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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Cine Dica: m Blu-Ray - DVD – VOD: 'Meu Nome é Dolemite' - Eddie Murphy não desiste

Sinopse: A história se passa na Los Angeles dos anos 1970. Moore é um vendedor de discos em uma pequena loja e um aspirante a comediante que encontra o sucesso por meio de seu obsceno alter ego Dolemite. 

Astro dos anos 80 e 90, Eddie Murphy viu a sua carreira aos poucos afundar em meio a diversas mudanças que o cinema passou ao longo dos anos que vieram. Passando a ser mais conhecido por ter dado a voz ao personagem Burro em " Shrek" (2001), Murphy, ao menos, nunca abandonou a sua teimosia em querer dar a volta por cima. Após vários anos sem nenhum prestigio, eis que chega "Meu Nome é Dolemite", projeto que há muito de sua pessoa do que nós imaginamos.
Dirigido por Craig Brewer, da série "Empire" (2015), o filme conta a história do vendedor de discos em uma loja pequena e comediante de pouco sucesso, Rudy Ray Moore (Eddie Murphy), que vê sua vida mudar quando começa a ouvir as histórias das ruas para renovar seu repertório, inserindo piadas sujas e repletas de palavrões. Não demora muito para que ele faça imenso sucesso, migrando o sucesso nas casas de show para discos extremamente populares, entre a população negra norte-americana. Decidido a ampliar seus horizontes, Rudy decide rodar por conta própria um filme estrelado por seu alter-ego Dolamyte, um cafetão bom de briga que sabe lutar kung fu.
Em tempos atuais em que o cinema volta a resgatar o melhor da década de 70, o filme é um prato cheio de referências para os fãs que sentem saudades daquela época suja, porém, mais dourada. Com uma edição de arte, fotografia e figurino primorosos, o filme mergulha a fundo no melhor daquela cultura, principalmente em uma época em que a comunidade negra cada vez ganhava mais espaço merecido no mundo da música e no cinema. E desse delicioso recheio é que Eddie Murphy acaba sendo a cereja do bolo.
Ao interpretar o personagem Rudy Ray Moore, mais conhecido como Dolamyte, Murphy solta a língua como ninguém, ao lançar piadas com teor adulto e cuja essa nova geração politicamente correta nem ao menos sabia que existia. Ao personificar o personagem, o ator se sente à vontade, ao ponto do personagem e interprete se fundirem e sintetizar a sua busca em tentar voltar aos trilhos do sucesso. Sem dúvida uma das melhores atuações de Eddie Murphy e que tanto fazia falta para os fãs e para ele.
Além de prestar uma bela homenagem ao universo da música da época, o filme também é uma singela carta de amor para aqueles que buscam o sucesso por meio da insistência de se fazer um bom filme. Curiosamente, a produção me fez relembrar um clássico do astro intitulado "Os Penetras" (1999) no momento em que o protagonista e outros personagens decidem se aventurar a fazer um filme na raça. Logicamente, é nesse ponto que muitos irão se lembrar do subgênero Blaxploitation que dominou a época, mas também o filme fala de um tempo em que verdadeiros realizadores e obcecados pela sétima arte colocavam a mão na massa.
"Meu Nome é Dolemite" não é somente a melhor atuação de Eddie Murphy em sua carreira, como também é uma bela homenagem a cultura pop dos anos 70. 


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Cine Dicas: Estreias Do Final De Semana (06/12/19)

Dois Papas 

Sinopse: Buenos Aires, 2012. O cardeal argentino Jorge Bergoglio está decidido a pedir sua aposentadoria, devido a divergências sobre a forma como o papa Bento XVI tem conduzido a Igreja. 

As Golpistas 

Sinopse: Ramona, Destiny e outras strippers de Nova York, cansadas dos abusos do trabalho, decidem virar o jogo e armam um plano para tirar vantagem dos seus clientes mais ricos.

Brooklyn sem pai nem mãe

Sinopse: Na Nova York de 1950, Lionel Essrog é um solitário detetive particular com Síndrome de Tourette. Com poucas pistas, está investigando o assassinato de seu amigo e mentor, Frank Minna. 

Diante dos meus olhos

Sinopse: A banda Os Mamíferos não chegou a gravar discos, mas foi importante para a cena contracultural capixaba dos anos 60/70.

Feliz aniversário 

Sinopse: No aniversário de 70 anos da mãe, toda a família se reúne para celebrar. Quando uma inesperada visita chega na festa, a harmonia do ambiente acaba.

Liberdade é uma grande palavra

Sinopse: Muhammad é um homem palestino que passou 13 anos na Prisão de Guantánamo. Depois de anos de tortura, fome e humilhação, ele tem a oportunidade de começar uma nova vida com sua esposa no Uruguai.

