CINEMATECA
CAPITÓLIO EXIBE A PONTE DO RIO KWAI, DOUTO
JIVAGO E A FILHA DE RYAN
Nos dias 16 e 17 de
janeiro, a Cinemateca Capitólio
exibe três obras-primas de David Lean,
em cópias 35 mm: A Ponte do Rio Kwai (1957),
Doutor Jivago (1965) e A Filha de Ryan (1970). A exibição é uma
parceria entre a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia de Porto
Alegre, a produtora Firula Filmes e o Centro Cultural Branco
do Brasil. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para idosos e
estudantes.
O projeto de restauração
e de ocupação da Cinemateca
Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O
projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária
do prédio, e realização da Fundação
Cinema RS – FUNDACINE.
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
16 de janeiro (sábado)
16:00
– A Ponte do Rio Kwai
20:00
– Doutor Jivago
17 de janeiro (domingo)
17:00 – A Filha de
Ryan
DAVID
LEAN
David Lean começou
sua carreira na época do florescente cinema inglês dos anos de 1930, quando
trabalhou como requisitado montador para cineastas como Michael Powell. Ele
continuou a exercer essa função em alguns dos seus filmes, além de trabalhar
também como roteirista. Em 1942, dirigiu seu primeiro longa metragem, Nosso Barco, Nossa Alma, em parceria
com o dramaturgo Noël Coward. Seu primeiro sucesso foi o drama sentimental Desencanto (Brief Encounter), de 1945,
apresentado no primeiro Festival de Cannes, onde ganhou o Grande Prêmio.
Diversos filmes de David Lean foram
premiados com o Oscar,
em várias
categorias. Dois deles ganharam o Oscar de Melhor Filme
- A Ponte
do Rio Kwai, de 1957 (sete Oscars), e Lawrence da Arábia, de 1962 (sete Oscars). Doutor Jivago, de 1965, outro grande
sucesso de Lean que ganhou cinco Oscars, inaugurou a longa parceria do diretor
com o compositor Maurice Jarre, autor de diversas trilhas sonoras.
Em 1999, o British
Film Institute fez uma lista com os 100 melhores filmes britânicos do século
XX. Cinco filmes de David Lean ficaram entre os 30 primeiros e três deles entre
os cinco primeiros colocados.
David Lean possuía um
domínio profundo das técnicas cinematográficas, interessado, sobretudo, em
contar uma historia e comunicar sentimentos. Desfrutando uma liberdade poucas
vezes vista em Hollywood, o cineasta britânico pôde construir um estilo próprio
e uma perspectiva de mundo única, desenvolvendo uma linguagem de planos gerais
grandiosos, elaborados movimentos de câmera e planos sequências onde os
diálogos se desenvolvem sem interrupções da montagem. Perfeccionista ao
extremo, lutava para fazer os filmes
a seu modo e sem interferências, buscando extrair de cada
plano o máximo, esperando dias pelo por do sol perfeito, por exemplo, e acabou por
reinventar a ideia de épico hollywoodiano.
Para ele, a realidade
deveria ser dramatizada e o papel do realizador era justamente apagar os traços
da técnica. Lean alcançou uma autonomia que poucos outros diretores tiveram
dentro do sistema dos grandes estúdios e talvez seja o cineasta mais exemplar
no que diz respeito a narrativa transparente que caracteriza o cinema clássico
norteamericano.
FILMES
A Ponte do Rio Kwai
(The Bridge on the River Kwai, 1957 | 161 min | 35mm)
Depois de liquidar suas diferenças com o comandante de um campo de
prisioneiros japonês, um coronel britânico coopera para supervisionar seus
homens na construção de uma ponte ferroviária para os seus captores –
enquanto permanece alheio aos planos dos Aliados para destruí-la.
Direção: David Lean | Roteiro: Carl Foreman e Michael Wilson |
Fotografia: Jack Hildyard
Doutor Jivago
(Doctor Zhivago, 1965 | 192 min | 35mm)
O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução
Russa pela ótica de Yuri Zhivago, um médico e poeta. Yuri fica órfão ainda
criança e vai para Moscou, onde é criado. Já adulto se casa com a aristocrática
Tonya, mas tem um envolvimento com Lara , uma enfermeira que se torna a grande
paixão da sua vida. Lara antes da revolução tinha sido estuprada por Victor
Komarovsky, um político sem escrúpulos que já tinha se envolvido com a mãe de
Lara, e se casou com Pasha Strelnikoff, que se torna um vingativo
revolucionário. A história é narrada em flashback por Yevgraf
de Zhivago, o meio-irmão de Yuri que procura a sua sobrinha, que seria filha de
Jivago com Lara.
Enquanto Strelnikoff representa o “mal”, Yevgraf
representa o “bom” elemento da Revolução Bolchevique.
Direção: David Lean | Roteiro: Robert Bolt | Fotografia: Freddie Young
A Filha de Ryan
(Ryan’s Daughter, 1970 | 206 min | 35mm)
Em uma cidade irlandesa, um rapaz com deficiência mental expõe para
todos da cidade que uma mulher casada está tendo um caso com um oficial
britânico.
Direção: David Lean | Roteiro: Robert Bolt | Fotografia: Freddie Young
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