Sinopse: A caminho de encontrar seu chefe bilionário, que busca explorar propriedades curativas, um homem e sua filha acidentalmente atropelam e matam um unicórnio.
O cruzamento de gêneros para um determinado filme pode se tornar algo tão incomum, como também soar estranho para dizer o mínimo. Para o saldo se tornar positivo tudo se deve ao desenvolvimento, não somente através de um bom roteiro, como também pela sua direção. No caso de "A Morte de um Unicórnio" (2025) é um estranho no ninho que ficamos nos perguntando para que veio, mas fazendo a gente processar sobre o que havíamos assistido.
Dirigido pelo estreante Alex Scharfman, o filme conta a história de e Elliot (Paul Rudd) e sua filha Ridley (Jenna Ortega) que tomam um rumo inesperado durante uma viagem para uma cúpula de gerenciamento de crise. Ao dirigir com pressa, eles atropelam um unicórnio mágico e, sem saber o que fazer, decidem levar o cadáver com eles para o retiro selvagem onde se encontra o chefe de Elliot, Dell Leopold, um CEO da indústria farmacêutica com a fortuna de um outro rico. Eles decidem fazer experimentos no animal, mas sabendo que pode desencadear para todos os presentes.
Transitando entre fantasia, horror e humor sombrio, o filme é uma verdadeira mistura de tudo um pouco, onde poderiam usar qualquer animal do mundo para criar a história, mas usaram justamente a figura de um unicórnio e o que torna tudo um pouco mais simbólico. Na realidade, o filme flerta com temas sobre a mitologia nórdica, algo bem familiarizado para aqueles que se aprofundam no assunto, mas que torna para o marinheiro de primeira viagem algo um tanto estranho. Essa estranheza, por sua vez, talvez seja pelo fato de o filme não pertencer a um único gênero e cabe a gente digerir sobre o que nós havíamos assistido.
Curiosamente, é uma trama que bate novamente sobre a questão da ambição em explorar novos recursos, mesmo quando se mexe no desconhecido e que não poderia nem pensar em ser tocado. Por conta disso, a família do poderoso Odell nada mais é do que uma síntese do lado hipócrita de poderosos que acreditam que podem manipular tudo, mas não parando para pensar se deviam. Qualquer semelhança com clássicos como "Parque dos Dinossauros" (1993) não é mera coincidência.
Portanto, tanto Elliot como a sua filha Ridley acabam se tornando estranhos no ninho em meio a tantos absurdos que acontecem a todo o momento. Paul Rudd entrega um papel que exige até de sua pessoa, mesmo quando ele falha de não conseguir desvencilhar da sombra que adquiriu ao ser o Homem Formiga do universo MCU no cinema. Em compensação temos a boa atuação de Jenna Ortega, mesmo quando o seu desempenho não se equipara ao seu incrível trabalho na série Wandinha.
Outro fator que torna o filme irregular em alguns momentos é a questão do CGI, onde as cenas em que antes havia fundo verde não enganam mais os nossos olhos já cansados desses recursos. Curiosamente, os Unicórnios são feitos digitalmente até que não fazem feio nos momentos de tensão, principalmente em cenas que revelam o seu lado brutal e cujas cenas de violência até mesmo nos chocam. E se por um lado o ato final não agrada alguns, por outro lado, ao menos os realizadores tiveram a coragem de deixar tudo aberto no último segundo de projeção.
"A Morte de um Unicórnio" é aquele tipo de filme que você não sabe se ama ou odeia, pois o longa nos deixa com aquela sensação estranha na boca.
Onde Assistir: Amazon Prime
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