O Juízo 

Sinopse: Desempregado, Augusto Menezes está no meio de uma crise matrimonial por conta do alcoolismo. Ele decide se mudar com esposa e filho para uma fazenda herdada de seu avô.

Western Stars

Sinopse: Um olhar sobre o concerto do cantor e compositor americano Bruce Springsteen, na turnê do disco Western Stars.


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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Cine Dica: 'AindaTemos a Imensidão da Noite' no Cinebancários

“AindaTemos a Imensidão da Noite”, novo filme de Gustavo Galvão, estreia no dia 5 de dezembro na sessão das 19h no CineBancários

Longa foi selecionado para os festivais de Brasília, para o Cine Esquema Novo e foi exibido na última Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. A resistência de uma cantora e trompetista é testada no novo filme do diretor Gustavo Galvão. Rodado em Brasília e em Berlim, o drama Ainda Temos a Imensidão da Noite narra a saga de Karen (Ayla Gresta), que vê o esfacelamento de sua banda de rock e de suas relações numa realidade cada dia mais desoladora. Aos 27 anos, ela deixa Brasília para dar vazão à paixão pela música.
Na trama, o relacionamento dos membros da banda de Karen aos poucos se despedaça por culpa da perspectiva quase nula de sobreviver na cena alternativa brasiliense. Os músicos do grupo cedem a empregos na máquina burocrática da cidade. Porém, após Artur, o guitarrista, ir embora para Berlim, a protagonista tenta seguir os passos dele para buscar uma maneira de subsistir sem precisar se entregar a um trabalho que a mate por dentro.
Gustavo Galvão, realizador de “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa” (2013) e “Nove Crônicas para um Coração aos Berros” (2012), promove as locações e o som à condição de personagens. Os protagonistas são músicos de verdade e formam uma banda montada especialmente para o filme, chamada Animal Interior. O quarteto liderado por Ayla Gresta criou a trilha do longa em parceria com outros dois compositores e as músicas tiveram a produção do guitarrista norte-americano Lee Ranaldo, um dos fundadores da icônica banda de indie rock Sonic Youth. O músico estará em São Paulo (dia 19/11) e em Porto Alegre (dia 22/11) para o lançamento do filme.
O diretor assina o roteiro ao lado da alemã Barbie Heusinger e da gaúcha Cristiane Oliveira (do premiado longa “Mulher do Pai”). A equipe técnica conta com o designer de produção alemão Tamo Kunz, que trabalhou com Fatih Akin em filmes renomados como “Em Pedaços”, “Contra a Parede” e, mais recentemente, “O Bar Luva Dourada”, e a consagrada produtora Sara Silveira, de “As Boas Maneiras” e “Cinema, Aspirinas e Urubus”.
O longa, que estreia no dia 5 de dezembro no CineBancários, às 19h, , foi selecionado para diversos festivais, ente eles o de Brasília e a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

AINDA TEMOS A IMENSIDÃO DA NOITE
Brasil, ficção, 98 min.
direção Gustavo Galvão
roteiro Gustavo Galvão, Barbie Heusinger e Cristiane Oliveira
elenco Ayla Gresta, Gustavo Halfeld, Steven Lange, Vanessa Gusmão, Hélio Miranda, Marat Descartes, Bidô Galvão, Fernando Teixeira, Clemente Nascimento e Pit Bukowski
direção de fotografia André Carvalheira
designer de produção Tamo Kunz
direção de arte Valeria Verba
montagem Marcius Barbieri
desenho de som Ricardo Reis, ABC
supervisão de som Miriam Biderman, ABC
mixagem Paulo Gama
trilha original Animal Interior (com composições de Munha da 7 e Nicolau Andrade)
produção da trilha original Lee Ranaldo
produção executiva Maria Ionescu, Daniela Marinho e Peter Ketnath
produção Sara Silveira e Gustavo Galvão
distribuição Pandora Filmes

SINOPSE
Cansada de lutar por um lugar ao sol com sua aguerrida banda de rock, onde é vocalista e trompetista, Karen decide ir embora de Brasília, cidade que seu avô ajudou a construir. Ela segue os passos do ex-parceiro de banda Artur, que tenta a sorte em Berlim. O convite parte de Martin, amigo alemão com quem fecham um triângulo imprevisível.


DIRETOR
Gustavo Galvão
Gustavo Galvão nasceu em Brasília (1976). Formado em Jornalismo na Universidade de Brasília, fez especialização em Cinema na Escuela Universitaria de Artes y Espectáculos (Madri, Espanha) e dirigiu sete curtas entre 2002 e 2008. Destaque para o premiado “A Vida ao Lado” (exibido em 25 festivais mundo afora, 2006), e “A Minha Maneira de Estar Sozinho” (seleção do Festival de Brasília/2008 e do Rencontres Cinémas d'Amérique Latine de Toulouse/2010). O primeiro longa como diretor e roteirista, “Nove Crônicas para um Coração aos Berros”, recebeu menção do júri da FIPRESCI no 31º Festival Internacional do Uruguai (Montevidéu, 2013) e foi distribuído para a América Latina na Netflix e no iTunes. O segundo longa, “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa” (2013), recebeu prêmios de trilha sonora e ator e foi distribuído de modo independente, em 17 cidades pelo Brasil, em 2014. Com filmagens em Brasília e Berlim, “Ainda Temos a Imensidão da Noite” (2019) é o terceiro longa como diretor e roteirista de Galvão.

