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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 6 de junho de 2023

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Eo'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 10/06/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"Eo"

Polônia/ Itália, 2022, 85 min, 14 anos

Direção: Jerzy Skolimowski

Elenco: Sandra Drzymalska, Mateusz Kosciukiewicz, Isabelle Huppert

Sinopse: Em tom de fábula, o filme acompanha a jornada de um burro cinza e suas descobertas pela Europa contemporânea – ele vivia em um circo e ganhou sua liberdade depois de um protesto pela liberação dos animais. Sozinho no mundo e movido por um espírito curioso, ele encara várias experiências e momentos inusitados. Com este longa, o veterano diretor Skolimowski, de 85 anos, faz uma homenagem a Robert Bresson e seu “A Grande Testemunha”, de 1966. O filme competiu no Festival de Cannes 2022 e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.  


Sobre o Filme: O clássico francês "A Grande Testemunha" (1966), do diretor Robert Bresson, não se encaixa exatamente ao movimento Nouvelle vague, já que a obra vai muito mais além e do qual nos toca profundamente. A trágica jornada de um burro sensibilizou o mundo e servindo de inspiração posteriormente para outras obras como um todo. "Eo" (2023) é um desses casos, onde vemos novamente um burro perante os dois lados da moeda do ser humano.

Dirigido por Jerzy Skolimowski, a trama acompanha o mundo moderno visto pelos olhos de Eo, um burro cinza tristonho que mora em um circo na Polônia, mas que acaba saindo de lá devido aos protestos dos protetores de animais. Após sair de lá, o animal parte em direção à Itália e, ao longo de sua jornada, conhece pessoas boas e más, experimenta momentos de alegria, medo e dor, vê sua sorte ser transformada em desastre e seu desespero em uma felicidade inesperada. Tudo isso sem nunca perder sua inocência.

Não é fácil fazer de um animal um protagonista de um filme, mesmo a gente sabendo que, por vezes, eles possuem mais personalidade do que o próprio ser humano. Porém, o diretor consegue extrair do protagonista um ar de inocência perante a realidade opressora em que vive e fazendo com que tememos por sua vida a todo momento. Embora haja alguns personagens em cena que amam o pequeno animal, outros o tratam como um simples ser a ser abatido e que posteriormente vendido para ser degustado.

O diretor procura filmar de uma forma que consigamos sentir o olhar do protagonista, ao ponto que a câmera age de acordo com a sua perspectiva. Em um determinado momento, por exemplo, a fotografia fica vermelha, como se ele testemunhasse o lado violento do ser humano e do qual banha o cenário com a cor de sangue. Curiosamente, nas cenas violentas onde o burro sofre, o diretor acaba sendo criativo na realização das mesmas, pois ninguém iria gostar de ver um animal inocente sendo machucado em cena.

Pelo olhar do protagonista enxergamos uma humanidade transitando entre as farturas e o caminho sem volta que a maioria está trilhando. A meu ver, o realizador faz uma crítica acida da humanidade sendo engolida cada vez mais pelo capitalismo, fazendo com que a sua humanidade se perca cada vez mais em números e desperdiçando a chance de apreciar o mundo que não mais enxerga devido a esse processo hediondo. Quem sai perdendo é justamente os mais inocentes que não sabem se defender e o nosso protagonista acaba sentindo isso na pele, mas jamais perdendo algo que os homens estão perdendo aos poucos, que é a doçura e o desejo de explorar esse mundo que está sendo abandonado pelo olhar já moribundo do ser humano.

Com participação especial de Isabelle Huppert e indicado ao último Oscar de Melhor Filme Internacional, "Eo" é doce na sua proposta e ao mesmo tempo nos socando com força ao nos conscientizar sobre quem é o verdadeiro animal bestial da história.

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