Sinopse: O
documentário acompanha o dia a dia do descendente de italianos Luiz Henrique
Fitarelli. Há mais de dez anos, ele constrói seu próprio povoado colonial em
Garibaldi. A Villa Fitarelli, como é conhecida, também serve de museu e locação
para novelas e filmes de época. O longa estreia 8 de março.
Entre dois
continentes, o cineasta Boca Migotto (Bairro Bom Fim) acompanhou a rotina de
Luiz Fitarelli durante 17 dias, com imagens captadas em Garibaldi, na serra
gaúcha, e nas cidades italianas de Lentiai, Marostica, Canal San Bovo e Padova.
“Levamos nosso protagonista para o norte da Itália, região de onde vieram seus
antepassados e para onde ele faz o caminho inverso, em busca de suas origens”,
comenta o diretor Boca Migotto, que também assina o roteiro. Pra ficar na
história liga o Brasil com a Itália a partir das histórias em comum e da busca
pela preservação da memória que une estes dois países”, resume o cineasta.
Fitarelli é um
apaixonado por antiguidades. Desde os 12 anos, coleciona os objetos de seu
acervo, que chegam a milhares. As peças incluem barris de vinho, móveis
coloniais e inúmeras ferramentas. Do próprio bolso, Fitarelli construiu uma
autêntica vila do final do século XIX, que inclui uma capela, estábulos e
moinho com roda de água. Em sua cidade, comentavam que se tratava de uma figura
incomum que gastava dinheiro construindo aquela vila italiana, relembra o
diretor. Boca Migotto encontrou inspiração na história do colecionador enquanto
gravava uma série de televisão dentro da Villa Fitarelli, em 2009. Foi neste
momento em que o excêntrico personagem virou visionário e ali nasceu a ideia do
documentário.
Tecnicamente o filme
possui uma bela fotografia, onde se tem registros de lugares até mesmo
familiares para aqueles que viajam pelo interior durante o ano, mas visto na
tela como se fosse algo fresco e intocável. Além disso, é preciso reconhecer o belíssimo
trabalho de som, onde a todo o momento ouvimos o som daquele interior, onde os ruídos
de animais, assim como as cigarras à noite, sintetizam um ar de nostalgia para
aqueles que sentem as raízes do seu passado. Independente de qual origem que tenha
o cinéfilo do estado do Sul e que com certeza irá se identificar facilmente com
a obra.
Mas Talvez o ápice do
documentário se encontre quando o protagonista obtém inúmeras fotos de imigrantes
italianos, onde somente uma, por exemplo, se tem registro da chegada de vários que
haviam chegado ao final do século XIX. Porém, o filme ainda ganha ainda mais
brilho com o surgimento de uma aposentada professora que, com grande bom humor,
faz uma reflexão sobre a vida difícil dos imigrantes, das quais as histórias de
alguns somente foram reconhecidas por terem enriquecido na vida e enquanto os
que tiveram pouca sorte quase caíram no esquecimento da história. A professora
vai ainda mais além, principalmente ao tocar o dedo na ferida com relação à igreja,
da qual obteve inúmeras terras de décadas atrás e enriquecendo a custa do
trabalho árduo daquelas pessoas que queriam unicamente viver por aqui.
Curto,
mas com grande conteúdo, Pra
Ficar na História é uma homenagem sobre uma época, da qual se construiu
os alicerces de inúmeras famílias que existem até hoje e que algumas até mesmo desconhecem
suas próprias raízes de sua história.
Onde assistir: Casa de Cultura Mario Quintana. R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 15h15min.
Cinemateca Capitólio:R. Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 20h30min.
Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram
Nenhum comentário:
Postar um comentário