ELENCO
Ayla Gresta (Karen, trompetista e vocalista)
Artista multidisciplinar e arquiteta profissional formada pela Universidade de Brasília, estudou trompete na Escola Americana. Passou a focar mais na carreira musical logo após as filmagens de “Ainda Temos a Imensidão da Noite”, em 2017, quando formou o duo YPU com Gustavo Halfeld, onde atua como vocalista e trompetista. Desde então, já gravou com nomes como Rios Voadores, Aiure, O Tarot e César Saez.

Gustavo Halfeld (Artur, guitarrista)
Guitarrista de origem, é hoje um requisitado produtor musical. Só em 2019, produziu discos de Aiure, Abismo e Rios Voadores, além das gravações do guitarrista Yonatan Gat (ex-Pavement) com a tribo Wapichana, no Santuário dos Pajés (DF). Em paralelo, administra o selo Quadrado Mágico (em parceria com Miguel Galvão) e se dedica ao duo que integra com Ayla Gresta, o YPU, onde toca guitarra e sintetizador.

Hélio Miranda (Cícero, baterista)
Um dos bateristas mais ativos de Brasília, é integrante de cinco bandas marcantes da cena local: Rios Voadores (que lançou em junho seu segundo disco, “Rios Voadores na Era Sinistroyka”), Galopardo, Judas (com dois EPs lançados em 2019), Pupilla e Munha da 7 Top Trio. Com a banda Judas, Hélio participa, desde 2018, do musical “Tocador da Viola Envenenada”, com direção de Sérgio Maggio.

Vanessa Gusmão (Lara, baixista)
Nascida em Brasília e radicada em São Paulo desde 2010, é baixista na Der Baum, que acaba de lançar o segundo álbum, D.B. 26.04.93 – com participação de Carol Navarro da Supercombo e Cris Botarelli da Far from Alaska, entre outros. Desde 2019, também toca na cultuada banda Veronica Decide Morrer, composta por integrantes LGBTQI+. Em paralelo, Vanessa é editora de som para cinema e TV.

Também integram o filme atores premiados como Marat Descartes (“Mulher do Pai”, “Quando Eu Era Vivo” e “Uma Dose Violenta de Qualquer Coisa”), Fernando Teixeira (“Aquarius”) e Bidô Galvão (uma das atrizes mais importantes da cena teatral brasiliense). Entre os atores alemães que estão no elenco, destacam-se Steven Lange (que faz o triângulo central com a personagem de Ayla Gresta e o de Gustavo Halfeld), Pit Bukowski (“The Command”, de Thomas Vinterberg) e Dirk Lange (“Touch me Not”, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2018). Outra atração é a participação especial de Clemente Nascimento, pioneiro do punk no Brasil, no papel de um delegado.

TRILHA SONORA
Lee Ranaldo (produtor musical)
Guitarrista, cantor e compositor, Lee é fundador de uma das maiores referências do rock alternativo norte-americano, o Sonic Youth – conjunto formado em Nova York, em 1981, também por Thurston Moore, Kim Gordon e, a partir de 1985, Steve Shelley. Integrou o grupo até sua dissolução, em 2011, participando de álbuns emblemáticos como “Daydream Nation” (1988) e “Goo” (1990). Um destaque na trajetória no cinema é a produção musical do longa “Não Estou Lá” (de Todd Haynes, 2007). Em 2016, Martin Scorsese lhe confiou a consultoria da série “Vinyl” (HBO).

Munha da 7 (compositor)
Iniciou a carreira em 1997, em Brasília. Focado em música experimental, fundou em 2002 o Satanique Samba Trio, projeto que ficou internacionalmente conhecido após nove discos e apresentações na Europa. É baixista do Munha da 7 Top Trio e do Jota Dale Combo, além de compositor de trilhas para cinema e teatro. Destaque para o espetáculo “Tecendo Volúpias” (prêmio Sesc de Teatro Candango, em 2017).

Nicolau Andrade (compositor)
Formado na Escola de Música de Brasília e na UniRio, tinha quase dez anos de carreira quando entrou no prestigiado curso de Bacharelado em Jazz do Conservatório Real de Haia, em 2009. Atua na cena de jazz e improvisação livre em Amsterdã e foi membro da Koninklijk Conservatorium Big-Band, entre 2012 e 2014. Ele mora, ainda hoje, em Haia, dedicando-se ao ensino de música e do trompete.

