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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cine Dica: Streaming: 'No Matarás'

Sinopse: Um homem de boa índole tem um inesperado confronto mortal. Os instintos entram em ação para limpar a bagunça causada em nome da autodefesa, mas é realmente possível se livrar depois de matar alguém? 

O cultuado "Vidas em Jogo" (1997) de David Fincher procura desconstruir a vida do protagonista através de um jogo, como se o mesmo caísse na toca do coelho de "Alice no País das Maravilhas" e para assim desvencilhar de sua vida monótona. Porém, nem todos estão preparados para atravessar o espelho como visto no clássico "Matrix" (1999), principalmente quando a pessoa em si sempre teve uma vida pacata e que sempre evitou de evitar problemas na vida. "No Matarás" (2020) procura explorar a vida desse cidadão comum a partir do momento em que ele é arrancado de sua zona de conforte e adentrando em um redemoinho de eventos dos quais irão joga-lo ao inferno.

Dirigido por David Victori, o filme conta a história de Dani (Mario Casas), um cidadão comum que passou anos cuidando do seu pai doente. Após a morte desse último, ele e sua irmã decidem o que fazer da vida, desde viajar ou conviver com uma vida pacata. Porém, ao conhecer uma estranha garota chamada Mila (Milena Smit) Dani mal sabe aonde até onde está se metendo e transformando a sua noite em uma verdadeira montanha russa dos infernos.

Já na abertura, o diretor David Victori procura jamais tirar o foco no seu protagonista, ao ponto de sua câmera quase sempre estar atrás de Dani e fazendo com que as cenas representem a nossa visão, como se estivéssemos atrás dele a todo momento. Isso me fez lembrar muito o filme húngaro "O filho de Saul" (2015), já que ambas as situações o plano-sequência nos cria uma situação de expectativa, como se a qualquer momento algo de ruim pudesse acontecer ao protagonista. lógico que isso acontecerá, mas até lá ingredientes moldam a trama para que a gente fique na dúvida.

Quando surge Mila, por exemplo, acreditamos que ela seja a peça que faltava para vida de Dani, mesmo ela sendo apresentada como uma pessoa desgarrada de uma vida cheia de regras. Porém, na medida em que Dani, mesmo que temeroso, vai aceitando o convite da garota, a câmera novamente se torna frenética, cujo o plano-sequência se torna cada vez mais sufocante e fazendo a gente temer por ele. Aliás, é notório que até a fotografia vai mudando gradativamente, cujo os neons coloridos refletem a realidade em que Dani vai adentrando, como se a sua realidade de cores claras e limpas começassem a sumir de imediato.

Curiosamente, o sexo visto na tela é uma espécie de catalizador para que ambos os personagens abram o caixa de Pandora e para que assim o inferno seja jogado na tela. Se antes a montagem das cenas já era frenética, a partir desse momento tudo entra no descontrole, ao ponto de vermos o protagonista em um determinado momento de ponta a cabeça e representando a situação em que ele acabou se metendo. Se tem, portanto, uma corrida contra o tempo, mas dando tudo a entender que dará tudo errado para o nosso ex bom moço.

Vale salientar, que o filme toca muito na questão de o cidadão comum ter de enfrentar a selva de pedra do dia a dia, ao ponto que chegará uma hora que os seus instintos primitivos terão que vir a tona. E é exatamente isso que acontece com Dani, de uma pessoa comum de bem com a vida, para uma pessoa quase selvagem em meio ao desespero e usando todos os métodos para sair dessa vivo. Os desdobramentos da trama são tantos que os poucos momentos de quietude que o protagonista obtém acabam se tornando um alívio em meio a tantos percalços.

O filme procura não julgar as ações de Dani, já que nos identificamos com ele a tal ponto que desejamos que ele se livre da situação em que ele se meteu, mesmo quando ele pratica situações controvérsias pela sobrevivência. O final pode até ser controverso, mas se casando com a proposta principal da obra, pois ao longo da projeção ficávamos nos perguntando qual seria o próximo passo Dani e suas consequências como um todo.

"No Matarás" é sobre o instinto primitivo aflorando no cidadão comum do presente para que o mesmo possa sobreviver em uma realidade selvagem.  

Onde Assistir: Prime Vídeo 

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