãe Só Há Uma”, em fase de montagem.
É mãe de José e Joaquim.

FESTIVAIS E PREMIAÇÕES:
Em agosto de 2014 a produção participou do Festival Internacional de Cinema de Locarno na seleção “Carte Blanche”.
No Festival de Sundance, que ocorreu entre 22 de janeiro a 01 de fevereiro de 2015, participou da seleção World Competition onde foi aplaudido de pé. O júri concedeu às atrizes Regina Casé e Camila Márdila o prêmio especial do júri de melhor atriz.
No Festival de Berlim, em fevereiro de 2015, “Que Horas Ela Volta?” ganhou o prêmio de melhor filme da audiência na Mostra Panorama com um total de 31.200 votos do público, concorrendo com mais de 30 filmes.
Também no Festival de Berlim recebeu o prêmio CICAE Art Cinema concedido pela “International Confederation of Art House Cinema”, júri independente do festival.
No festival francês 3 Valenciennes o filme ganhou o prêmio de Melhor filme e também melhor atriz para Regina Casé.
No festival de Valletta na Ilha de Malta, Anna Muylaert ganhou o prêmio de melhor direçãoo.

INTERNACIONAL:
“Que Horas Ela Volta?” é o filme brasileiro recente com maior carreira internacional. Além de ter sido premiado nos festivais de Sundance e em Berlim, foi vendido para 22 países na Europa, Ásia e Oceania.
No último verão europeu já foi lançado em diversos países dentre eles: França, Itália, Espanha, Bélgica, Suíça e Holanda.
Na França foi lançado em 24 de junho com mais de 100 cópias em 120 cidades, conquistando um público de 105 mil espectadores em 3 semanas.
Na Alemanha será lançado em 52 cidades.
Na Itália, foi lançado em 4 de junho em 70 cidades, conquistando um público de 70.000 em 3 semanas.
Na Espanha, foi lançado em 24 de junho em 11 cidades, conquistando um público de quase 15.000 no primeiro final de semana.

FICHA TÉCNICA:
Roteiro e direção: Anna Muylaert
Elenco: Regina Casé, Camila Márdila, Karine Teles, Lourenço Mutarelli,
Michel Joelsas e Helena Albergaria
Direção de Fotografia: Bárbara Alvarez
Direção de Arte: Marcos Pedroso e Thales Junqueira
Produção de Elenco: Patrícia Faria
Figurino: André Simonetti e Claudia Kopke
Maquiagem: Marcos Freire e André Anastacio
Trilha Sonora: Fábio Trummer e Vitor Araújo
Som Direto: Gabriela Cunha
Supervisão de edição de som: Miriam Biderman e Ricardo Reis
Mixagem: Paulo Gama
Montagem: Karen Harley
Assistente de direção: Leticia Prisco e Suzy Milstein
Supervisão de pós-produção: Patrícia Nely
Coordenação Internacional: Manuela Mandler
Direção de produção: Jair Neto
Cartaz e artes: Moovie
Relações Institucionais: Ana Saito e Mariana Mecchi
Coordenação executiva: Sônia Hamburguer
Produção executiva: Caio Gullane e Claudia Büschel
Produtor associado: Guel Arraes
Produzido por: Caio Gullane, Fabiano Gullane,
Débora Ivanov e Anna Muylaert
Produção: Gullane
Produção Associada: Africa Filmes
Coprodução: Globo Filmes
Sales Agent: The Match Factor
Distribuição: Pandora Filmes
PROGRAMAÇÃO:
25 de agosto (terça-feira)
15h – Real Beleza, de Jorge Furtado
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Real Beleza, de Jorge Furtado

26 de agosto (quarta-feira)
15h – Real Beleza, de Jorge Furtado
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert (Sessão especial de estreia gratuita: debate com a atriz Karine Telles após a exibição do filme)

27 de agosto (quinta-feira)
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

28 de agosto (sexta-feira)
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

29 de agosto (sábado)
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

30 de agosto (domingo)
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

1º de setembro (terça-feira)
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

2 de setembro (quarta-feira )
15h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
17h – Real Beleza, de Jorge Furtado
19h – Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert

Os ingressos podem ser adquiridos no local a R$8,00. Estudantes, deficientes, idosos, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$4,00.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:Parte11


Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

 

TRILOGIA DE TERROR DE RODRIGO ARAGÃO:
Mangue Negro (2008)

 

Sinopse: Certo dia, em uma comunidade de pescadores e catadores tão pobre quanto fora do tempo, a natureza resolve mostrar seu lado macabro. Do manguezal de onde sai o mísero sustento emergem zumbis canibais. Ninguém sabe o que causa a “contaminação”. O que importa é fugir e sobreviver para fugir de novo. A cada mordida, pais, amigos e irmãos se transformam em criaturas abomináveis. Diante de um horror que não recua nem com a claridade do dia, que não poupa sequer peixes e crustáceos, um sobrevivente relutante e amedrontado se descobre hábil com o machado e péssimo na hora de se declarar para a morena que faz seu coração bater. (produtores).