DISTRIBUIDORA
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.
Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa e Gabriela Amaral Almeida.
Em 2019, a distribuidora criou o projeto Caixa de Pandora que visa programar filmes premiados, escolhidos através de uma cuidadosa curadoria para serem exibidos em salas comerciais da rede Cinépolis, em 20 cidades do Brasil.

Assessoria de Imprensa:
TROMBONE COMUNICA
Tel: 11 3253-6185

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Cine Dica: O Melhor do Cinema Russo em Porto Alegre

Porto Alegre recebe a 5ª Edição da Mostra Mosfilm de Cinema Russo
Ciclo acontece de 5 a 18 de dezembro com entrada franca

De 5 a 18 de dezembro, Porto Alegre receberá 12 longas metragens do cinema soviético e russo, quase todos inéditos no Brasil. As produções, de períodos e estilos variados, fazem parte da programação da Mostra Mosfilm, que chega à sua 5ª edição, com sessões às 19 horas, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim (Casa de Cultura Mário Quintana – Rua dos Andradas, 736).
Produções de várias décadas serão exibidas na mostra, e a diversidade de gêneros também chama a atenção na curadoria. Entre os destaques da programação estão "A Balada do Soldado", clássico de Grigori Chukhray, a ficção científica "Stalker", de Andrei Tarkovsky, e "A Prisioneira do Cáucaso", de Leonid Gayday, uma das mais populares comédias russas de todos os tempos. Os três filmes passaram, recentemente, por cuidadosos processos de restauração no Mosfilm, o que também aconteceu com mais 5 dos 12 filmes da Mostra.
Outra novidade é a exibição de um balé, a versão de "Spartacus" de Yury Grigorovich, de 1975, com o Balé Bolshoi. Karen Shakhnazarov, diretor geral do Mosfilm, também tem filme na programação deste ano, o drama "O Mensageiro", de 1986. O filme mais recente da seleção é a comédia "Aluga-se uma Casa com Todos os Inconvenientes", de Vera Storozheva, de 2016.
A Mostra é uma realização do CPC-UMES Filmes, UGES e UMESPA e do Estúdio Mosfilm, em parceria com a Cinemateca Paulo Amorim e o Instituto Estadual de Cinema do RS.
Apoio: Agência de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes da Federação da Rússia (Rossotrudnichestvo), Embaixada da Federação da Rússia na República Federativa do Brasil e Sputnik Cultural.

PROGRAMAÇÃO:

05/12 – QUINTA – 19H
A BALADA DO SOLDADO
1959 / P&B / 88 MIN / GUERRA
Direção: Grigori Chukhray
Elenco: Vladimir Ivashov, Zhanna Prokhorenko, Antonina Maksimova e Nikolai Kryuchkov
Sinopse: Durante a 2ª Guerra, o soldado Alyosha destrói dois tanques alemães. Ao invés de uma medalha, pede uma licença para visitar a mãe. Na jornada, o jovem compartilha com o povo os sacrifícios da vida na retaguarda. Premiado nos festivais de Cannes, São Francisco, Londres e Milão.

06/12 – SEXTA – 19H
STALKER
1979 / COR / 162 MIN / FICÇÃO CIENTÍFICA
Direção: Andrei Tarkovsky
Elenco: Aleksandr Kaidanovsky, Anatoly Solonitsyn, Nikolai Grinko, Alisa Freyndlikh
Sinopse: Num futuro indefinido, um guia (stalker) conduz dois homens conhecidos como Escritor e Professor a uma área proibida, a "Zona". Dentro dela há uma usina desativada com um aposento que possui a propriedade de realizar os desejos de quem entrar nele. Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes (1980).

07/12 – SÁBADO – 19H
A PRISIONEIRA DO CÁUCASO
1966 / COR / 80 MIN / COMÉDIA
Direção: Leonid Gayday
Elenco: Aleksandr Demyanenko, Natalya Varley, Yury Nikulin, Vladimir Etush
Sinopse: Em viagem de pesquisa ao folclore do Cáucaso, o jovem estudante Shurik se apaixona pela atlética, belíssima e politizada Nina. Mas a garota é sequestrada pelo homem mais poderoso da região, que planeja impor a ela um casamento arranjado. Mais uma comédia em que Gayday ultrapassou a marca dos 76,4 milhões de ingressos vendidos.

08/12 – DOMINGO – 19H
AMIGOS VERDADEIROS
1954 / COR / 100 MIN / COMÉDIA
Direção: Mikhail Kalatozov
Elenco: Vassily Merkurev, Boris Chirkov, Aleksandr Borisov e Liliya Gritsenko
Sinopse: Era uma vez três garotos que moravam em um subúrbio de Moscou. Borka tornou-se um famoso cirurgião; Sashka, professor de pecuária; e Vaska, doutor em arquitetura. Lembrando-se da promessa dada um ao outro quando crianças, eles partem em uma jangada pelo rio Volga e passam por muitas aventuras.

