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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Cine Especial: XIV FANTASPOA: Frankenstein música ao vivo

Sinopse: Este ícone de filme de horror conta a história do obcecado cientista Dr. Henry Frankenstein que tenta dar vida a uma criatura que foi feita a partir da união de membros de pessoas falecidas. Auxiliado por seu fiel assistente disforme, Fritz, Frankenstein consegue animar seu monstro mas, confuso e traumatizado, o monstro escapa para a cidade e começa a causar estragos.

Baseado no romance de Mary Shelley, é considerado um clássico, pois marca a definição da linguagem do gênero de terror. Foi bastante influenciado pelos filmes do expressionismo alemão (O Gabinete do Dr Galigari, Nosferatu) especialmente na fotografia em preto e branco e no modo de interpretar, repleto de gestos bruscos. Assinala também o surgimento de um dos grandes interpretes de filmes de horror Boris Karloff, até então um ator secundário na época. O ator voltaria em mais dois filmes (A Noiva de Frankenstein e o Filho de Frankenstein) que por sinal, não fazem feio perante a obra original.
O filme foi exibido duas vezes nesse último Fantaspoa de Porto Alegre, sendo que a última exibição acabei indo hoje, mas tive  que sair mais cedo. Porém, tive o prazer de apreciar o trabalho da banda  Quarto Sensorial, encarregada de criar uma trilha sonora ao vivo para a obra e se casando maravilhosamente com o teor gótico do clássico.  Só mesmo os organizadores do Fantaspoa em conseguir tamanho feito. 

Saiba mais sobre a programação do Fantaspoa clicando aqui 

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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro



Sinopse: Boêmio. Provocador. Sedutor. Revolucionário. Além de idealizador do "Pasquim", Tarso de Castro foi um dos maiores jornalistas do Brasil. Ao investigar sua vida, vem à tona a história de um país embriagado pela ditadura e pela censura, onde o sonho de democracia nascia de uma geração libertária.
Em tempos atuais de “jornalistas fofos”, sendo esse um apelido “carinhoso” criado pelo jornalista de Porto Alegre Moises Mendes, está cada vez mais raro se encontrar nessa profissão alguém que se sobrepõem ao sistema atual jornalístico e que acaba se vendendo pela informação, por vezes, parcial.  Contudo, após o golpe de 2016,  há um fortalecimento em meio ao jornalismo alternativo e sendo algo que não se via desde os tempos pós golpe de 1964.  Mas independente disso, dificilmente existirá um profissional como Tarso de Castro que, não somente buscava um furo de reportagem, como também inseria o seu pensamento crítico em meio a noticias que obtinha. 
Dirigido por Leo Garcia e Zeca Brito, o filme é uma retrospectiva bem humorada sobre o Jornalista gaúcho Tarso de Castro, profissional que ia muito além de sua profissão. Através de conversas entre familiares, amigos, jornalistas e artistas, se têm aqui um mosaico de informações sobre a vida e a obra desse profissional e de como ele teve a capacidade de até mesmo driblar a famigerada censura da época da ditadura. Dentre as suas maiores realizações estão os jornais Pasquim e Enfim.
