Sinopse: No ano de
1848, as mulheres se rebelam contras as injustiças de gênero que as destituem
de direitos básicos da cidadania. O movimento sufragista, que reivindica o
direito ao voto feminino, ganha força e encontra na ativista e uma das
fundadoras da ação, Emmeline Pankhurst (Meryl Streep), a forma para conseguir
fazer mudanças na história.
Qualquer semelhança
com o ativismo feminino de hoje, como por exemplo, quando foi visto no ano passado
aqui no nosso país, quando as mulheres protestaram contra as leis conservadoras
de Eduardo Cunha, comparado aos fatos verídicos vistos no filme não é mera
coincidência. As mulheres sempre brigaram, e continuam brigando, pelos seus
direitos, como se fossem seres de segunda categoria. Maud Watts (Carey Mulligan
de Shame) é uma das muitas operárias de uma lavanderia, onde trabalha desde os
12 anos e, como as outras, é explorada e maltratada pelo chefe. Casada e mãe de
um filho, ela é obediente ao patrão e ao marido até que fica conhecendo, por
acaso, o movimento das mulheres que querem simplesmente votar.
Se, no início, Maud
tem dúvidas sobre a importância das manifestações, dramas de sua própria vida
empurram a jovem para o único caminho possível num mundo dominado por homens. A
triste jornada de Maud traz para o plano privado uma discussão da esfera
pública, fundamental na história dos direitos humanos. O movimento sufragista,
que tinha entre suas principais líderes na Inglaterra Emmeline Pankhurst (no
filme vivida por Meryl Streep, em pequena participação especial), foi bastante
polêmico, e por vezes contundente, e conseguintemente reprimido com violência
pelo Estado, interpretado como terrorismo.
Uma chave para se
compreender sua importância é sua origem popular, na classe trabalhadora. As
Sufragistas é apenas um pequeno recorte no ativismo das mulheres pelo voto, já
que o movimento ocorreu em muitos países. Especificamente no Reino Unido, a
movimentação ganhou a adesão da classe operária, Ao final, além da constatação
de que, historicamente, toda conquista precisa de um mártir, fica a surpresa
quando aparecem as datas da adoção do voto feminino em vários países.
Surpreendente! Se, no
subdesenvolvido Brasil, a mulher só pôde votar a partir de 1932, na
avançadíssima Suíça em 1971, Iraque, em 1980 e por fim na Arábia Saudita neste
ano. A ótima reconstituição de época e o
excelente elenco compensam o caráter um tanto formulaico do roteiro de Abi
Morgan, que tem no currículo A Dama de Ferro, cinebiografia de Margaret
Thatcher, e o ótimo Shame, de Steve McQueen.
Um drama emocionante,
uma aula, uma volta ao tempo para refletir, mas ainda sim é apenas uma pequena
parte da historia que nos mostra como as mulheres tiverem que sofrer até
conquistarem seus direito.
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