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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 2 de maio de 2022

Cine Dica: Sala Redenção apresenta mostra “Tramas e Tramoias” de 2 a 20 de maio

Corra. 

Entre os dias 2 e 20 de maio, a Sala Redenção, nosso cinema universitário, continua a programação comemorativa de seus 35 anos, desta vez seguindo um clima investigativo, em que a desconfiança das imagens se mostra um fator determinante na maneira como assistimos a certos filmes. Com a parceria do Goethe-Institut Porto Alegre e da Aliança Francesa de Porto Alegre, a seleção vai do thriller estadunidense, passa pelo cinema ensaístico e chega no cinema gaúcho ficcional dos últimos anos, mergulhando em diferentes imagens que instigam nossa incerteza e nossa vontade de desvendar as maquinações que movem secretamente as narrativas nas quais estamos inseridos.

Pelo caminho da investigação estão Blow-Up: Depois Daquele Beijo, Um Tiro na Noite, Vício Inerente, Maratona da Morte e Subterrânea, filmes em que a obsessão pelo que não é visto leva seus protagonistas a um labirinto de desconfianças e conspirações acobertadas por forças maiores. Assim como em Vingador do Futuro, que faz da impulsividade para enfrentar esses conflitos o motor da narrativa, sendo tão frenético quanto O Homem do Rio, dois filmes de ação incessante. Este último, porém, marca um conflito que se estende para além de outras fronteiras, de forma semelhante ao clássico Marca da Maldade.

Utilizando a paranoia como forma de observar temas mais amplos, o recente sucesso do terror contemporâneo, Corra, forma um paralelo interessante com um dos capítulos do importante Um é Pouco, Dois é Bom, ambos apresentando uma conspiração baseada no conflito racial que persegue seus protagonistas. Em Trânsito faz da suspeita melindrosa uma forma de enxergar a interferência de governos autoritários na vida cotidiana. Neste sentido, a sessão com os curtas gaúchos Ângelo Anda Sumido, Peixe Vermelho e Teia Engole Aranha nos mostra um cotidiano afundado no pesadelo, impondo um real cada vez mais delirante. Da realidade fragmentada, em que não sabemos se acreditamos ou não no que vemos, os curtas da diretora francesa Chloé Galibert-Laîne, Assistindo a Dor dos Outros e Forensickness, ilustram de forma muito rica o imaginário paranoico na tela de um computador.

Nos onze longas e cinco curtas-metragens que compõem a mostra Tramas e Tramoias, poderemos apurar o nosso faro por pistas e indícios dos segredos escondidos dentro de tudo que vemos (e julgamos ver). A trama, assim como na costura, forma o tecido que irá cobrir ou ornamentar corpos e objetos, nosso trabalho enquanto espectadores é trazer à tona tudo que está encoberto. A Sala Redenção oferece esse mosaico de filmes que lidam com este tema, mantendo seu objetivo de gerar discussões e tensionar diferentes cinemas entre si, em sessões de segunda a sexta, às 15h e às 19h, sempre gratuitamente no campus central da UFRGS.


Texto: Victor Souza, bolsista da Sala Redenção

Confira a programação completa na pagina oficial da sala clicando aqui. 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Cine Especial: 'A Grande Ilusão - E o Conservadorismo Político de Hollywood'

Sinopse: Ascensão e queda fizeram parte da vida do político Willie Stark, que ganhou fama por defender os mais pobres numa comunidade rural. Inicialmente subestimado, Stark começa a ganhar poder e se torna tão corrupto quanto aqueles que um dia ele criticou. 

No passado, quando assunto era política, Hollywood se enveredava para um pensamento mais conservador, pois na opinião deles, ou a mando da igreja ou do Capitólio, o poder acaba por corromper a pessoa mais honesta que existe. No clássico "A Mulher Faz o Homem' (1939), vemos o personagem de James Stewart entrar na política, mas mal sabendo da corrupção que a movia. "A Grande Ilusão" vai para um caminho um pouco mais inverso, em que vemos o cidadão humilde se corromper a partir do momento que precisa saber jogar para sobreviver neste jogo de xadrez.

Dirigido por Robert Rossen, o filme conta a história do pacato advogado Willie Stark (Broderick Crawford) que começa a ganhar fama por defender os mais pobres. Com reputação de homem honesto e apoiado pelas massas graças ao seu jeito caipira, o jurista popular passa a almejar novos objetivos, ingressando na política. Inicialmente subestimado, Stark começa a ganhar poder e se tornar tão corrupto quanto aqueles que um dia criticou.