10/12 – TERÇA – 19H
O COMUNISTA
1957 / COR / 110 MIN / DRAMA
Direção: Yuli Raizman
Elenco: Evgeny Urbansky, Sofya Pavlova, Evgeny Shutov e Boris Smirnov
Sinopse: Realizado para marcar o 40º Aniversário da Revolução, o filme mostra a curta, mas brilhante vida de Vassily Gubanov, seu trabalho honesto e consciencioso na construção de uma grande central elétrica em Zagora, durante a Guerra Civil. Sem perceber, ele vai realizando os feitos que o tornarão um herói postumamente. Menção Honrosa no Festival de Veneza.

11/12 – QUARTA – 19H
SPARTACUS
1975 / COR / 93 MIN / BALÉ
Direção: Yury Grigorovich
Elenco: Vladimir Vassilev, Natalya Bessmertnova, Maris Liepa, Nina Timofeeva
Sinopse: Na Roma Antiga, Spartacus, um soldado trácio, é capturado por Crasso com sua esposa Frígia. Forçado a lutar como gladiador e matar um de seus amigos, ele planeja um levante sem precedentes. “Spartacus” é uma das mais famosas obras de Khachaturian. Composto em 1954, é considerado um dos maiores balés do repertório do Bolshoi.

12/12 – QUINTA – 19H
RAPAZIADA!
1981 / COR / 92 MIN / DRAMA
Direção: Iskra Babich
Elenco: Aleksandr Mikhaylov, Pyotr Glebov, Irina Ivanova, Mikhail Buzylyov-Kretso e Pyotr Krylov
Sinopse: Pavel está servindo o Exército quando recebe carta da mãe, dizendo que Nastya o traía. Ele decide não retornar à sua cidade natal. Treze anos depois, descobre que a mãe se enganara. Nastya morrera, deixando três filhos órfãos. A mais velha é também filha de Pavel. O que fazer? Menção Honrosa no 32º Festival de Berlim.

13/12 – SEXTA – 19H
ELES LUTARAM PELA PÁTRIA
1975 / COR / 157 MIN / GUERRA
Direção: Serguei Bondarchuk
Elenco: Vassily Shukshin, Vyacheslav Tikhonov, Serguei Bondarchuk e Yury Nikulin
Sinopse: Reconstituição dos três dias de retirada de um regimento do Exército Vermelho em direção à Stalingrado, sob a ótica de três soldados de origens diferentes — um engenheiro agrônomo, um mecânico e um mineiro. Baseado em romance do Nobel de literatura Mikhail Sholokhov, foi indicado à Palma de Ouro de 1975.

14/12 – SÁBADO – 19H
ALUGA-SE UMA CASA COM TODOS OS INCONVENIENTES
2016 / COR / 90 MIN / COMÉDIA
Direção: Vera Storozheva
Elenco: Victoria Isakova, Irina Pegova, Nina Dvorzhetskaya e Svetlana Khodchenkova
Sinopse: Corretor ambicioso aluga a mesma casa para várias famílias. Depois de algumas situações embaraçosas as coisas parecem estar caminhando bem, quando o proprietário do imóvel retorna de uma viagem sem saber que o amigo a quem ele emprestara a casa a tinha alugado.

15/12 – DOMINGO – 19H
A FLOR DE PEDRA
1946 / COR / 81 MIN / AVENTURA
Direção: Aleksandr Ptushko
Elenco: Vladimir Druzhnikov, Ekaterina Derevschikova, Tamara Makarova e Mikhail Troyanovsky
Sinopse: Mestre da animação e efeitos especiais, Aleksandr Ptushko realizou em 1946 um dos mais instigantes filmes fantásticos da história do cinema, contando a fábula de um artesão que se dispõe a sacrificar tudo pela perfeição técnica de sua arte.

17/12 – TERÇA – 19H
VOLGA-VOLGA
1938 / P&B / 104 MIN / COMÉDIA MUSICAL
Direção: Grigori Aleksandrov
Elenco: Lyubov Orlova, Igor Ilinsky, Andrei Tutyshkin e Vladimir Volodin
Sinopse: Acompanhados por um burocrata que pretende utilizá-los em proveito de sua ascensão, dois grupos de artistas amadores deixam a aldeia em que vivem e vão participar de um concurso de talentos em Moscou. Terceiro musical estrelado por Lyubov Orlova, com direção de Grigori Aleksandrov e música de Isaak Dunaevsky.

