Nos dias 10 e 11 de
Outubro, eu estarei no Cine
Capitólio, participando do curso Mario
Bava: Maestro do Macabro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo doutor em
Literatura Inglesa pela Universidade de São Paulo, com especialização em
romance gótico, Fernando Brito. Enquanto atividade não chega, irei falar dos
principais filmes desse diretor que foi fonte de influência para inúmeros
outros diretores como Francis Ford Coppola e Tim Burton.
Banho de Sangue
(1971)
Sinopse: A disputa por um pedaço de
terra à beira de uma baía dá início a um banho de sangue que não poupará
ninguém que cruzar o local.
Banho de Sangue é
tido por alguns como um filme menor do maestro. Muitas das características mais
incensadas por seus admiradores estão de fato ausentes ou presentes em menor
escala (a construção de atmosferas lúgubres, a sexualidade mórbida). Mas o que
pode parecer num primeiro momento um sinal de cansaço e decadência revela-se
numa revisão um desvio calculado na carreira de Bava. Filmado boa parte em
locações externas com ambientação contemporânea e utilização experimental e
ostensiva de composições, movimentos de câmera e do zoom, Ecologia é o primeiro
passo numa fase de auto-reflexão formal do cineasta (e do gênero, abrindo
caminho para os gialli modernos de Dario Argento).
Lisa e o Diabo (1973)
Sinopse: Lisa é uma turista em
visita a Roma que, ao se perder do grupo, encontra uma mansão habitada por
pessoas bizarras e um mordomo que desconfia ser o diabo em pessoa.
Devido ao sucesso
mundial de O Exorcista na época, os estúdios Italiano forçaram Bava a modificar
o seu filme e transformando numa cópia lastimável do filme de Friedkin. Lançado
em 1975, ganhou o título "La Casa dell'Esorcismo", e foi justamente
execrado pela crítica. Bava viria a morrer alguns anos depois, e não pôde
receber os devidos elogios a sua verdadeira obra, assim como ocorreu com Cães Raivosos. Mas na década de 80, Lisa e o
Diabo teve sua versão original lançada,
e assim recebeu seu merecido reconhecimento como a obra-prima que é, um
pesadelo filmado de forma magistral, cada plano uma obra de arte, personagens
otimamente construídos, destacando-se
Leandro, que esconde-se confortavelmente sob a função mordomo, e diverte-se
sendo o espectador e tireteiro de toda a desgraça vivenciada por Lisa.
Considerado por
alguns como a obra-prima de Bava, ainda não é tão conhecida hoje em dia,
obviamente grande parte em decorrência de não ter sido lançado adequadamente,
mas também culpa de cinéfilos que ainda
não exaltam o nome de Bava o suficiente para elevá-lo ao patamar que merece.
Nenhum comentário:
Postar um comentário