É engraçado que os discursos políticos e o conflito da diferença entre as classes daquela época não são muito diferentes do que se houve hoje em dia. A diferença está na forma em como ela é induzida ao longo da história, ao vermos uma pessoa comum aos poucos ganhar simpatia do povo trabalhador, ganhando assim o poder, mas se corrompendo ao ponto de se tornar até mesmo pior se for comparado com os que estavam lá. Uma forma clara de como Hollywood estava sendo controlada na época, ao prevalecer o sistema do capitalismo e não dando brecha as ideias socialistas e tão pouco comunistas.

Estamos no final dos anos quarenta, época em que acontecia uma verdadeira caça às bruxas nos bastidores dos estúdios e que muitos que pensavam diferente acabavam sendo presos ou expulsos do país. Sobrou para nomes de grande porte como Charles Chaplin ao serem obrigados a sair do país onde construíram as suas carreiras e sendo posteriormente expulsos a paus e pedras. Lógico que mais tarde Hollywood pediria desculpas, mas nada apaga o que já está registrado nas histórias.

Polêmicas à parte, o filme ao menos consegue obter a nossa atenção do início ao fim, principalmente ao fazer do personagem jornalista Jack Burden (John Ireland) o nosso guia para conhecermos melhor a figura de Willie Stark. O ator Broderick Crawford constrói um belo desempenho, ao fazer do seu personagem transitar entre o bom senso e o desejo de obter mais na medida em que os recursos do poder vão diretamente para o seu colo. Não é de se admirar que o interprete tenha ganhado um Oscar, mesmo quando o roteiro queira nos induzir de que todos podem se corromper ao longo da história.

Em alguns momentos, o filme ganha ares de "Cidadão Kane" (1941), pois em ambos os casos vemos as duas figuras centrais se enterrando após terem obtido determinados status. A diferença é que no caso do clássico de Orson Welles o roteiro deixa muito claro que o protagonista nunca desejou chegar aonde havia chegado, enquanto aqui Stark não se cansa em obter poder, seja para ajudar o povo, ou para se manter na sua posição a qualquer custo. Neste último caso, Robert Rossen chega até mesmo a exagerar no tom, ao fazer de Stark e das pessoas próximas a ele figuras não muito diferente aos de gangsters e isso é cada mais acentuado em seu terceiro ato.

Neste último caso, os realizadores criam uma verdadeira justiça poética, mesmo ela soando imprevisível, pois antes disso parecia que Stark era indestrutível. Feito isso, o final me fez lembrar do clássico filme de gangsters "A Alma do Lobo" (1931) e estrelado por Edward G. Robinson, sendo que um tomba devido aos seus feitos no mundo do crime enquanto o outro cai perante ao seu próprio jogo para se manter no poder a qualquer custo. Regra clara que Hollywood sempre passava na época, mas que revista agora deixa mais do que claro o seu modo de persuadir os cinéfilos daqueles tempos.

Além de uma forte atuação de Mercedes McCambridge em cena, "A Grande Ilusão" é um filme simbólico do conservadorismo de tempos em que Hollywood não queria comprar briga com os que controlavam o sistema do capitalismo. 

Onde Assistir: Em DVD e TV Apple 

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quinta-feira, 28 de abril de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/04/2022)

COMO MATAR A BESTA

Sinopse: Em Matar a la Bestia, Emilia de 17 anos é uma jovem de Buenos Aires, chega na casa de sua tia que fica numa cidade perto da divisa da Argentina e Brasil, à procura de seu irmão perdido e afim de recuperar laços perdidos da família após a morte de sua mãe. 


DOWNTON ABBEY – UMA NOVA ERA

Sinopse: Em Downton Abbey II: Uma Nova Era, depois de hospedar a família real e ir ao baile real, a nobre família Crawley se mete em um mistério. Um dia, a Condessa Viúva chama seu filho e sua neta mais velha para contar um segredo que não revelou por anos: ela herdou uma villa no sul da França.


INCOMPATÍVEL

Sinopse: Em Incompatível, Fábio (Gabriel Louchard) e Taís (Giovanna Lancellotti) namoram há seis anos e estão quase se casando. Porém, a noiva deixa a youtuber comportamental Patrícia Bacchi (Nathália Dill) entrar na vida do casal por meio de um um vídeo em que questiona a compatibilidade dos casais, ela decide cancelar o casamento.



UM CONTO DE AMOR E DESEJO

Sinopse: Tacu Ahmed, 18 anos, é francês de origem argelina. Cresceu nos subúrbios parisienses. Nas bancadas da universidade, ele conhece Farah, uma jovem tunisiana cheia de energia que acaba de chegar de Túnis. 


