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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD MACHETE KILLS



            ROBERT RODRIGUEZ SURTOU?? 



Sinopse: Continuação de Machete (2010). O filme traz uma nova aventura do ex-agente federal e justiceiro mexicano Machete Cortez (Danny Trejo). Ele é contratado pelo presidente norte-americano (Charlie Sheen) para ir ao México e encontrar traficantes perigosos, que pretendem iniciar uma guerra nuclear.


Se o primeiro Machete não foi uma obra prima, pelo menos ali havia uma homenagem aos filmes de ação bem podre e de violência explícita que se tinha em abundância na década de 70. E pensar que o trailer falso do personagem apresentado antes de Planeta Terror, fez com que o tão conhecido lançador de facas dos filmes de Rodriguez se tornasse finalmente um protagonista. Mas na continuação Machete Kills, assim como no filme anterior, Danny Trejo se junta a várias outras caras famosas, apenas para atuar numa grande brincadeira, que sofre de altos e baixos.  

Não muito diferente do primeiro filme, a sequência homenageia todos os clichês que nós encontramos nos filmes de ação, mas tudo beirando ao caricato, para não dizer ridículo e puramente sem noção. Portanto se você presenciar um personagem que foi todo picado pelas hélices de um helicóptero e surgir novamente inteiro não se surpreenda. Para se gostar de um filme como esse é preciso desligar o cérebro e curtir o sangue que jorra como água, mulheres seminuas, onde há tanto as boas como as malvadinhas completamente loucas.

Machete Kills começa com o nosso herói trabalhando como agente de imigração nos EUA. Após uma má sucedida operação na fronteira do México, ele é convocado pelo próprio presidente americano (Charlie Sheen, hilário!) para uma missão. Machete terá que invadir o seu país natal para dar cabo de um terrorista que está de posse de um míssil e sua intenção é lança-lo sobre Washington.

A primeira metade do filme diverte bastante, onde Rodriguez acerta ao apresentar sequências de ação bem cartunescas e divertidas. Mas desse ponto até o fim, o roteiro se perde de vez e tudo acontece de maneira absurda demais. Talvez o maior pecado tenha sido homenagear outros gêneros da cultura pop (como Star Wars) que acabam não combinando com aquele universo que já era absurdo demais de se engolir.     

O erro de Rodriguez era ter abandonado o lado simples da trama. Bastava apenas usar a desgastada idéia de vingança que já estava de bom tamanho para o universo de Machete. Pelo visto, o lado simples que tanto dava certo para o cineasta trabalhar foi meio que esquecido.

Outra coisa que funcionou muito bem nos filmes anteriores (principalmente Sin City) é o super elenco de inúmeras caras conhecidas. Mas aqui, alguns têm uma participação tão pequena e ridícula, que fico me perguntando como tiveram a capacidade de querer participar do filme. Há quem diga que Rodriguez é um cineasta super amigável com os atores e convencê-los a trabalhar para ele é fácil. Mas a que preço?

Dando a entender que estava sendo planejado como uma trilogia, Machete Kills foi um fracasso de bilheteria nos EUA e fazendo com que o filme viesse para cá somente em DVD. Se alguns ficaram desapontados, outros com certeza ficaram aliviados, principalmente com o gancho apresentado no final do filme que é completamente sem pé nem cabeça. Pelo visto, a trama de um terceiro filme ficará somente no trailer falso.    


Leia também: MACHETE 
 

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Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: AMOR BANDIDO



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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: QUANDO EU ERA VIVO




Sinopse: O filme conta a história de Júnior rapaz que retorna à casa do pai depois de perder o emprego e a mulher. Sem encontrar espaço no lar que antes também fora o seu Júnior passa os dias no sofá do velho Sênior remoendo a separação o desemprego e pensando na jovem e sensual Bruna inquilina de um cômodo do apartamento. Após encontrar objetos que remetem ao passado e à sua mãe já morta Júnior desenvolve uma obsessão pela história de sua família e entra numa espiral vertiginosa na qual realidade e delírio se confundem.