Assim como em filmes recentes como Todos os Paulos do Mundo, o documentário constrói uma narrativa através de cenas clássicas do cinema nacional, além de programas televisivos em que o jornalista participou e de arquivos de jornais das principais noticias elaboradas pelo profissional. Contudo, o filme se sobressai ao possuir um ritmo dinâmico, cuja edição faz com que se crie um verdadeiro balé de imagens saltando a todo o momento na tela e os primeiros minutos da obra sintetizam muito bem essa proposta. Obviamente é uma forma em que os cineastas criaram para representar como era Tarso de Castro, tanto como pessoa como também profissional, sendo alguém que nunca se acomodava em um lugar, mas sim sempre estando ativo a todo o momento.
Além disso, os cineastas foram também criativos na maneira como elaboraram as cenas com os entrevistados. Dizia-se que Castro trabalhava até mesmo durante uma conversa de bar amigável, mas quando estava em ritmo de trabalho pelas ruas, sempre buscava por um telefone mesmo quando não se havia nenhum aparelho a sua frente. Testemunhamos, por exemplo, pessoas como Caetano Veloso falando sobre ele pelo celular, ou de amigos e jornalistas sentados num bar relembrando sobre as estripulias de Castro e gerando os momentos mais engraçados do documentário.
Aliás, é nesses momentos descontraídos que se é relembrado até mesmo lendas urbanas sobre o jornalista. Em uma delas, é levantada a hipótese de que ele poderia ter sido um guerrilheiro e amigo de Ernesto Che Guevara. Ambos realmente se conheceram, mas foi uma hipótese criada de uma forma mal interpretada pela atriz americana Candice Bergen que, aliás, foi uma das inúmeras conquistas do jornalista.
Mulherengo e sedutor, Tarso de Castro conquistou inúmeras mulheres ao longo de sua vida, mas ao mesmo tempo levantando até mesmo lendas sobre a possibilidade de ter se envolvido com outros homens. Caetano Veloso, por exemplo, se divertia muito com essa possibilidade, pois Castro o beijava na frente de todo mundo e não se envergonhando com relação a isso. Tendo uma opinião forte sobre assuntos políticos, Castro defendia a comunidade LGBT na época como ninguém e desafiava até mesmo políticos como Leonel Brizola com relação ao posicionamento dos partidos sobre o assunto.  
Logicamente o documentário não foge da questão sobre o golpe de 1964, mas que, curiosamente, até mesmo nesse momento os cineastas fizeram questão de manter o teor bem humorado que haviam começado. É interessante, por exemplo, como Castro driblava a censura de uma forma humorada e bem criativa pelos jornais como Pasquim e não temendo nem com a possibilidade de uma eventual prisão. Somente no ato final do documentário, onde se é discutido os últimos anos de vida do jornalista, que o clima fica um tanto mórbido, mas nada que prejudique a proposta convidativa para se conhecer essa figura importante dentro da história jornalística brasileira.
Em tempos em que o jornalismo investigativo do Brasil está cada vez mais escasso, o documentário A Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro é exemplo de tempos em que um jornalista de verdade não se vendia fácil ao diabo, mas sim buscava os verdadeiros fatos de determinados eventos.

