Sinopse: O astronauta Mark Watney (Matt Damon) é enviado a uma missão em
Marte. Após uma severa tempestade ele é dado como morto, abandonado pelos
colegas e acorda sozinho no misterioso planeta com escassos suprimentos, sem
saber como reencontrar os companheiros ou retornar à Terra.
Em 1978, o diretor Richard Donner
(A Profecia) decidiu aceitar a oferta de dirigir Superman: O Filme, mas com o intuito de
injetar nesse projeto um alto-grau de verossimilhança, ou seja: fazer com que a
gente acreditasse que um homem podia realmente voar. De uns anos para cá, é
curioso observarmos que, alguns filmes de ficção científica, se preocupam em
nos apresentar tramas das quais nos passa de que aquilo pode realmente ser crível.
Se os criadores de filmes recentes, como Gravidade e Interstellar investem
pesado em ficção com um pé na realidade, Perdido em Marte chega ao mais novo patamar
dessa obsessão pela verossimilhança dentro dos filmes de ficção.
Baseado na obra Andy
Weir, o mais novo filme de Ridley Scott (Blade Runner) conta a história de um
grupo de astronautas da NASA que pisaram pela primeira vez em Marte. Durante a
expedição, uma tempestade de areia os atinge e os obriga a deixar o planeta.
Porém, um deles chamado Mark Watney (Matt Damon) ficou para trás e foi dado
como morto. Quando Watney finalmente dá sinais para a terra que sobreviveu, começa
a missão da NASA em saber de qual maneira melhor para resgatá-lo.
A partir do momento em que o
protagonista começa a ter que se virar para tentar sobreviver enquanto a
cavalaria não chega o roteiro a todo o momento se preocupa em nos mostrar como
cada passo do personagem em viver um dia de cada vez naquele planeta pode “sim”
ser possível. Porém, o que poderia gerar um dramalhão, o personagem não perde
tempo com lágrimas, mas sim usa o que tem de disponível, mais com que aprendeu
ao longo da vida, para obter as coisas mais básicas para viver, desde plantar
batata para comer e criar água num lugar que não existe nenhum dos dois.
Com isso, há um belo cruzamento
de fórmulas de sucesso já vista em outros filmes sobre sobrevivência, como Apollo
13 e Naufrago (ambos com Tom Hanks) e vistos aqui se transforma numa trama
fresca e muito bem digerida, mesmo para aqueles que torcem o nariz para filmes
do gênero ficção. O feito para isso foi o fato dos criadores terem pedido
consulta a todo o momento pela própria NASA, com o intuito de mostrar o que era
possível ou não na tela. O divertido disso é o cruzamento de realidade com a
ficção, como quando Watney resgata o pequeno robô Sojourner (desativado em solo
marciano em 1997) com intuito de usá-lo para se comunicar com a NASA.
Mas se os pontos altos da trama
é vermos o protagonista tentar sobreviver em marte, em solo terráqueo a coisa
não é muito diferente e nos brinda com grandes momentos protagonizados pelos
atores Jeff Daniels e Sean Bean que, interpretam os personagens que lideram a
equipe em terra, e que precisam solucionar a maneira ideal para trazer o astronauta
de volta. Se há uma dose de verossimilhança em vermos o personagem de Damon em
sobreviver em solo marciano, às tentativas dos técnicos da NASA em achar uma
solução de melhor resgate soam tão reais que, elas não devem nada a reconstituição
perfeita que foi vista no filme Apollo 13, sendo que esse último foi baseado
realmente em fatos verídicos.
Porém nem tudo são flores,
pois a união da NASA com o governo Chinês na missão de resgate vista no filme
soa como forçada demais, pois esses últimos estão unicamente trama, para o
filme ser vendido e bem aceito no mercado cinematográfico de lá. Atualmente,
uma boa fatia em que um filme arrecada em bilheterias se consegue nos cinemas
da China e atualmente Hollywood faz de tudo para conseguir uma boa aceitação
por lá, chegando até mesmo em modificar determinados roteiros de alguns filmes.
Outro ponto negativo é o fato da equipe comandada pela personagem Melissa Lewis
(Jessica Chastain, de Interstellar) que, tem a missão de retornar e resgatar o
seu companheiro em solo marciano possui poucos momentos em cena o que é uma
pena, já que os personagens são bem carismáticos e roubam a cenas nos poucos
momentos que aparecem.
Felizmente todos esses problemas se dissipam, no momento em que chegamos ao ato final e vemos a tão complicada missão de resgate sendo executada. É nesse momento que Ridley Scott poderia ser seduzido em elaborar inúmeras cenas de ação desnecessárias, mas ao invés disso, tudo ocorre de uma forma bem convincente e casando com a proposta inicial do filme que eu havia dito acima. Aliás, é preciso reconhecer que aqui, o 3D é muito bem executado, nos fazendo sentir que estamos testemunhando realmente marte a nossa frente e fazendo com que a gente não se arrependa em ter pagado um ingresso mais caro.
Felizmente todos esses problemas se dissipam, no momento em que chegamos ao ato final e vemos a tão complicada missão de resgate sendo executada. É nesse momento que Ridley Scott poderia ser seduzido em elaborar inúmeras cenas de ação desnecessárias, mas ao invés disso, tudo ocorre de uma forma bem convincente e casando com a proposta inicial do filme que eu havia dito acima. Aliás, é preciso reconhecer que aqui, o 3D é muito bem executado, nos fazendo sentir que estamos testemunhando realmente marte a nossa frente e fazendo com que a gente não se arrependa em ter pagado um ingresso mais caro.
Com atuações convincentes e
humanas, Perdido em Marte veio para fortalecer cada vez mais essa obsessão (no bom sentido) de Hollywood
em nos querer vender uma trama que cruza sempre o nosso mundo real com uma
ficção crível. Resta agora saber quando a ficção e realidade vistas no cinema
se tornaram uma só, ao ponto do cinéfilo não saber mais como separar esses dois
lados da mesma moeda.
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