Nos dias 10 e 11 de
Outubro, eu estarei no Cine
Capitólio, participando do curso Mario
Bava: Maestro do Macabro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo doutor em
Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em
romance gótico, Fernando Brito. Enquanto atividade não chega, irei falar dos
principais filmes desse diretor que foi fonte de influência para inúmeros
outros diretores como Francis Ford Coppola e Tim Burton.
Seis Mulheres para um
assassino (1964)
Sinopse: Isabella, uma jovem
modelo, é assassinada por uma misteriosa figura mascarada numa Casa de Moda,
pertencente a Condessa Cristiana. Quando o namorado de Isabela se torna
suspeito do assassinato, o diário da vítima, contendo informações que
relacionem a jovem ao assassino, desaparece. O mascarado passa então a matar
todas as modelos da casa para encontrar o diário.
Esse é considerado o
primeiro filme Giallo da história, subgênero do Terror que teve seu auge nas
décadas de 1970 e 1980. Além de inaugurar um gênero, o filme influenciou uma
gama de cineastas, que vai de Dario Argento a Pedro Almodovar, passando por
Martin Scorsese e Tarantino, só para citar alguns poucos. Na verdade, o filme
criou as bases do cinema de terror que seria explorado nas décadas seguintes
por Hollywood; o assassino em série, o sadismo, a perseguição de jovens, os
assassinatos bizarros e muitos dos posteriores clichês do cinema de terror
foram inaugurados por Bava neste filme e disseminados em Hollywood através dos
chamados Slashers.
Em termos técnicos, vale
destacar o trabalho de Bava com as cores: Uma mistura inebriante de cores
fortes que produz uma atmosfera perfeita aos propósitos do filme, tornando-o
atraente também por sua estética.
O Chicote e o Corpo (1963)
Sinopse: No século XIX, um
nobre sádico aterroriza os membros de sua família. Ele é encontrado morto, mas
seu fantasma retorna para assombrar os residentes de seu castelo.
Como no segmento de
As Três Máscaras do Terror ou posteriormente no clássico Mata, Bebê, Mata!,
Bava mais uma vez faz juz ao apelido de maestro, e dá início a uma experiência
realmente assustadora, uma pintura macabra e terrível em movimento, com closes
do rosto diabólico de Kurt (christopher Lee soberbo) surgindo da penumbra, filmado com
uma saturação de cores vermelhas e azuis jogadas sobre ele, ou apenas a sua mão
destacando-se em primeiro plano vinda da escuridão, junto de todo o
misé-en-scene habitual do gênero, com seus gemidos fantasmagóricos, trilha
sonora pesada e fúnebre, passos no corredor, marcas de pegadas misteriosas,
cortinas esvoaçantes sob o uivo do vento, sussurros na escuridão e o
interessantíssimo uso dos efeitos sonoros do chicote apavorando a atormentada e
libidinosa Nevenka, que vai sendo aos poucos, conduzidas às raias da loucura.
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