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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 31 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 11


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.
  
“Anna Pavlova Vive em Berlim' 

Sinopse: Perdida num limiar de insanidade e lucidez poética, a "party queen" russa Anna Pavlova perambula pelas ruas de Berlim em uma crise de identidade.

O subtítulo acima faz uma referencia a uma das principais frases da protagonista, ditas para o cineasta que fica atrás dela o tempo todo durante quatro meses de filmagens. A frase pode ser muito bem usada como exemplo do que está por vir na tela, pois o jovem cineasta Theo Solnik segue a jornada de dias e noites da jovem russa amalucada nas ruas de Berlim, mas jamais se intromete em suas aventuras onde tudo pode então acontecer. Com o objetivo de mostrar o lado utópico desse clima constante felicidade, que aparece ser comum em Berlim, “uma cidade onde é possível viver com pouco dinheiro e se divertir muito”, segundo as próprias palavras do cineasta.
Com essa intenção, Solnik pega carona com Ana nas ruas da cidade, onde tudo que vemos na tela nada é ensaiado, sendo tudo bem cru, realista, por vezes deprimente, mas não menos que espetacular. A bela fotografia em preto e branco, aliás, se casa muito bem com os momentos, tanto sombrios da protagonista, como também os momentos de muita luz e vida que ela passa para a câmera. Além de claro servir muito bem em mostrar um lado um tanto obscuro da cidade, que por vezes, de nada lembra as belas imagens dos cartões postais que tantos os alemães vendem por lá. Muito embora ajam momentos de mais pura beleza, principalmente quando surgem as verdadeiras pessoas naquelas ruas, e tornam elas muito mais interessantes.
Mas embora a fotografia, montagem e á idéia principal que o cineasta quis passar, tenham se cruzado no momento certo e na hora certa para a criação desse filme, nada disso funcionaria se não fosse pela energia magnética de sua protagonista. Ao assistir Ana na tela, imediatamente me identifiquei com ela, pois ela é uma jovem, cheia de vida e que pretende (a todo custo) viver ao máximo. Essa característica via sempre aos montes quando era mais jovem, sendo que me lembrou bastante umas colegas de escola, mas elas não tinham essa força tão destrutiva como à dela, na qual, com certeza ninguém conseguiria sempre acompanhar suas aventuras naquelas ruas. Existem momentos, inclusive, que Ana para na frente da câmera, e passa tamanha força em seus olhos, que cria um verdadeiro contraste, se comparado nos momentos no qual seu corpo se entrega a bebedeiras e drogas, mesmo ela estando consciente que tais fraquezas são prejudiciais a ela. Embora pequena, é uma verdadeira entidade imprevisível, onde ela se arrisca a noite ao falar mal e cuspir em uma pessoa de uma danceteria em que ela estava devendo dinheiro. Momento esse, aliás, um dos mais tensos, pois nada daquilo é armado, onde até mesmo Theo, por pouco não é agredido.
São esses momentos dela que nos fazem ficar tão fascinados pela sua pessoa, que até chegamos a duvidar em certos momentos, se aquilo tudo foi realmente real. Não é a toa que a própria Ana Pavlova foi mencionada em alguns prêmios de melhor atriz no mundo a fora, mesmo ela não estando atuando em momento algum na tela, pois ela é aquilo e isso é o que mais fascina. Sendo que não sentimos tanta energia de vida e naturalidade em outras pessoas, quando as vemos atuando como elas mesmas em determinados documentários. Pelo menos no meu caso, não me lembro de algo parecido como isso que eu vi na tela.
Com um ato final em que Ana revela novas camadas de sua personalidade para a câmera, o filme deixa no ar certas duvidas, sobre o futuro da protagonista e o que é mais importante, nos faz desejar em não querer largar do ombro da protagonista, e desejar passar mais algumas noites com ela nas ruas de Berlim.

