Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Este ícone de filme de horror conta a história do obcecado cientista Dr. Henry Frankenstein que tenta dar vida a uma criatura que foi feita a partir da união de membros de pessoas falecidas. Auxiliado por seu fiel assistente disforme, Fritz, Frankenstein consegue animar seu monstro mas, confuso e traumatizado, o monstro escapa para a cidade e começa a causar estragos.
Baseado no romance de Mary Shelley, é considerado um clássico, pois marca a definição da linguagem do gênero de terror. Foi bastante influenciado pelos filmes do expressionismo alemão (O Gabinete do Dr Galigari,Nosferatu) especialmente na fotografia em preto e branco e no modo de interpretar, repleto de gestos bruscos. Assinala também o surgimento de um dos grandes interpretes de filmes de horror Boris Karloff, até então um ator secundário na época. O ator voltaria em mais dois filmes (A Noiva de Frankenstein e o Filho de Frankenstein) que por sinal, não fazem feio perante a obra original.
O filme foi exibido duas vezes nesse último Fantaspoa de Porto Alegre, sendo que a última exibição acabei indo hoje, mas tive que sair mais cedo. Porém, tive o prazer de apreciar o trabalho da banda Quarto Sensorial, encarregada de criar uma trilha sonora ao vivo para a obra e se casando maravilhosamente com o teor gótico do clássico. Só mesmo os organizadores do Fantaspoa em conseguir tamanho feito.
Saiba mais sobre a programação do Fantaspoa clicandoaqui
Sinopse: Boêmio.
Provocador. Sedutor. Revolucionário. Além de idealizador do
"Pasquim", Tarso de Castro foi um dos maiores jornalistas do Brasil.
Ao investigar sua vida, vem à tona a história de um país embriagado pela
ditadura e pela censura, onde o sonho de democracia nascia de uma geração
libertária.
Em tempos atuais de “jornalistas
fofos”, sendo esse um apelido “carinhoso” criado pelo jornalista de Porto
Alegre Moises Mendes, está cada vez mais raro se encontrar nessa profissão
alguém que se sobrepõem ao sistema atual jornalístico e que acaba se vendendo
pela informação, por vezes, parcial. Contudo, após o golpe de 2016, há um fortalecimento em meio ao jornalismo
alternativo e sendo algo que não se via desde os tempos pós golpe de 1964. Mas independente disso, dificilmente existirá
um profissional como Tarso de Castro que, não somente buscava um furo de reportagem,
como também inseria o seu pensamento crítico em meio a noticias que
obtinha.
Dirigido por Leo Garcia e
Zeca Brito, o filme é uma retrospectiva bem humorada sobre o Jornalista gaúcho
Tarso de Castro, profissional que ia muito além de sua profissão. Através de
conversas entre familiares, amigos, jornalistas e artistas, se têm aqui um
mosaico de informações sobre a vida e a obra desse profissional e de como ele
teve a capacidade de até mesmo driblar a famigerada censura da época da
ditadura. Dentre as suas maiores realizações estão os jornais Pasquim e Enfim.
Assim como em filmes
recentes como Todos os Paulos do Mundo, o documentário constrói uma narrativa
através de cenas clássicas do cinema nacional, além de programas televisivos em
que o jornalista participou e de arquivos de jornais das principais noticias
elaboradas pelo profissional. Contudo, o filme se sobressai ao possuir um ritmo
dinâmico, cuja edição faz com que se crie um verdadeiro balé de imagens
saltando a todo o momento na tela e os primeiros minutos da obra sintetizam
muito bem essa proposta. Obviamente é uma forma em que os cineastas criaram
para representar como era Tarso de Castro, tanto como pessoa como também
profissional, sendo alguém que nunca se acomodava em um lugar, mas sim sempre
estando ativo a todo o momento.
Além disso, os cineastas
foram também criativos na maneira como elaboraram as cenas com os
entrevistados. Dizia-se que Castro trabalhava até mesmo durante uma conversa de
bar amigável, mas quando estava em ritmo de trabalho pelas ruas, sempre buscava
por um telefone mesmo quando não se havia nenhum aparelho a sua frente. Testemunhamos,
por exemplo, pessoas como Caetano Veloso falando sobre ele pelo celular, ou de
amigos e jornalistas sentados num bar relembrando sobre as estripulias de
Castro e gerando os momentos mais engraçados do documentário.
Aliás, é nesses momentos
descontraídos que se é relembrado até mesmo lendas urbanas sobre o jornalista.
Em uma delas, é levantada a hipótese de que ele poderia ter sido um guerrilheiro
e amigo de Ernesto Che Guevara. Ambos realmente se conheceram, mas foi uma
hipótese criada de uma forma mal interpretada pela atriz americana Candice
Bergen que, aliás, foi uma das inúmeras conquistas do jornalista.
Mulherengo e sedutor, Tarso
de Castro conquistou inúmeras mulheres ao longo de sua vida, mas ao mesmo tempo
levantando até mesmo lendas sobre a possibilidade de ter se envolvido com
outros homens. Caetano Veloso, por exemplo, se divertia muito com essa
possibilidade, pois Castro o beijava na frente de todo mundo e não se
envergonhando com relação a isso. Tendo uma opinião forte sobre assuntos políticos,
Castro defendia a comunidade LGBT na época como ninguém e desafiava até mesmo
políticos como Leonel Brizola com relação ao posicionamento dos partidos sobre
o assunto.