18/12 – QUARTA – 19H
O MENSAGEIRO
1986 / COR / 89 MIN / DRAMA
Direção: Karen Shakhnazarov
Elenco: Fyodor Dunaevsky, Anastasya Nemolyaeva, Oleg Basilashvili e Inna Churikova
Sinopse: Vivendo durante a era Gorbachev numa sociedade à deriva, rapaz sem noção consegue emprego de office boy. Através de uma das entregas, ele conhece o professor Kuznetzov e sua filha Katya. Para irritar o professor, ele afirma ter engravidado Katya. Para sua surpresa, ela confirma a sua história.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: 'O Irlandês' - Obrigado Martin Scorsese

Sinopse: Frank Sheeran, braço direito da família Bufalino, relembra os segredos que guardou por lealdade à máfia. 

Sendo considerado um dos principais pilares do melhor período do cinema norte americano intitulado "a nova Hollywood" (1967 - 1980), Martin Scorsese permanece na ativa, mesmo quando ocorre diversas mudanças significativas dentro do universo do cinema. Amante da sétima arte como ninguém, o diretor permanece com o desejo sempre de filmar, mesmo quando os chefes dos estúdios de hoje acreditam que os seus filmes autorais podem não dar mais lucro através dessa geração amante de filmes de super-heróis. "O Irlandês" é aquele tipo de filme que deveria ser obrigatoriamente ser visto na tela grande, mas que nenhum estúdio de ponta abraçou o projeto do cineasta devido a sua longa duração de quase quatro horas.
A solução veio justamente com o inesperado sucesso de "Roma" (2018) de Alfonso Cuarón e financiado pela Netflix. Com o objetivo de concorrer aos prêmios como o Oscar, o filme teve estreia simultânea, tanto via streaming como também em algumas salas de cinema. O resultado foi um casamento perfeito entre as duas mídias e que fez com que o público conhecesse uma grande obra prima.
 Apresentando o projeto para os engravatados da netflix, Scorsese ganhou carta branca para fazer o que bem entendesse com a sua obra. O resultado é um épico sobre a máfia que não se via desde "Era Uma Vez na América" (1984) de Sergio Leone, mas obtendo os melhores recursos de ponta para, não só reconstituir determinados períodos, como também rejuvenescer os seus grandes astros. Um caso raro de um bom casamento entre o lado técnico e autoral para realização de uma grande obra com conteúdo.
Baseado no livro I Heard You Paint Houses, de Charles Brandt, escrito a partir de relatos do próprio Frank Sheeran, o filme conta a história do próprio que é interpretado por Robert De Niro. Ele é um veterano de guerra cheio de condecorações que concilia a vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel número um da máfia e apadrinhado pelo seu melhor amigo Russell Bufalino (Joe Pesci). Promovido a líder sindical, ele torna-se o principal suspeito quando Jimmy Hoffa (Al Pacino) o mais famoso ex-presidente da associação desaparece misteriosamente.
Com uma trama que transita entre o passado e o presente, o filme não somente apresenta de que maneira esses personagens foram se conhecendo, como também fala um pouco sobre o próprio governo dos EUA e sobre quem dá as cartas nos bastidores de um poder corrompido. Em uma nação formada por estrangeiros, dos quais abandonaram as suas terras em busca do sonho americano, o filme escancara o fato que, para sobreviver na terra das oportunidades, é preciso entender as suas reais engrenagens. Frank aprende da melhor e pior maneira possível e sucumbindo a promessas que possuem um alto preço.
Para os cinéfilos de plantão, o filme é um verdadeiro prato cheio, tanto para os amantes de Scorsese, como também daqueles velhos conhecidos que o mesmo sempre fez questão de leva-los para atuar em seus projetos. Com "O Irlandês", Robert De Niro e Joe Pesci fecham uma bela espécie de trilogia da máfia, que começou em "Os Bons Companheiros" (1990), prosseguiu em "Cassino" (1995) e se encerra aqui com dignidade e respeito mútuo. Mas o grande deleite desse épico é testemunharmos De Niro e Al Pacino estarem lado a lado em cenas que qualquer cinéfilo irá adorar velas e revê-las ao longo do tempo.
Embora não tenham contracenado juntos em "O Poderoso Chefão - Parte 2" (1974), ambos os interpretes ficaram frente a frente, mesmo que em pouco tempo, no já clássico "Fogo contra Fogo" (1995). Aqui, finalmente, os interpretes atuam juntos em diversos momentos inesquecíveis e dos quais Al Pacino coloca o filme no seu bolso. Embora nunca tenham trabalhado juntos, até agora, é mais que notório que Al Pacino teria se saído muito bem em projetos anteriores de Martin Scorsese.
Tecnicamente o filme é também um colírio para os olhos, não somente com relação a reconstituição de época, como também até mesmo em termos de efeitos visuais. Ao vermos os atores rejuvenescidos em determinadas épocas da trama, constatamos que não há mais limite para esses recursos e se casando quase perfeitamente com o trabalho de atuação dos astros. Scorsese, portanto, não prova ser um ótimo cineasta autoral, como também usa os recursos de hoje para se criar, acima de tudo, uma bela história.
Embora o filme possa exigir certa paciência de alguns devido a sua longa duração, é preciso destacar o seu potencial em nos prender atenção, onde o cineasta usa e abusa no que faz de melhor com a sua câmera. Em planos-sequências, por exemplo, o realizador já nos diz para nos preparar pelo pior que irá acontecer, em cenas cuja a violência é jamais gratuita, mas sim com o intuito de revelar a gradual queda dos seus principais protagonistas. Aliás, o filme não tem pressa ao vermos aqueles personagens, que antes tão cheios de vida, começam a colher o que plantaram ao longo da vida.
Não tenho menor dúvida que todos do elenco, principalmente Robert De Niro, se entregam em papeis que sintetizam a reta final de uma geração que ajudou a construir a sociedade norte americana, mas tendo uma conta alta demais a ser paga. Ao mesmo tempo, o ato final fala de uma geração de interpretes que colaborou para que o cinema de uma época sobrevivesse, mas cujo os seus desempenhos são raramente reconhecidos nesta época atual em que os estúdios somente prezam pelo novo. Mesmo parecendo causa perdida, Martin Scorsese lutou contra isso e fez questão de reunir velhos amigos para realizar o seu grande sonho.
"O Irlandês" é uma obra nascida da persistência de um grande cineasta e nós cinéfilos só temos que agradecer por não ter desistido dela. 