NOTA: Infelizmente o filme teve somente duas sessões na Usina do Gasômetro, na mostra de Documentários Artdoc., que complementa o seminário recém realizado RODA-Rodada de Debates sobre a Arte, que abrigou na capital encontros entre artistas, críticos e curadores. Tive o maior prazer de participar de uma das sessões, com a participação do próprio cineasta Theo Solnik, que contou em um debate após a sessão, sua experiência de rodar esse filme e do seu dia a dia junto com Ana, nos quatro meses de filmagem.
Para um filme cheio de qualidades (e um dos melhores que vi desse ano), merece uma segunda vinda em nossa capital.    

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Cine Dica: Estreias no final de semana (29/03/13)


Já faz umas duas semanas que não andei postando as estreias do final de semana, mas também pudera, pois eu não tenho parado muito em casa, tendo saído bastante para curtir essas semanas de folga. Mas como hoje é sexta feira santa e se deve ficar quieto em casa (segundo a tradição da minha família), decidi postar o que ta chegando aos cinemas. Como todo feriadão que se preze, muitas pessoas irá viajar para aproveitar esse tempo livre e, portanto está chegando poucas estreias e não muito indispensáveis.
A Hospedeira é mais nova tentativa em adotar os órfãos (livres) da Saga Crepúsculo.  G.I. JOE: RETALIAÇÃO é uma espécie de tentativa de melhorar o que não deu certo no filme anterior, que acabou sendo bastante desprezado pelo publico e por fim, JACK - O CAÇADOR DE GIGANTES é mais um de uma leva de filmes baseados em contos de fadas, que por sinal, não deu muito certo em território americano.
Abaixo, confiram as sinopses e os trailers das estreias.    


A HOSPEDEIRA

Sinopse: A trama se passa no futuro, quando o planeta Terra foi dominado por um inimigo invisível, os hospedeiros, que controlam as mentes e os corpos das pessoas extiguindo os humanos. Melanie (Saoirse Ronan, de Um Olhar do Paraíso) que, mesmo depois de ser infectada, resiste bravamente à Peregrina (Diane Kruger, Bastardos Inglórios), a parasita que tenta se hospedar em seu corpo para localizar os humanos sobreviventes por meio de suas lembranças. Entretanto, Melanie ocupa a mente com visões do homem que ama, Jared (Max Irons, de A Garota da Capa Vermelha), e assim desvia a atenção da invasora, que, incapaz de se separar dos desejos de seu corpo, começa a se sentir intensamente atraída por aquele humano.


G.I. JOE: RETALIAÇÃO


Sinopse:Na sequência de G.I. Joe: A Origem da Cobra, a equipe dos G. I. Joe foi desmontada pelo governo e precisa agora lutar por conta própria contra Zartan (Arnold Vosloo), seus comparsas e os líderes mundiais influenciados por ele que iniciaram uma grande guerra. No elenco, atores como Bruce Willis, Channing Tatum, Dwayne Johnson e Ray Stevenson.
  
JACK - O CAÇADOR DE GIGANTES 

Sinopse: Uma guerra antiga se reinicia quando Jack (Nicholas Hoult), um jovem trabalhador do campo, abre inconscientemente um portal entre o nosso mundo e uma raça de gigantes apavorantes.


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quinta-feira, 28 de março de 2013

NOTA: EM BREVE NO MEU BLOG.....



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Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 10


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.
  
Bullying


Sinopse: Em 2011, cerca de 13 milhões de crianças americanas sofreram algum tipo de bullying, seja na escola, no ônibus, em casa, no bairro em que mora ou através de celulares ou da internet. Este documentário busca analisar esta situação, levando em conta tanto as vítimas quanto quem pratica bullying, além do porquê de tamanho silêncio em torno do assunto, tendo como parâmetro da realidade nos Estados Unidos.

