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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Monsieur Lazhar'

Sinopse: Quando a professora de uma escola primária morre de forma trágica, o substituto escolhido é Bachir Lazhar, um imigrante argelino. Ninguém suspeita do passado doloroso do professor ou de seu risco de ser deportado a qualquer momento. 

A sala de aula é uma espécie de base preparatória para que as crianças possam sair de lá e enfrentar o mundo que elas irão encontrar. Porém, essa fase também nos traz adversidades, tristezas, mas que com elas possamos amadurecer e obter algo que não nos ensinam dentro de casa. "Monsieur Lazhar" (2011) fala sobre uma classe que sofre metamorfose após um evento trágico, mas obtendo novas fronteiras através de novos ensinamentos.

Dirigido por Philippe Falardeau, a trama começa quando uma professora de uma escola primária sofre uma morte trágica, o substituto escolhido é Bachir Lazhar, um imigrante argelino. Enquanto as crianças passam por um longo processo de luto, ninguém suspeita do passado doloroso do professor, ou do grande risco que Lazhar seja deportado a qualquer momento. Aos poucos o cenário daquele local de estudo vai mudando conforme o tempo vai passando.

Os minutos iniciais são primorosos, já que testemunhamos um dia comum de escola e onde as crianças despreocupadas não esperam nada de inesperado naquele momento. Porém, basta um incidente trágico ocorrido com uma professora para que a realidade daqueles jovens se torne pesada e fazendo com que os mesmos tenham certa dificuldade de compreender o ocorrido. Essa abertura, aliás, não deve nada para um filme de suspense, pois ela é chocante para o nosso olhar, assim como também para os pequenos protagonistas.

Philippe Falardeau escancara no filme o fato que ninguém está preparado para dialogar sobre o assunto, principalmente no momento em que vemos a diretora da escola em tentar recuar sobre o ocorrido em diversas formas e usar somente o básico para que tudo volte como era. O caso que isso só não basta, pois é preciso as pessoas, independentemente de sua idade, colocar para fora os seus sentimentos sobre determinada situação, pois nada se resolve pelo convencional, mas sim através das palavras e das quais possam ser ouvidas. Com a chegada do professor substituto o mesmo decide ouvir esses jovens de perto, nem que para isso indo contra os seus superiores.

Interpretado por Mohamed Fellag, o professor Bachir se apresenta em um primeiro momento como alguém controlado, simpático e disposto em ajudar os alunos após os eventos trágicos. Porém, o próprio já vem de um passado dolorido, onde a violência a intolerância lhe tirou muito, mas optando em buscar alguma razão em continuar existindo. Ao se tornar professor ele vê nos jovens uma segunda chance dentro dessa realidade e ao mesmo tempo buscando uma forma de ajudar cada uma delas antes que seja tarde.

Curiosamente, é justamente através das crianças que o filme engrandece ainda mais, já que o elenco mirim são todos bem expressivos e sendo que cada um consegue sintetizar através dos olhares de seus personagens peso dos últimos eventos escolares que eles passaram. Destaque para os jovens atores Sophie Nélisse e Émilien Néron, dos quais interpretam dois alunos que eram muito próximos da professora anterior e sendo que cada um carrega consigo uma dor distinta uma da outra e cabe cada um deles saber expressar a sua dor pela perda antes que seja tarde. Não há como não se emocionar no momento em que cada um expressa os seus sentimentos em momentos cruciais dentro da sala e que fará com que tome novos rumos naquele cenário em que ainda carrega diversas lembranças.

Embora seja de 2011 o filme continua mais atual do que nunca, não somente com relação da maneira correta de como lidar com a classe escolar, como também sobre qual a maneira melhor de lidar com o luto, seja na vida pessoal ou no ambiente de trabalho. Em tempos em que a maioria das pessoas se encontram cada vez mais no piloto automático devido as redes sociais, é sempre bom nos lembrarmos sobre o que realmente nos faz humanos e que é mais do que necessário ouvirmos o próximo. "Monsieur Lazhar" é uma singela carta de amor para aqueles que realmente exercem a profissão de ensinar e ouvir os futuros talentos desse mundo complexo. 


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