Jujutsu Kaisen 0

Sinopse: "Eu prometo. Quando formos grandes, nós vamos nos casar!" Quando Yuta Okkotsu era pequeno, sua amiga Rika Orimoto morreu num acidente de trânsito, bem na sua frente. Ela se tornou uma aparição, assombrando o jovem e atormentando a sua vida, até o dia em que Satoru Gojo, um feiticeiro Jujutsu, o convida para se matricular no Colégio Jujutsu. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre: "Drive My Car"

Local: Sala Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 30/04/2022, às 10:00 da manhã


"Drive My Car" ( Doraibu mai kâ)

Japão, 2021, 179 min, 16 anos


Direção: Ryūsuke Hamaguchi

Elenco: Hidetoshi Nishijima, Toko Miura, Masaki Okada, Reika Kirishima 


Sinopse: Em "Drive My Car", adaptado de um conto de Haruki Murakami, o filme segue duas pessoas solitárias que encontram coragem para enfrentar o seu passado. Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) é um ator e diretor de sucesso no teatro, casado com Oto (Reika Kirishima), uma mulher muito bonita, porém também uma roteirista com muitos segredos, com que divide sua vida, seu passado e colaboração artística. Quando Oto morre repentinamente, Kafuku é deixado com muitas perguntas sem respostas de seu relacionamento com ela e arrependimento de nunca conseguir compreendê-la completamente. Dois anos depois, ainda sem conseguir sair do luto, ele aceita dirigir uma peça no teatro de Hiroshima, embarcando em seu precioso carro Saab 900. Lá, ele conhece e tem que lidar com Misaki Watari (Toko Miura), uma jovem chauffeur, com que tem que deixar o carro. Apesar de suas dúvidas iniciais, uma relação muito especial se desenvolve entre os dois.



Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cine Dica: Streaming: 'No Matarás'

Sinopse: Um homem de boa índole tem um inesperado confronto mortal. Os instintos entram em ação para limpar a bagunça causada em nome da autodefesa, mas é realmente possível se livrar depois de matar alguém? 

O cultuado "Vidas em Jogo" (1997) de David Fincher procura desconstruir a vida do protagonista através de um jogo, como se o mesmo caísse na toca do coelho de "Alice no País das Maravilhas" e para assim desvencilhar de sua vida monótona. Porém, nem todos estão preparados para atravessar o espelho como visto no clássico "Matrix" (1999), principalmente quando a pessoa em si sempre teve uma vida pacata e que sempre evitou de evitar problemas na vida. "No Matarás" (2020) procura explorar a vida desse cidadão comum a partir do momento em que ele é arrancado de sua zona de conforte e adentrando em um redemoinho de eventos dos quais irão joga-lo ao inferno.

Dirigido por David Victori, o filme conta a história de Dani (Mario Casas), um cidadão comum que passou anos cuidando do seu pai doente. Após a morte desse último, ele e sua irmã decidem o que fazer da vida, desde viajar ou conviver com uma vida pacata. Porém, ao conhecer uma estranha garota chamada Mila (Milena Smit) Dani mal sabe aonde até onde está se metendo e transformando a sua noite em uma verdadeira montanha russa dos infernos.

Já na abertura, o diretor David Victori procura jamais tirar o foco no seu protagonista, ao ponto de sua câmera quase sempre estar atrás de Dani e fazendo com que as cenas representem a nossa visão, como se estivéssemos atrás dele a todo momento. Isso me fez lembrar muito o filme húngaro "O filho de Saul" (2015), já que ambas as situações o plano-sequência nos cria uma situação de expectativa, como se a qualquer momento algo de ruim pudesse acontecer ao protagonista. lógico que isso acontecerá, mas até lá ingredientes moldam a trama para que a gente fique na dúvida.

Quando surge Mila, por exemplo, acreditamos que ela seja a peça que faltava para vida de Dani, mesmo ela sendo apresentada como uma pessoa desgarrada de uma vida cheia de regras. Porém, na medida em que Dani, mesmo que temeroso, vai aceitando o convite da garota, a câmera novamente se torna frenética, cujo o plano-sequência se torna cada vez mais sufocante e fazendo a gente temer por ele. Aliás, é notório que até a fotografia vai mudando gradativamente, cujo os neons coloridos refletem a realidade em que Dani vai adentrando, como se a sua realidade de cores claras e limpas começassem a sumir de imediato.

