6º) O BANDIDO DA LUZ
VERMELHA (1968)
Sinopse: Jorge, um
assaltante de residências de São Paulo, apelidado pela imprensa de
"Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia ao utilizar técnicas
peculiares de ação. Sempre auxiliado por uma lanterna vermelha, ele possui as
vítimas, tem longos diálogos com elas e protagoniza fugas ousadas para depois
gastar o fruto do roubo de maneira extravagante.
Rogério Sganzerla, em seu segundo trabalho
como diretor (o primeiro foi o curta Documentário de 1966) realiza um filme
surpreendente, usando e abusando com o mito da crônica policial paulistana dos
anos 60. Seu filme é uma espécie de “faroeste do terceiro mundo”, caótico e
desconexo. Com sua linguagem visual
muito a frente do seu tempo, O Bandido da Luz Vermelha pode ser visto como o
ponto de transição entre a estética do Cinema Novo (influenciado pela nouvelle
vague do cinema francês) e a ruptura do Cinema Marginal. Um clássico
inesquecível e que foi relembrado novamente, graças à sua sequência,
intitulada Luz das Trevas.
7º) São Paulo S/A
(1965)
Sinopse: Carlos
(Walmor Chagas) é um jovem de classe média que se junta a um rico empresário do
setor automobilístico de São Paulo. Ele é casado, tem um bom trabalho e boa
vida social, mas nunca está realmente satisfeito e pretende dar uma reviravolta
em sua vida. Começa a se relacionar com outras mulheres e tenta escapar de sua
rotina e, principalmente, de sua cidade, mas, ao perceber que tal fato seria
impossível, tenta voltar para "recomeçar". O filme traça um exímio
painel da modernização e do caos proporcionados pelo "boom"
industrial do final da década de 50.
Luís Sérgio Person era alguém
que não parava no mesmo lugar por muito tempo. Foi ator, roteirista, produtor e
diretor. Trabalhava na área de teatro, propaganda e cinema. Teve uma carreira curta, porém, marcante.
Morreu cedo, aos 39 anos. São Paulo, Sociedade Anônima, que escreveu e dirigiu
em 1965, foi o seu primeiro longa, mas muitos críticos especializados consideram
o seu melhor filme até hoje. Na trama, Person cria um retrato das grandes mudanças sociais
ocorridas na maior cidade do país a partir da trajetória do protagonista
Carlos. Além disso, aproveita também para criar uma curiosa crítica a uma
sociedade emergente de classe média, que vive nos grandes centros urbanos e se
baseia em consumir e cultivar hábitos fúteis, ou seja, algo que viria acontecer
mais e mais ao longo das décadas a seguir. Person iniciou sua carreira na TV Tupi, em
meados dos anos 1950. Depois, teve que abandonar a arte para trabalhar em uma
empresa, onde permaneceu por dois anos. Veio daí a inspiração para a trama de
São Paulo, Sociedade Anônima, do qual, nem ele imaginaria que viraria um grande
clássico do nosso cinema brasileiro.
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