Hoje em dia é comum cada vez mais ouvir casos de Bullying, mas que infelizmente isso só foi mais sentido agora (devido a casos de mortes), pois no meu tempo de escola já havia esses casos, que na época nos chamávamos síndrome do “Karate Kid”. Para o bem ou para o mal, antes tarde do que nunca, pois graças a inúmeros meios de comunicação (como rede sociais) esses casos foram cada vez vistos com mais atenção, tanto pelos os pais, como também os educadores que convivem no dia com essas crianças na escola. Embora existam pessoas duras com relação a não demonstrar certos sentimentos, é preciso ter um coração de pedra para não se comover com o dia a dia de algumas crianças que esse documentário registra.
Com um numero cada vez maior de suicídios registrados em território americano e de outros países, o documentário investiga o dia a dia de algumas dessas crianças: Alex, por exemplo, é constantemente ameaçado, unicamente por possuir um corpo fragilizado e uma boca diferente das outras crianças. Num primeiro momento, os pais dele simplesmente não tinham idéia da situação que ele vivia no dia a dia, tanto dentro do ônibus escolar, como também na escola. Para piorar, a diretora da escola se mostra (aparentemente) não ter nenhuma noção da situação em que ele ou outras crianças de lá viviam, que segundo suas próprias palavras “todos são anjos”.
O filme não busca uma solução exata, mas sim passa um alerta para que esses casos não se repitam mais. No ato final, a união dos pais e de crianças que sofreram ao longo dos anos por serem diferentes das outras, faz nascer uma chama de esperança, tanto para essa geração, como para a próxima.   

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quarta-feira, 27 de março de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: A FUGA



Sinopse: Addison e Liza fogem com o dinheiro de um golpe em um cassino. Enquanto isso, o ex-boxeador Jay está a caminho da casa dos seus pais – June e o xerife aposentado Chet – para passar o Dia de Ação de Graças com a família. Quando Addison atira em um policial, ele e Liza se separam e seguem em direção à fronteira.

“Os melhores perfumes estão nos pequenos frascos”. Essa frase define muito bem esse pequeno filme de estréia em território americano, do diretor australiano Stefan Ruzowitzky (Os Falsários), que embora dirija uma trama que não traga muita novidade no gênero policial, é graça a sua forma de dirigir as cenas e arrancar as melhores interpretações do elenco que fazem a diferença. Na realidade, sua direção se baseia no que já foi feito no gênero, mas sua visão pessoal com relação a esse tipo de filme faz com que a trama passe um frescor de originalidade impossível de não ser seduzido.
O casal de irmãos (e ladrões) da trama (Eric Bana e Olivia Wilde) acabam por se tornarem o principio, para o inicio de uma teia de eventos, em que envolve inúmeros personagens, nos quais a maioria deles possui fortes laços de sangue e que acaba por sinal explorando determinados dramas familiares, a partir do momento em que se começa uma caça florestal para o encontro dos irmãos em fuga. Com um ótimo elenco que inclui Sissy Spacek, Kris Kristofferson, Treat Williams e Kate Mara – Ruzowitzky, todos esses personagens irão chegar a um ponto de se colidir no ato final da trama. Sendo que durante todo o filme, ocorrem inúmeras situações, que acabam se tornando peças fundamentais de uma espécie de jogo de xadrez, no qual se nascerá um verdadeiro cheque mate, numa inesperada (e mórbida) reunião de ação de graças em família e que acabara testando os nervos do publico.  
É uma pena que justamente nesse crucial e melhor momento de toda a trama, o diretor simplesmente falhou em  agilizar demais as coisas para finalizar ela, sendo que muitos pontos ficaram em aberto e deixando para o espectador, tanto um gosto de decepção na boca, como também o desejo da trama prosseguir por mais alguns minutos. Embora com esse deslize, é um filme que merece ser descoberto.  