Curiosamente, o sexo visto na tela é uma espécie de catalizador para que ambos os personagens abram o caixa de Pandora e para que assim o inferno seja jogado na tela. Se antes a montagem das cenas já era frenética, a partir desse momento tudo entra no descontrole, ao ponto de vermos o protagonista em um determinado momento de ponta a cabeça e representando a situação em que ele acabou se metendo. Se tem, portanto, uma corrida contra o tempo, mas dando tudo a entender que dará tudo errado para o nosso ex bom moço.

Vale salientar, que o filme toca muito na questão de o cidadão comum ter de enfrentar a selva de pedra do dia a dia, ao ponto que chegará uma hora que os seus instintos primitivos terão que vir a tona. E é exatamente isso que acontece com Dani, de uma pessoa comum de bem com a vida, para uma pessoa quase selvagem em meio ao desespero e usando todos os métodos para sair dessa vivo. Os desdobramentos da trama são tantos que os poucos momentos de quietude que o protagonista obtém acabam se tornando um alívio em meio a tantos percalços.

O filme procura não julgar as ações de Dani, já que nos identificamos com ele a tal ponto que desejamos que ele se livre da situação em que ele se meteu, mesmo quando ele pratica situações controvérsias pela sobrevivência. O final pode até ser controverso, mas se casando com a proposta principal da obra, pois ao longo da projeção ficávamos nos perguntando qual seria o próximo passo Dani e suas consequências como um todo.

"No Matarás" é sobre o instinto primitivo aflorando no cidadão comum do presente para que o mesmo possa sobreviver em uma realidade selvagem.  

Onde Assistir: Prime Vídeo 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DE 28 DE ABRIL A 4 DE MAIO (CINEMATECA PAULO AMORIM)

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

DRIVE MY CAR 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – MATEÍNA – A ERVA PERDIDA Assista o trailer aqui.

(Uruguai/Brasil/Argentina, 2021, 80min). Direção de Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero, com Federico Silveira, Martín Sacco e Diego Licio. Lança Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Num futuro próximo, a erva-mate está proibida para consumo no Uruguai. Dispostos a lucrar com o episódio, dois vendedores ilegais iniciam uma jornada rumo ao Paraguai para contrabandear o insumo. Durante a viagem, transformam-se em heróis por acaso — e tentam devolver ao povo sua identidade perdida. Prêmio de melhor filme no Festival de Cinema da Fronteira em 2021.  


17h – DRIVE MY CAR (NÃO HAVERÁ EXIBIÇÃO NA QUINTA-FEIRA, DIA 28) Assista o trailer aqui.

(Doraibu mai ka - Japão, 2021, 180min). Direção de Ryusuke Hamaguchi, com Hidetoshi Nishijima, Masaki Okada, Tôko Miura. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Dúvidas e inquietações rondam o diretor e dramaturgo Kafuku, que se dedica à uma montagem do clássico "Tio Vanya", de Tchekov. Ele tem uma relação de muitos anos com a roteirista Oto e, quando ela morre, Kafuku ainda tenta desvendar os segredos de sua vida. Tudo isso ele leva consigo quando é convidado a montar a peça na cidade de Hiroshima - agora, diante de um elenco eclético e de uma motorista pouco flexível, Kafuku precisa encontrar as respostas que sempre buscou. Adaptado de um conto de Haruki Murakami, o longa venceu o Oscar de filme internacional e também foi indicado nas categorias de melhor filme, roteiro adaptado e direção.


PROGRAMAÇÃO DE 3 A 4 DE MAIO DE 2022

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – TRE PIANI  Assista o trailer aqui.

(Itália/França, 2021, 120min). Direção de Nanni Moretti, com Alba Rohrwacher, Nanni Moretti, Riccardo Scamarcio, Margherita Buy. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: O cotidiano de três famílias - todas vizinhas - é marcado por alguns acontecimentos trágicos, embora comuns: um atropelamento, uma suspeita de abuso, uma doença grave. À medida em que estes fatos se cruzam, os personagens vão revelando suas dificuldades em tomar decisões, enfrentar seus medos ou mesmo de ter uma convivência harmoniosa.


16h45 – VITALINA VARELA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Portugal, 2021, 124min). Direção de Pedro Costa, com Vitalina Varela. Zeta Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Aos 55 anos, Vitalina Varela sai de Cabo Verde em direção à capital portuguesa para receber o corpo do marido. Há muito tempo que ela esperava por esta viagem a Lisboa e, agora, só lhe resta saber o que o falecido planejava. A relação colonialista entre Portugal e Cabo Verde serve de pano de fundo para a produção, amparada em enquadramentos bem estudados e na valorização das sombras. Prêmios de melhor filme e atriz no Festival de Locarno em 2020.


