Sinopse: Charlie
Brown, Snoopy, Lucy, Linus e todo resto da turma do beagle mais amado do mundo
está de volta! A aventura começa quando Snoopy embarca numa missão, ao partir
em busca de seu arqui-inimigo, o Barão Vermelho, enquanto seu melhor amigo,
Charlie Brown, dá início a sua própria missão.
A obra máxima de Charles
Schulz (1922 – 2000) eu não a conheci pelas suas clássicas tirinhas, mas sim
pelo seu desenho animado que dava nas manhãs do SBT e posteriormente na rede
Globo. Porém, aquela animação respeitava a sua fonte, tanto no traço, como
também as mensagens filosóficas que, poderiam sair tranquilamente de um personagem
adulto, mas saia justamente de crianças cheias de imaginação. Quando eu soube
que o mesmo estúdio da Era do Gelo adaptaria a obra para o cinema, eu
rapidamente temi pelo pior, mas felizmente o filme é extremamente fiel ao conteúdo original.
Todos estão lá e se apresentam
a nós como deveriam realmente ser: Charlie Brown com falta de alto estima; Snoopy
cheio de imaginação; Lucy sendo psiquiatra e esquentada; Linus um filósofo e
sempre com o seu companheiro cobertor; Patty Pimentinha, Marcie, Chiqueirinho,
Sally, Schroeder, Woodstock etc. Todos os nossos velhos conhecidos e que encantavam
inúmeras gerações de ontem e que agora vieram para conquistar os corações da
geração de hoje.
Mas estamos falando de um
longa metragem de pouco mais de uma hora e meia e nem todos os personagens
tiveram tempo para serem bem explorados e serem apresentados para o público de
primeira viagem. Porém, suas características continuam intactas, como no caso
de Schroeder, sempre tocando o seu pequeno piano e venerando Beethoven. Mas o
foco principal fica sendo mesmo em Charlie Brown, na sua luta para ser alguém
melhor na vida e ter coragem de conversar com a garotinha ruiva.
Quem conhece as clássicas
histórias, tanto nas tirinhas como no clássico desenho animado, se lembra que,
Charlie Brown sempre queria se declarar a garotinha ruiva, mas sempre dava o
azar de algo errado acontecer e desse encontro sempre ser adiado. Esse talvez
seja o grande charme do filme, de não só manter fiel aos traços e as personalidades
dos personagens, como também as situações das quais eles sempre protagonizaram:
escorados no muro e filosofando, jogando beisebol e futebol americano, tendo
sempre os mesmos problemas da escola e, logicamente, a professora e os demais adultos
que, quando falam, a gente nunca entende o que eles dizem e tão pouco aparecem
de corpo inteiro.
Esse é o maior legado que Charles
Schulz nos deixou. Apresentar crianças das quais a gente se identificava facilmente
quando éramos pequenos, mas que ainda ficaríamos nos identificando com elas na
nossa fase adulta, pois os seus dilemas são algo que nos faz pensar e compreender
e provando que o autor tinha uma mente muito à frente do seu tempo. O filme, em
si, é um grande resumo de todo esse legado que ele nos deixou, mas criado com
carinho e pensando nos novos e velhos fãs.
Porém, se há um ato falho na
produção é justamente alguns momentos protagonizados por Snoopy. Não que os
seus momentos em cena sejam todos ruins, pois os momentos em que ele tenta a
todo custo criar um livro são hilários. O problema é quando o personagem se
solta na imaginação, usando a sua casinha como avião, para então enfrentar o
seu inimigo dos ares Barão Vermelho. É algo que nos já víamos nas tirinhas e no
desenho, mas aqui é esticado de tal forma que faz esse momento do filme se
tornar cansativo e atrapalhando a trama principal que é a protagonizada por Charlie
Brown.
Tirando esse deslize
que poderia ter sido evitado, o filme possui início, meio e fim bem redondinho
e nostálgico. Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme é uma obra para
agradar as pessoas de todas as idades e uma prova de que histórias que nos encantavam
no passado podem sim funcionar e fluir perfeitamente nos dias de hoje.
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