Sinopse: O documentário
conta a lendária rivalidade entre os boxeadores nordestinos Luciano “Todo Duro”
Torres e Reginaldo “Holyfield” Andrade, dois ídolos do esporte na década de 90,
que hoje vivem fragilizados pela extrema pobreza após toda uma era de
estrelato.A Luta do Século narra a trajetória dos pugilistas Reginaldo
Holyfield e Luciano Todo Duro, que encontraram no boxe uma maneira de escapar
da miséria e tornaram-se dois dos maiores ídolos do esporte nordestino. A
rivalidade entre eles colocou em pé de guerra Bahia e Pernambuco nos anos 90.
Se em tempos romanos o povo
adorava os gladiadores se matando, em tempos atuais no esporte, independente de
qual categoria esportiva que seja esse desejo pela disputa entre os mais fortes
continua mais viva do que nunca. No Brasil, por exemplo, há uma rivalidade, por
vezes, de vida ou morte entre torcedores do futebol, mas não se limitando
somente a essa categoria esportiva. Em A Luta do Século, testemunhamos não
somente a rivalidade de dois boxeadores profissionais, como também a que ponto
a torcida de ambos os lados levam ao extremo essa obsessão em torcer pelos seus
ídolos.
Dirigido por Sérgio Machado (roteirista
de Abril Despedaçado), o documentário transita entre a era de ouro, decadência e
redenção de dois grandes lutadores de boxe do Brasil. Luciano Todo Duro Torres
e Reginaldo Holyfield, foram colecionando inúmeros títulos ao longo da
carreira, mas tendo um contra o outro uma rivalidade que contagiava as suas torcidas.
Muitos anos depois, onde ambos se encontram aposentados, decidem duelar numa
luta especial para decidirem quem ainda é o melhor.
Ao assistir ao documentário,
é claro que todo cinéfilo que se preze, irá logo se relembrar de clássicos do
cinema como Touro Indomável, Rocky e Menina de Ouro. Porém, a obra vai para algo,
propositalmente, bem amador, ao sintetizar um período em que o brasileiro só
dependia da televisão como entretenimento e testemunhamos então inúmeras imagens
de arquivos. O resultado é um documentário cru, do qual nos apresenta tempos
muito mais selvagens, em que o esporte era o único meio em que o povo colocava
para fora a sua raiva interna e se esquecia um pouco dos seus problemas do seu
dia a dia.
É claro que quem se
beneficiava com isso eram os próprios lutadores, dos quais viviam sempre disso,
ao ponto de criarem momentos imprevisíveis, ao se digladiarem um contra o outro
em determinadas entrevistas na TV ao vivo. Nitidamente, se percebe que há
textos feitos para cada um dos lutadores, como se eles tivessem combinado
anteriormente antes de ambos entrarem ao vivo em determinadas entrevistas.
Porém, diferente de filmes como O Lutador, por exemplo, onde retratava os bastidores
da luta livre, aqui nunca fica explicitamente se há uma combinação ou não entre
os protagonistas, mas ficando aquela sensação no ar.
Embora com métodos diferentes
no combate, ambos tiveram carreiras de sucesso semelhantes, ao ponto de cada um
ter três esposas. Contudo, do auge vem à decadência, ao ponto de que ambos
tiveram que administrar o pouco que a vida ainda oferecia a eles. Holyfield,
por exemplo, acabou sendo o mais afetado, pois sofreu sérias queimaduras
durante um incêndio.
O documentário então se envereda
para a redenção, onde ambos tentam se reerguer na vida, nem que para isso tenham
que depender um do outro. A obra fecha então um circulo, onde começamos vê-los em
seus anos dourados e sendo finalizado em momentos em que o termo “nostalgia”
faz todo o sentido. Embora não fique explicitamente, ambos reconhecem que vivem
somente disso e é o que fazem para então continuarem vivos.
A Luta do Século é
uma pequena síntese sobre o auge e a decadência de dois grandes esportistas e de
como eles contagiaram uma geração inteira que curtia tempos mais crus e selvagens
do mundo do boxe.
Em cartaz:
Cinebancários. Rua General da Câmara 424, Centro de Porto Alegre. Horários: 15h
e 17h.
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