19h – COMO MATAR A BESTA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Matar a la Bestia - Brasil/Argentina/Chile, 2021, 90min). Direção de Agustina San Martin, com Ana Brun e João Miguel. Sessão Vitrine, 14 anos. Drama.

Sinopse: Aos 17 anos, Emilia desembarca numa cidade da fronteira entre Brasil e Argentina buscando o irmão desaparecido e esperando se reconectar com a família distante. Antes de chegar no hostel de sua tia Ines, os locais avisam a garota – natural de Buenos Aires - que as fronteiras são apenas linhas no mapa e que há uma besta à solta na região, procurando por vítimas.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 26 de abril de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Pequena Mamãe'

Sinopse: Nelly acaba de perder sua avó e está ajudando seus pais a limpar a casa em que sua mãe passou a infância. Ela explora a casa e o bosque ali perto, onde encontra uma menina da sua idade construindo uma casa na árvore. 

Sempre imaginávamos como seria os nossos pais quando tínhamos a idade de criança, ao ponto de desejarmos voltar ao passado e testemunharmos isso bem de perto. Na clássica trilogia "De Volta Para o Futuro", por exemplo, os realizadores foram criativos na criação da história, pois ela nos causa uma sensação de nostalgia, pois remete a forma como nós sentíamos quando imaginávamos o passado dos nossos pais. "Pequena Mamãe" (2021) segue com uma proposta similar, porém, de uma forma singela, simples e ao mesmo tempo surpreendente.

Dirigido por Céline Sciamma, a mesma de "Um Retrato de Uma Jovem em Chamas" (2020), o filme conta a história de Nelly (Joséphine Sanz) que após perder a sua avó ela conhece a casa onde a sua mãe cresceu e morou por muitos anos.  Chegando lá, ela explora o local enquanto seus pais arrumam a casa. No bosque onde sua mãe, Marion (Nina Meurisse), costumava brincar e construiu uma casa na árvore sobre a qual ela ouviu muitas histórias, Nelly conhece uma garota de sua idade construindo uma cabana. Surpreendentemente, o nome da criança é Marion (Gabrielle Sanz). As duas meninas, com a mesma idade, e extremamente parecidas, se tornam melhores amigas, construindo uma tenda juntas.

Assim como "Um Retrato de Uma Jovem em Chamas", Céline Sciamma procura criar a sua história através do seu modo de filmar, onde a suas cenas falam mais sobre a trama em si do que meras palavras. Belo exemplo disso é na cena de abertura, onde Nelly vai pouco a pouco se despedindo de pessoas de idade avançada em uma casa de repouso, para logo a seguir nos darmos conta de que a sua avó havia a pouco tempo perecido. Isso não é explicitado, mas sim apenas representado por pequenos gestos dos personagens assim como determinados objetos, como no caso, por exemplo, de uma bengala e que iremos revê-la na medida em que a trama avança.

Já o cenário principal é um verdadeiro show à parte em termos narrativos, onde não há efeitos digitais ou algo do gênero para se fazer uma viagem no tempo costumeira, mas sim apenas uma pequena caminhada para que ela venha acontece-la. Nelly adentra ao passado de sua mãe para conhece-la melhor e compreender a dor dela que sente no presente. Se em um primeiro momento nós não entendemos de imediato quem é exatamente a pequena Marion que surge dentro da trama logo tudo é respondido de uma forma simplista, porém, muito bem elaborada e cuja a revelação através do diálogo de ambas as pequenas protagonistas acabam nos surpreendendo, mesmo quando as respostas estavam sendo jogadas na tela a todo momento.

Tanto Joséphine Sanz como Nina Gabrielle Sanz estão ótimas em seus respectivos papeis, pois embora com pouca idade elas carregam o filme nas costas e nos surpreendendo pelos seus olhares expressivos e que esbanjam um grande talento. O filme é curto, de pouco mais de uma hora, mas desejamos que ele não termine tão cedo, pois ficamos encantados pela sua história e da forma que nos toca. Ao final dela, mãe e filha se compreendem através dos laços de sangue e de memórias que ambas desejam que retornem.

"Pequena Mamãe" nos passa aquele desejo conhecido de conhecermos melhor a história dos nossos pais, através de histórias vindas do passado e que nos faz desejar embarcar naquela viagem no tempo que sempre desejávamos.   

Onde Assistir: Prime Video, Youtube, Google play Filmes e Apple TV.

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