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Cine Dica: Sessão Aurora Exibe "La Cecilia"


SESSÃO AURORA NA SALA P. F. GASTAL
EXIBE RARO FILME SOBRE A COLÔNIA CECÍLIA  

A Sessão Aurora apresenta no sábado, 30, às 18h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), o longa-metragem La Cecilia (1975), um dos raros filmes de ficção do renomado crítico de cinema francês Jean-Louis Comolli. Após a sessão, haverá um debate com os editores da revista Aurora. A entrada é franca.
 La Cecilia versa sobre um grupo de italianos que migra para os confins do Brasil no século XIX com a intenção de criar uma comunidade anarquista. Distante da Europa e dos anos 1970, Comolli busca inspiração na vida do pensador libertário Giovanni Rossi para colocar em debate alguns dos tópicos mais urgentes das rupturas políticas setentistas – que ainda ecoam em nossos dias –, como a negação das hierarquias, o desejo como uma condição essencial da revolução e as relações estreitas entre amor e poder.
 Para além das questões mais pontuais daqueles anos, Comolli destaca o fato de que seu filme também lança um olhar sobre a migração: “A passagem de um país a outro, de uma cultura, de uma língua, de uma sociedade a outra, mas também a passagem de um tipo de luta a outra, de um tipo de marginalidade a outra”. La Cecilia sempre foi tido como um título discreto entre as produções europeias contemporâneas, especialmente as de realizadores italianos como Francesco Rosi, Elio Petri e os Irmãos Taviani, mas a problematização dos diversos processos de transformação, do extremo íntimo ao social, faz do filme um exemplar precioso (e atual) do cinema político dos anos 1970.
 Jean-Louis Comolli foi editor-chefe da revista francesa Cahiers du Cinéma entre 1966 e 1971, período que marca a transição da defesa intensa do cinema moderno, encarnado especialmente nas manifestações experimentais dos Novos Cinemas espalhados pelo mundo, para a morte da cinefilia clássica – com a absorção total das reviravoltas políticas pós-maio de 1968 em seus escritos.

La Cecilia será exibido numa cópia em DVD, com legendas em português.
La Cecilia. França/Itália, 1975, cor, 113 minutos. Direção: Jean-Louis Comolli. Com Massimo Foschi, Maria Carta, Vittorio Mezzogiorno e Mario Bussolino.

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terça-feira, 26 de março de 2013

Cine Especial: O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?: Parte 9


Nos dias 26 e 28/Março; 02 e 03/Abril, estarei participando do curso "O que é um Documentário?", criado pelo Cena Um e ministrado pelo jornalista Rafael Valles. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui, estarei postando sobre últimos documentários nacionais e internacionais que eu assisti nos últimos anos.

Tropicália 

Sinopse: Uma análise sobre o importante movimento musical homônimo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. O documentário resgata uma fase na história do Brasil em que cena musical fervilhava e os festivais revelavam vários novos talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria com a ditadura dos generais no poder, o que fez com que Caetano e Gil fossem exilados do país.

O cinema brasileiro vive o seu auge no gênero documentário e Tropicália é grande cereja no bolo. Embora foque o universo musical que moldou no nosso país nos anos 60 e 70, a arte da musica aqui é apenas o primeiro catalisador que acabou se espalhando em diversos gêneros daquele período. A mistura de diversas artes daquele tempo possibilitou um panorama  e que acabou sendo muito lembrado ao longo dos anos.
O cineasta Marcelo Machado foi fundo na coisa, graças a um precioso material de arquivo preservado, que se casa com momentos em que clássicos filmes como Terra em Transe e o Bandido da Luz Vermelha se entrelaçam com as musicas já clássicas daquela época . Como se não bastasse, a obra tem a participação dos mestres Gilberto Gil e Caetano Veloso, cujo seus depoimentos (mais imagens raras deles naquele período) se cria uma viajem no tempo, tanto no auge deles dentro do movimento Tropicália, como também no período que tiveram que viver na Inglaterra devido ao período nebuloso da Ditadura daqui.

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