A maior qualidade de Mangue Negro é que ele conseguiu se tornar um filme de horror, genuinamente brasileiro. Rodrigo Aragão conseguiu entremear bem universalidade dos clássicos filmes sobre mortos vivos, com elementos específicos da cultura regional capixaba. A trama coloca em cena um grupo de pescadores e moradores do mangue, que aos poucos percebem que tudo em sua volta está morrendo, se decompondo para se tornar uma ameaça ainda maior, configurada nas figuras dos zumbis carniceiros que se movem pelos cenários naturais do mangue, que colabora para a criação de uma atmosfera única. Fã confesso de Evil Dead – A Morte do Demônio, de Sam Raimi, e de Fome Animal, de Peter Jackson, Rodrigo Aragão procurou imprimir seu estilo próprio, em uma obra audiovisual que consumiu três anos de trabalho de toda a equipe, sem apoios governamentais - aliás, esse projeto jamais seria aprovado pelos anódinos pareceristas da Petrobrás, e seus similares.
No quesito diversão, Mangue Negro não decepciona os fãs. Com bons momentos do gore e efeitos especiais eficientes, tem uma montagem de ritmo cada vez mais alucinado, que diminui brevemente para a entrada em cena da Preta Velha – uma surpresa inesperada. Outra qualidade do filme é sua fácil comunicação com o público, que lhe rendeu o Prêmio do Júri Popular no Festival Rojo Sangre de Buenos Aires em 2008. 

 

A Noite do Chupacabras (2011)



Sinopse: Um jovem casal retorna para a sua terra de origem, no interior do Espírito Santo. Quando chegam lá, Douglas (Joel Caetano) reencontra os parentes transtornados pela misteriosa morte dos animais da fazenda, principalmente, porque acende uma antiga rixa entre famílias que acreditam tratar-se apenas de uma vingança pessoal. Mas um dos patriarcas acredita que algo mais sinistro está escondido entre as matas e a guerra entre os humanos vai encontrar um inimigo a altura, o Chupa Cabras (Walderrama dos Santos), disposto a passar por cima de tudo para se alimentar do sangue de suas vítimas, não importando a qual família ela pertença.


O filme A noite do Chupacabras é uma produção independente, dirigida Rodrigo Aragão (quem faz uma participação especial no filme). Dos filmes independentes esse é um dos casos que teve o orçamento numa quantia maior, cerca de 200 mil reais.  Explorando um ambiente semelhante ao de Mangue Negro que também é de Rodrigo, o filme conta a história de um personagem popularmente conhecido, porém não visto em um filme. O chupacabra! Não que tenha alguma origem do bicho, mas a história mostra uma caçada ao chupacabra, uma vez que ele se torna um problema para as duas famílias que vive em conflito. 
Joel Caetano da Recurso Zero Produções deveria ser o personagem principal, afinal de contas mesmo que o filme seja sobre o monstro, inicia-se com a história do personagem em ambiente com sua família, porém Petter Baiestorf roubou a cena, e devidos eu carisma conseguiu se destacar de maneira incrível como “anti-herói”.O roteiro ficou bem cuidado para não parecer artificial demais as falas, um exemplo é que se o personagem de Petter tem que falar “Oi, bom dia”, ele pronuncia “Oi caralho, hehehe, bom dia seus puto hehehehehe!".
Em alguns pontos percebe-se um pouco de descuido com o roteiro onde a história passa ficar estática demais, mas logo é surpreendido por alguma cena extremamente sanguinária e muito bem feita, a maquiagem também foi feita por conta do diretor que tem bastante conhecimento na área.Outro personagem que se destaca bastante e não pode passar despercebido é o louco do saco, que mais uma vez foi muito bem explorado o personagem, além de contar com uma maquiagem tão sinistra quanto á das outras cenas. 
O filme é a prova de que tem personagens populares do qual podemos explorar, ao invés de ficar sendo baba-ovo das criações mainstream do modelo americano de cinema.



Mar Negro (2013)



Sinopse: Quando a estrela do purulento Baiacu-Sereia brilhar no breu da noite, até que haja luz no mar de Perocão, então se dará inicio a estranha contaminação, causada pela mancha negra que se aproxima silenciosa pelo litoral transformando a vida marinha e a comunidade pesqueira em mortos-vivos que, ao perder uma parte decepada (olho, guelra, perna, barbatana, mão ou puã), imediatamente, se junta à outra parte, e outra, e assim sucessivamente até que o caos se estabeleça.