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Cine Dica: NHelke Sander, Tela Indígena e Sessão Vagalume (3 a 8 de dezembro)

DEBATE SOBRE O FEMINISMO DE HELKE SANDER  IV MOSTRA DE CINEMA TELA INDÍGENA ESQUECERAM DE MIM NA SESSÃO VAGALUME
Esqueceram de mim

A programação da semana da Cinemateca Capitólio apresenta um debate sobre a obra da realizadora alemã Helke Sander, a IV Mostra de Cinema Tela Indígena e a última edição de 2019 da Sessão Vagalume, que apresenta filmes para crianças de todas as idades.

HELKE SANDER EM DEBATE
Na terça-feira, 3 de dezembro, às 19h30, a pesquisadora e crítica Carla Oliveira participa de uma sessão comentada do média-metragem Quebrem o Poder dos Manipuladores (1968) e da série de curtas Dos Relatórios dos serviços de vigilância e patrulha (1985), dirigidos por Helke Sander. A sessão faz parte da mostra O Feminismo e a Vanguarda de Helke Sander, que segue em exibição até o dia 8 de dezembro. Mais informações sobre a mostra em: http://www.capitolio.org.br/novidades/3801/o-feminismo-e-a-vanguarda-de-helke-sander/


TELA INDÍGENA
Entre os dias 5 e 8 de dezembro, a Cinemateca Capitólio recebe a IV Mostra de Cinema Tela Indígena.
A Mostra Tela Indígena propõe conhecer diferentes olhares, experiências visuais, maneiras de fazer cinema e de construir narrativas, refletindo sobre temas contemporâneos junto aos realizadores indígenas convidados. Nesta semana, esse espaço é demarcado e retomado através das sessões, mas também de atividades de troca de saberes com pensadores e artistas de vários lugares do Brasil, arte contemporânea, artesanato e música indígena. Mais informações em: https://www.mostratelaindigena.com.br/iv-tela-indigena-2019

SESSÃO VAGALUME
Nos dias 7 e 8 de dezembro, a Sessão Vagalume apresenta na Cinemateca Capitólio o clássico natalino Esqueceram de Mim (Home Alone), de Chris Columbus.  É a oportunidade de trazer as crianças de todas as idades para a experiência de assistir na tela do cinema a este filme que marcou gerações. Quando o levado Kevin McCallister (Macaulay Culkin) não se comporta na noite anterior de uma viagem da família para Paris, sua mãe o faz dormir no sótão. Ele deseja que sua família não esteja em casa. Após os McCallisters irem para o aeroporto sem Kevin, que acorda e acredita que o seu desejo de não ter família se tornou realidade, ele percebe que dois vigaristas planejam roubar a residência. Sozinho, ele precisa proteger a casa da família destes atrapalhados ladrões.
Reconhecendo a importância da formação de uma cultura cinematográfica desde a infância, o Programa de Alfabetização Audiovisual (PAA) realiza em dezembro mais uma edição da Sessão Vagalume. Sediado na Cinemateca Capitólio, o PAA promove diversas atividades que buscam aproximar o cinema do universo escolar, garantindo a fruição de filmes na sala escura como uma experiência singular. Com a Sessão Vagalume o Programa estende suas ações ao público em geral, ampliando a programação regular da Cinemateca a espectadores de todas as idades. É na Sessão Vagalume que a programação e o projeto educativo da Cinemateca Capitólio se encontram. As sessões acontecem sempre no primeiro final de semana do mês, às 14h, com ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00.

