Sinopse: Sem conseguir
dormir direito há semanas devido à recente separação, o detetive Bernie Reid
(Gabriel Byrne) ronda a cidade de madrugada. Ao atender uma chamada, ele parte
para um apartamento onde encontra um homem morto. Lá vê de relance uma mulher,
Anna Welles (Charlotte Rampling), que lhe chama a atenção. Eles apenas se
conhecem realmente em uma festa de solteiros e não demora muito para que
engatem um relacionamento. O que Bernie não imaginava era que Anna era a
assassina que estava procurando.
Baseado no best
seller internacional de Elsa Lewin, Eu,Anna é o primeiro longa metragem do
diretor britânico Barnaby Southcombe, onde em menos de uma hora e meia, nós joga em um filme de suspense elegante e que
nem tudo que nos é apresentado é 100% explicado de imediato. Na verdade,
a grande alma do filme fica na própria protagonista, interpretada de uma maneira assombrosa pela atriz britânica Charlotte
Rampling (Melancolia). Durante todo o filme, ficamos ao lado de Anna, que sofre
com o divorcio recente, mas ao mesmo tempo busca um novo parceiro numas festas
de solteiros.
Em uma dessas festas,
acaba conhecendo o inspetor chefe Bernie Reid (Gabriel Byrne), que ao mesmo
tempo sofre com um possível divorcio, também está investigando um assassinato
que aconteceu na cidade. De alguma forma, Anna está envolvida nesse crime, mas
até aonde ela é culpada? O diretor destrincha as respostas em flashback, que
tanto mostra a noite do crime aos poucos, como também mostra a queda psicológica
de Anna e os motivos que a levaram até ali.
Na verdade ao poucos,
percebemos que a protagonista não está bem, sendo que ela se mostra realmente
sã, no momento que dialoga com a sua filha Emmy (Hayley Atwell), que
(aparentemente) mora com ela e com a sua neta recém nascida. Através dessa
relação é que se tiremos certas pistas sobre o que se passa realmente com Anna
e o que aconteceu com ela. As respostas que vem não são fáceis, principalmente
que se cria um sentimento confuso no espectador que assiste com relação à Anna,
sendo que não sabemos se sentimos pena ou ficamos bravos com ela devido as suas
ações.
Embora estreando na
direção, Barnaby Southcombe surpreende ao criar uma trama que prende a atenção
do cinéfilo do começo ao fim e fazer um belo casamento com a sua forma de
filmar ao lado de uma trilha sonora de suspense bastante bela de se ouvir.
Todos esses ingredientes culminam num final surpreendente, triste, ao mesmo
tempo corajoso e poucas vezes visto no cinema. O desempenho de Charlotte
Rampling fortalece isso e mesmo sendo mãe do diretor, ela não foi poupada em
cenas fortes e que se exigia o melhor dela.
Embora curto Eu, Anna
é uma pequena aula de como se faz um belo suspense, que embora a trama soe familiar, quando
se é bem dirigida nos emociona pelos destinos dos personagens que ficam em
abertos, que são vitimas de suas próprias ações e que não desejavam estar
naquela posição melancólica.
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