Sempre me incomodei com o fato de certas religiões ficarem falando que o Diabo é isso, que o Diabo é aquilo e quando nos damos por conta, o Capeta foi muito mais citado naqueles momentos do que as próprias boas ações de Jesus Cristo. Não me surpreenderia se tudo isso fosse algo subliminar nessas missas, sendo que não podemos julgar o livro pela capa. O que estou querendo dizer para inicio de conversa, é que nem tudo é o que aparenta ser e é exatamente isso que representa o filme Quando Eu Era Vivo.
No mais novo trabalho de Marco Dutra (Trabalhar Cansa), acompanhamos Junior (Marat Descartes) retornando para a casa do pai (Antonio Fagundes), após ter separado da esposa. Na residência, além de ter a presença de Bruna (Sandy) uma estudante de musica que está alugando um quarto, Junior começa de uma forma gradual a destrinchar certas coisas antigas que lhe faz relembrar do passado quando convivia com o seu irmão e a falecida mãe. A partir daí, se inicia uma transformação (aparentemente) negativa, tanto de Junior, como também do ambiente da residência.
Se no seu filme anterior Dutra havia apenas namorado o clima do gênero fantástico, aqui todos os ingredientes que fazem desse tipo de filme um sucesso estão lá: ambiente claustrofóbico, fitas de vídeo, fantasmas, terror psicológico, mulher com cabelos pretos e etc Mas o que diferencia das demais produções norte americanas, é que aqui tudo parece crível, sendo que há pouquíssimos momentos que algo soe inverossímil e com isso nós compramos a idéia de que realmente algo de estranho está acontecendo naquele apartamento.
Muito disso talvez se deva ao baixo orçamento (R$ 500 mil), o que fez com que o diretor não se preocupasse em criar efeitos visuais que nos possa convencer, mas sim se dedicando a criar uma boa historia (baseado na obra Lourenço Mutarelli) na qual atiça a nossa curiosidade. O interessante é que mesmo a produção possuindo idéias já usadas em outros filmes, nós somos brindados com certos folclores brasileiros ao serem inseridos na trama, desde ao sinistro boneco Fofão, como também os discos de vinil que tocavam de traz pra frente e se ouvia outras coisas bem sinistras nos anos 80. É ai que o filme toca no assunto do subliminar, que nem tudo que a gente acha é o que realmente está acontecendo.
Acreditamos por um momento que Junior está enlouquecendo, pois ele acredita cegamente de que algo de ruim aconteceu com sua mãe e irmão (que se encontra em um manicômio) e sua relação com o seu pai começa a cada vez se tornar mais dúbia. Nada disso claro funcionaria se o pequeno elenco não fosse bom, mas cada um consegue um desempenho que cumpre com as expectativas. Marat Descartes já havia me surpreendido em Trabalhar Cansa, mas aqui, qualquer similaridade com relação ao personagem que ele havia atuado no filme anterior de Dutra é jogada de lado, já que ele simplesmente se encarna no personagem e se torna a verdadeira alma cheia de conflitos do filme em busca de respostas. Antonio Fagundes dispensa as apresentações, pois sabemos que ele sempre cumpre com louvor a cada papel que atua.
Mas o que talvez mais surpreenda no filme é o fato da presença da cantora Sandy funcionar com louvor na produção: dona de uma voz de sucesso no mundo musical, Sandy jamais convenceu como atriz em si, mas graças ao seu dom que tem pela musica, seus momentos em que ela solta voz (que são momentos cruciais para a trama), acabam se tornando um dos grandes momentos do filme. É ai que volto com o fato de não subestimar o livro pela capa, já que Marco Dutra colocou todas essas peças no tabuleiro para a gente se preparar por uma trama, cujo final começamos a moldá-lo em nossas mentes. Mas daí quando chegamos à reta final, percebemos o quanto fomos enganados e nos pegamos completamente atônitos pelo imprevisível que nos foi apresentado.
No final das contas, Quando eu era Vivo pode ser interpretado de duas maneiras: como um simples filme de fantasmas e possessão, ou um verdadeiro jogo de palavras subliminares, para nós seguirmos em linha reta, mas então nos darmos de encontro com a cara no muro e isso, acredite, é um grande elogio.       



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