INGRESSOS
Tela Indígena: entrada franca
Helke Sander: R$ 10,00
Sessão Vagalume: R$ 10,00

GRADE DE HORÁRIOS
3 a 8 de dezembro de 2019

3 de dezembro (terça-feira)
14h – A Cidade dos Piratas
16h – Legalidade
18h – A Cidade dos Piratas
19h30 – Quebrem o Poder dos Manipuladores + Dos relatórios dos serviços de vigilância e patrulha Nº 1, Nº 5 e Nº 8 + debate

4 de dezembro (quarta-feira)
14h – A Cidade dos Piratas
16h – Legalidade
18h – A Cidade dos Piratas
19h30 – Silvo + A Personalidade Reduzida em Todos os Ângulos

5 de dezembro (quinta-feira)
14h – A Cidade dos Piratas
16h – Legalidade
19h – Abertura da mostra Tela Indígena
20h – Tela Indígena: Kyringue Rory’i: o sorriso das crianças + Para’i

6 de dezembro (sexta-feira)
14h – A Cidade dos Piratas
16h – Legalidade
18h – A Cidade dos Piratas
19h30 – O Fator Subjetivo

7 de dezembro (sábado)
14h – Sessão Vagalume: Esqueceram de Mim
16h – Libertadores Tomam Liberdades – Parte 1
18h – Tela Indígena: Sessão de Curtas
20h – Tela Indígena: Até o fim do mundo + Majur + Teko Haxy - ser imperfeita

8 de dezembro (domingo)
14h – Sessão Vagalume: Esqueceram de Mim
16h – Libertadores Tomam Liberdades – Parte 2
18h – Tela Indígena: Wiñaypacha
20h – Tela Indígena: Opy’i régua + Nẽn Ga vĩ – uma retomada kanhgág em movimento

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Bixa Travesty' - Não se calará

Sinopse: Documentário de longa-metragem com a cantora e atriz Linn da Quebrada. Grande expoente na cena musical de São Paulo, dona de uma forte e ousada presença no palco, busca constantemente discutir e quebrar paradigmas e estereótipos. 

Em um Brasil em declínio, onde uma extrema direita tenta esmagar os que incomodam, existem aqueles que ainda lutam para ter o direito de falar mais alto. Linn da Quebrada é uma figura da área artística que não se intimida perante a esses gorilas, ao ponto de alfinetar aonde mais dói e fazendo o seu dever de casa na medida certa. "Bixa Travesty" fala um pouco de sua pessoa, mas também de um universo particular em que o conservadorismo do Brasil atual tenta esconder.
Dirigido por Kiko Goifman e Claudia Priscilla, o filme fala do corpo político de Linn da Quebrada. Cantora transexual negra, é a força motriz desse documentário que captura a sua esfera pública e privada. Neste caso, ambas marcadas não só por sua presença de palco inusitada, mas também por sua incessante luta pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe e raça.
O filme começa com uma Linn da Quebrada da forma em que muitos conhecem, onde não há papas na língua e se apresenta em seus shows de forma extravagante e exótica. Porém, as melhores partes do filme é quando testemunhamos o seu dia a dia, mais precisamente ao lado de familiares em sua casa e no momento de pura descontração. Não deixa de ser singelo em um momento em que ela conversa com a sua família na cozinha e cuja a conversa sintetiza a mente aberta daquelas pessoas sem nenhum preconceito em volta delas.
O filme é carregado de muita ousadia, tanto no seu discurso, como também no seu visual cheio de inúmeros significados e mensagens para nós como um todo. Os realizadores são criativos ao sintetizar o lado artístico da pessoa que é Linn Quebrada, mas o filme só funciona mesmo graças a própria, já que a mesma proposta sendo protagonizada por uma outra pessoa, talvez, nunca funcionária. Difícil de definir a protagonista, da qual transita de diversas formas, mas tendo o único objetivo de falar o que deseja. É nesse ponto, por exemplo, que o filme ganha ainda mais forma, principalmente nas cenas em uma rádio e onde a protagonista faz uma dura crítica ao conservadorismo hipócrita atual brasileiro.
O ato final é bem revelador, principalmente para as pessoas que ainda não conheciam o passado de Linn da Quebrada. Tendo sofrido com câncer tempos atrás, o documentário registra a força de vontade da protagonista, que não ousou desistir, mas sim usar a situação com o intuito de se revelar como ela é como pessoa na frente da câmera. Pode até ser chocante para os padrões dos conservadores, mas em uma época atual em que esses mesmos estão destruindo todo a nossa cultura e patrimônio, o documentário nada mais é do que um recado de um de muitos que sobrevivem nas periferias com o que tem, mas que podem se tornarem entidades fortes e que não irão se abater.
"Bixa Travesty" é sobre a realidade em que alguns hipócritas não querem ver, mas que existe doa a quem doer. 

Onde ver: Cinebancários. R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15h.  

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