Onde assistir: Casa de cultura Mario Quintana.  R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas. Itau Cinema: Av. Túlio de Rose, 80 - Passo d'Areia, Porto Alegre. Horário: 13horas.



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terça-feira, 29 de maio de 2018

Cine Especial: XIV FANTASPOA: Nosferatu com música ao vivo



Sinopse: O corretor de imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.
Um dos atrativos do festival do Fantaspoa é do evento sempre nos brindar com algumas sessões de filmes clássicos. Um dos filmes mais revisitados do festival é Nosferatu, clássico do Expressionismo Alemão e que, para muitos, é considerado a melhor versão sobre Conde Drácula. Contudo, nunca tive a chance de assistir ao filme com música ao vivo, mas ontem consegui mudar esse quadro.
Fazendo parte da grade de programação do festival deste ano, tive a chance de conferir a obra prima do cineasta F. W. Murnau (Aurora) no Instituto Goethe Cultural. Sinceramente nunca tinha ido ao local, mesmo ele oferecendo sempre ótimas opções culturais, seja elas da literatura, música e cinema. Ontem esse tabu foi quebrado e com estilo.
Chegando ao local, percebi que a recepção já estava começando a transbordar de inúmeros cinéfilos ansiosos para assistir a obra. Numa sala de somente cem lugares, o local simplesmente foi tomado e, infelizmente, nem todos puderam prestigiar o evento. Felizmente consegui o meu ingresso, mas lamentando que certos amigos e conhecidos não tenham tido a mesma chance.
Dentro da sala, os organizadores apresentaram a banda que seria encarregada de criar uma música ao vivo durante a projeção, para que assim tivéssemos uma sensação de como os filmes mudos eram exibidos antigamente. Curiosamente, a banda que seria encarregada da trilha sonora, o trio instrumental Skrotes, de Florianópolis, não pode comparecer devido ao protesto dos caminhoneiros. Eles foram, então, substituídos pela Jazz à Pampa, formada por Rodrigo Cordeiro, Vinicius Polleto, Isaias Luz e Térence Veras, com a participação do Ronaldo Pereira, da Kula Jazz. Para assumir a apresentação, o agrupamento topou o desafio de compor uma trilha em apenas 48 horas.
Luzes apagam, o filme começa e a banda criou uma verdadeira magia no local, ao conseguir inserir uma trilha moldada pelo Jazz, mas que, ao mesmo tempo, se cassasse com todo o teor gótico que Murnau havia idealizado para a obra em 1922.  Mesmo com os seus quase cem anos de idade, é impressionante como o filme não envelheceu e se tornando digno de ser, ao lado do O Gabinete do Doutor Caligari, um dos melhores representantes do período expressionista. Curiosamente, me chamaram atenção algumas cenas, onde determinados detalhes haviam me passado despercebidos anteriormente e sintetizando ainda mais o lado perfeccionista Murnal pela elaboração dos cenários daquela época.
Não é a toa que o filme foi revisitado, refilmado e imitado ao longo do tempo. Não é à toa, por exemplo, que Tim Burton tenha construído a sua carreira se inspirando, não somente neste filme, como também no Expressionismo Alemão como um todo. E não é a toa que, até recentemente, o cineasta Taika Waititi (Thor: Ragnarok) tenha resgatado a assustadora figura de Nosferatu (Max Schreck) e homenageando-o no divertido e criativo O que Fazemos nas Sombras.
Luzes apagadas e aplausos em alto bom som foram ouvidos de dentro e do lado de fora da sala. Testemunhar Nosferatu sendo exibido na maneira como foi visto pela primeira vez há quase cem anos foi uma experiência única e para jamais ser esquecida.
 

Saiba mais sobre a programação do Fantaspoa clicando aqui. 
Saiba mais sobre o Instituto Cultural Goethe clicando aqui.  

Cine Dica: Frankenstein musicado



 REPRISE DE SESSÃO MUSICADA DE FRANKENSTEIN É UMA DAS INÚMERAS  ATRAÇÕES DA SEMANA DA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
 
A atriz romena Elina Löwensohn, homenageada desta edição do Fantaspoa, lamentavelmente não poderá comparecer ao evento. A sessão das 21h30 do dia 30 de maio, inicialmente programada para a exibição do filme Nadja e reservada para a homenagem à atriz, foi postergada para outra edição do festival. Sendo assim, e devido ao fato de que muitas pessoas não conseguiram ingressos para a sessão de Frankenstein, dirigido por James Whale, musicada pela banda Quarto Sensorial, será realizada uma sessão extra da atividade no horário e data em que Nadja seria exibido. Trata-se, realmente, de uma oportunidade única para assistir a essa talentosa banda executando uma trilha sonora exclusiva. O valor do ingresso é R$ 10,00.


GRADE DE HORÁRIOS
29 de maio a 3 de junho de 2018

29/maio
13:30 - Após a Letargia
15:00 - Matar a Deus
17:00 - Floco de Neve
19:00 - Sanî/32
21:30 - Errementari

30/mai
13:30 - Knuckleball
15:00 - A Quatro Mãos
17:00 - Inuyashiki
19:00 - Trauma
21:30 – Sessão musicada de Frankenstein

31/mai
13:30 - Puppet Master: The Littlest Reich
15:00 - Kyrsyä - Tuftland
17:00 - Luz
19:00 - Mohawk
21:30 - Os Tigres não têm Medo

01/jun
13:30 - Os Tigres não têm Medo
15:00 - O Cita
17:00 - Argila Vampira
19:00 - Os Garotos Selvagens
21:30 - The Ranger

02/jun
13:30 - Rock Steady Row
15:00 - Os Garotos Selvagens
17:00 - Funôhan
19:00 - The Endless
21:30 - Blood Fest

03/jun
13:30 - Blood Fest
15:00 - The Endless
17:00 - Ederlezi Rising
19:00 - Criaturas II
21:30 - A Pedra da Serpente