Nos dias 24 e 25 de outubro eu estarei no Cine
Capítulo, participando do curso John Carpenter: Ele Vive, criado pelo Cine Um e
ministrado pelo escritor, cineasta e especialista em Cinema Fernando Mantelli. Enquanto os dias da
atividade não chegam, por aqui eu irei destrinchar sobre os principais filmes
desse cineasta que está entre os mais cultuados da história do cinema.
Os Aventureiros do
Bairro Proibido (1986)
Sinopse: Jack Burton
(Kurt Russell) é um caminhoneiro que vai parar em Chinatown depois que a noiva
de seu melhor amigo é raptada por um mago de 2.000 anos de idade. Cabe a ele
recuperar a moça, embarcando no mundo macabro do mago e conhecendo novos
amigos.
Os Aventureiros do
Bairro Proibido (Big Trouble no original) merece ser visto e
revisto. Ainda bem que não ganhou o mesmo titulo que teve em Portugal que saiu
com o nome As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarin. John Carpenter
pode nunca saber, mas com certeza ele foi um dos reis da sessão da tarde que
passava na Rede Globo, seu filme ficou marcado no imaginário popular e entrou
para a história do cinema, o filme foi um fracasso comercial e de crítica,
custou US$ 25 milhões e arrecadou US$ 11,1 milhões nos Estado Unidos. Carpenter
ficou na época desiludido com Hollywood e se tornou um cineasta independente.
Ele disse em uma entrevista: "A experiência (Big Trouble) foi a razão que
eu parei de fazer filmes para os estúdios de Hollywood. Eu acho (Big Trouble)
um filme maravilhoso, e estou muito orgulhoso dele."
O filme ao longo dos anos
criou uma legião de seguidores e virou cult. Na época seu concorrente era o
filme de Eddie Murphy e O Rapto do Menino Dourado, mas (Big Trouble) saiu em
Julho de 1986, cinco meses antes.
Príncipe as Sombras (1987)
Sinopse: O professor Howard
Birack é chamado pelo padre Loomis para investigar um estranho líquido verde,
encontrado em uma igreja abandonada.
John Carpenter trilha
o filme para um curioso caminho; a ciência em pró da religião e vice-versa.
Coisa rara, tratando-se de uma película de terror, com pitada de ficção
científica.
Príncipe as Sombras talvez não tenha agradado tanto o
público devido a empolgação científica no roteiro de Carpenter. Somos
bombardeados com diálogos sobre física quântica, que nem Stephen Hawking
compreenderia bem. Contudo, o filme é um marco sim na rica filmografia
"Carpenteriana", pois mescla conteúdo com belas doses de efeitos
especiais.
Apesar da interessante trama, as atuações não são o ponto forte da
película. Nem o veterano Donald Pleasence, que interpreta o padre que herdou o
poder da "Sociedade do Sono", se salva nesse quésito. O baixinho
Victor Wong, talvez seja o "dono" do personagem mais carismático de Príncipe das Sombras.
Eles Vivem (1988)
Sinopse: Nada é um
trabalhador braçal que chega a Los Angeles e encontra trabalho numa fábrica.
Durante uma inusitada operação repressiva, a polícia destrói um quarteirão
inteiro do bairro miserável em que vive. Na confusão, Nada encontra óculos
escuros aparentemente comuns, porém ao usá-los consegue enxergar horrendas
criaturas alienígenas disfarçadas de seres humanos, bem como as mensagens
subliminares que elas transmitem através da mídia em geral.
Esse filme fui
somente conhecer numa sessão especial na sala P.F Gastal de Porto Alegre a uns dois
anos e foi inesquecível. O filme em si, eu poderia dizer muita coisa devido as
suas incríveis qualidades, mas falarei de uma em especial: os óculos que faz
com que as pessoas que o usem enxerguem os alienígenas que aqui estão. Quem o
usa, além de fazer você ver os seres de outro planeta, também deixa você como
se estivesse drogado, assim quando Nada entra para a resistência a fim de
exterminar os invasores, as pessoas que não estão sabendo o que está acontecendo
só o vêem como um viciado assassino que está matando gente inocente. Depois a
resistência aperfeiçoou o produto e fez eles como lentes de contato.
O filme tem um ritmo
lento, deixando as cenas com mais ação para o fim do filme, inclusive a cena da
luta entre John Nada e seu amigo Frank (Keith David) para fazer com que esse
segundo coloque os óculos e perceba o que está acontecendo é uma das mais
longas da história do cinema e uma das mais bacanas também. Isso sem falar que
o filme é uma crítica ferrenha a sociedade de consumo, com cartazes, outdoors e
revistas com dizeres como compre, consuma, gaste e outros. Nas notas de dólares
está escrito Esse é seu deus. Genial!
Então para finalizar
eu digo que aqui está mais um filme para assistirem em uma roda de amigos, e
depois ficarem pensando porque não temos uns óculos legais como aqueles.
Memórias de um homem
invisível (1992)
Sinopse: Acidente nulear num
laboratório deixa Nick Halloway, um especialista da bolsa de valores,
invisível. Ele passa a ser perseguido por um agente do governo traiçoeiro.
Enquanto foge e tenta se adaptar a sua nova realidade conhece uma linda mulher
que o ajuda.
O filme em si não é nenhuma
obra prima e até é um filme menor da carreira cheio de grandes filmes de John
Carpenter, mas o talento do cara continua afiadíssimo e sua direção tem muita
força e ritmo que ganha mais nos pequenos detalhes do que na pretensão.
Conseguir travestir ficção científica amarga de comédia despretensiosa de
pequeno estúdio não é pra qualquer um, definitivamente. O espírito libertário e
bagunceiro de Carpenter, autêntico cineasta dos anos setenta que continua
incansável em suas temáticas há mais de trina anos, é o que move para a frente
– e com muita força – esse filme. E também serve pra descobrir que só mesmo
sendo invisível que alguém feio feito o Chevy Chase conseguiria algo com a
Daryl Hannah.
Trilogia do Terror 1993
Sinopse: Três curtas de
terror dirigidos por mestres no gênero. Em The Gas Station”, um serial killer
ataca na madrugada uma balconista. No segundo episódio, intitulado de “Hair”,
um homem com problemas de calvície aplica uma fórmula fatal para crescer o
cabelo; essas duas são dirigidas por John Carpenter. E em “Eye”, na direção de
Tobe Hooper, um jogador de baseball faz um transplante em um dos olhos que
perdeu num acidente, só que o tal olho pertencia na verdade a um assassino, e
ele começa a ter terríveis visões.
Esse filme é muito bom e tem
uma coisa bem particular dele, o roteiro das histórias foram tão bem escritas
que mesmo só havendo duas mortes o filme ficou ótimo. Foi uma coisa bem
natural, não apelou para as mortes bem violentas, o filme são três contos
contados pelo próprio John Carpenter que atuou como um morto do necrotério. O
filme foi dirigido por John Carpenter e por Tobe Hooper e teve participação
especial deles e do Sam Raimi diretor dos filmes A Morte do Demônio ou Evil
Dead e o premiado Homem Aranha, contando ainda com a participação do Wes Craven da franquia Pânico.
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