Logicamente o documentário
não foge da questão sobre o golpe de 1964, mas que, curiosamente, até mesmo
nesse momento os cineastas fizeram questão de manter o teor bem humorado que
haviam começado. É interessante, por exemplo, como Castro driblava a censura de
uma forma humorada e bem criativa pelos jornais como Pasquim e não temendo nem
com a possibilidade de uma eventual prisão. Somente no ato final do
documentário, onde se é discutido os últimos anos de vida do jornalista, que o
clima fica um tanto mórbido, mas nada que prejudique a proposta convidativa
para se conhecer essa figura importante dentro da história jornalística
brasileira.
Em tempos em que o
jornalismo investigativo do Brasil está cada vez mais escasso, o documentário A
Vida Extra-ordinária de Tarso de Castro é exemplo de tempos em que um
jornalista de verdade não se vendia fácil ao diabo, mas sim buscava os
verdadeiros fatos de determinados eventos.
Onde assistir: Casa de
cultura Mario Quintana. R. dos Andradas,
736 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas. Itau Cinema: Av. Túlio
de Rose, 80 - Passo d'Areia, Porto Alegre. Horário: 13horas.
Sinopse: O corretor de
imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico conde
Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na
região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter.
Um dos atrativos do festival
do Fantaspoa é do evento sempre nos brindar com algumas sessões de filmes
clássicos. Um dos filmes mais revisitados do festival é Nosferatu, clássico do Expressionismo
Alemão e que, para muitos, é considerado a melhor versão sobre Conde Drácula.
Contudo, nunca tive a chance de assistir ao filme com música ao vivo, mas ontem
consegui mudar esse quadro.
Fazendo parte da grade de programação
do festival deste ano, tive a chance de conferir a obra prima do cineasta F. W.
Murnau (Aurora) no Instituto Goethe Cultural. Sinceramente nunca tinha ido ao
local, mesmo ele oferecendo sempre ótimas opções culturais, seja elas da
literatura, música e cinema. Ontem esse tabu foi quebrado e com estilo.
Chegando ao local, percebi
que a recepção já estava começando a transbordar de inúmeros cinéfilos ansiosos
para assistir a obra. Numa sala de somente cem lugares, o local simplesmente
foi tomado e, infelizmente, nem todos puderam prestigiar o evento. Felizmente
consegui o meu ingresso, mas lamentando que certos amigos e conhecidos não tenham
tido a mesma chance.
Dentro
da sala, os organizadores apresentaram a banda que seria encarregada de criar
uma música ao vivo durante a projeção, para que assim tivéssemos uma sensação
de como os filmes mudos eram exibidos antigamente. Curiosamente, a banda que
seria encarregada da trilha sonora, o trio instrumental Skrotes, de
Florianópolis, não pode comparecer devido ao protesto dos caminhoneiros. Eles foram,
então, substituídos pela Jazz à Pampa, formada por Rodrigo Cordeiro, Vinicius
Polleto, Isaias Luz e Térence Veras, com a participação do Ronaldo Pereira, da
Kula Jazz. Para assumir a apresentação, o agrupamento topou o desafio de compor
uma trilha em apenas 48 horas.
Luzes
apagam, o filme começa e a banda criou uma verdadeira magia no local, ao
conseguir inserir uma trilha moldada pelo Jazz, mas que, ao mesmo tempo, se cassasse
com todo o teor gótico que Murnau havia idealizado para a obra em 1922. Mesmo com os seus quase cem anos de idade, é
impressionante como o filme não envelheceu e se tornando digno de ser, ao lado
do O Gabinete do Doutor Caligari, um dos melhores representantes do período expressionista.
Curiosamente, me chamaram atenção algumas cenas, onde determinados detalhes
haviam me passado despercebidos anteriormente e sintetizando ainda mais o lado perfeccionista
Murnal pela elaboração dos cenários daquela época.
Não
é a toa que o filme foi revisitado, refilmado e imitado ao longo do tempo. Não
é à toa, por exemplo, que Tim Burton tenha construído a sua carreira se
inspirando, não somente neste filme, como também no Expressionismo Alemão como
um todo. E não é a toa que, até recentemente, o cineasta Taika Waititi (Thor:
Ragnarok) tenha resgatado a assustadora figura de Nosferatu (Max Schreck) e homenageando-o
no divertido e criativo O que Fazemos nas Sombras.
Luzes
apagadas e aplausos em alto bom som foram ouvidos de dentro e do lado de fora
da sala. Testemunhar Nosferatu sendo exibido na maneira como foi visto pela
primeira vez há quase cem anos foi uma experiência única e para jamais ser
esquecida.
Saiba
mais sobre a programação do Fantaspoa clicandoaqui.
Saiba mais sobre o Instituto Cultural Goethe clicando aqui.
REPRISE DE SESSÃO
MUSICADA DE FRANKENSTEIN É UMA DAS INÚMERAS ATRAÇÕES DA SEMANA DA CINEMATECA CAPITÓLIO
PETROBRAS
A atriz romena Elina
Löwensohn, homenageada desta edição do Fantaspoa, lamentavelmente não poderá
comparecer ao evento. A sessão das 21h30 do dia 30 de maio, inicialmente
programada para a exibição do filme Nadja e reservada para a homenagem à atriz,
foi postergada para outra edição do festival. Sendo assim, e devido ao fato de
que muitas pessoas não conseguiram ingressos para a sessão de Frankenstein,
dirigido por James Whale, musicada pela banda Quarto Sensorial, será realizada
uma sessão extra da atividade no horário e data em que Nadja seria exibido.
Trata-se, realmente, de uma oportunidade única para assistir a essa talentosa
banda executando uma trilha sonora exclusiva. O valor do ingresso é R$ 10,00.