Sinopse: Na fase
pré-histórica um asteróide não caiu na Terra e os dinossauros não foram
extintos. Dessa forma, os animais vivem de forma pacífica com os humanos e uma
dessas relações é do apatossauro Arlo com seu melhor amigo, um menino.
Se os estúdios Pixar possuem
um grande defeito é justamente pelo fato de nos deixar mal acostumados ao nos
brindar sempre com um ótimo filme. Claro que eles tiveram alguns escorregões no
passado recente, como Carros 2 e Universidade de Monstros, e quando nos deparamos com
eles, percebemos que nada na vida é infalível. Portanto, se por um lado ficamos
maravilhados com a obra prima Divertidamente que eles lançaram neste ano, por
outro nos sentimos confusos quando estúdio nos presenteia com O Bom Dinossauro,
cuja trama soa como algo que já vimos antes, mas não significa de todo ruim.
Para começar, o filme já
começa de uma forma curiosa, nos mostrando uma realidade alternativa em que os
dinossauros não foram extintos, mas sim evoluíram com o passar do tempo. É
nessa realidade que conhecemos Arlo, um apatossauro pertencente a uma família
de dinossauros fazendeiros, mas que possui certa dificuldade para enfrentar os
seus medos. Além de uma tragédia em que fez ainda piorar os seus temores, Arlo
acaba se perdendo e não conseguindo voltar para casa, mas acaba tendo a
companhia de um menino selvagem chamado Spot e ambos se juntam para uma cruzada
de descobrimentos até o caminho para casa.
Quem vê o filme rapidamente
sente que a trama não soa nenhum pouco original, já que as situações que os
personagens passam já foram vistas em outros filmes, desde Rei Leão, Era do
Gelo Irmão Urso e por assim vai. É aquela velha trama sobre a superação,
superar um trauma do passado e buscar assim a sua redenção. Se essas fórmulas
de sucesso já se encontram meio que desgastadas de tanto usadas em animações,
pelo menos os estúdios Pixar usam isso para nos fazer ficar emocionados em
determinadas cenas chaves.
Cenas, aliás, que prova que
não é preciso dialogo para que elas se tornem emocionantes, pois bastam os
gestos, os olhares e as ações dos personagens para compreendermos o que a cena
quer nos passar. Bom exemplo disso é quando Arlo e Spot descobrem que ambos têm
algo em comum, através de círculos na terra, galhos e puramente os olhares de
cada um deles. Uma cena simples, mas poderosa, que fará o mais duro coração
amolecer ao assisti-la.
Em termos técnicos, Pixar
nos surpreende com a reconstituição do que poderia ser a terra a milhões de
anos. Por um momento animação computadorizada nos confunde com tamanho realismo
das cenas, como se elas realmente fossem reais ao ponto de a gente desejar
tocar. As cenas são tão impressionantes que nos faz até mesmo esquecer um pouco
do lado previsível da trama que se segue.
Outro problema que merece
ser apontado em O Bom Dinossauro é no pouco tempo de participação de bons
personagens coadjuvantes ou na falta deles. Pegamos por exemplo a aparição
surreal de um Triceratops e seus animais que o cobrem o corpo, ou da família de
T Rex, que são donos de uma manada de búfalos. São personagens carismáticos e
que rapidamente nos conquista, mas que infelizmente eles não ficam muito tempo
em cena.
Desafios surgem para os
personagens enfrentarem, assim como vilões traiçoeiros e perigosos. Neste
percurso, o laço de amor e amizade entre Arlo e Spot aumenta ainda mais, mas
uma difícil lição eles terão que travar o que fará com que ambos sofram, mas ao
mesmo tempo é algo que faz parte do aprendizado de cada um. São momentos como
esses dos quais as pessoas de todas as idades irão se identificar e nisso os
criadores da Pixar capricharam como sempre.
Embora não chega ao nível de
qualidade Pixar do qual o estúdio nos fez a gente se acostumar, O Bom Dinossauro
é um filme gostoso para ser assistido com os pequenos, mas que até mesmo o adulto
irá se identificar com a descompromissada história de amor e amizade.
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