Sinopse: Marina é uma atleta de saltos ornamentais. No auge de sua carreira, ela é vítima de um grave acidente causado por uma terrível crise de zumbido. Alienada do esporte, Marina trabalha no aquário municipal vestida de sereia.
São poucos títulos ao longo da história do cinema que há um bom casamento entre a sétima arte e o mundo do esporte. Porém, uma vez que isso ocorre surge então um filme poderoso e do qual na maioria dos casos é sobre superar os seus medos interiores para assim continuar adiante. "Tinnitus" (2022) fala sobre quedas, redenções e saber enfrentar o seu "eu" interior para superar as adversidades mesmo com um alto preço que virá pela frente.
Dirigido por Gregório Graziosi, o filme conta a história de Marina Lenk (Joana de Verona) é uma experiente atleta de Saltos Ornamentais. Mas, a jovem sofre de um terrível zumbido no ouvido, afetando sua estabilidade física e emocional. Aterrorizada pela súbita crise de Tinnitus, ela se afasta de competições profissionais. Longe do esporte que ama, ela troca a perigosa e desafiadora plataforma de saltos, por uma pacata vida no aquário, onde trabalha fantasiada de sereia, desde que sofreu um acidente nas últimas Olimpíadas. Todavia, Marina decide voltar para o esporte em busca de uma medalha nos próximos jogos e para isso, ela precisa recobrar a confiança em seu corpo e enfrentar seus medos.
É curioso observar que achamos em um primeiro momento que a protagonista irá enfrentar o problema do zumbido ao longo de todo o filme, mas não é exatamente isso o que acontece. Uma vez ela fazendo tratamento ela começa a lutar para sobreviver, desde a fazer uma sereia em clube aquático, como também pelo fato de ter que lutar para reaver as amizades que havia perdido. O filme fala sobre a questão de enfrentar os seus medos interiores e ter que reaver os laços que haviam deixado ela mais forte.
Há também um certo grau de competição entre as personagens femininas dentro da trama, sendo que o trio central, interpretado por Joana de Verona, Indira Nascimento e Allison Willow criam uma espécie de relação de amor, admiração e ódio que nos é apresentado ao longo da projeção. A situação cria momentos de até mesmo tensão, já que nunca sabemos ao certo qual será ação e reação das respectivas personagens e gerando uma sensação de dúvida na gente.
Gregório Graziosi, por sua vez, é um diretor brasileiro que fazia um bom tempo que não o via trabalhando e fazendo com que me esquecesse do seu lado autoral como cineasta. "Boa Sorte, Meu Amor" (2013), por exemplo, falava sobre um protagonista em busca de suas raízes perdidas, ao que remete ao que é visto aqui neste filme, mas de uma forma ainda mais profunda. Vale destacar que o realizador não se intimidou ao realizar belas cenas subaquáticas e cuja maravilhosa fotografia sinteriza até mesmo o estado de espírito da protagonista.
Na reta final o filme ainda nos gera maior tensão, principalmente quando o trio central feminino começa a gerar maior atrito e culminando em momentos imprevisíveis. Talvez o ápice se encontre realmente nos minutos finais da obra, sendo ele angustiante e fazendo a gente até mesmo recuar o rosto no momento do ato. Ao final, constatamos que a protagonista teve que pagar um alto preço para abraçar o seu maior sonho e fazendo com que o seu futuro se tornasse incerto para os nossos pensamentos.
"Tinnitus" é um filme incomum sobre a força de vontade perante algo que pode ser destruído, mas tendo que pagar um alto preço.
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