Não me lembro da ultima vez em que ri tanto dentro de uma sessão de cinema, mas foi exatamente isso que me aconteceu na abertura do Fantaspoa  de 2013, com a exibição do filme Mar Negro. Dirigido por Rodrigo Aragão (A Noite do Chupa Cabra), o filme é tosco, ao ponto de você nunca se assustar com o que esta acontecendo na tela, mas sim se divertir com os absurdos que acontecem a todo o momento, com direito a muito sangue, humor negro, nudismo e com inúmeros clichês do gênero de horror que estão todos juntos dentro desse liquidificador cheio de gore. Embora seja uma produção visivelmente barata (e com elenco amador), Aragão transmite paixão em tudo que faz na tela, com o direito de usar a câmera das mais diversas formas possíveis, num verdadeiro jogo de edição que não deve em nada a qualquer outra produção de grande orçamento.
O filme é violento, mas ficamos sem tempo para a gente se chocar, mas sim rir a cada segundo.Isso graças à injeção de piadas e palavrões (bem ao estilo brasileiro), que são disparados o torto ao direito a cada momento enquanto acontecem as atrocidades que explodem na tela. Numa verdadeira mistura de A noite dos Mortos Vivos, Drink No Inferno, A Morte do Demônio e Fome Animal, o ápice da jornada sanguinolenta acontece num bordel, onde rola de tudo um pouco, com direito a um deputado tarado que se meteu no lugar errado e na hora errada. Para a surpresa de todos (e minha) quem rouba a cena na noite do juízo dentro do bordel, é o dono (a) do próprio estabelecimento: um travesti hiper engraçado, interpretado por ninguém menos pelo Cristian Verardi (assessor da programação da sala P.F Gastal), que simplesmente vai se descascando e se transformando em outra figura quando a coisa aperta, ao ponto, de tirar do seu armário um trabuco tamanho gigante e detonar tudo que esta em sua frente. 
Embora com um final um tanto que alongado (mas jamais cansativo), o filme termina em aberto e fazendo a gente imaginar como seria divertido se Aragão criassem uma nova trama, onde se explora todas as pontas soltas (ou furos) que o roteiro deixou em aberto nos minutos finais da projeção.

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Cine Dica: Em Cartaz: A DAMA DOURADA



Sinopse: Década de 1980. Maria Altmann (Helen Mirren) é uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial que decide processar o governo austríaco para recuperar o quadro "Woman in Gold", de Gustav Klimt - retrato de sua tia que foi roubado pelos nazistas durante a ocupação. Ela conta com a ajuda de um jovem advogado, inexperiente e idealista (Ryan Reynolds).



Baseado numa história verídica, acompanhamos a saga de Maria Altmann, que processou os poderosos da Austrália para resgatar as obras do pintor Gustav Klimt, cujo elas haviam sido roubadas pelos nazistas na época da ocupação dos alemães. A obra principal do pintor é um retrato que ele havia feito da tia de Altmann e por isso mesmo ela deseja a todo o custo reaver, pois é uma verdadeira herança da família. Claro que, por ser mais um drama vindo da época que os judeus eram perseguidos pelos nazistas, poderia logicamente render um dramalhão choroso e previsível, mas não é exatamente isso o que acontece.
O cineasta Simon Curtis (Sete Dias Com Marilyn) injeta sua direção de uma forma leve e descompromissada, fazendo com que a protagonista e seu advogado (Ryan Reynolds) embarquem numa pequena aventura, da qual resgatam um pouco de suas raízes. Um dos pontos positivos da produção está exatamente na reconstituição de época que, embora sejam em momentos breves, nos prende atenção. Destes momentos, dou destaque para a jovem Maria Altmann (aqui, interpretada por Tatiana Maslany) que foge dos nazistas para sair da Austrália, numa sequência muito bem filmada.
Entretanto, essa inspiradora história é comprometida por um roteiro por vezes previsível, aonde nem mesmo a trilha sonora caprichada ajuda numa cena que já sabemos como ela irá terminar. Curiosamente, o filme possui semelhanças a Philomena (2013), e se colocarmos as duas produções uma do lado da outra, perceberemos que essa faltou um pouco mais de cuidado e ousadia. Apesar disso, a obra tem suas virtudes.
A principal delas é certamente a ótima interpretação de Helen Mirren, que constrói uma protagonista simultaneamente divertida e comovente. Outro ponto positivo é a boa química entre ela e o advogado vivido por Ryan Reynolds que, embora ainda sofra de suas limitações de interpretar, gera bons momentos no filme. Ainda sobre as atuações, infelizmente há que se destacar um Daniel Brül perdido em um papel unidimensional e uma interpretação fraquíssima de Katie Holmes como a mulher de Reynolds.
No final das contas, A Dama Dourada vale mais pelo seu papel histórico e pela sempre perfeita interpretação de Helen Mirren.

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